Presidente nega sucateamento do IBGE e diz que erro será apurado

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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 A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff

A presidenta Dilma Rousseff    José Cruz/Arquivo ABr

A presidente Dilma Rousseff disse hoje (21) que não vê “problemas de gestão” no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nem sucateamento da instituição. Na última sexta-feira (19), o instituto admitiu que errou ao divulgar dado da Pesquisa Nacional sobre Amostra de Domicílios (Pnad), segundo o qual a desigualdade social tinha voltado a crescer no Brasil e divulgou novo número, que mostra leve queda do indicador do ano passado para cá.

Em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, a presidenta disse que o número de funcionários do IBGE subiu 7% entre o governo do ex-presidente Lula e o dela e ressaltou que o conselho diretor do instituto é formado por seus próprios funcionários, sem ingerência governamental. Segundo Dilma, foram criadas duas comissões para apurar a divulgação dos números errados. Uma, de “especialistas independentes, investigará se o padrão técnico da pesquisa foi cumprido” e outra, de sindicância do próprio governo, vai apurar responsabilidades. Os resultados devem ser divulgados em 30 dias.

Sobre a declaração da presidenta do instituto, Wasmália Bivar, de que não se sente confortável no cargo depois dos erros, a presidenta disse que se trata de uma questão pessoal e que não irá julgar antes das apurações. “Até agora, não vi nenhum problema de gestão. Eles têm um problema, sim, de querer fazer simultaneamente várias pesquisas. Tem hora que  querem fazer de um jeito, tem hora que querem fazer de outro. Agora, o governo não escolheu a data de divulgação, nós ficamos sabendo junto com vocês [imprensa], na mesma hora.”

Na entrevista, Dilma também voltou a garantir que a inflação começará a baixar até o fim do ano e decartou a possibilidade de um tarifaço. “Nós sabemos que a inflação tenderá para o centro da meta a partir de novembro, dezembro. Nós, e todo o mercado, temos essa expectativa. Também ficamos com uma certeza de que quem fala em tarifaço está mal intencionado. Porque 0,10 [ponto percentual] desse número deve-se ao aumento do preço da energia decorrente da seca. Aqueles que falam que é inexorável um tarifaço, eu não sei o que estão querendo fazer, porque não tem nenhuma necessidade de tarifaço, na medida em que tem vários aumentos ocorrendo ao longo do ano.”

Ela comentou ainda as críticas do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, sobre o uso do Palácio da Alvorada (residência oficial da Presidência da República) para eventos e entrevistas relacionados à campanha eleitoral. Segundo Dilma, se ela não usar o palácio, ficará “sem teto”. “Eu respeito muito a posição do presidente do tribunal, mas quero lembrar que todos os meus antecessores usaram o palácio. Até porque, caso contrário, eu serei uma sem-teto. Eu não terei onde dar entrevista, porque não tenho casa aqui. Se não pode ser no Palácio da Alvorada, serei uma sem-teto e irei para a rua dar entrevista. Eu não tenho outro local”, afirmou.

Nesta semana, a presidenta irá a Nova York para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Antes da viagem aos Estados Unidos, Dilma participará de evento de campanha em Minas Gerais.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. Sem-teto

    Nassif,

    O probo assessor jurídico tucano, aquele que, em seu primeiro ano de mandato no CN declarou ter gasto combustível suficiente para que o seu carro chegasse à Lua, mais uma vez deixa exposta a sua criatividade – propõe que um Presidente da República seja um sem-teto. 

    Nesta período pré-eleitoral, acredito que o PSDB tenha batido o recorde de acionar a Justiça contra o adversário, mais de 90% das vezes por nada, só prá fazer espuma. 

  2. Me desculpe Dilma,
    mas a

    Me desculpe Dilma,

    mas a senhora parece descohecer a forma de trabalho do IBGE.

    Atualmente o maior quadro de funcionários do IBGE é composto por funcionários temporários, contratados para atuarem por 30 dias, mas que acabam tendo o seu contrato renovado  sistematicamente chegando a ficar 3 anos e assumem funções que deveriam ser de funcionários efetivos.

     

    depoimento de um ex-funcionário temporário, que atual por 1 ano 8 meses e 28 dias na PME – Pesquisa Mensal de Emprego. Essa mesma que a senhora adora citar como pleno emprego.

  3. Certa vez foi feita uma

    Certa vez foi feita uma entrevista para diretor do IBGE…

    A mesma pergunta foi feita aos 3 candidatos: Quanto são 2 + 2.?

    Candidato 1: Cinco

    Candidato 2: Quatro

    Candidato 3: Quanto a senhor quer que seja?  <=== escolhido no ato….

     

  4. coxinha

    No Brasil é prática desde o descobrimento que qualquer “zé mané” quando ascende à “chefia” se julgar parte do estamento superior da sociedade. Somos divididos entre “patrões e chinelões”.

    Esse comportamento é reconhecido em qualquer estrato social. Trata-se de pisar na cabeça de quem está embaixo e “puxar o saco” de quem está “por cima”. É uma subserviência asquerosa que prescinde de sentimentos de brasilidade. 

    Na política, no transito, na convivência social, enfim em qualquer situação se vê esses indícios.  

    -Como esse pé rapado se atreve, quem ele pensa que é?…. – Que graça tem visitar a torre Eiffel se lá eu der “de cara” com o porteiro do meu prédio? … -Com que direito esse “ponto zero” ocupa uma vaga que por determinação divina deveria ser minha?…Político eleito esquece a promessa abandona o passado e sonha com a Ilha de Caras!

    …-Falta um pouco para nos transformarmos em uma nação.

     

  5. ERRO IBGE

    É como no caso da desapropriação da cidade de Londrina no Governo SArney para a reforma agrária. O Pres. Sarney foi humilhado pelo “erro”. Mas tenho certeza que não foi erro, não.

    Como no presente caso foi de propósito para prejudicar o governo.

  6. o uso político contra o ibge

    o uso político contra o ibge ou pelo ibge

    contra o governo

    – se houve –

     é um incomensuável (no mínimo) despudor histórico.

    a grande mídia dita golpista

    aproveitou o equívoco (ou “erro”?)

    do ibge pra navegar na onda de

    culpabilização do instituto por ter,

    ora vejam,

     manipulado os números. 

    teria sido pressionado para revê-los.

    isso expõe o ibge à voracidade manipuladora do mercado.

    se não fosse época de eleições, seria um

    equivoco normal com quem lida com números.

    mas além desses números há outros,

    gigantescos,

    em jogo.

    pré-sal, etc et tal e eles

    os piguistas

    vão por aí urubuzando tudo que encontram pela frente.

    como o nobre crápula sarneberne hoje ali pelas nove da

    (pela  madrugada!)

    manhã na cbn aproveitando este

    assunto para listar uma série de “erros”

    administativos da presidenta dilma.

    se isso não é golpismo midático

    – como classificar esse tipo de atitude?

    provocadoramente perigosa?

    na verdade, a egolatria troglobodita

    impregnou toda a grande mídia,

    que só pensa no seu próprio umbigo,

    o outro que se exploda!  

    querem apenas reverter o processo

    de inclusão social

    conseguida pelo  goveno trabalhista

    e voltar a governar pra trinta por cento da população,

    os benficários de sempre das

    rquezas do país por mais de quinhentos anos.

    esse é o projeto de marina silva

    e é por isso mesmo que ela é

    “abençoada” pelo mercado cruel

    e pela mídia golpista que

    sempre quis esse retorno

    desgraçado que ferrará a maioria. .

     

     

  7. O problema, alías de todos os

    O problema, alías de todos os candidatos, é que, no geral, se apegam apenas aos números: aumento de 10% disto, incremento de tantos milhões daquilo. Não é apenas o IBGE que está sucateado; são todos os ministérios (sou funcinonário do MTE, que está em situação caótica!!!)

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