Revisão do Caged derruba geração de empregos em 2020 pela metade

Comandado por Onyx Lorenzoni, Ministério do Trabalho diz que dados foram afetados por envio de contratações e demissões fora do prazo por empresas

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Jornal GGN – A revisão da metodologia do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) derrubou a criação de empregos no Brasil em 2020 pela metade, para um total de 75.883 vagas formais.

Os dados divulgados no mês de setembro (mais recentes disponíveis) são 46,81% abaixo do anunciado pelo governo federal em janeiro, que foi de 142.690 empregos com carteira registrada.

Na ocasião, o ministro da Economia Paulo Guedes anunciou que o resultado do emprego em 2020 era “uma grande notícia”. O país passava pelo primeiro ano da pandemia de covid-19, e o PIB (Produto Interno Bruto) havia caído 4,5%.

Pela nova metodologia do Caged, os cálculos passaram a incluir outras fontes de informação, como o eSocial e do empregadorWeb, que registra pedidos de seguro-desemprego.

Segundo analistas ouvidos pelo portal G1, a mudança gera impacto uma vez que a declaração de vínculos temporários é opcional, mas seu registro no eSocial é obrigatório. Desta forma, o novo Caged apresenta resultados maiores quando considera tais vínculos, que eram subdeclarados no sistema vigente anteriormente.

“A diferença no saldo da última atualização dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) reflete, na verdade, uma mudança no resultado bruto de admissões e demissões – apenas 3,6% de demissões a mais do que o informado no fim de 2020 e 1,8% de admissões a mais do que o informado no fim de 2020. Essa pequena diferença se deve a declarações realizadas fora do prazo pelas empresas declarantes”, diz nota oficial do Ministério do Trabalho e da Previdência.

“Tradicionalmente, os dados do Caged) podem ser atualizados até 12 meses após a data de realização da movimentação (admissão ou demissão). A entrada de dados fora do prazo acontece quando as empresas declaram as informações de admissão e demissão após a competência em que a movimentação se realizou”, ressalta a pasta comandada por Onyx Lorenzoni.

“A possibilidade de realizar esse tipo de declaração já existia no antigo Caged, havendo uma ocorrência um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021″, diz o Ministério do Trabalho e Previdência.

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Redação

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