Os desafios da política econômica de Dilma

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Vamos por partes.

A indicação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda é politicamente relevante por permitir baixar a poeira do mercado, aplacar o nervosismo em um momento politicamente delicado – quando está em andamento o terceiro turno das eleições.

É relevante também por permitir uma freada de arrumação preliminar nas contas públicas. É um passo inicial, mas que não rompe com a armadilha financista dos últimos vinte anos. Se se ficar só nisso, serão mais quatro anos empurrando o país com a barriga.

***

A armadilha reside no binômio inflação-juros.

Numa ponta levanta-se permanentemente o fantasma do descontrole inflacionário. Na outra, acena-se com a alta dos juros para enfrentar o monstro. Para definir a estratégia, não há análise das causas da inflação, dos fatores pontuais em jogo, se decorrente de alta estrutural de serviços, se de especulação internacional de commodities, de choque de oferta, pouco importa: cria-se o terrorismo em cima da alta de qualquer tomate e força-se a elevação dos juros.

A cada aumento da expectativa de inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária) aumenta mais que proporcionalmente a taxa Selic, para manter (muito) positiva a taxa de juros real (diferença entre a taxa e a inflação esperada).

Em dólares, a taxa de juros real é bem maior. Exemplo: se a Selic está em 12,5 e a inflação esperada é de 6,5% ano, a taxa real em reais será de 5,6%. Mas com a Selic em 12,5% e o dólar estacionado, a taxa real em dólares será de 12,5%. Se o dólar cair para, digamos, R$ 2,30, nesse caso a taxa real será de 21% ano.

O diferencial entre juros internacionais e internos estimula os investidores a montar operações de captação de empréstimos em outras moedas (a juros negativos) para aplicar em títulos brasileiros. Essa onda promove uma apreciação do câmbio.

A enxurrada de dólares obriga o Banco Central a emitir títulos da dívida, aumentando as reservas cambiais para evitar uma sobre apreciação do câmbio ou a emissão excessiva de reais. O diferencial entre os custos da dívida brasileira e as taxas de remuneração das reservas cambiais significa um impacto fiscal adicional.

***

A armadilha não é meramente fiscal, comprometendo parcelas relevantes do orçamento. Contamina qualquer estratégia de desenvolvimento.

Para a próxima etapa de desenvolvimento, é essencial o remanejamento da poupança privada para o setor real da economia, alongando os prazos de aplicação. Há um leque de alternativas de investimento, que jamais deslancharão enquanto as taxas não convergirem para padrões internacionais.

Em relação aos setores comercializáveis – que concorrem internacionalmente – há um movimento de pinça. Numa ponta, a apreciação do real reduz a rentabilidade esperada do investimento. Na outra, a Selic elevada exige taxas de retorno muito maiores. Investir, como?

***

No primeiro governo, Dilma tentou trazer a Selic para níveis civilizados. Mas não contava com operadores de fôlego para a empreitada.

Mesmo assim, durante pouquíssimo tempo, o país soube o que é conviver com taxas de juros civilizadas. Teve início uma disputa dos grandes bancos pela oferta de crédito até a pequenas empresas; fundos de investimento correram para se adaptar aos novos tempos, de investimentos em renda variável. O país parecia pronto para o deslanche.

No primeiro soluço da inflação – provocado por alta nos preços de commodities – o Banco Central piscou e deu início a nova rodada de alta da Selic. Toda essa construção foi interrompida por falta de operadores de peso e de estratégias melhor planejadas.

***

Este será o desafio do segundo governo: montar um diganóstico correto sobre as causas da inflação, desmontar a armadilha das tarifas indexadas, separar questões pontuais, de choques de oferta, das questões estruturais – como a inflação de serviços que reflete melhoria de renda.

Se a nomeação de Joaquim Levy significar uma breve freada de arrumação para remontar a estratégia – já que ele próprio é um defensor da redução de juros – Dilma poderá partir para a guerra decisiva cercada de bons oficiais.

Caso contrário, serão mais quatro anos empurrando com a barriga.

Luis Nassif

36 Comentários

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  1. “Para a próxima etapa de

    “Para a próxima etapa de desenvolvimento, é essencial o remanejamento da poupança privada para o setor real da economia, alongando os prazos de aplicação.”

    Se pelo menos a crítica especializada esclarecida não tivesse ficado reclamando por confiança e tivesse mantido a pauta do problema dos juros altos, não teria sido mais fácil?

    Mas não. Todos voltaram suas críticas a  Guido Mantega e a sua política fiscal. Todos.

    Agora, (re)descobre-se que a culpa era dos juros altos.

    A oportunidade de ouro de direcionar a poupança privada para a economia real nós perdemos.

    Isto foi quando a inflação estava aumentando e o governo estava, irresponsavelmente, gastando mais do que arrecadava.

    Isto gera a falta de confiança no governo, desconfiança em relação a inflação e a poupança privada não teria para onde correr. É a falta da confiança que leva a poupança privada a investir na economia real, não a confiança.

    A tal confiança que o mercado pede ao governo é a confiança de que o governo vai pagar o que deve, ou seja, que o governo não vai deixar de pagar sua dívida, ou seja, a confiaça é que gera o empoçamento da poupança privada nos títulos da dívida pública.

    1. Seu comentário não faz muito

      Seu comentário não faz muito sentido, pois se predominar a desconfiança, os empresários não investem e muito menos será atraído capital externo.

      1. Ah é? E os “empresários”

        Ah é? E os “empresários” fazem o que com o dinheiro deles? Deixam aplicado onde? Quando não tem pra onde correr, aí é que se investe.

        E tem mais, se eles não investirem, e deixarem o dinheiro empoçado em títulos públicos mesmo a juros reais negativos ( o que às vezes ocorre), esta é a grande oportunidade do setor público tomar mais dinheiro emprestado no mercado e investir no lugar da iniciativa privada (o que seria ótimo para o Brasil, pois o que precisamos é de investimentos em área tipicamente do setor público, como grandes obras de infraestrutura).

        O pior cenário é exatamente o que estamos agora: o setor privado não investe, ou seja, não há demanda para a poupança privada. No entanto, o setor público oferece a demanda que o mercado não dá: oferece juros altos para o mercado e aumenta seu endividamento.

        É absolutamente ridículo.

        1. Sem eficiência do governo a iniciat. priv. continua essencial

          Companheiro, não sei qual é a sua atividade profissional, mas 100 de investimento público correspondem a 30 de investimento privado. E nem estou falando de corrupção. Isso é um fenômeno mundial, mas aqui no Brasil atingiu proporções gigantescas. Enquanto os “desenvolvimentistas” não perceberem isso, não há solução que possa funcionar sem o setor privado.

          PS: Estou falando de disperdício a partir de conhecimento de um órgão de elite no Executivo Federal (que em tese é bem ajustado). Se você for para as pequenas prefeituras do Brasil, aí o disperdício é queimar dinheiro mesmo, quase literalmente. Por isso o governo não ineste nada, é porque são desvios e incompetência de todo tipo, o tempo todo. Não há carga tributária elevada que resolva…

          1. Eu estou falando dos

            Eu estou falando dos agregados da macroeconomia, onde não importa da onde venha o gasto ou investimento, 100 corresponde a 100.

            Tanto faz gastar 100 o governo ou gastar 100 o setor privado.

            Tanto faz investir 100 o governo ou investir 100 o setor privado.

            Se isto vai se traduzir em melhores ou piores obras aí é outra história.

            O fato é que o governo tem que coagir o setor privado a investir. O governo não tem dar confiança.

            E se o setor privado não investe, o governo investe.

            É o que se fez na década de 30 e funcionou.

            O que nunca funcionou foi a teoria da fadinha da confiança, onde os governos iriam cortar gastos e a economia como que por milagre voltaria a funcionar.

            Isto não existe.

            A prova do pudim já foi feita.

            A Europa está patinando até hoje.

          2. O que LC quis dizer é que,

            O que LC quis dizer é que, para investir 30, o governo gasta 100, ou seja, com grande desperdício. Não tem nada a ver com fazer melhores ou piores obras. Quanto à confiança, sinto dizer que você está redondamente enganado. Nenhum governo consegue coagir empresários a investir. Se não houver confiança, o empresário não investe só porque os juros estão baixos.. Na pior das hipóteses, investe em outro país. Se você ganhasse 50 milhões para montar uma empresa fora do Brasil, você o faria em qual país:

            a. Argentina

            b. Venezuela

            c. Estados Unidos

            Se escolheu um dos dois primeiros, é sinal de que tem pouco juízo ou é amigo do rei local.

  2. Posso cravar que vão ser mais

    Posso cravar que vão ser mais 4 anos empurrando com a barriga. Nada me leva a crer que exista uma estratégia de longo prazo que nos permita sair desse impasse no câmbio.

  3. Investir com Lupa

    É preciso repensar algumas prioridades de investimento. Ajustar a economia para que o desenvolvimentismo permaneça, de preferência livre do financismo total. É preciso, ainda, uma série de medidas políticas e econômicas que pensem o suporte às multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média. Refiro-me à Classe C. É preciso informar melhor, proporcionar melhor acesso à saúde e a educação e aliviar o peso dos impostos sobre essa parcela da população. A série de textos abaixo reflete sobre esses temas:

     

    Informação Independente:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html

     

    Saúde:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html

     

    Educação:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR4.html

     

    Introdução:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR.html

  4.         Para mim o pior deste

            Para mim o pior deste tipo de politica é a destruição de nossa industria, qua não consegue competir com este jogo ou pior tenta-se aventuras no mercado financeiro.

           Se realmente ocorrer aumento de juros, sem justificativa, teremos mais 4 anos de ciranda…

  5. Ao analisar melhor o seu 

    Ao analisar melhor o seu  primeiro governo e as obras que foram concluídas e as que serão concluídas em vários Estados.

    Analisando melhor os déficits que serão computados neste exercício, déficits estes provocados por uma boa causa, isto é: lastreados em obras e em infelizmente juros da dívida, também.

    O Caminho a ser trilhado para o próximo exercício será um aperto, conforme anunciado, creio que para o semestre.

    No entanto, o economista Barbosa daria conta do recado, isto é: não precisava gerar confusão política, pois temos sérios economistas não neoliberais para executar o programa.

    As Reservas que foram acumuladas, isto é: poupança externa e, por esse motivo devem ser utilizadas para situações não favoráveis. Temos condições de cobrir os déficits em transação correntes com parte das Reservas, pois temos o suficiente para zerar a conta externa sem prejudicar nossas reservas, ou seja nossa Poupança Externa.

    Desta forma não precisamos subir o juros para arrecadar capital externo, creio que isso já daria um alívio para o começo do ano, minimizava a conta externa para 2015, pois o capital que retorna é superior ao que entra e ajudaria um ajuste fiscal, pois todos sabem que o juro detona o orçamento do Governo, isto é: aumenta o déficits fiscal de toda maneira.

    E novamente a questão é exportar, isto é: o Pré sal é a salvação para o Brasil reduzir os juros à níveis civilizados.

    Os ataques à Petrobras é na verdade briga por mais juros, pois o Brasil em breve será um exportador de petróleo e seus derivados, sem dizer o razoável nível de preço que praticará no mercado interno, ou seja: não vai pressionar a inflação, melhor: os Juros não terão motivos para controle de inflação e nem para captar recursos para fechar a conta externa.

    Isso tem um impacto enorme no orçamento do Barbosa, isto é: O Brasil não será mais colônia.

    Mais que nunca temos que apoiar a consolidação da Democracia e a existência de um País para todos.

    1. Meu caro.
      Vc ficou malucoo???

      Meu caro.

      Vc ficou malucoo??? Ataques a Petrobras??? Quais ataques???

      Aquele que um simples gerente de projetos fez acordo para devolver 250 milhoes de reais. Vc deve viver em outro mundo. A maior empresa atolada em corrupção e tem gente culpando a midia ou interresses pelas denuncias. É muita inocencia ou desonestidade mesmo.

      1. Prezado
        Quanto à corrupção,

        Prezado

        Quanto à corrupção, não temos dúvidas, no entanto, os autores dessas mazelas não estão emergindo com clareza.

        Não reconhecer o Lobby para privatizar a Estatal por estes agentes, cabe-me devolver a desonestidade para você.

         

        1. Meu caro.
          Acredito que não se

          Meu caro.

          Acredito que não se trata de Lobby para privatizar a empresa, mas lhe digo que seria muito melhor para o país que fosse privatizada. O governo não consegue fazer projetos e executar nem redes de esgoto para atender aos cidadaos e entrega a Petrobrás a um bando de politicos que utilizam a empresa para enriquecer e perpétuar no poder. Muito melhor uma empresa privada, enxuta, que pague 34% ou mais de impostos e cresça investindo no país do que uma estatal que serve à alguns.  Esta estória de o PETROLEO É NOSSO…… é uma enganação. O que vale é que da forma como está. O  petroleo é de uma minoria que assalta nossos bolsos diariamente.

          1. O reflexo da Privatização do

            O reflexo da Privatização do Petroleira Argentina.

            [video:https://www.youtube.com/watch?v=uvQnrsTHjbc%5D

            [video:https://www.youtube.com/watch?v=DyOWvxMfxCQ%5D

            Privatizar é aumento constante de preços e juros altos para controle de inflação por causa dos aumentos dos derivados de petróleo. Percebam, ganham nas duas pontas.

            Não sou contra a privatização em algumas áreas, a indignação com a privatização tucana é por causa da roubalheira.

            No entanto, privatizar a pretoleira é crime, sem dizer os recursos garantido para área de educação e saúde.

             

             

             

          2. Meu caro, no Canadá, o

            Meu caro, no Canadá, o governo trabalha com petróleo a US 30/barril  durante esse ano. Nos EUA falam disso também.

            Óleo nesse preço vai empurrar o mundo prá uma nova rodada de crescimento, da qual provavelmente ficaremos de fora devido ao preço da extração do pre-sal. Nada do que produzirmos vai ser exportado por falta de competitividade.

          3.  
            Fala, JK!
            Você ignorou o

             

            Fala, JK!

            Você ignorou o cambio, pois influenciará no custo, ou seja: favorecendo a Petrobras.

            Caso precise, a Estatal praticará estratégia com preço, isto é:  a combinação de preço/ volume de produção / volume de venda  – são variáveis para se obter o lucro desejado, ou seja: indiferente dos custos a empresa poderá praticar um preço para alcançar o lucro desejado,isto é: pratica o mesmo preço do concorrente – caso ela queira, terá que ter bom volume de produção e um comercial, é caso da Petrobras.

            Somente com a volta desse crescimento que vc cita, a China e a Índia  mudará o cenário e, os tigres asiáticos segue alinhado, isto é,o próprio crescimento que vc cita  dará cabo para os preços aumentarem.

            Você esqueceu da Ásia.

            Terá mais demanda do que oferta, e o mercado financeiro não vacila.

             

          4. Imagine o que aconteceria com

            Imagine o que aconteceria com este mercado, isto é: preço de combustíveis altos, inflação, altas remessas de lucros, juros altos.

            A Petrobras é estratégica para o país, corrupção deve ser investigada.

            Não podemos confundir a Petrobras com a corrupção, pois a corrupção surge através da política.

            A causa está na política, isto é: que se punam os políticos e os envolvidos, mas não a Petrobras.

            O neoliberalismo neste continente foi uma farsa.

            [video:https://www.youtube.com/watch?v=rg71cmpF5FQ%5D

             

          5. Privatizar a Petrobras não seria de todo ruim, mas…

            Privatizar a Petrobras não seria de todo ruim, mas deveriam ser respeitadas algumas diretrizes que o sr. FHC não respeitou: vender a um preço justo, para não prejudicar o erário público. E fortalecer a ANP para impedir que empresas estrangeiras lucrem ou ganhem mais com o nosso petróleo do que o nosso próprio povo.

      2. Resposta (Petrobras)

        Prezado,

        não se trata de um “simples gerente de projetos”, mas do gerente executivo da Engenharia, responsável por contratar bilhões de reais anualmente.

        E a Petrobras não deixou de lucrar mais de 20 bilhões de reais anuais nos últimos 6 anos. 

  6. Dilma é financista

    Nassif:

    Não acho que a Presidenta pretende dar uma freada de arrumação para depois soltar a corrente do desenvolvimento. Dilma é financista e não acha uma armadilha sustentar esta equivocada política de juros+inflação+superávit, cujo resultado é o atual. Do contrário, não nomearia o setor financeiro para cuidar do dinheiro. 

    Infelizmente, o Brasil hoje é governado pelo dólar organizado. E os efeitos, econômicos e sociais, serão sentidos jajá, com consequencias muito graves. Mas talvez daí aja, enfim, espaço para que surja uma alternativa real a esta situação.

  7. Nassif, não acho que o

    Nassif, não acho que o fracasso da Dilma em enfrentar a armadilha dos juros tenha se dado apenas por não contar com auxiliares “não muito competentes”. Voce esqueceu de tocar na questão da comunicação. Na época do Lula, quando ele enfrentou a crise de 2008 e venceu, os ministros eram os mesmos, Mantega e se não me engano até um pior que o Tombini, o Meireles

    Qual a diferença? Comunicação. Tenho para mim que o momento que simbolizou a mudança dos mares tranquillos em que navegava o governo Dilma, para a tormenta, foi o episódio do colar (ridículo) de tomates da Ana Maria Braga.

    Ali o terrorismo da volta da inflação saiu das discussões técnica de uma Mirian Leitão e atingiu as donas de casa em cheio, de todas as classes. Dilma deveria ter ido a TV. Se ela foi no começo do governo, para fazer omeletes, agora não poderia deixar a dona de casa sem resposta. Tinha que ir em rede nacional, explicar o que estava acontecendo, uma questão de safra, e tranquilizar o povo. Não o e fêz, sabe-se lá porque, e começou aí seu inferno astral.

    1. A principal comunicação da

      A principal comunicação da política econômica cabe ao Ministro. No período de 2008-2010, o grande estrategista do governo foi o Nelson Barbosa. E tinha-se na presidência o comunicador mor, Lula. 

    2. Concordo Juliano, mas vejo o

      Concordo Juliano, mas vejo o episódio do tomate como um evento a mais – talvez o mais grosseiro de todos, sem dúvida – de uma estratégia eleitoral que começou bem antes. Desde a queda dos juros que jogou os ganhos de renda fixa lá pra baixo, da histeria sobre o apagão, etc, tudo fazia parte de um aprendizado por parte da oposição de que se a economia vai bem o cenário eleitoral é de continuidade.  Ou seja, a propaganda de terrorismo econômico foi claramente orientada; com lances grosseiros, até.

      … E, complementando, este aprendizado já está consolidado. Não tenho dúvidas, portanto, de que não vai haver trégua. Vão disputar cada palmo. Tudo isso com o governo e os partidos, sobretudo o pt, olhando; imobilizados sob o peso da retórica da “radicalização”, do “bolivarianismo”, etc.

    3. Inflação entre 5,5% e 6,5% foi a grande obra do governo Dilma

       

      Juliano Santos (segunda-feira, 01/12/2014 às 11:14),

      Penso que Luis Nassif deu uma esfriada na cabeça e fez um post mais consequente. Na semana passada havia uns seis posts entre os dez que compõem a relação “As mais lidas da semana” que diziam respeito ao impeachment de Dilma Rousseff articulado pelo ministro Gilmar Ferreira Mendes e o Ministro José Antonio Dias Toffoli. Parecia que o blog do Luis Nassif estava sendo pautado pelo Lobão (O músico)

      Lendo seu comentário eu voltei ao texto de Luis Nassif para ver onde fora que ele se referiu aos “auxiliares “não muito competentes”” da presidenta Dilma Rousseff. A minha curiosidade decorreu de não ter lembrado de ter lido aqueles rompantes críticos de Luis Nassif em relação a equipe do governo de Dilma Rousseff e que repousam apenas na autoridade dele. Você, entretanto, está certo. É, havia algo parecido ao que você disse na frase de Luis Nassif que transcrevo a seguir:

      “No primeiro governo, Dilma tentou trazer a Selic para níveis civilizados. Mas não contava com operadores de fôlego para a empreitada”.

      É uma crítica que repousa na autoridade, mas é um pouco mais leve que o que ele disse praticamente durante todo o governo de Dilma Rousseff em especial em relação a Guido Mantega e Arno Augustin. Além disso, eu havia acabado de ler o post “As boas e más notícias sobre os novos Ministros” de sábado, 22/11/2014 às 08:58, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele, e havia lido o comentário muito bom que ele enviou sábado, 22/11/2014 às 11:08, para junto do seu comentário enviado sábado, 22/11/2014 às 11:01. O endereço do post “As boas e más notícias sobre os novos Ministros” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/as-boas-e-mas-noticias-sobre-os-novos-ministros

      E pela qualidade e quantidade de informação pertinente aqui reproduzo a seguir os dois comentários, o seu e o dele. Reproduzo primeiro o seu comentário:

      “Uma curiosidade sobre algo que voce disse “en passant” (é assim que se escreve?), meu caro Nassif. Ela analisou o golpe planejado em quatro mãos pela nova dupla do Supremo, o Tofolli e o Gilmar? E qual foi a conclusão?

      Outra dúvida minha é sobre se voce já parou para pensar que esse estilo Dilma, centralizadora, não pode ter a ver também com o fato do PT estar muito mal de quadros? Tiraram os melhores de circulação, e agora o unico que parece ser um político de mão cheia é o Jaques Wagner. Mas me parece que pode vir um conflito de egos com o Mercadante por aí. Tomara que não.”

      E agora a resposta dele que não demorou 7 minutos para ser escrita e, mesmo desconsiderando o tempo exíguo, foi muito bem escrita. Disse então lá Luis Nassif:

      “Juliano

      vou escrever sobre isso.

      O problema é que Dilma não fez carreira política. É no transcurso da carreira que vai conhecendo quadros (do partido ou não), formando lealdades, ganhando confiança.

      Ela caiu de paraquedas, não quis meramente continuar Lula e teve que confiar nas suas lealdades – quadros que ela conheceu no Rio Grande do Sul, ou que teve conhecimento superficial no governo. E daí que nascem os Arnos, Gleises, Paulos Bernardos, Marias dos Rosários.

      Se tivesse conhecimento de causa, além do PT ela teria o país para selecionar quadros.”

      Muito bom o que o Luis Nassif disse e bastante coerente com o que ele pensa. De certo modo, Luis Nassif não aceita a condição de mediocridade do ser humano. Assim, ele quer em um ministério figurões de imensa grandeza. Como a vivência de Dilma Rousseff mais próxima dos poderosos se circunscreveu aos oito anos de ministra de Lula ela realmente não conseguiria atender este desiderato de Luis Nassif. E tudo ficou mais fácil para as críticas dele frutificarem pela falta de resultado da equipe econômica.

      No momento atual, vejo que a melhor situação para analisar a escolha de Dilma Rousseff é a minha. Fui ao contrário da maioria da esquerda um admirador de Antonio Palocci e da equipe econômica dele. E sou ao contrário da maioria aqui no blog de Luis Nassif um admirador de Guido Mantega. A crítica que eu fazia a Guido Mantega dizia respeito apenas a desoneração fiscal, porque eu sou sempre a favor do aumento da carga tributária. Era, entretanto, uma crítica que eu mesmo estabelecia restrições porque eu entendia que o Guido Mantega tinha muito mais competência para análise dos dados econômicos e muito mais informação sobre a economia do que eu e, portanto, teria condições de mais bem avaliar as desonerações que ele propunha.

      Agora, o que permanece nebuloso é a análise que se faz do período de Guido Mantega sem elaborar previamente uma avaliação bem precisa da razão para o PIB ter caído no terceiro trimestre de 2013. Sem que se saiba o que levou o PIB a cair após um período que indicava relançamento da economia com aumento na Formação Bruta de Capital Fixo, as análises são claudicantes e revelam desconhecimento econômico do analista ou desconsideração para com aqueles a quem vai ser repassada a informação (O leitor ou ouvinte ou telespectador), ou em respeito a analistas de boa qualidade se poderia dizar que a análise revela um assoberbamento de tarefas que impede um estudo mais pormenorizado.

      Agora o desiderato de Luis Nassif sobre inflação e juros precisaria ser mais bem esclarecido. Ele precisa dizer qual é a inflação ideal (No sentido prático e não no sentido de idealização) e qual é o juro real que ele queria que o governo estabelecesse como meta. Eu, por exemplo, considero que a inflação deve ficar entre o interesse político de se reeleger ou de eleger um candidato do governo e nesse sentido deve ser inferior a 6% e o interesse do país e nesse sentido deve ser superior a 6%. Por isso eu tenho dito que no futuro se dirá que nunca houve uma equipe econômica como a liderada por Guido Mantega. Administrar a inflação entre 5,5% e 6,5% foi o maior feito desta equipe econômica e que provavelmente nunca mais será igualado.

      Bem, aproveito para fazer referência aqui ao post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” de domingo, 30/11/2014 às 14:29, publicado aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Ion de Andrade e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-vitoria-da-politizacao-da-sociedade-e-o-proximo-governo

      No entendimento de Ion de Andrade somente um conjunto claro de medidas capazes de aproximar a sociedade brasileira do modelo de sociedade mais justo e democrático poderá dar legitimidade ao governo de esquerda. Este conjunto de medidas que ele chamou de Iniciativa Estratégica deve focar a questão do desenvolvimento local para assegurar a continuidade e aprofundamento do processo emancipatório da cidadania que vem ocorrendo nos últimos anos e consistiria em trazer a presença do Estado para além das áreas como a escola, a creche, a unidade de saúde e a delegacia de política. E para ilustrar a idéia que ele faz sobre o desenvolvimento local ele relaciona uma série de equipamentos que faltam em uma comunidade tais como:

      “Praças desportivas de primeira grandeza, piscinas públicas, bibliotecas, teatros, escolas de música, centros de convivência, praças, alamedas ou vias pedestres urbanizadas e iluminadas, associações de moradores bem instaladas, museus, espaços para festas e apresentações e até mesmo Casas de Idosos dignas ou centros de velório”.

      A Anarquista Lúcida em comentário enviado domingo, 30/11/2014 às 18:43, fez uma crítica ponderada ao texto de Ion Andrade, mencionando que há ainda etapas anteriores de desenvolvimento ou de melhorias a serem alcançadas, principalmente para uma grande camada de brasileiros, dentro daquilo que para outros tantos de brasileiros já foi alcançados no que diz respeito ao transporte, à saúde (incluindo esgotamento sanitário e água tratada) e à educação.

      Eu também fiz um comentário e o enviei segunda-feira, 01/12/2014 às 01:50, para o Ion de Andrade tratando de uma questão que não fora referida na definição que ele fizera do que ele chamou de Iniciativa Estratégica. Na minha avaliação um componente importante da Iniciativa Estratégica seria a disseminação do conhecimento.

      É imprescindível para o funcionamento da democracia que os cidadãos tenham mais conhecimento do funcionamento da máquina pública, do funcionamento do capitalismo, do funcionamento da democracia representativa. Então, repassar a informação correta sobre esses temas seria uma tarefa prévia, concomitante e posterior tanto ao conjunto de medidas que ele chamou de Iniciativa Estratégica como às medidas que segundo a Anarquista Lúcida para um grande contingente de cidadãos ainda seriam prioritárias.

      Só que em minha avaliação esse processo de disseminação do conhecimento é um processo lento e que engloba muitos aprendizados. Por isso que eu disse acima que é um processo prévio, concomitante e posterior ao conjunto de medidas propostas por Ion de Andrade. E é um processo que levará décadas.

      Para esclarecer a que eu refiro como conhecimento que precisa ser disseminado para todo cidadão, eu mencionei a crítica que eu faço a uma série de lemas que o PSDB adotou desde a sua criação como mensagens propagandistas. São várias, mas eu gosto de resumir as quatro seguintes: dizer-se um partido pela ética na política, dizer-se um partido contra o fisiologismo, dizer que a inflação é o mais injusto dos impostos porque atinge os mais pobres e dizer que governo bom o povo põe e governo ruim o povo tira. Para mim um cidadão com conhecimento é aquele capaz de perceber que todos esses lemas são falsos. Fazer a disseminação desse conhecimento é uma tarefa para se iniciar hoje, mas que levará décadas para a sua conclusão.

      Fiz esta digressão para chamar atenção para duas questões de certo modo relacionadas com este post “Os desafios da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 01/12/2014 às 06:47, com texto de Luis Nassif e com o post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” com o texto de Ion de Andrade. A primeira questão diz respeito ao conhecimento sobre a frase “a inflação é o mais injusto dos impostos porque atinge os mais pobres” que para mim teria que ser criticada com a esquerda defendendo a tese de que:

      “É preciso que o cidadão entenda que ficar a favor da inflação que atinge a todos e contra ao desemprego que atinge a uns poucos é uma postura de esquerda porque é uma postura que é feita pela ótica da solidariedade e não pela ótica do individualismo”.

      Então o fato da inflação atingir a todos faz o indivíduo reagir com mais vigor contra a inflação do que reage contra o desemprego, porque o desemprego atinge apenas o outro. É preciso então criar na sociedade uma cultura de solidariedade que leve o indivíduo a aceitar uma inflação maior desde é claro que assim se tenha um índice de desemprego menor.

      Este assunto me chamou mais atenção quando eu vi hoje a revista Veja que trazia como capa Joaquim Levy e o seguinte título “DILMA 2.0 – CAIU A FICHA! – A presidente põe na Fazenda Joaquim Levy, especialista em gastos públicos, cujo descontrole é a raiz dos males que impedem o crescimento do Brasil”.

      Lá dentro, no início da página 58 há a seguinte preciosidade:

      “Dilma 1.0 semeou inflação e colheu juros, justamente a acusação que ela passou a campanha presidencial inteira fazendo aos tucanos. Para o PT foi ainda mais cruel. O partido semeou Unicamp e colheu Chicago. Por Unicamp entenda-se a seita instalada na escola de economia de famosa Universidade de Capinas, em São Paulo. Chicago refere-se à universidade americana recordista mundial de ganhadores do Prêmio Novel de Economia, com 28 agraciados. Resumindo, o Brasil teve quatro anos de avestruz, enterrando a cabeça na terra para não enxergar os efeitos de desrespeitar certas leis econômicas. O resultado foi crescimento econômico quase nulo, inflação, aumento de miséria, perda da credibilidade e desarranjo do sistema de preços definidos pelo mercado – com as perversas consequências que isso acarreta e que são conhecidas pela humanidade desde a primeira tentativa registrada pela história no Código de Hamurabi, 3 700 anos atrás”.

      E no início da página 60, a revista Veja redobrou-se de arroubos de furor pedagógico com mais ensinamentos econômicos. Diz então lá a revista:

      “Joaquim Levy formou-se em engenharia naval, fez mestrado em economia e doutorou-se na Universidade de Chicago, aquela que teve 28 professores agraciados com o Novel de Economia e onde, resumindo, se aprende que governos não produzem riqueza e que seus méritos estão em criar condições favoráveis para que os agentes econômicos gerem a riqueza. Ensina-se em Chicago também que sempre que os governos gastam mais do que arrecadam eles pressionam a inflação, o mais cruel dos tributos, pois atinge mais fortemente os mais pobres”.

      Quando eu falo em disseminar o conhecimento eu imagino a possibilidade de qualquer um do povo possa ler uma página dessa e cair na gargalhada ao perceber que se trata apenas de uma peça de humor.

      E a outra questão que eu queria trazer aqui diz respeito a outros entendimentos além dos quatro lemas de campanha do PSDB e que eu considero que precisariam ser mais bem estudados para que a sociedade tenha uma melhor compreensão deles. Não dá para estabelecer um número fechado sobre isso. A cada dia vê-se consolidado aquele lugar comum que se acha pleno de bom senso, mas que é uma verdadeira contrafação.

      Um tema assim seria o da corrupção e sobre o qual eu comentei junto ao post “Nunca se roubou tão pouco, por Ricardo Semler” de sexta-feira, 21/11/2014 às 11:51, aqui no blog de Luis Nassif com a reprodução, por sugestão de Pedro Penido dos Anjos do artigo de Ricardo Semler “Nunca se roubou tão pouco” publicado no jornal Folha de S. Paulo. O post “Nunca se roubou tão pouco, por Ricardo Semler” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/nunca-se-roubou-tao-pouco-por-ricardo-semler

      E em meu comentário para Pedro Penido dos Anjos enviado sexta-feira, 21/11/2014 às 14:20, eu observei o quanto a sociedade desconhece a respeito da corrupção. Há ainda uma ideia deturpada de que a corrupção envolve percentuais muito alto dos gastos públicos. E mesmo os que sabem que é diminuta a corrupção em um país como o Brasil em que já se tem assentado instituições fortes de combate à corrupção, avaliam como sendo drásticos os efeitos econômicos da corrupção. Em meu entendimento não só a corrupção representa percentual inferior a 1% como ela causa menos mal a economia do que se imagina. Um viaduto que cai pela incompetência técnica é muito mais nocivo à economia do que um viaduto com indícios de superfaturamento. Vai demorar muito tempo até que esse entendimento que é antigo seja repassado para toda a sociedade.

      E além de corrupção há outras idéias que perduram como válidas para uma sociedade, mas que não contêm nenhum significado que pudesse servir a uma avaliação objetiva. É o caso, por exemplo, quando se acusa um governante de incompetente. E o Luis Nassif faz acusações assim com frequência. Além da autoridade do nome, qual o critério objetivo que Luis Nassif pode alegar que utilizou para fazer uma acusação assim. Uma sociedade plenamente instruída a esse respeito, levará a que também seja tomada como apenas afirmação de humor a acusação de incompetente para um governante.

      Outro exemplo de afirmações subjetivas que passam como prova definitiva e que também é de uso frequente por Luis Nassif é a de criticar governantes com perfil centralizador. Que teórico de renome estabelece que um governante deve ser descentralizador ou centralizador. Tudo depende das circunstâncias. Não se pode pedir para Aécio Neves que seja um gerente centralizador. Nem há como pedir a presidenta Dilma Rousseff que descentralize a gestão dela.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 01/12/2014

  8. O caminho é a reestruturação

    Tem que começar pela reestruturação ou até mesmo pelo abandono da tal pesquisa focus sobre os “humores” do “mercado”.

    Esssa “pesquisa” é um verdadeiro indexador da taxa de juros à taxa de lucro média do mercado. É como se pergunrtasse: “quanto vocês querem de ração de juros pra cada um de vocês fechar o balanço bem bonitinho e depois tomar um vinho?”

    Se querem acreditar que o mercado quer mesmo trabalhar em vez de doses cavalares de “calma, fofinho”, é por aí…

    O governo já “sinalizou” pro mercado. Falta o mercado “sinalizar” pro país.

  9. Componentes Sociais Degradantes

    “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

    A natureza humana precede, fomenta e tempera os macro-sistemas, independente de quais formas sejam. 

    Ayn Rand sintetiza o desequilíbrio provocado por essa latência de avidez exacerbada de alguns somada e contrastada à deficiência de ação/percepção de muitos. Assim como Rui Barbosa em 1914 quando disse: 

    “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. 

    São componentes sociais degradantes, que propagam a doença da exploração humana, usurpando o respeito socio/cultural que deveria haver entre nós. Contudo, mesmo a generalização da corrupção/prostituição de caráter ao longo dos tempos imuniza a humanidade, mas como todo excesso de doença, pode ser condenante.

  10. Freada, Remontagem ?

    Freada de arrumação, Remontagem da estratégia ?

    Depois de doze anos de relativa tranquilidade na condução da política economica, a economia brasileira, que “atravessou” diversas tempestades, sem jamais perder o rumo, nem “sacolejar” demais o barco economico, no qual viajamos, enquanto muitas economias teoricamente desenvolvidas, tenham “feito água” e sacrificado demais seus “navegantes”, acho que não devemos receitar remédios fortes demais, para curar pequenos “resfriados” pois é bom lembrar,  que todas as veses, nas quais tentamos “curar” pequenos males, com antibióticos fortes demais, contraímos infecções generalizadas.

  11. “…os vencidos deviam

    “…os vencidos deviam submeter-se às condições que lhes fossem impostas e não tinham o direito de ditá-las…” Tito Lívio, Ab Urbe Condita Libri

     

    Reproduzi aqui este fragmento da História de Roma, para lembrar aos petistas que desde tempos imemoriais os vencedores (nas guerras, nas eleições, nas disputas políticas, etc…) não devem se submeter aos vencidos. Quem não sabe tirar proveito da vitória está prestes a ser derrotado por quem derrotou.

  12. Os mesmos problemas de sempre

    Sempre estamos presos aos mesmos problemas : JUROS E CAMBIO. Sempre a argumentos amarrando um ao outro e o governo não tendo vontade de descidir e tomar a solução.

    Primeiro, que os juros no Brasil são um desacato, (quase) nenhum econonomista sério discorda. Os economistas não sérios nós temos que deixá-los de lado. Portanto TEREMOS QUE ABAIXAR OS JUROS OU ESTAMOS FERRADOS! Ponto final! Se serão abaixados suavemente ou emdegraus um pouco mais sérios, isto fica descidico pela autoridade competente. Ministro ou Presidente que desejar aumentar juros será defenestrado e acabou, a não ser que a economia/inflação, esteja em estado desesperador.

    Segundo: Quanto ao câmbio,  temos  que desvalorizar o real, com alguma suavidade, para tornar as importações mais caras e melhorar as exportações!   

    Temos dolares em excesso e poderiamos usar nossa reservas para cobrir os custos de saida de moedas extrageiras do pais. Tambem controlar a saida de moeda, gostando ou não os rentistas! Se fosse um caso de pátria em perigo seria feito, não é verdade, então vamos fazê-lo, informado que a pátria está em perigo.

    Sei que não é simples conforme escrevi, já não são tão mal informado assim, porem o que quero dizer é que falta para o governo dilma é planejar as descisões e coragem para tomá-las!

  13. Conversa de botequim…

    Nada, absolutamente nada vai mudar o Brasil. O Brasil falando politicamente é imutável. De que adiantaram as manifestações de junho/2013? O povo foi as ruas aos milhares pedir reformas, e dai? Tua continua como dantes na terra de Abrantes. Choquinho aqui e ali não vai mudar a cara deste país nunca. Nós teimamos em não ser sérios. Como diz o ditado popular: “O BURACO É MUITO MAIS EM BAIXO”. Continuamos com a mesma estrutura política do toma lá da cá. O PT recentemente publicou um comunicado oficial de que pretende controlar a tudo e a todos para ter uma sociedade hegemônica. Jesus!!! O rio São Francisco, aquele da transposição que nunca vai acontecer, está morrendo em seu leito. Os pobres continuam pobres. Os ricos cada vez mais ricos. E uma nova classe emerge das sombras: “Os novos ricos da apologia do caos ideológico”. Ministro prá lá, ministros prá cá e tudo caminhará como deseja o tal “mercado”. A coitada da classe média, odiada por Marilena Chauí, a mesma que vive com uma salário de R$ 20 mil reais da USP, aonde só tem classe média, está literalmente ferrada. Vai haver choque, vai haver aumento de imposto (vide Haddad Hood com o IPTU), luz, gasolina, a tabela do I.R. não vai ser reajustada, ou seja, vai se pagar mais imposto de renda, os aposentados vão continuar a serem reajustados abaixo da inflação. Portanto guarde seu dinheiro o máximo que puder, porque o arrocho que o PT dizia que o PSDB iria fazer, eles vão fazer de forma maquiada, ou seja, em doses homeopáticas. Você nem vai sentir no começo, mas depois… O resto é conversa de botequim.

  14. Na minha família estamos

    Na minha família estamos vivendo na deflação: meu irmão pagava R$ 20,00 em um cabeleireiro, trocou por outro que cobra  R$ 15,00 o corte, com a mesma qualidade. Pagava R$ 40,00 para uma podóloga, troquei por outra, que faz um serviço melhor por R$ 20,00. Trocamos de restaurante: pagávamos R$ 34,90 por quilo, trocamos por outro onde a comida é de excelente qualidade, por R$ 29,90 por quilo. Troquei de supermercado, e estamos economizando 25% nas compras. É bom o brasileiro aprender a pesquisar. O que tem a ver a alta da selic nestas situações descritas por mim? Só pode ser uma total falta de compromisso com o futuro do país, com esta insensata e absurda taxa de juros. Redução da selic para 7% a.a. na próxima reunião do Copom. Vamos ver se a presidenta Dilma é capaz de se tornar uma Estadista.

  15. BOM TEXTO

    Realmente gostei muito dessa análise mas acredito que gatilhos, juros, condutas puramente financeiras, são apenas maquiagem transitória para um processo especulatório que sempre morre na praia, só pode existir estabilidade econômica se existir um real crescimento econômico e crescimento econômico é sinônimo de alta capacidade produtiva, alta capacidade de escoar produção, produção de bens competitivos no mercado interno e externo, infraestrutura que suporte o crescimento fabril e industrial, estímulo à iniciativa privada, dar asas ao liberalismo econômico, abertura comercial internacional ( para a longo prazo tornar nossa industria realmente competitiva); resumindo tudo é necessária uma ampla mudança do setor produtivo para que este produza mais e com mais qualidade gerando mais empregos que fazem a economia girar de verdade; esse blábláblá intervencionista do governo é apenas atividade especulatória estatal para maquiar o País e tentar enganar incautos a acreditar que o Brasil vai seguir um novo rumo( EU CAÍ NESSA ONDA E ME FERREI). Os mega-ricos elegem todos os políticos do Brasil com rios de dinheiro drenado de licitações, o país pode até ir mau mais a classe política e os mega-ricos esses ficam cada vez mais ricos; na história do Brasil só um político foi contra o “sistema” = Collor e todos lembram o que aconteceu com ele === IMPEACHMENT. 

     

  16. Tudo indica que nos próximos

    Tudo indica que nos próximos 4 anos não existirá uma “política econômica da Dilma”, pois a presidenta se rendeu ao mercado. A política economica do mercado não será dela, tampouco será dos brasileiros. Voltamos aos bons e velhos tempos em que os investidores definirão a taxa de juros, reduzirão o nível de emprego para estimular reduções de salários mediante o aumento de concorrência entre empregados e desempregados, escolherão qual será o peso da carga tributária que tirarão das suas costas e colocarão nas costas dos outros (os eleitores de Dilma) e revogarão direitos dos trabalhadores de uma maneira ou de outra. Não foi para isto que votei em Dilma Rousseff e, francamente, não lembro destes “bons e velhos tempos” como sendo realmente bons muito embora esteja mais velho hoje do que quando FHC reinava entre seus lordes e espalhava desgraça fora de seu castelo mercadológico.

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