Quem deve ser malhado nesta Aleluia, por Rui Daher

Quem deve ser malhado nesta Aleluia

por Rui Daher

Primeiramente, eu! Que, segundo alguns, só dou trabalho aos mais próximos e outros a quem massacro com textos inexpressivos.

Deve ser merecido. Já usei este dia de ódio e desabafo, pelo menos até o ano de 2015. Rumava para o bairro do Glicério, em São Paulo, ali pertinho do Mercado Central, e que levaria meu consumo alimentar até os restaurantes da Liberdade, rincão que se considerava japonês, mas que com os ganhos de então, me fazia passar antes pela Igreja dos Enforcados brasileiros.

Tal simbologia me aproximou da literatura, reunida no livro de crônicas “Dominó de Botequim” (Edição do Autor, 2016, 20% encalhados para doações ou deixados como herança para, mais tarde, meus filhos queimarem).

Até hoje insisto em textos semanalmente expostos no GGN e no sitede CartaCapital (eu, fraquinho para estar na versão impressa – mais uma merecida malhação).

Talvez nem tão fraco assim. Passei quase um mês pesquisando e escrevendo uma matéria para o site de CC, que foi publicado na Sexta-Feira Santa sobre o profético cineasta Glauber Rocha, e o filme “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”.

Agradeço a Thaís Reis Oliveira, editora da Carta Online e sua equipe pela rápida publicação e em data tão adequada ao filme e seu diretor. Nem tudo o que se escreve é bem recebido nas plataformas digitais.

Se os leitores de, no máximo, aquelas duas linhas que sustentam opiniões que outrora precisavam de extensa bibliografia para se tornarem proficientes, espero terem paciência com o link abaixo:

https://www.cartacapital.com.br/opiniao/a-profecia-de-glauber-rocha/

Caso contrário, gargalho, saibam do maior cineasta brasileiro pelo livro “Glauber Rocha, Cartas ao Mundo” (organizado por Ivana Bentes, 794 páginas, para a Editora Cia. das Letras, 1997). Mole, né?

Mas, voltando ao Sábado de Aleluia e à farreada malhação de Judas, com todo o respeito ao suposto traidor do Filho de Deus, quem deveria ser espancado até que seus miolos fossem expostos nos moldes dos piores massacres dos blockbusters do cinema atual, dignos da fúria que já exerci com violência cangaceira, estão nesta lista:

Todos aqueles que, após três meses do governo, pinçam adversativos para esquecer a maldição messiânica do “Capitão Doutrora”;
Os que não perceberam a visibilidade positiva que adquiriu o País, apenas com a proeminência de Lula em seu retorno;
A inexplicável sanha do jornal Folha de São Paulo contra Lula. Não entenderam ainda que, depois do sucesso da jogada contra Collor, não será assim que aumentarão a tiragem? “Hay Gobierno, Soy Contra” (risos imbecis de Sérgio D’Avila);
Quem “matou” Jânio de Freitas, Marcelo Coelho, Marilene Felinto, Gregório Duvivier” e fez “renascer” Demétrio Magnoli, Igor Gielow, Tati-Bitati, Samuel Pessoa;
Bolsominions ainda resistentes depois de perseguições à democracia, massacres identitários, sanitários com as vacinas, armamentos que fizeram subir todos os índices de violência no Brasil, incentivo ao oito de janeiro, corrupção com rachadinhas e joias sauditas;
Quem não prestigia a leitura de livros;
Quem não entendeu, ou não leu meu ensaio em CC sobre a profecia “O Dragão da Maldade Contra o Sangue Guerreiro”, de Glauber Rocha, com cenas fundamentais do filme e entrevista com Martin Scorsese;
Quem não defende com vigor e diariamente a preservação ambiental. Ricardo Salles malhado na forma de uma boiada passando pelo seu ânus (ói eu, voltando ao velho estilo; vá lá, agora mais calmo, é permitido passar em seu rabo banha bovina);
Eu, às vezes ateu, às vezes agnóstico, por amor e crença no homem Bergoglio, me entrego e desejo Feliz Páscoa a todos leitores do GGN, sugerindo que entrem no Catarse, como eu já fiz, e ajudem a termos um local de refúgio que nos proteja da mediocridade em folhas e telas cotidianas da Federação de Corporações, quando vistas da lupa e não assim do alto, autorais minhas ou adaptadas;
Para não entrarem nesta lista de malhação, não deem Ovos de Páscoa que não contenham em seu interior um sistema capitalista social e democrático, diferente daquele que, mesmo advertidos, fizeram vocês acolher um Messias fake.

Pau neles!

E com vocês: Meu amor, Wilson das Neves, Chico Buarque e Emicida.

Rui Daher – administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

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