O forró depois de Antônio Barros

Camila Bezerra
Jornalista

São dele, em parceria com a esposa Cecéu, alguns dos maiores sucessos da música brasileira, como “É Proibido Cochilar” e “Procurando Tu”

Crédito: Reprodução/ Instagram

Morreu, no último domingo (6), o cantor e compositor paraibano Antônio Barros, que sofria de mal de Parkinson.

São dele, em parceria com a esposa Mary Maciel Ribeiro, mais conhecida como Cecéu, alguns dos maiores sucessos da música brasileira, como “É Proibido Cochilar”, “Procurando Tu”, “Bate Coração” e “Homem com H”.

Nascido em Queimadas, Barros teve o primeiro contato com a música na infância e aprendeu a tocar violão e pandeiro com parentes. 

Já a carreira artística foi iniciada no Rio de Janeiro, tocando pandeiro em emissoras de rádio ainda na juventude. Foi em uma delas onde conheceu Jackson do Pandeiro, com quem começou a gravar e compor canções, mais tarde conhecidas nas vozes de ícones da música brasileira, como Luiz Gonzaga, Genival Lacerda, Ney Matogrosso e Elba Ramalho.

Mas a grande parceira de composição e de vida foi a esposa Cecéu, com quem estava casado desde 1970. “Ficamos sete meses nos conhecendo, entre idas e vindas, até que eu propus: ‘Vamos formar uma dupla’. E ali nasceu tudo”, disse Antônio Barros em entrevista ao G1.

“Acho que quase todo mundo da música nordestina, regional, e também da MPB, bebeu dessa fonte. Foi uma coisa vitoriosa, porque tiramos esse rótulo. Não existe música nordestina, existe música. Música é universal”, disse Cecéu, também em entrevista.

Em 2021, a Assembleia Legislativa da Paraíba concedeu à dupla o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Estado, por meio de uma lei proposta pela deputada Estela Bezerra (PT). 

De acordo com dados do Ecad, as músicas mais regravadas do casal são:

  1. Procurando tu
  2. É proibido cochilar
  3. Oia eu aqui de novo
  4. Sou o estopim
  5. Homem com h
  6. Brincadeira na fogueira
  7. Naquele são João
  8. Vamos lá pra ver
  9. É madrugada e Mulher comprometida
  10. Já faz tempo não lhe vejo

Segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), Antônio Barros deixou 335 obras musicais e 221 gravações cadastradas em seu nome.

Repercussão

Desde domingo, diversos artistas manifestaram pesar pela passagem de Antônio Barros. 

Elba Ramalho agradeceu os forrós compostos por ele. “A música brasileira perde muito no dia hoje. Lá se foi o nosso mestre do forró, Antônio Barros.. Homem forte, obra consistente e verdadeira ao retratar nossos costumes, nossos rítmos e nosso jeitinho nordestino de ser e viver!”, escreveu em um post no Instagram.

“Vai deixar uma grande lacuna na cultura popular, porque a gente pergunta: qual é o maior sucesso de Antônio Barros? Não! A pergunta certa é: quais são os maiores sucessos dele?”, afirmou Santanna, intérprete da música Madrugada.

O cantor e sanfoneiro Flávio José lamentou a morte de Barros. “Para mim, Antônio Barros é o maior compositor da história da música nordestina. Sou muito grato a ele, pois no início da minha carreira ele me deu muitas orientações e liberou muitas músicas para que eu gravasse”, disse o músico.

*Com informações do G1, Brasil de Fato, Agência Brasil e CNN.

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