Giannetti critica ‘reação exagerada’ do mercado financeiro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Embora indicadores fiscais preocupem, economista critica omissão do mercado financeiro quando se fala no custo fiscal da alta dos juros

Foto de Yashowardhan Singh na Unsplash

A recente corrida especulativa vista no mercado financeiro foi criticada até mesmo pelo economista Eduardo Giannetti, que considera “uma reação exagerada” a movimentação vista por conta dos números da economia.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Giannetti afirma que os números fiscais do Brasil podem até preocupar, mas não são calamitosos e o país não está à beira de um precipício fiscal.

O mesmo pode ser dito quando se trata da economia real: o PIB (Produto Interno Bruto) nacional cresceu 3,5%, ficando acima das expectativas traçadas no começo do ano (que chegavam a 1,5%); o mercado de trabalho criou três milhões de empregos, sendo metade disso no mercado formal; e as contas externas seguem equilibradas.

“Agentes poderosos do mercado financeiro adoram volatilidade, porque é dessa forma que ganham dinheiro. Os indicadores fiscais brasileiros, embora preocupantes, não são calamitosos”, lembra o economista.

Tal declaração é feita após uma onda de pânico vista na Faria Lima na última semana, seja com os dados fiscais ou por conta das fake news envolvendo o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. A cotação do dólar chegou a atingir R$ 6,30.

O economista também expressa sua “estranheza” com o tamanho da influência do mercado financeiro na formação das expectativas e no debate público, o que acaba deixando os movimentos de oscilação ainda mais exacerbados.

“O mercado financeiro é extremamente exigente quando se trata de pedir cortes de gasto primário, mas ele é completamente omisso quando se trata de trazer à tona o custo fiscal de um aumento extravagante de juros como esse que nós estamos vivendo no Brasil”, diz.

Partindo desse pressuposto, Giannetti lembra que o país gasta em torno de 7% do PIB apenas com juros, e “nenhum país sustenta e aguenta por muito tempo uma conta dessa”, sem contar o impacto “altamente regressivo” na distribuição de renda.

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