Rússia deve dobrar saldo comercial neste ano, diz The Economist

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Mesmo com todas as sanções impostas pelo Ocidente, preço internacional da energia deve manter superávit da balança comercial

Agência Xinhua

A Rússia deve encerrar o ano de 2022 com o saldo comercial positivo, mesmo com todas as sanções estabelecidas pelo Ocidente por conta da invasão à Ucrânia. E tudo por conta da comercialização de energia.

Análise publicada pela revista The Economist explica que o país conseguiu reverter uma parte dos problemas causados pelas sanções financeiras, que atingiram principalmente das reservas cambiais do Banco Central russo, por meio da alta dos juros, controle de capital e injeção de liquidez no sistema monetário.

Além disso, o país tem conseguido gerar cerca de US$ 1 bilhão diariamente com a exportação de energia – os dados foram obtidos com base nas estatísticas de parceiros comerciais do país, já que o governo de Vladimir Putin parou de divulgar dados comerciais mais detalhados.

A publicação afirma que, conforme as importações caem e as exportações se mantêm, a Rússia vem apresentando superávit comercial recorde. Tomando por base os fluxos de oito dos maiores parceiros comerciais russos, as importações russas caíram aproximadamente 44% desde a invasão à Ucrânia, mas as exportações avançaram em torno de 8%.

As sanções atualmente vigentes permitem que a Rússia continue vendendo petróleo e gás para o Ocidente, e o aumento dos preços da energia ajudou o país a melhorar suas receitas, e isso deve ajudar a Rússia a bater recordes de superávit comercial nos próximos meses.

Cálculos do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) indicam que o superávit em conta corrente da Rússia, que engloba comércio e outras movimentações financeiras, pode atingir US$ 250 bilhões – ou 15% do PIB do ano passado, mais do que o dobro dos US$ 120 contabilizados em 2021.

Na visão da IIF, a eficácia das sanções financeiras pode ter atingido seu limite, e o que se pode esperar no futuro é o endurecimento das sanções comerciais – o que deve levar algum tempo para ocorrer, principalmente se levarmos em consideração a dependência de vários países ocidentais do combustível vendido pela Rússia.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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