Selic alta e câmbio flutuante: as declarações de Galípolo em evento da XP

Futuro presidente do BC afirma que baixo desemprego e real desvalorizado justificam a política monetária mais restritiva

Foto: Divulgação

O diretor de política monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a autarquia não deve intervir no dólar e que a taxa de juros deve permanecer alta por mais algum tempo. 

Galípolo participou, nesta segunda-feira (2), de um evento promovido pela X Investimentos. 

“A economia está mais dinâmica, com desemprego em mínimos históricos e o real desvalorizado. Isso indica a necessidade de uma política monetária mais restritiva por mais tempo”, afirmou o próximo presidente do BC. 

Desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC elevou a taxa Selic de 10,75% para 11,25%, o que coloca o Brasil com a terceira maior taxa de juros real do mundo. 

Para Galípolo, a autarquia também não deve intervir na onda de alta do dólar, que pela primeira vez ultrapassou a marca dos R$ 6 e hoje está cotado a R$ 6,07, ainda que o BC tenha US$ 370 bilhões em reservas. 

“O câmbio flutuante está cumprindo muito bem seu papel. Seguimos participando [do mercado de câmbio] só quando há disfuncionalidade”, afirmou o economista.

Taxação dos mais ricos

Galípolo falou ainda sobre o anúncio da nova taxação de 10% sobre a renda total de brasileiros que ganham acima de R$ 50 mil por mês, medida que o BC ainda está analisando os impactos. 

“Estamos fazendo todos os exercícios, todas as contas, até pelo tamanho e crescimento que esse mercado teve no volume, para entender como é que isso poderia levar a uma reprecificação dos ativos”, observou.

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5 Comentários

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  1. O “Menino de Ouro” já está botando as manguinhas de fora antes mesmo de assumir o trono. Lula e Haddad que o aturem. Depois de furunfar com o Real por dois longos anos, ele voltará triunfante aos braços do Sr. Mercado como de praxe.Vai escolher mal assim lá na put…..

  2. Considero Lula um gênio político, que hoje é um gênio político acuado, e minha esperança é que o presidente esteja fazendo do limão dos juros altos e do aumento de preços uma limonada onde a programação seja:
    desvalorizar o Real, protegendo nossa indústria e ampliando a competitividade dos produtos brasileiros no mundo, aumentando exportações, diminuindo importações (ampliando a produção de substituição de importados) e aumentando o superávit da balança de pagamentos, o que trará mais dólares para o país.
    Assim a economia manterá o crescimento, que pode ser maior ainda nesses próximos dois anos.
    Foi esse o sistema usado pela China na questão do câmbio, que foi objeto de inúmeras investidas dos EUA para permitir a apreciação do Yuan.
    Em acréscimo, um Brasil em crescimento e “barato” no exterior traria investimentos externos que aumentam ainda mais a produção, equilibrando a oferta à demanda com baixa da inflação.
    Percebam o volume de financiamento público que o BNDES tem colocado à disposição dos verdadeiros empreendedores brasileiros, o que pode subsidiar o aumento de preços (pela variação cambial) de máquinas a serem importadas para aumento da produção ou melhorando as condições das indústrias de bens de produção nacionais.
    O presidente Lula teria dois anos para ajustar a inflação e a taxa de juros para chegar a 2026 com a economia bombando.
    Sim, a fome não espera, mas a outra opção, a que o mercado, a Folha, Estadão, Globo e Itaú buscam buscam é a estagflação para derrubar Lula.
    Espero que seja assim, para o bem de nós brasileiros.

  3. O BACEN é um feudo do clube da usura e assim sendo, metaforicamente falando,mesmo que governo coloque Cristo no seu comando, nem apelando para o miligre, ele conseguirá tirar o comando do famigerado mercado. O Brasil só poderá controlar a política monetária, quando conseguir tirar a chave do cofre, das maõs do leviatã financeiro.

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