A orgia da morte (1964)

Este filme é um verdadeiro clássico dirigido por Roger Corman. Interpretado por Vincent Price, o odioso príncipe Prospero se encerra em seu castelo ao saber que a praga chegou à região. Ele desdenha os aldeões que querem entrar e tiraniza os membros de sua corte. Todos se submetem aos seus abusos, pois querem desfrutar a segurança do castelo e acreditam que o príncipe fez um pacto com o demônio para se tornar imortal. Mas então algo ocorre. Prospero é visitado pela morte e a praga se espalha no recinto, produzindo terror entre os convivas.

A orgia da morte (1964) é um excelente filme de terror, mas também pode ser considerado uma metáfora de todos os regimes políticos fechados e brutais. Aqueles que se ligam à um tirano e instrumentalizam uma tirania como a de Prospero esperam desfrutar sucesso, riqueza e segurança. Raramente eles ignoram o fato de que são prisioneiros de algo ou de alguém que deliberadamente espalha terror, fome e morte através da exclusão. Quando o tirano ou o regime tirânico morre ou é morto seus esbirros inevitavelmente tem que pagar o preço de terem se apartado dos demais.

O infortúnio que assola os membros da corte do príncipe Prospero no filme é um poderoso símbolo do que ocorreu com os líderes fascistas e nazistas assim que a Itália e a Alemanha foram derrotadas. Os policiais federais, promotores e juízes que instrumentalizam o regime de exceção comandado pelo usurpador Michel Temer deveriam prestar atenção ao filme comentado. Afinal, em algum momento do futuro eles também terão que arcar com as consequências de seus atos.

Como os aldeões do filme, os brasileiros também irão lembrar que os policiais, promotores e juízes se isolaram voluntariamente ao lado do usurpador instrumentalizando seu regime de opressão autorizando a invasão e invadindo universidades públicas, humilhando, torturando e até matando reitores. Se eles mesmos não forem pessoalmente punidos, as instituições em que eles atuam (a PF, o MP e o Judiciário) é que pagarão um preço caro pelos abusos que foram, são e serão cometidos.

Apreciem o filme:  https://www.youtube.com/watch?v=sIYxMq-NcMI

 

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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