
Ao mesmo tempo em que anuncia a recuperação em V da economia, o Ministro Paulo Guedes, da Economia, propõe uma prorrogação da flexibilização da legislação trabalhista, permitindo acordos de redução salarial. Sendo provisórios, entende-se a lógica dos acordos.
Aliás, no mesmo anúncio Guedes ressaltou que a política de geração de empregos do Brasil recebeu reconhecimento internacional, premiações, em um caso claro de delírio de derrotados.
De fato, a questão da fome e do desemprego serão temas centrais nos próximos meses.
Ontem saíram os indicadores da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios referente ao período setembro-novembro de 2020.
Comparando com agosto-outubro, houve uma melhora irrelevante nos indicadores. A População Fora da Força de Trabalho diminuiu 780 mil – pessoas que saíram à procura de emprego. No período, a Força de Trabalho aumentou 1,24 milhão de pessoas. A população ocupada aumentou 1,3 milhão. Com isso, a população desocupada diminuiu apenas 38 mil pessoas – obviamente em cima de salários deprimidos.
Quando se compara com 12 meses atrás, o quadro é desolador.
A PEA aumentou 4,6 milhões de pessoas. Ou seja, paa manter o mesmo percentual de emprego, a economia deveria ter gerado 4,6 milhões a mais de empregos. Em vez disso, houve uma queda de 8,8 milhões na população ocupada; um aumento de 2,2 milhões na população desocupada. E um aumento de 13,5 milhões entre Desocupados e Fora da Força de Trabalho.
Nesse período, todos os setores da economia registraram quedas no emprego. Dos 8,8 milhões que perderam emprego, 1 milhão foi na Construção; 1,9 milhão em comércio, reparação de veículos; 1,5 milhão em serviço doméstico. A única alta, de 60 mil pessoas, ocorreu na Administração Pública, provavelmente em função das demandas geradas pela pandemia.

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