A nova aliança do empresariado com o Judiciário

Foto – CartaCapital

Enviado por Ricardo Cavalcanti-Schiel

Entrevista com o cientista político Vitor Marchetti, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), na Carta Capital.

na CartaCapital

“Aliança das empresas com o poder político foi incapaz de estancar sangria”

por Débora Melo

Diante da incapacidade de Michel Temer e seu grupo político de “estancar a sangria” provocada pela Operação Lava Jato, o setor produtivo brasileiro decidiu romper sua aliança com a classe política. Esta é a análise que faz o cientista político Vitor Marchetti, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), sobre o vazamento da delação de Joesley Batista, um dos donos da JBS.

Temer foi gravado dando aval a Batista para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A gravação foi feita em ação conjunta da Polícia Federal com a Procuradoria-Geral da República. Para Marchetti, o que está em curso pode ser um novo pacto, desta vez entre os agentes econômicos e o Judiciário.

Nesse cenário, diz o professor, o mais provável é que o “PIB” busque novos parceiros para a concretização das reformas impopulares em curso, como a da Previdência. “O principal indício disso, o mais emblemático, é a reunião da ministra Cármen Lúcia com uma parte do PIB, feita recentemente”, afirma Marchetti.

O cientista político se refere ao encontro da presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF) com um grupo de 13 empresários: Carlos Schroder (diretor-geral da Rede Globo), Candido Bracher (presidente do Itaú Unibanco), Flavio Rocha (dono das lojas Riachuelo), Chieko Aoki (presidente da rede Blue Tree Hotels), Luiza Helena Trajano (dona do Magazine Luiza), Paulo Kakinoff (presidente da Gol Linhas Aéreas), Pedro Wongtschowski (empresário do grupo Ultra, dono da rede Ipiranga), Rubens Menin (dono da construtora MRV), Wilson Ferreira (presidente da Eletrobras), Walter Schalka (presidente da Suzano Papel e Celulose), Betania Tanure (consultora da BTA – Betania Tanure Associados), Décio da Silva (controlador da fabricante de motores Weg), e Jefferson de Paula (chefe da ArcelorMittal Aços Longos na América do Sul). A reunião, realizada no último dia 8, foi o segundo encontro do grupo e durou cerca de quatro horas.

CartaCapital: Como o senhor vê essa crise e que análise o senhor faz do trabalho da Operação Lava Jato?

Vitor Marchetti: Nós tínhamos um governo que havia feito uma aliança com atores econômicos importantes, principalmente do mercado de capitais, com o apoio de grandes empresas. Mas essas empresas se viram atingidas [pelas investigações] mesmo com a aliança que fizeram com o grupo político que assumiu o poder após o golpe parlamentar.

Essa ruptura acontece agora porque os custos dessa aliança estavam altos demais e não estavam sendo suficientes para “estancar a sangria”, como se previa naquele momento inicial, para lembrar a frase do [senador] Romero Jucá. A aliança das empresas com o poder político foi incapaz de cumprir a promessa de estancar a sangria da Lava Jato.

Não à toa, essa operação organizada entre a Polícia Federal, o Ministério Público e a JBS se deu logo depois da Operação Carne Fraca. Parece que, para o setor produtivo, a aliança agora deve ser feita em outro espaço, com as esferas judiciais e policiais. Isso muda a configuração de poder no País. Não é qualquer coisa o dono da JBS grampear o presidente da República. Nós estamos falando do dono de uma empresa multinacional que estava vendo seus negócios serem afetados.

O sistema político não foi capaz de estancar a sangria pelo nível de fragmentação que a Lava Jato tomou. A operação ganhou tal dimensão que fez com que eles perdessem a homogeneidade e o controle das operações. Grupos de policiais federais e promotores começaram a disputar espaço dentro da operação, que passa a ser menos controlada para objetivos políticos e vira um universo de incerteza gigantesco.

O setor produtivo, especificamente a JBS, não queria pagar esse nível de incerteza, principalmente quando a questão começou a avançar para o BNDES e a possibilidade de multas bilionárias. A partir daí, a aliança com o universo político é completamente desfeita, para ser feita em outro nível, com o Judiciário.

CC: Levando em conta que foram esses agentes econômicos que patrocinaram o processo de impeachment, eles devem buscar outras maneiras de emplacar as reformas em curso?

VM: Acredito que sim. E acho que o principal indício disso, o mais emblemático, é a reunião da ministra Cármen Lúcia com uma parte do PIB, feita muito recentemente. Essa reunião se deu justamente para tratar dessas questões, ou seja, de como tocar algumas reformas que interessam ao setor produtivo, rompendo o pacto político com os atores que hoje estão no comando.

Acho que essas gravações já eram conhecidas há um tempo por alguns desses atores, que preparavam uma saída. Não está claro como vai se dar essa saída, mas parece que ela passa pelo papel da Cármen Lúcia, pelo próprio papel do STF.

CC: Como o senhor avalia essa reunião da ministra com os empresários?

VM: Parece que eles já tinham as informações de que o presidente havia sido gravado e de que a situação dele estava impossível. Acho também que o Eduardo Cunha estava disposto a dar muita informação às investigações, assim como o Antonio Palocci. Então acho que houve ali um movimento do setor produtivo de dizer: “Não há mais como manter a aliança com a classe política, vamos agora buscar os atores judiciários para fazer um novo pacto”.

Temos, então, um pacto de exclusão completa do sistema político brasileiro, para defender os interesses do setor produtivo. Então as agendas continuam vivas, mas não sei como essas reformas se darão em um ambiente de derretimento completo do sistema político. Qual será a legitimidade dessas reformas? Como elas vão tramitar? Essas questões não estão claras, mas acho que a agenda não está morta.

CC: O que vem pela frente? Qual é o seu palpite?

VM: Meu palpite é de que o Temer não renuncia. Ele não abriria mão desse espaço de poder para se defender neste momento. E aí nós teremos alguns meses de enfrentamento político pela frente. [O presidente da Câmara] Rodrigo Maia foi um aliado de primeira hora de Michel Temer, e vamos ver como ele vai reagir a isso tudo, porque depende dele a abertura de um processo de impeachment.

Se ele aceitar o processo de impeachment, me parece que o processo prospera. Teríamos mobilizações de rua, pressões dos setores produtivo e de comunicação, enfim, uma pressão que faria o processo correr. Mas isso vai depender do Rodrigo Maia.

CC: Falando em mobilização, qual é o papel da sociedade neste momento?

VM: Claro que é importante e produz algum impacto no universo político, mas eu acho que este jogo está sendo operado nos bastidores. Como quase sempre. Esses movimentos são importantes para produzir pressão e desestabilizar alguns setores políticos, mas boa parte das decisões impactantes é produzida em gabinete. E eu acho que, neste momento, ainda mais. Esta aliança entre o setor produtivo e o Judiciário põe a coisa ainda mais dentro do gabinete.

CC: O senhor vê alguma possibilidade de fortalecimento das Forças Armadas, de uma guinada autoritária no País?

VM: Guinada autoritária do ponto de vista de retomada do poder pelos militares por um golpe militar eu acho pouco provável. Não vou dizer improvável porque hoje no Brasil tudo é provável, mas eu diria pouco provável pela postura que as Forças Armadas adotaram nas últimas décadas em ações políticas decisivas.

Mas o País deu uma guinada autoritária inclusive do ponto de vista do processo eleitoral, dos candidatos que vão se oferecer à disputa, como efeito desse derretimento do sistema político. Historicamente, a anulação da política sempre favoreceu movimentos mais à direita, mais conservadores, reacionários e de preservação da ordem pública.

Nós estamos vivendo o ápice do derretimento do sistema político no Brasil, e isso certamente cria um ambiente favorável para uma guinada mais à direita.
 

Redação

9 Comentários

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  1. Que devaneio!
    Romper aliança

    Que devaneio!

    Romper aliança com a classe política? Tá de brincadeira! Ele ou seus prepostos são grande parte da classe política.

    Aliança com o judiciário? Desde quando ela não existia? Ou será que aquele encontro anual  da togaida na  Bahia patrociando pelos banqueiros era pela falta de pacto entre eles.

    a única coisa coreta e o professor disse é que,atualmente no Brasil tudo pode acontecer,inclusive ele dar uma entrevista desta para uma importante revista.

  2. Trocando em miúdos

    Esta é uma briga entre as raposas para ver quem vai controlar o galinheiro…

    As galinhas poderiam aproveitar enquanto elas brigam e fugir do galinheiro, pois nem raposa A e nem raposa B vai ser a solução!

  3. Os nomes elencados NÃO são

    Os nomes elencados NÃO são lideres empresariais, são dirigentes de empreas, tem até uma consultora,  seis são executivos-emprgados  não controladores, ninguem lidera alem de suas empresas  tampouco tem a liderança politica e intelectual de TODO o mpresariado, que é infinitamente maior e mais diversificado do que essa duzia de nomes.

    1. Representatividade? ou outros indícios?

      Não creio que a questão repouse sobre a representatividade do empresariado. Aliás, essa coletivização (o empresariado) já é, por si só, bastante precária. A entrevista se refere ora a “setor produtivo” ora a “uma parte do PIB”. Talvez a chave da coisa esteja exatamente em precisar que “sujeito” é esse.

      Mas o que parece relevante é a pergunta: o que diabos essa gente estava fazendo reunida toda junto com a Presidente do Supremo? e ainda por cima mais de uma vez?

      Parece-me que há, sim, um movimento interessante aí a ser visto. Talvez não na dimensão dada pelo entrevistado da matéria, mas me parece que há uma reconfiguração de alianças (políticas, sempre) que sugere que as oligarquias políticas tradicionais podem estar sob o risco de serem escanteadas em uma manobra de “salvação nacional”. (E não se trata de escantear todo o campo político, nem do Legislativo ou do Executivo como um todo, mas dessa formação “escanteável”).

      Essa talvez seja uma forma de traduzir o sentido dessa entrevista. Basta lhe dar um pouco mais de nuances.

      1. E tem mais!

        Comportamento da mídia revela racha na elite que promoveu o golpe; paulistas apostam em salvar o PSDB e o status quo; Globo quer governar com o MPF e a Justiça

        por Luiz Carlos Azenha, no Viomundo

        A constatação foi do Jornal do Brasil:  “Editoriais antagônicos de grandes jornais mostram que segmentos empresariais estão em confronto”.

        Quem escreveu estava se referindo ao desembarque dos irmãos Marinho do golpe que derrubou Dilma Rousseff. No editorial de O Globo:

        Esse jornal apoiou desde o primeiro instante o projeto reformista do presidente Michel Temer. Acreditou e acredita que, mais do que dele, o projeto é dos brasileiros, porque somente ele fará o Brasil encontrar o caminho do crescimento, fundamental para o bem estar de todos os brasileiros. As reformas são essenciais para conduzir o país para a estabilidade política, para a paz social e para o normal funcionamento de nossas instituições. Tal projeto fará o país chegar a 2018 maduro para fazer a escolha do futuro presidente do país num ambiente de normalidade política e econômica. Mas a crença nesse projeto não pode levar ao autoengano, à cegueira, a virar as costas para a verdade. Não pode levar ao desrespeito a princípios morais e éticos.

        Já os paulistas do Estadão escreveram editoriais inacreditáveis. Primeiro, o Estadão, que é o rei dos vazamentos da Lava Jato, criticou vazamentos contra Temer:

        Não é de hoje que há vazamentos desse tipo – e isso só pode ser feito por quem tem acesso privilegiado a documentos sigilosos. Ao longo de toda a Operação Lava Jato, tornou-se corriqueira a divulgação de trechos de depoimentos de delatores, usados como armas políticas por procuradores. O vazamento a conta-gotas das delações dos executivos da Odebrecht que envolvem quase todo o Congresso Nacional, mantendo o mundo político em pânico em meio a especulações sobre o completo teor dos depoimentos, foi um claro exemplo desse execrável método.

        Depois, o Estadão, que apoiou o golpe contra Dilma sem crime de responsabilidade — exigência da Constituição — agora defende a Constituição:

        Qualquer irresponsável que propuser ou defender uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altere os termos do artigo 81 e institua eleições diretas em caso de vacância da Presidência e da Vice-Presidência a menos de dois anos do término do mandato estará propondo, na verdade, um golpe à ordem constitucional. Estará propondo, em última análise, um golpe contra a sociedade que se organizou em torno da Carta Magna em vigor, por meio de representantes legitimamente eleitos para um dos mais altos desígnios em um regime democrático.

        A manchete da Folha, tratando como “inconclusivo” o áudio da conversa entre Temer e Joesley Batista sobre Cunha, desconhece o óbvio: o empresário da JBS narra a Temer que não tinha mais interlocução com Geddel Vieira Lima, ex-ministro, e o ocupante do Planalto não se mostra surpreso — ou seja, Temer sabia que Geddel era o intermediário entre o PMDB e os interesses da JBS — que incluiam a mesada ao doleiro Dilson Funaro e a Eduardo Cunha.

        Temer diz “ótimo” quando Joesley narra as tentativas de barrar investigação contra ele.

        Joesley conta a Temer sobre um procurador da Operação Greenfield que vaza informações. Temer não reage indignado.
        Ou seja, a Folha focou no acessório para contaminar o principal.

        Mais que isso, o jornal contratou seu próprio perito para dizer que o áudio foi editado. Há, sim, claras falhas no áudio. Mas a palavra “editado” dá ideia de manipulação, que só uma perícia oficial e independente poderia atestar.

        Se o áudio tiver de fato sido editado, com supressão ou adição de trechos, então é sim o caso de demitir e processar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, além de prender Joesley Batista.

        Neste momento, está claro que os principais grupos de comunicação do Brasil estão em campos opostos. É Globo contra Folha+Estadão.

        A elite paulista quer a continuidade do governo Temer e quer, de alguma forma, preservar o status quo, provavelmente com um candidato que una PMDB e PSDB em 2018.

        Os irmãos Marinho claramente buscam detonar Temer já, em aliança com o MPF.

        Curiosamente, por dois dias consecutivos o Jornal Nacional noticiou o caso do procurador da Operação Greenfield comprado por 50 mil mensais por Joesley Batista, Ângelo Goulart Villela, mas não mostrou a imagem dele.

        Ângelo Goulart é aquele que foi ao Congresso fazer discurso em defesa das 10 Medidas Contra a Corrupção, campanha institucional do MPF.

        Ele abre seu discurso cumprimentando “meu estimado amigo” Deltan Dallagnol, um dos homens-chave da Operação Lava Jato. Dallagnol assiste, da mesa (notem como, no discurso dele, Deltan fala como um pregador, inclusive usando parábolas).

        O Jornal Nacional não apenas escondeu Ângelo Goulart, como não citou o telefonema de Aécio Neves ao ministro Gilmar Mendes ou a suspeita da PGR de que, além de Michel Temer e Aécio Neves, o hoje ministro do STF Alexandre de Moraes poderia ter trabalhado no sentido de direcionar as investigações da Lava Jato.

        Ou seja, ao mesmo tempo em que os irmãos Marinho trabalham pela derrubada de Temer, não querem comprometer o MPF ou a Justiça.

        Isso talvez seja uma forma de evitar embaraços aos negócios da própria emissora. Ou de bloquear a homologação de uma delação que a comprometa — a do ex-ministro Antonio Palocci, por exemplo.

        Ou, ainda, de garantir que nenhuma investigação será feita sobre os próprios negócios da emissora, já que como denunciamos aqui uma herdeira de Roberto Marinho pagou as taxas de manutenção de três empresas offshore criadas pela Mossack & Fonseca no exterior. Os documentos sobre Paula Marinho, filha de um dos controladores do Grupo Globo, apreendidos pela Operação Lava Jato, pelo jeito foram engavetados…

        De todos os grupos de comunicação do Brasil, só a Globo está representada — por Carlos Schroeder — no ‘Grupo do PIB’ montado para discutir o Brasil com a ministra Carmen Lúcia, que parece ser a candidata da emissora se houver uma eleição indireta no Congresso. Ela pode ser uma das “soluções” da Globo. Ou Henrique Meirelles, que ainda recentemente trabalhava… para Joesley Batista.

        Curiosamente, no Jornal Nacional da sexta-feira a Globo “escondeu” as denúncias de Joesley Batista contra Lula e Dilma no meio do telejornal e, no dia anterior, deu ampla cobertura às manifestações de centrais sindicais e movimentos populares contra Temer. Ou seja, desta vez a Globo estimula as ruas contra o governo a partir de seus próprios interesses: desembarcar do golpe para sobreviver ao desastre Temer? Direcionar a sucessão? Governar com a PGR, Moro e o STF? Preservar-se de investigações? Tudo junto e misturado.

        Sobre o muro, o PSDB foi pego em flagrante delito. A conversa de Aécio Neves com Joesley Batista deu mais um indício da existência de um acordão dissimulado, na linha da “profecia” feita por Romero Jucá, “com todo mundo”, para “estancar a sangria”. Por enquanto, os tucanos fecham com a Folha e o Estadão.

        E o PT nessa? É significativo que João Doria, o mais popular dos tucanos neste momento, tenha dito que Lula deve sair candidato em 2018 — para ser derrotado. Mesmo que isso acontecer, Lula certamente terá uma votação significativa no primeiro turno, o PT formará uma bancada razoável no Congresso e tem até chance de eleger algum governador.
        É plausível que um acordão genérico tenha unido PMDB, PSDB e PT.

        O certo é que segue a guerra intestina das elites.

        O Estadão acaba de denunciar que o ex-braço direito de Rodrigo Janot, Marcelo Miller, migrou do MPF para o escritório que tratou da delação premiada de Joesley Batista na véspera da conversa gravada entre o dono da JBS e Michel Temer.
        Por outro lado, O Globo destaca, em comentário de seu porta-voz Merval Pereira:

        Não há a menor possibilidade de se convocar uma eleição direta para o caso de substituição do presidente Michel Temer, a não ser que se quebrem todos os prazos regimentais de tramitação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), o que caracterizaria um golpe parlamentar. Nesta terça-feira chegará à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, depois de tramitar por um ano, uma proposta de emenda constitucional (PEC) do deputado Miro Teixeira, que altera o artigo 81 da Constituição, prevendo eleições diretas no caso de vacância da Presidência da República, exceto nos seis últimos meses do mandato. A partir da aprovação na CCJ, o que não é certo, ela vai para uma Comissão Especial que tem que debater o tema por 40 sessões. Se tudo correr bem, sem obstruções durante a tramitação, ela estará aprovada lá pelo final de novembro. Até lá, a substituição do presidente Michel Temer terá que ser feita necessariamente por eleição indireta, como determina a Constituição Federal. O único caso em que seria possível convocar eleições diretas imediatamente seria o presidente Temer encurtar seu mandato por decisão própria, como fizeram os ex-presidentes Dutra e Sarney.

        Ou seja, a Globo quer indiretas já depois de Temer ser cassado pelo TSE. Folha e Estadão militam pela permanência de Temer.

        O que ainda une os barões da mídia é a oposição a uma eleição direta agora, que poderia alçar ao poder um projeto ou candidato que não os represente.

        PS do Viomundo: Resposta do MPF à manchete do Gilmar… digo do Estadão:

        Acerca de notícias veiculadas pela imprensa na manhã deste sábado, 20 de maio, a Procuradoria-Geral da República esclarece que o ex-procurador da República e hoje advogado Marcelo Miller não participou das negociações do acordo de colaboração premiada dos executivos do grupo J&F. 

Cabe lembrar que a colaboração premiada é celebrada entre Ministério Público e pessoas físicas acerca de condutas tipificadas no Código Penal. Já o acordo de leniência é celebrado com pessoas jurídicas (empresas), refere-se a infrações de natureza cível contra a ordem econômica é de atribuição de procuradores da República que atuam em primeiro grau.
         

  4. então é isso, nós estamos

    então é isso, nós estamos vendo acontecer o que se dizia à época do golpe: uma vez rasgada a CF88, tudo se tornaria permitido. lembrando que o povo é mero detalhe para essas forças que movem o mundo no Brasil. então carmem lúcia se reúne com os poderosos para…qual é mesmo o motivo? então eles optam por esse caminho (STF) porque o senhor presidente não tem força para atendê-los na sua fome? então é assim: danem-se o voto e a vontade popular. qualquer um eleito será nosso fantoche.

    e tem mais: sindicalistas se veem reforçados agora na sua mobilização pq a midia-mor golpista rifou seu presidente,ou seja, a reboque do que quer a rede golpista de mídia. ora, por mais que seja verdade, que não vocalizem essa aberração: a de que seus passos são ou avançados ou retardados segundo as forças da direita, do capital. honestamente, o sindicalismo já foi mais legítimo, há cem anos, quando era nítida a fronteira capital e trabalho. trabalho de base, de formação política efetivo, que é o que faria a diferença, nenhum. (o levantamento feito pela Fundação Perseu Abramo/Percepções e valores políticos nas periferias de SP sobre jovens de periferia é estarrecedor e nos leva a concluir que a escola pública é zero, que a família desses assalariados só querem é usar black tie.) quanta desgraça.   

  5. Golpe Hydra de Lerna – II

    Os atores: Globo, “Mercado”, STF (Gilmar X minoria?), PGR, Lava Jato/Moro (tem racha aí tbm entre PGR e LJ?*), Forças políticas golpistas (PSDB, PMDB X Racha – PPS, PSB, Solidariedade, etc.) Forças progessistas (movimentos sociais e políticos).

    STF (Gilmar e cia.) X Fachin, Carmen Lúcia(?), Marco Aurélio;

    Globo X Forças políticas golpistas (PSDB, PMDB).

    Pergunto: como o “empresariado” vai se apoiar no STF? Qual STF?

    Outra questão: querer enfiar as reformas goela abaixo? Qual Congresso aprovaria (forças políticas rachadas, em frangalhos e em guerra com a Globo – todos já foram bajulados e golpeados (“traídos”) por ela, vão querer se desgastarem mais com a população)? Seria suicídio e o caos.

    Prender Lula com Temer na presidência tumultua ainda mais. Tirando Temer quem assume? E nesse caos prender o Lula?

    Caos, caos, caos. Que país é este?

    *Vide Cliping Banana Republic do F. Brito

    Comentário RPV: enquanto o amador juiz agia policamente para proteger o Governo Temer, acreditando estar atuando em consonância com o “comando golpista”, a PGR preparava a “cama de gato” para derrubar o Governo. E assim, ao impedir as perguntas de Cunha e ir a Brasília cumprimentar alegremente Termer, o juiz de primeiro grau escancarava sua ingênua parcialidade.

    Isso sem contar os sorrisos ao lado do “todo mundo sabe dos esquemas do Aécio”.

    Como um “juiz herói” se expõe dessa maneira? Ou ainda como um comando unido expõe seu herói(?) ao ridículo?

    Como diria o professor Wanderley o único caminho para derrotar o golpe é a traição entre os golpistas.

  6. Quem comanda o golpe é o

    Quem comanda o golpe é o grande capital e grandes corporações, inclusa aí a mídia, ou seja, o comando não mudou, mas alguns peões vão ficando pelo caminho. Nesse sentido, o justiceiro de Curitiba ficou com uma única carta na mão, a prisão ou o impedimento de Lula, se usá-la sabe que estará fora do jogo. A questão é saber se o tecido social resiste a tantos golpes. 

  7. A nova presidenta

    Por mais absurdo que seja, me parece que a melhor saída seria a Carmen, com aquele cabelo”LINDO”, fofo!

    Por uma simples razão: nenhuma reforma avançaria, não iria ocorrer nada, dando tempo para que as fichas acabem de cair na cabeça do povo e da burguesia.

     

     

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