Perderam, manés!, é o recado  da Moody´s, por Luís Nassif

O efeito líquido desse relatório foi uma queda nos juros futuros, uma desvalorização do dólar e uma alta na bolsa de valores.

Os bons analistas trabalham com o cérebro; os analistas ideológicos, com o fígado. O grande problema é que parte do mercado ainda pensa com o fígado. E quando os fatos se impõem, levam o maior susto.

É o que ocorreu com o carnaval de ideólogos, como Samuel Pessoa, sobre a gastança do Brasil, a desmoralização da política fiscal junto aos investidores internacionais.

Já há algum tempo, economistas norte-americanos respeitados vinham alertando que o grande problema no desequilíbrio das contas públicas estava no déficit nominal (que incluir juros da dívida pública) e não no déficit primário (receitas menos despesas).

Na preliminar, é jogo de “achismos”. Samuel e os editorialistas dizem que está tudo perdido e desequilibrado e a Fazenda diz que está tudo sob controle. Qual a prova do pudim? A avaliação das agências de risco.

Agora, vem a Moody´s – uma das principais agências de classificação de risco, e elevou a nota de crédito soberano do Brasil, aproximando o país do grau de investimento.

Os principais pontos destacados pela Moody’s foram:

  • Melhora significativa no crédito do país: Devido ao desempenho robusto do crescimento do PIB e o histórico recente de reformas econômicas e fiscais.
  • Compromisso do governo com a meta fiscal: A agência reconheceu o esforço do governo em manter as contas públicas sob controle.
  • Expectativa de estabilização da dívida/PIB: A Moody’s projeta que a dívida pública brasileira se estabilizará em torno de 82% do PIB no médio prazo.

O efeito líquido desse relatório foi uma queda nos juros futuros, uma desvalorização do dólar e uma alta na bolsa de valores.

Mais que isso, conseguindo o grau de investimento, o país será inundado por capital estrangeiro e haverá possibilidades de estabilizar a dívida pública, conseguindo fundos internacionais que adquiram títulos do Tesouro até o vencimento.

O resultado dessa história foi que os que acreditaram nos profetas da catástrofe perderam dinheiro. E que fazem os profetas? Os que pensam com o cérebro fazem a autocrítica, e admitem que erraram. Os que pensam com o fígado se saem com essa: agora, o Moody´s melhorou a nota do Brasil; mas daqui a dois anos vai piorar.  Uma repórter de jornalão chegou ao requinte de colocar no Blue Sky que a nota da Moody´s reflete o passado enquanto o pessimismo dos analistas de fígado visam o futuro. E Mansueto de Almeida, o ex-Secretário do Tesouro que se beneficiou da porta giratória e foi trabalhar para setores beneficiados por sua linha fiscal, disse que a Moody’s errou. Com a mesma sem-cerimônia com que, em outros tempos, avalizou Paulo Guedes

Ora, o que se espera do analista não é saber o que pensam do futuro, mas acertar sobre o presente, isto é, antecipar o que as agências de risco pensam. Se previram o caos e as agências aprovaram o equilíbrio, eles erraram redondamente. E não é consolo nenhum afirmar que daqui a dois anos suas previsões de hoje estarão certas. Não irão corrigir em nada as previsões erradas de hoje.

Em suma, “perderam, manés!”.

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8 Comentários

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  1. A ausência da verdade factual na imprensa em geral tem me causado estresse máximo devido a tantas inverdades e tentativas de desconexão da realidade feitas pelos jornalões e mídias familiares com relação ao governo Lula

    Nos anos de lava jatismo e nos governos Temer e Bolsonaro a pós verdade já deixava a gente totalmente revoltado, a mentira tornou-se o modus operandi da politica nacional desde o falseamento da realidade factual, como no caso das “pedaladas fiscais” da Dilma, da “convicção” da culpabilidade do Lula e todas as invenções e mentiras do congresso nacional pra fazer as reformas neoliberais que quase acabaram com o país, isso tudo com apoio incondicional da imprensa

    O triste é ver que isso ainda não passou e está longe de acabar pois se tornou o novo “normal” da imprensa brasileira

    A solução continua a mesma: não consumir mentiras e continuar acreditando na realidade factual, a que não mente e desejar que a comunicação do governo seja melhor do que essa farsa que se chama imprensa brasileira, com raríssima exceções em termos jornalísticos

    1. Sobre a bolsa e dólar tive que olhar denovo para não falar besteira pois não acompanhei até o fim do pregão mas o Ibovespa caiu 1,38 % hoje e o dólar subiu hoje, creio que você deva corrigir sua materia

    2. Ainda não nos livramos do jugo colonial iniciado em 1500. Seguimos, hoje país soberano, sendo colônia para a turma seleta que sempre mandou na “terra brasilis”. O peso da canga cinco vezes centenária é marca registrada do povaréu. A minoria se deu conta mas a massa manobrável dos desassistidos só cresce. Não por acaso verbas sociais são contingenciáveis mas não o rio dourado do BC. Os globais bradam contra a gastança mas vivem do leitinho fácil e sem riscos da SELIC.

  2. As Agências tem um peso excessivo no cenário.

    Não se pode esquecer que já fizeram besteiras enormes.

    Mas e reação de parte da mídia é sempre o MAS.

    Lula caminhou sobre as águas mas demonsta não saber nadar.

  3. É isso e só! Mas os analistas alocados nas emissoras de notícias preferem insistir que as agencias de riscos, simplesmente…, estão equivocadas isso porque está dando certo apesar de tudo, desculpem repetir o articulista mas tá um saco ouvir esses urubus

  4. Difícil domesticar alnalfas que não são do mercado. Para a turma do blá blá tá tudo mil.msravilhas. Mas, a realidade e bem diferente. Essa conta das castanhas desenfreidas irá chegar.

  5. Desculpe-me Nassif, mas os manés perdedores somos nós que não controlamos o BACEN. O clube da usura está sempre ganhando. Os seus prognósticos são conscientemente errados e são com seus erros que eles acertam os dois grandes objetivos, ou seja: Manter os juros altos e travar o crescimento econômico. Lembre-se que para o deus mercado, é fundamental que a economia permaneça ancorada no cais da pasmaceira, pois crescimento econômico pode significar o fim da primazia do capital financeiro para o capital produtivo e assim, o declinio de poder político, sendo uma das consequências o controle do BACEN.

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