
Economia Solidária: uma alternativa justa, sustentável e inclusiva
por Adílsom Aparecido Ferreira, Carmen Caballeria Ferreira e Tereza Arrais
Em um mundo cada vez mais marcado pela busca incessante pelo lucro e pela acumulação de capital, a Economia Solidária surge como um contraponto, oferecendo um modelo alternativo de produção, consumo e distribuição de riqueza que prioriza a valorização humana, a cooperação e a justiça social.
Essa proposta inovadora busca responder aos desafios socioeconômicos contemporâneos, como o desemprego, as crises econômicas e a desigualdade social. Inspirada nos ideais de Paul Singer, a Economia Solidária visa empoderar comunidades, especialmente as mais vulneráveis, por meio de práticas autônomas e coletivas.
A autogestão, a democracia, a solidariedade, a cooperação, o respeito à natureza, o comércio justo e o consumo consciente são os pilares que sustentam esse modelo. A autogestão, defendida por Singer, garante que as iniciativas sejam geridas pelos próprios membros, sem a interferência de hierarquias externas. A democracia assegura a participação ativa de todos nas decisões e atividades, enquanto a solidariedade e a cooperação estimulam a partilha de recursos e benefícios. O respeito à natureza se traduz na busca por práticas sustentáveis, e o comércio justo garante a equidade nas relações comerciais. O consumo consciente, por sua vez, incentiva a escolha de produtos e serviços que estejam alinhados com os princípios da Economia Solidária.
Diversas iniciativas demonstram na prática o potencial transformador da Economia Solidária. A Agência Sociedade Alternativa, atuando como um Banco Comunitário na Viela da Paz, em São Paulo, promove a autonomia financeira da população local por meio do Fundo Rotativo Solidário, que oferece empréstimos com juros reduzidos. Já a Rede Pontinhos de Economia Solidária busca fortalecer organizações da sociedade civil e coletivos locais, visando a transformação social e a criação de políticas públicas que promovam a inclusão social e a justiça econômica.
Cooperativas de reciclagem, grupos de agricultura familiar, empresas de crédito e coletivos ecológicos também ilustram a diversidade e o potencial da Economia Solidária. No entanto, esse modelo ainda enfrenta desafios como a estruturação da comercialização, a necessidade de políticas públicas de apoio e o acesso à contribuição técnico-científica.
Apesar dos obstáculos, a Economia Solidária se consolida como uma alternativa promissora para um desenvolvimento mais justo e sustentável. Ao promover a cooperação, a justiça social e o respeito ao meio ambiente, oferece uma proposta concreta para superar as desigualdades do sistema econômico tradicional. Para que essa proposta se expanda e se consolide, é essencial o apoio governamental, a estruturação adequada e a adesão da sociedade civil a essa nova forma de pensar e fazer economia.
Adílsom Aparecido Ferreira, Geógrafo
Carmen Caballeria Ferreira, Assistente Social
Tereza Arrais, Pós Graduada em Urbanismo Social
Colaboradores da Associação Civil Sociedade Alternativa e da Rede BrCidades
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