A massacrante presença eleitoral de Lula, segundo o Datafolha, por Luis Nassif

As tabelas acima foram extraídas do PDF da última pesquisa do Datafolha, convertido para planilha e transformadas em tabelas e gráficos, para facilitar a leitura.

Com Lula no páreo, os dados nacionais são os seguintes:

Sem Lula, seus votos ficariam distribuídos assim:

Os maiores ganhos seriam de Marina Silva (5 pontos) e Ciro Gomes (4 pontos). Mas a maior transferência seria para Branco-Nulo-Nenhum, que saltaria de 14% para 23%.

O voto de acordo com o gênero

Lula tem percentual de votos maior entre as mulheres do que entre os homens. Mas a polarização é entre o machismo de Bolsonaro e a representante feminina Marina. Aí se manifesta nitidamente o fator gênero, principalmente quando Lula sai de cena.

Os votos de acordo com a idade

Visto assim, o leitor pode ser levado a acreditar que Lula perde nas faixas de idade mais elevada. Engano! Apenas diminui o percentual de votos. Mas, ainda assim, está bem à frente dos demais em qualquer faixa.

Os candidatos e a faixa etária

Os votos e as divisões por classe

É aqui que se observa, de forma nítida, o ponto de divisão, a distribuição dos votos por classe de renda e de instrução. Nas faixas de maior instrução Bolsonaro chega a passar Lula

Candidatos por nivel de instruçao

E a vantagem de Bolsonaro torna-se mais nítida ainda nas faixas de maior renda.

Candidatos por nível de renda Mais 2 (PTI

No ítem “cor da pele”, cola em Lula na faixa da pele branca. Em todas as demais, os negros e as minorias, a vantagem de Lula é expressiva.

Por cor da pele 25 Jair

Os votos por região

Sem novidade: Lula estoura no norte e nordeste, vence apertado no sudeste e no sul e perde no centro-oeste.

A eleição presidencial em São Paulo

Aqui, a grande surpresa: o governador paulista Geraldo Alckmin ficaria em humilhante quinto lugar, com 5% na capital e 6% no interior, atrás de Lula, Bolsonaro, Marina e Joaquim Barbosa.

A eleição em São Paulo

Os votos por preferência partidária

Aqui, a pesquisa perguntou qual o partido com que o entrevistado simpatiza, e em que ele irá votar para presidente.

Aqui, outra má surpresa para o PSDB: Bolsonaro fica com 23 pontos entre os tucanos, apenas 2 abaixo de Alckmin.

Curiosamente, Bolsonaro fica com 14 pontos entre os simpatizantes do PSOL e supera Lula entre os que se dizem simpatizantes do PDT.

 

34 Comentários

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  1. Do que adianta Lula estar na

    Do que adianta Lula estar na frente em todos os cenários se os que mandam no país não deixarão ele disputar? O problema dos que mandam no país é que só pangarés se oferecem a eles – e o temor da coisa fugir do controle e dar a anta bolsonaro. PRa mim, Lula só disputará a eleição se acontecesse uma movmento de massa, povo na rua, que nem 2013 e ai os que mandam no país iriam preferir deixar Lula disputar – mas claro que fariam de tudo pra Lula perder – as baixas da campanha do Collor em 89 seriam coisas de escoteiros. 

    1. Adianta, sim

      Adianta porque, mesmo considerando que a transferência de votos não é perfeita, um número de eleitores e eleitoras considerável irá votar em seu candidato. O suficiente para chegar ao segundo turno, onde há mais tempo e espaço para reflexão e maior possibilidade para transferência de votos.

    2. Se houver boicote ao Itau-Bradesco-Santander, eles deixam

      Se todo trabalhador e aposentado correr nestes bancos para fechar suas contas em protesto ao golpe, Lula é solto e é liberado para ser candidato rapidinho.

      Lembrem-se que estes bancos estão acima da Globo e do judiciário no poder de mando sobre o golpe.

      Se panfletássemos na porta das agências explicando que o golpe colocou um diretor do Itaú na presidência do Banco Central e o banqueiro Meirelles para mandar o que Temer teria que fazer. E quer agora eleger um continuador do Temer dócil aos bancos.

      E que o Itaú cobra 13,5% de juros AO MES (350% ao ano) do correntista brasileiro no cartão enquanto o mesmo Itaú cobra 13,5% AO ANO no Paraguai, e que a lava jato não investiga isso, não investiga o cartel dos 3 grandes bancos privados, pior do que o das empreiteiras, que manda no governo golpista de forma que não deixa BB e CEF concorrer com juros e tarifas mais baixas como era antes.

      Então como conter esse poder absoluto dos bancos? Boicotando estes bancos privados transferindo contas para os bancos públicos. Assim os bancos privados perderem poder no golpe, e o povo recupera o poder de eleger um governo que enquadre esses bancos.

      Fonte Jornal do Brasil: Agiotagem legalizada 2: Cliente Itaú no Brasil paga em um mês o que o do Paraguai paga no ano

  2. Muito boa iniciativa

    Mas sugeriria duas coisas:

    – uniformizar a atribuição das cores em todos os ítens.

    – aumentar o tamanho dos caracteres; estão quase incompreensíveis.

     

  3. Os argumenos do Allan Patrick

    Os argumenos do Allan Patrick são interessantes. Concordo com ele. E espero que a transferência de votos não só ocorra como ele sugere, como espero também que os não votantes como eu votem em peso em quem o LULA indicar. A questão nem é por preferência pessoal – e venho das classes trabalhadores e mal pagas e só me vejo representado pelo Lula -, mas por um posicionamento firme contra o GOLPE, contra os agentes do Capital Financeiro Internacional e contra a Elite corrupta do Judiciário. 

    No entando, e talvez isso seja senso-comum ou pessimismo, quando olho as classes trabalhadoras que não organizaram ainda o “grande movimento de massa” que defende o Joel Lima, me parece – e digo isso com desesperança até – que as estruturas morais racistas, machistas e, enfim, escravistas, nesses momentos de crise que exigem ação, geram uma coesão social entre as classes mais pobres (especialmente entre os “chefes de famíia, brancos, provedores do lar”) muito mais forte do que tudo que possibilitou as políticas públicas vivenciadas no curto praso de tempo dos governos Lula-Dilma, jogadas no LIXO pelos golpistas, junto com nossa economia, nossos empregos, nossa cidadania, nossa soberania e nossos sonhos e projetos de vida. 

    Lula foi o bode expiatório. Mas que isso não seja perdoado. Chega de dar a outra face.

  4. Aqui a justissa prende o favorito para NÃO poder concorrer

    E libera o amigo do bicheiro (dos mosqueteiros da Veja) para poder.

    Se falarmos para um estrangeiro que BRAZIL rima com PQP, ele não vai entender.

    PQP iu iu iu iu …

  5. Bolsonaro passa Lula na faixa
    Bolsonaro passa Lula na faixa de maior instrução……..
    Deve ser culpa do déficit de ensino?
    Como pode o cidadão ter mais instrução e votar em um candidato como Bolsonaro?
    É caso para estudos…

  6. O PT tem excelentes nomes. . .

    O PT tem excelentes nomes para ser o “poste” da vez, destaco três: Fernando Haddad, Jaques Wagner e Patrus Ananias, mas na minha opinião, só o Haddad conseguiria representar melhor o anseio das esquerdas de voltar ao poder, infelizmente sua derrota na última eleição para prefeito da cidade de São Paulo para o Dória o fez perder alguns pontos entre os caciques do Partido dos Trabalhadores, mas mesmo assim eu apostaria no Fernando Haddad para derrotar o Golpe da Direita Neoliberal de uma vez.

    1. Plano B

      Temos que insistir ao máximo com o plano A: Lula candidato. 

      Pelo andar do golpe do Tio Sam, parece que isto não irá acontecer. 

      A esquerda já teria que ter  no bolso o plano B arquitetado e pegar todos de surpresa.

      Para unir a esquerda o PT terá que ser grandioso e sábio.

      Acredito que somente 1 candidato conseguiria esta proeza e este seria o Roberto Requião tendo de vice Haddad. 

      O maior problema seria Ciro Gomes. Mas isto é só um problema. E viver é resolver problemas….

       

       

       

       

      1. Roberto Requião é um excelente nome. . .

        Roberto Requião é um excelente nome, mas o prazo para mudança de partido já se esgotou e o MDB atual com a banda podre mandando no partido jamais deixaria o Requião sair candidato, pois seu perfil está mais à esquerda do que muitos políticos do próprio PT. É uma pena, sou fã do Requião.

  7. “Nas faixas de maior instrução Bostonaro chega a passar Lula”
    “Nas faixas de maior instrução Bostonaro chega a passar Lula”

    Acho que isso já diz tudo sobre a situação atual de nosso país.

    Relação diretamente proporcional, quanto mais “instrução” maior o nível de indigência mental e boçalidade.

    Após o golpe, o Brasil se tornou um país GROTESCO.

    1. De maior instrução? Que

      De maior instrução? Que instrução?…

      Uma boa informação – plural, sem esterópitos e preconceitos – é parte integrante de uma boa instrução.

      Esse grupo de que fala o Nassif (de maior instrução) está mais próximo da Ralé, seguimento construído pela Grande Mídia comercial, mercenária, partidária, de via úncia.

      Ralé não é um susbstrato econômico inferior. É parte do povo que parece povo, mas não é. Povo numa democracia entende a sociedade fraturada de interesses, conflitada que a democracia deseja resolver de forma pacifica através de uma disputa controlada e que se dê por decisão da maioria. A Ralé procura um lider populista ou um estamento populista para encontrar a ordem, para encontrar a purificação (Prof. Pedro Serrano em entrevista à TVA-RBA)

       

      1. Hannah Arendt e a ralé
        Por

        Hannah Arendt e a ralé

        Por Rodrigo dos Santos Manzano

        “Diferentemente da concepção de ralé para o senso comum – para o qual designa as pessoas excluídas da sociedade, marginalizadas, os mendigos – Arendt entende por esse nome, em geral, um grupo de pessoas que estão insatisfeitas com a situação de seu país, de sua sociedade – inclusive, quase sempre com razão – mas que não têm uma percepção mais profunda sobre as possíveis soluções para o problema. Não têm consciência de que, para se obter uma solução definitiva, é preciso uma mudança nas regras do jogo, e não somente nos jogadores. Arendt via esses grupos como fundamentais para dar suporte a governos como os que Hitler e Stalin implantaram, baseados na criação de um inimigo comum a combater (no caso de Hitler, os judeus, bem como comunistas e os demais opositores ao sistema; e, no caso de Stalin, basicamente os trotskistas). O povo passa a ver nesses representantes a solução personalista dos problemas mais profundos da sociedade. Torna-se presente nessa situação um forte messianismo, no qual o governante-ditador é visto como alguém acima do bem e do mal, não só a solução para os problemas que os governos anteriores, corruptos e incompetentes, não foram capazes de eliminar, mas que, além disso, pode colocar a nação no rumo de um futuro grandioso. Devido à falta de politização desse grupo – seja por meio de envolvimento partidário ou sindical, seja pela adesão lúcida a uma ideologia –, a solução por ele vislumbrada passa por erradicar os grupos atrasados e causadores de atraso. A democracia, consciente ou inconscientemente, é apenas uma grande farsa na qual corruptos se beneficiam deste regime, lenientes. Ideologias políticas nada mais são que discursos bonitos para manipular o povo. Para a ralé, no fundo, não há compromisso por parte das instituições democráticas com o bem comum, e quanto menos delas houver, menos “sanguessugas”­ ­haverá, vivendo às custas de impostos e sem oferecer nenhum benefício ao bem social.

        Os membros da chamada ralé dirigem seu descontentamento de forma especial aos membros do Estado, pois veem no mesmo uma estrutura ineficaz, mas também a determinados grupos da sociedade, vistos como parasitas. Na Alemanha nazista, os judeus foram o principal alvo, por, em certo momento histórico, terem enriquecido pela exploração das demais classes, muitas vezes com a cumplicidade do Estado. Volta aqui o forte clamor anticorrupção da ralé, e seu descontentamento torna-se ódio a todos os “parasitas”, seja os do governo, seja os beneficiados por ele. O regime democrático, como foi dito acima, cai em descrédito, pois é um regime facilmente corrompível. Por tal motivo, a solução torna-se o surgimento de um grande líder, alguém acima de qualquer suspeita, com forte discurso moral, resgatando valores perdidos no decorrer da história (Deus, pátria, família etc.), bases de uma sociedade justa e fraterna (mesmo justiça e fraternidade aplicando-se só a alguns). Não precisamos pesquisar com profundidade para saber o fim trágico desse tipo de situação na história da humanidade”.

        http://filosofiacienciaevida.com.br/hannah-arendt-e-a-rale/

        1. Messianismo e sebastianismo

          Eh nesse sentido que alguns jornalistas e jornais optaram por utilizar os termos messiânico ou sebastianista para se referirem a Lula. E não como referência à um reformista ou desenvolvimentista social. Lula é mostrado como um lider populista e que tem na população de baixa renda, baixa cultura, seus seguidores. Pelo menos é essa a narrativa que foi construida e na qual a classe média brasileira, em parte, crê cegamente. Nossa historia é contada pelas meios que dominam as instituições e orgãos do Pais e não tão cedo vamos sair desse labirinto.

  8. #

    Não deixarão Lula ser candidato nem que a vaca tussa. Nem mesmo se a população fizesse manifestações como as do “fora Dilma”. 

    A Carminha já disse que não cede à pressão, com exceção da Globo, claro.

    Penso que as esquerdas deveriam abrir mão de lançar candidatos e se unir em torno de um só nome de centro esquerda, como por exemplo, o Roberto Requião.

    Caso contrário, com os votos pulverizados em 4 candidatos, estarão entregando o país à direita, ou pior, à extrema direita.

     

  9. Lula é um gênio político, um

    Lula é um gênio político, um Einstein nos cálculos da política geral e restrita. Creio que, assim que puder, irá apresentar as equações que sua mente brilhante já tem prontas.

  10. Resumo primoroso

    Muito bom o resumo que nos apresenta Nassif.

    Da para perceber que a maior parte do eleitorado parece ser Lula ou anti-Lula, ou seja, não necessariamente em candidatura específica dentro do campo anti-Lula, como é comprovado ao observar as preferências de eleitores de determinados partidos.

    Com exceção do PT, o restante dos eleitores com filiação ou simpatia partidária não possui consciência política e nem aposta necessariamente na própria candidatura do seu partido. Isso era esperado no MDB, mas surpreende ver tucanos e o PSol, teoricamente partidos com algum conteúdo de doutrina, sem saber exatamente sobre o qual é o seu candidato mesmo.

    O preconceito contra Lula faz o Barbosa emergir quando o eleitor é mais instruído, mas, considerando apenas a renda, o eleitor anti-Lula ainda vai de Bolsonaro mesmo, ilustrando a cara fascista do pessoal mais abastado.

    A Marina conta com o anti-Lula de “recall”, pela eleição anterior. Ou seja, aquele voto anti-Lula mais maduro, dado ao Aécio em 2014. Esse “recall” dificulta a compreensão exata da origem da sua votação específica, que entendo seja majoritária entre os evangélicos, considerando a sua maior presença na menor renda e na classe media e a indiferença da sua candidatura em relação à cor da pele.

    Sem mostrar o gráfico, Nassif aponta que entre os eleitores do PDT há maioria por Bolsonaro, que ilustra bem a incoerência desse partido (agora sem Brizola), que deu a maioria dos seus votos pelo impeachment a Dilma e que hoje apresenta Ciro como candidato, que também é pouquíssimo confiável para a esquerda.

    Na medida em que as coisas avançam estes números irão se afunilando e decantando, normalmente para a polarização, na medida em que Lula (e o PT) permaneça sem contestação na liderança. Em geral, esta polarização nem sempre é fortalecida pela ação dos mais abastados (Bolsonaro), mais sim por aqueles mais instruídos, que conseguem ser mais racionais e que contam com alguns meses para convencer os outros. Nessa hipótese, a tendência dos votos anti-Lula poderá caminhar para o Barbosa, ou seja, os eleitores com mais instrução são melhores cabos eleitorais que aqueles com apenas mais dinheiro e sem argumentos políticos decentes.

    Considerando todo o quadro acima, vejo que Barbosa poderá juntar os anti-PT, os partidários da Lava-jato (hoje ainda timidamente com Álvaro Dias) e os eleitores mais instruídos, que possuem melhores condições para convencer outros anti-PT mais raivosos. Assim como na época do Eduardo campos, o PSB se coloca como uma cunha entre o centro e o PT, tentando deslocar o PT mais para a esquerda e tentando ganhar o centro democrático.

     Vejo então que Bolsonaro não se sustenta, se o PT continuar com aquela força e mantém a polarização. Vejo o PSDB fora do baralho (graças ao Aécio e pela aventura golpista), vejo Marina perdendo votos para os outros, particularmente Barbosa e, finalmente, vejo Barbosa crescendo, com partido forte como o PSB e, na reta final, se Barbosa não conseguir ir para o 2º turno, a eleição dependerá do lado mais forte do PSB, seja da turma do nordeste ou dos PSB de São Paulo, com mais cara de tucanos.

    Cabe ao PT, aproveitando a sua força no Nordeste, de aproximar o PSB em campanhas locais, fazendo perder força à candidatura Barbosa dentro daquele partido. Caso contrário, Barbosa emerge como novidade perigosa, como um novo Bolsonaro mais instruído.

  11. De maior instrução? Que

    De maior instrução? Que instrução?… 

    Uma boa informação – plural, sem esterópitos e preconceitos – é parte integrante de uma boa instrução.

    Esse grupo de que fala o Nassif (de maior instrução) está mais próximo da Ralé, seguimento construído pela Grande Mídia comercial, mercenária. partidária, de via única. 

    Ralé não é um susbstrato econômico inferior. É parte do povo que parece povo, mas não é. Povo numa democracia entende a sociedade fraturada de interesses, conflitada que a democracia deseja resolver de forma pacifica através de uma disputa controlada e que se dê por decisão da maioria. A Ralé procura um lider populista ou um estamento populista para encontrar a ordem, para encontrar a purificação (Prof. Pedro Serrano em entrevista à TVA-RBA)

     

    1. Hannah Arendt e a ralé
      Por

      Hannah Arendt e a ralé

      Por Rodrigo dos Santos Manzano

      “Diferentemente da concepção de ralé para o senso comum – para o qual designa as pessoas excluídas da sociedade, marginalizadas, os mendigos – Arendt entende por esse nome, em geral, um grupo de pessoas que estão insatisfeitas com a situação de seu país, de sua sociedade – inclusive, quase sempre com razão – mas que não têm uma percepção mais profunda sobre as possíveis soluções para o problema. Não têm consciência de que, para se obter uma solução definitiva, é preciso uma mudança nas regras do jogo, e não somente nos jogadores. Arendt via esses grupos como fundamentais para dar suporte a governos como os que Hitler e Stalin implantaram, baseados na criação de um inimigo comum a combater (no caso de Hitler, os judeus, bem como comunistas e os demais opositores ao sistema; e, no caso de Stalin, basicamente os trotskistas). O povo passa a ver nesses representantes a solução personalista dos problemas mais profundos da sociedade. Torna-se presente nessa situação um forte messianismo, no qual o governante-ditador é visto como alguém acima do bem e do mal, não só a solução para os problemas que os governos anteriores, corruptos e incompetentes, não foram capazes de eliminar, mas que, além disso, pode colocar a nação no rumo de um futuro grandioso. Devido à falta de politização desse grupo – seja por meio de envolvimento partidário ou sindical, seja pela adesão lúcida a uma ideologia –, a solução por ele vislumbrada passa por erradicar os grupos atrasados e causadores de atraso. A democracia, consciente ou inconscientemente, é apenas uma grande farsa na qual corruptos se beneficiam deste regime, lenientes. Ideologias políticas nada mais são que discursos bonitos para manipular o povo. Para a ralé, no fundo, não há compromisso por parte das instituições democráticas com o bem comum, e quanto menos delas houver, menos “sanguessugas”­ ­haverá, vivendo às custas de impostos e sem oferecer nenhum benefício ao bem social.

      Os membros da chamada ralé dirigem seu descontentamento de forma especial aos membros do Estado, pois veem no mesmo uma estrutura ineficaz, mas também a determinados grupos da sociedade, vistos como parasitas. Na Alemanha nazista, os judeus foram o principal alvo, por, em certo momento histórico, terem enriquecido pela exploração das demais classes, muitas vezes com a cumplicidade do Estado. Volta aqui o forte clamor anticorrupção da ralé, e seu descontentamento torna-se ódio a todos os “parasitas”, seja os do governo, seja os beneficiados por ele. O regime democrático, como foi dito acima, cai em descrédito, pois é um regime facilmente corrompível. Por tal motivo, a solução torna-se o surgimento de um grande líder, alguém acima de qualquer suspeita, com forte discurso moral, resgatando valores perdidos no decorrer da história (Deus, pátria, família etc.), bases de uma sociedade justa e fraterna (mesmo justiça e fraternidade aplicando-se só a alguns). Não precisamos pesquisar com profundidade para saber o fim trágico desse tipo de situação na história da humanidade”.

      http://filosofiacienciaevida.com.br/hannah-arendt-e-a-rale/

  12. Tabelas feitas para ludibriar os Incautos

    Na primeira tabela PDF, o Bolsonaro parece ter mais da metade dos votos do Lula, já que o retângulo que representa o percentual do seu eleitorado é mais comprido do que a metade do retângulo representativo do percentual do eleitorado do Lula. Mas como as intenções de votos no Bolsonaro e na Marina, juntos, equivalem a apenas 25% do eleitorado, enquanto as intenções de voto no Lula sozinho é de 30%,  fica claro que a largura do retângulo que representa o percentual dos votos do Lula é mais largo do que os retângulos que que representam os votos do Bolsonaro e da Marina. A largura do retângulo representativo do percentual dos votos do Lula é 7,5 cm; a largura do retângulo representativo do percentual de votos do Bolsonaro é 6,2 cm.

    Se as larguras dos retânuglos representativos das intenções de votos no Lula (30%) e no Bolsonaro (15%) fossem iguais, o comprimento do retângulo representativo das intenções de votos no Bolsonaro seria a metade do comprimento do retângulo que representa o percentual de intenções de votos no Lula.

    1. Leitura de Gráficos

      Deve ser brincadeira querer analisar o resultado dos gráficos medindo a largura das colunas…. só pode ser!

      Os resultados que são extraídos de gráficos de barra são medidos pelo Eixo de Y (pela “altura” da coluna) e não pelo Eixo de X (“largura” da coluna)

      Se o comentáiro partiu de uma pessoa que não entende nada de matemática ou de leitura de gráficos, é perdoável, mas se o comentário for para tentar desqualificar a pesquisa, é até vergonhosa as considerações e argumentações.

      1. Qualquer leigo que olhar o gráfico…

        Qualquer leigo que olhar para o primeiro gráfico concluirá que as intenções de voto no Bolsobosta e na Marina, juntas, são iguais às intenções de voto no Lula, o que não é verdade, pois, somadas, as intenções de voto no Bolsomerda e na Marina são iguais a 25% enquanto as intenções de voto em Lula são iguais a 30%.

        Se a altura da coluna do Bolsonaro equivalesse à metade da altura da coluna do Lula, essa manipulação não seria possível para os incautos.

        Você é que tá tentando qualificar uma pesquisa desqualificada. Pode continuar tentando perfumar merda.

  13. Povo mineiro, os maiores derrotados políticos…

    Aécio (o mau perdedor), conseguiu articular a derrota política de dois presidentes da república mineiros. A primeira foi pela articulação ao golpe contra a presidenta Dilma e o segundo ele mesmo. 

    Sem dúvidas o estado de minas foi o maior beneficiário dos governos Lula e Dilma, pois possui a maior malha viária e maior número de municípios do país, e acho que recebeu também o maior número de Universidades e extensões universitárias do país. Minas dispontava para num futuro próximo superar o estado de SP em qualidade de vida para se morar. Contudo agora com a queda da Dilma está a míngua e os dois Senadores ainda ajudam a diminuir os repasses do governo federal ao estado.

    Aécio Neves, filho e neto de políticos, vai entrar para a história como o político que cometeu harakiri político depois de 30 anos de experiência política.

    Se este tivesse aceito e honrado o governo Dilma, hoje estaria no páreo disputando a presidência com o Lula. Sua derrota foi mínima em 2014. Caiu fácil no conto do vigário dos políticos paulistas e cariocas.

    O povo de Minas perdeu!!!    

  14. E a pesquisa do Vox Populi? Vai ser analisada, também?

    Se essa pesquisa do Datafolha, claramente manipulada, com indícios claros até mesmo de fraude, revela essa abissal diferença entre o Ex-Presidente Lula e os demais postulantes à presidência da república, se uma análise do mesmo tipo for feita com os dados da pesquisa Vox Populi, teremos conclusões ainda mais acachapantes contra a direitalha oligárquica, golpista, escravocrata, cleptocrta, privatista e entreguista. 

    Além do fenômeno Lula, o líder popular e político, com origem sindical e no chão de fábrica, é bom observar os últimos gráficos mostrando que o PT continua sendo o mais forte e orgânico partido político brasileiro. Isso explica por que os ataques dos golpitas não se limitam a Lula e às personalidades políticas com liderança no partido. Está claro, para os golpistas, que o PT é maior que a soma dos líderes que ocupam sua cúpula. Não fosse assim o PT, depois de 13 anos de massacre midiático e judiciário, estaria destruído. Ao contrário do que previram os golpistas, o PT continua sendo o parido preferido po 1/5 dos elitores brasileiros, mais que o triplo do 2º colocado. E desde o ano passado a preferência pelo PT cresce continuamente, para desespero dos golpistas. E o fato de 70% dos votos de Lula (segundo o Datafraude) provirem dos que se declaram petistas mostra a identificação de Lula com o partido que fundou.

  15. O que mais salta aos olhos é

    O que mais salta aos olhos é que bolsonaro tem melhor intenção de votos somente entre os de maior renda e os com mais anos de instrução formal (que tambem é reflexo de renda maior e que é bem diferente de melhor educação).

    Traduzindo a elite é demonstradamente fascista por sua expressão, voluntária e inequívoca.

  16. Pesquisas.
    As pesquisas mostram o que vemos no dia a dia as pessoas que votam em Lula estão indignadas e revoltadas. Se Lula conseguir sair candidato o que parece impossível ganha a eleição da cadeia política de Curitiba, se apoiar um nome esse nome vai ao segundo turno, daí será ou o candidato de Lula ou o candidato ao que parece da extrema direita.

  17. Os golpistas e a elite

    Os golpistas e a elite brasileira pra ganharem às eleições presidencias  de 2018 terão uma baita de uima tarefa: prender na Superintedência da Polícia Federal de Curitiba todo o Povo brasileiro. Hajam “Apertex do Guarujá” pra incriminar a todos.

     

  18. O PODER NASCE DA PONTA DO CANO DE UM FUZIL- Mao Tse- Tung

    O PODER NASCE DA PONTA DO CANO DE UM FUZIL- Mao Tse- Tung

    MINI-MANUAL DO GUERRILHEIRO URBANO

    Carlos Marighella

    Características da Técnica das Guerrilhas

     

    A técnica da guerrilha urbana tem as seguintes características:

    a. Uma parte é relacionada aos requisitos que se agrupam a estas características, requisitos representados por uma série de vantagens iniciais sem as quais o guerrilheiro urbano não pode completar seus objetivos;

    b. Uma parte concerne certos objetivos definitivos nas ações iniciadas pela guerrilha urbana;

    c. Uma parte é relacionada com os tipos e modos característicos de ação das guerrilhas urbanas;

    d. Uma parte concerne o método da guerrilha urbana realizar ações específicas.

    A técnica da guerrilha urbana tem as seguintes características:

    a. É uma técnica agressiva, isto é, tem um caráter ofensivo. Como é bem conhecido, a ação defensiva significa a morte para nós. Já que somos inferiores ao inimigo em poder de fogo e não temos nem seus recursos nem seu poderio, não podemos nos defender de uma ofensiva ou um ataque concentrado pelo exército. E esta é a razão pela qual a técnica urbana nunca pode ser de natureza permanente, nem pode defender uma base fixa nem permanecer em um só lugar esperando para repelir o círculo de reação;

    b. É uma técnica de ataque e retirada pelo qual preservamos nossas forças.

    c. É uma técnica que busca o desenvolvimento das guerrilhas urbanas, cuja função é desgastar, desmoralizar, e distrair as forças inimigas, permitindo o desenvolvimento e sobrevivência da guerrilha rural que esta destinada a um papel decisivo na guerra revolucionária.

    9.1 A Vantagem Inicial da Guerrilha Urbana

    As dinâmicas das guerrilhas urbanas consiste nos violentos choques do guerrilheiro urbano com as forças militares e policiais da ditadura. Nestes choques, os policiais tem a superioridade. O guerrilheiro urbano tem forças inferiores. O paradoxo é que o guerrilheiro urbano, a pesar de ser mais fraco, é sem dúvida o atacante.

    As forças militares e policiais, por sua parte, respondem ao ataque com a mobilização e concentração de forças infinitamente superiores na perseguição e destruição das forças guerrilheiras. Somente se pode evitar a derrota quando se conta com as vantagens iniciais e sabe como explorar com fim de compensar suas vulnerabilidades e falta de material.

    As vantagens iniciais são:

    a. Tem que tomar o inimigo de surpresa;

    b. Tem que conhecer o terreno de encontro melhor que o inimigo;

    c. Tem que ter maior mobilidade e velocidade que a polícia e as outras forças repressoras;

    d. Seu serviço de informação tem que ser melhor que o do inimigo;

    e. Tem que estar no comando da situação e demonstrar uma confiança tão grande que todos de nosso lado sejam inspirados e nunca pensem em hesitar, enquanto que os do outro bando estão atordoados e incapazes de responder.

    Surpresa

    Para compensar por sua debilidade geral e falta de armas comparado com o inimigo, o guerrilheiro urbano utiliza a surpresa. O inimigo não tem nenhuma forma de lutar contra a surpresa e se torna confuso ou é destruído.

    Quando a guerra de guerrilhas urbanas iniciou no Brasil, a experiência demonstrou que a surpresa era essencial para o êxito de qualquer operação de guerrilha.

    A técnica de surpresa baseia-se em quatro requisitos essenciais:

    a. conhecemos a situação do inimigo que vamos a atacar usualmente por meio de informação precisa e observação meticulosa, enquanto que o inimigo não sabe se será atacado ou não sabe nada em relação ao atacante;

    b. conhecemos a força do inimigo que será atacado e o inimigo não sabe nada sobre a nossa;

    c. atacando por surpresa, nós economizamos e conservamos nossas forças, enquanto que o inimigo não é capaz de fazer o mesmo e é deixado a mercê dos eventos;

    d. determinamos a hora e o lugar do ataque, combinamos sua duração, e estabelecemos seu objetivo. O inimigo permanece ignorante de tudo isto.

    Conhecimento do Terreno

    O melhor aliado do guerrilheiro é o terreno porque o conhece como a palma de sua mão.

    Ter o terreno como um aliado significa saber como utilizar suas irregularidades com inteligência, seus pontos mais altos e baixos, suas curvas, suas passagens regulares e secretas, áreas abandonadas, terrenos baldios, etc., tirando a vantagem máxima de tudo isto para o êxito das ações armadas, fugas, retiradas, encobrimento e esconderijos.

    Os lugares impenetráveis e os lugares estreitos, as ruas sob construção, pontos de controle de polícia, zonas militares e ruas fechadas, entradas e saídas de túneis e aqueles que o inimigo possa bloquear, viadutos que devem ser cruzados, esquinas controladas pela polícia ou vigiadas, suas luzes e sinais, tudo isto tem que ser completamente estudado para poder evitar erros fatais.

    Nosso problema é o de passar e saber onde e como esconder-nos, deixando o inimigo confuso em áreas que ele não conhece.

    O guerrilheiro urbano familiarizado com o terreno difícil e irregular, avenidas, ruas, estradas, entradas e saídas, esquinas dos centros urbanos, suas passagens e atalhos, os lotes vazios, suas passagens subterrâneas, seus tubos e sistemas de esgoto pode cruzar com segurança pelo terreno não familiar para a polícia, onde podem ser surpreendidos em uma emboscada fatal em qualquer momento.

    Por conhecer o terreno o guerrilheiro pode passar a pé, em bicicleta, em automóvel, 4×4, ou caminhão e nunca ser apanhado. Atuando em grupos pequenos com umas quantas pessoas, os guerrilheiros podem se reunir em uma hora em lugares determinados, prosseguindo o ataque, com novas operações de guerrilha, ou evadindo o círculo da polícia e desorientando o inimigo com sua audácia sem precedente.

    É um problema sem solução para a polícia, num terreno tipo labirinto do guerrilheiro urbano, prender a alguém que não pode ver, ou tratar de fazer contato com alguém que não podem encontrar.

    Nossa experiência é que o guerrilheiro urbano ideal é alguém que opera em sua própria cidade e que conhece completamente a cidade e suas ruas, suas vizinhanças, seus problemas de trânsito, e outras peculiaridades.

    O guerrilheiro estrangeiro, que vem a cidade na qual o terreno não é familiar para ele, é um ponto fraco e se é designado para certas operações, pode colocá-la em perigo. Para evitar erros graves, é necessário que o primeiro conheça bem a localização das diferentes ruas.

    Mobilidade e Velocidade

    Para assegurar a mobilidade e a velocidade que a polícia não pode alcançar, o guerrilheiro urbano necessita dos seguintes pré-requisitos:

    a. mecânicos;

    b. conhecimento do terreno;

    c. uma ruptura ou suspensão das comunicações e transportes do inimigo;

    d. armamento leve.

    Há que ter cuidado na execução de operações que duram escassamente uns momentos, e partindo do lugar em, veículos, o guerrilheiro urbano faz uma retirada rápida, escapando da perseguição

    O guerrilheiro urbano tem que saber o caminho em detalhe e, neste sentido, tem que praticar o itinerário antes de tempo como treinamento para evitar caminhos que não tenham saída, ou acabanando em engarrafamentos, ou terminar paralisado por construções do Departamento de Trânsito.

    A polícia persegue ao guerrilheiro urbano cegamente sem o conhecimento de que estrada ele vai tomar para sua fuga.

    Enquanto o guerrilheiro urbano foge rapidamente porque conhece o terreno, a polícia perde a pista e dão por terminada a perseguição.

    O guerrilheiro urbano deve lançar suas operações longe das bases logísticas da polícia. Uma vantagem inicial deste método de operação é que nos coloca a uma distância razoável da possibilidade de perseguição, o que facilita a evasão.

    Em adição a esta precaução necessária, o guerrilheiro urbano tem que estar preocupado com o sistema de comunicação do inimigo. O telefone é o alvo primário para prevenir o acesso inimigo à informação mediante a sabotagem de seu sistema de comunicações.

    Ainda tendo conhecimento da operação guerrilheira, o inimigo depende de transporte moderno para seu apoio logístico, e seus veículos necessariamente perdem tempo ao leva-lo pelo trânsito pesado das grandes cidades.

    É claro que o trânsito congestionado e perigoso é uma desvantagem para o inimigo, como também o seria para nós se não estivéssemos adiantados em relação ao inimigo.

    Se queremos uma margem de segurança e estar seguros de não deixar pistas para o futuro, podemos adotar as seguintes medidas:

    a. interceptar de propósito a polícia com outros veículos ou por inconveniências casuais ou danos; mas neste caso o veículo em questão não deve ser legal ou ter placas de licença verdadeiras;

    b. obstruir a estrada com árvores caídas, pedras, valas, letreiros de trânsito falsos, estradas obstruídas ou desvios, e outros meios engenhosos;

    c. colocar minas caseiras no caminho da polícia, utilizar gasolina, ou jogar bombas Molotov para incendiar seus veículos;

    d. disparar uma rajada de balas de metralhadora ou armas tais como a FAL contra o motor e pneus dos veículos envolvidos na perseguição.

    Com a arrogância típica da polícia e das autoridades militares fascistas, o inimigo virá lutar com armas pesadas e equipamento, e com manobras elaboradas de homens armados até os dentes. O guerrilheiro urbano tem que responder a isto com armas leves facilmente transportáveis, para que sempre possa escapar com velocidade máxima, sem aceitar uma luta aberta. O guerrilheiro urbano não tem outra missão do que atacar e retirar-se.

    Nos exporíamos a derrotas mais contundentes se nos sobrecarregamos com armamento pesado e com o peso tremendo das munições necessárias para disparar, na mesma perdendo o presente precioso da mobilidade.

    Quando o inimigo luta contra nos a cavalo não temos desvantagem sempre e quando temos veículos. O automóvel anda mais rápido que o cavalo. Desde o interior do automóvel também temos o alvo do policial montado, derrubá-lo com metralhadora, revólver ou com coquetéis Molotov e granadas.

    Por outro lado, não é tão difícil para um guerrilheiro urbano a pé fazer de um policial a cavalo um alvo. Acima de tudo, cordas estendidas ao longo de estradas, bolas de gude e rolhas são métodos muito eficientes de fazer ambos caírem. A grande desvantagem do policial montado é que se apresenta ao guerrilheiro urbano como dois alvos excelentes: o cavalo e seu cavaleiro.

    À parte de ser mais rápido que um cavalo, o helicóptero não tem melhores oportunidades em uma perseguição. Se o cavalo é muito lento comparado com o automóvel do guerrilheiro urbano, o helicóptero é muito rápido. 

    Movendo-se a 200 quilômetros por hora nunca terá êxito em atingir desde cima a um alvo perdido entre as multidões e os veículos da rua, nem tampouco pode aterrizar em ruas para capturar alguém. Além disso, quando tenta voar a baixas alturas torna-se extremadamente vulnerável ao fogo do guerrilheiro urbano.

    Informação

    As possibilidades que o governo tem de descobrir e destruir o guerrilheiro urbano diminuem a medida que o potencial dos inimigos do ditador tornam-se maiores e mais concentrados entre as massas populares. A concentração de oponentes da ditadura exerce um papel muito importante na obtenção de informação dos movimentos de polícia e de homens do governo, como também ocultar nossas atividades. 

    O inimigo pode ser enganado por informação falsa, o qual é pior para ele porque independente de seu significado, as fontes de informação a disposição do guerrilheiro urbano são potencialmente melhores que as dos policiais. O inimigo é observado pela população, mas desconhece quem dentre a população passa informações aos guerrilheiros urbanos. Os militares e a polícia são odiados pelas injustiças e violência que tem cometido contra a população, e isto facilita a obtenção de informação prejudicial às atividades de agentes do inimigo.

    A informação, que é somente uma pequena parte do apoio popular, representa um potencial extraordinário nas mãos do guerrilheiro urbano. A criação de um serviço de inteligência com uma estrutura organizada é uma necessidade básica para nós. O guerrilheiro urbano tem que ter informação essencial dos planos e movimentos do inimigo, onde se encontra, e como se movem, os recursos da rede bancária, os meios de comunicação e seus movimentos secretos.

    A informação confiável passada ao guerrilheiro urbano representa um golpe certeiro contra a ditadura. Não há forma de defender-se quando se enfrenta uma perda importante de informação que põe em perigo seus interesses e facilita nosso ataque destrutivo.

    O inimigo também quer conhecer que passos estamos tomando para que possa nos destruir ou prevenir de atuar. Neste sentido o perigo da traição esta presente e o inimigo o fomenta e nutre, e infiltra espiões na organização. As técnicas do guerrilheiro urbano usadas contra esta tática do inimigo é de denunciar publicamente os traidores, espiões, informantes e provocadores.

    Já que nossa luta toma lugar entre as massas e depende de sua simpatia – enquanto que o governo tem uma má reputação devido a sua brutalidade, corrupção e incompetência – os informantes, espiões, traidores, e a polícia vem a serem os inimigos da população sem apoiadores, denunciados aos guerrilheiro urbanos, e em muitos casos, devidamente castigados.

    Por sua parte os guerrilheiros urbanos não devem de evitar sua responsabilidade – uma vez que sabem quem é o espião ou informante – de liquidá-lo. Este é o método correto, aprovado pela população, e minimiza consideravelmente a incidência de infiltração ou espionagem inimiga.

    Para o completo êxito na batalha contra os espiões é essencial a organização de um serviço de contra-espionagem ou contra-inteligência. No entanto, com respeito à informação, não pode ser reduzida a somente saber os movimentos do inimigo e evitar a infiltração de seus espiões. A informação tem que ser ampla, tem que incluir tudo, incluindo os dados mais significativos. Há uma técnica de obter informação e o guerrilheiro urbano a tem que dominar. Seguindo esta técnica, a informação é obtida naturalmente, como uma parte da vida das pessoas.

    O guerrilheiro urbano, vivendo em meio da população e movendo-se entre eles, tem que prestar atenção a todo tipo de conversação e reações humanas, aprendendo a esconder seus interesses com grande juízo e destreza.

    Em lugares onde as pessoas trabalham, estudam e vivem, é fácil obter todo tipo de informação de pagamentos, negócios, pontos de vista, opiniões, estado de mente das pessoas, viagens, interiores de edifícios, oficinas e habitações, centros de operações etc. A observação, investigação, reconhecimento, e exploração do terreno também são fontes excelentes de informação.

    O guerrilheiro urbano nunca vai a nenhum lugar sem prestar atenção e sem precaução revolucionária, sempre alerta por se acontece algo. Olhos e ouvidos abertos, sentidos alertas, a memória gravada com todo o necessário para agora ou para o futuro, e para a continuação da atividade do soldado guerrilheiro.

    A leitura cuidadosa da imprensa com atenção particular aos órgãos de comunicação em massa, a investigação de fatos acumulados, a transmissão de notícias e tudo observado, uma persistência em ser informado e em informando os outros, tudo isto compõe a questão intrincada e imensamente complicada de informação que lhe dá ao guerrilheiro urbano a vantagem decisiva.

    Decisão

    Não é suficiente para o guerrilheiro urbano ter a seu favor surpresa, velocidade, conhecimento do terreno e informação. Ele também deve demonstrar seu comando em qualquer situação e uma capacidade de decisão sem a qual todas as demais vantagens lhe resultariam inúteis.

    É impossível levar ao fim qualquer ação, sem estar bem planejada, se o guerrilheiro urbano resulta ser indeciso, incerto ou irresoluto.

    Ainda uma ação que tenha sido começada com sucesso pode terminar em derrota sem o comando da situação e a capacidade para tomar decisões falhar em meio a execução do plano. Quando este comando da situação e a capacidade para a decisão estão ausentes, este vazio é preenchido pela hesitação e o temor. O inimigo toma vantagem desta falha e é capaz de liquidar-nos.

    O segredo para o sucesso de qualquer operação, simples ou complicada, fácil ou difícil, é o de confiar em determinados homens. No sentido estrito, não existe uma operação fácil: tudo tem que ser realizado com o mesmo cuidado praticado em casos mais difíceis, começando com a eleição dos elementos humanos, que significa depender da liderança e capacidade de decisão em qualquer situação.

    Pode se antecipar o resultado de uma ação pela forma em que os participantes atuam durante a fase preparatória. Aqueles que estão atrasados, que não fazem os contatos designados, são facilmente confundidos, esquecem coisas, deixam de completar os elementos básicos do trabalho, possivelmente são homens indecisos e podem ser um perigo. É melhor não incluí-los.

    A decisão significa colocar em prática, o plano que foi idealizado, com determinação, com audácia, e com uma firmeza absoluta. Somente basta uma pessoa que hesita perder tudo.

    9.2 Objetivos das Ações de Guerrilha Urbana

    Com suas técnicas desenvolvidas e estabelecidas, o guerrilheiro urbano baseia-se em modelos de ação que o conduzem a atacar e, no Brasil, com os seguintes objetivos:

    a. ameaçar o triângulo no qual os sistemas de dominação do estado brasileiro e norte-americano são mantidos no Brasil, um triângulo cujos pontos são Rio, São Paulo, e Belo Horizonte e cuja base é o eixo Rio-São Paulo, onde o gigante complexo industrial, econômico, político, cultural, militar, policial que sustenta o poder decisivo do país está localizado;

    b. debilitar os guardas locais ou os sistemas de segurança da ditadura, dado o fato de que estamos atacando e os militares defendendo, o qual significa capturando as forças governamentais em posições defensivas, com suas tropas imobilizadas em defesa de todo complexo de manutenção nacional, e com seu medo onipresente de um ataque em seus centros nervosos estratégicos, e sem saber onde, como, e quando virá o ataque;

    c. atacar em todos lados, com muitos grupos armados diferentes, pequenos em números, cada um independente e operando por separado, para dispersar as forças do governo em sua perseguição de uma organização extremadamente fragmentada em vez de oferecer-lhes à ditadura a oportunidade de concentrar suas forças repressivas na destruição de um sistema altamente organizado e estruturado operando em todo o pais;

    d. provar sua combatividade, decisão, firmeza, determinação, e persistência no ataque contra a ditadura militar para permitir que todos os inconformes sigam nosso exemplo e lutem com táticas de guerrilha urbana. Enquanto tanto, o governo, com todos os problemas, incapaz de deter as operações da guerrilha na cidade, perderam o tempo e sofreram desgastes, o que finalmente ocasionará que retirem suas tropas para poder vigiar os bancos, industrias, armarias, barracas militares, televisão, escritórios norte-americanas, tanques de armazenamento de gás, refinarias de petróleo, barcos, aviões, portos, aeroportos, hospitais, centros de saúde, bancos de sangue, lojas, garagens, embaixadas, residências de membros proeminentes do regime, tais como ministros e generais, estações de policia, e organizações oficiais, etc.

    e. aumentar os distúrbios dos guerrilheiros urbanos gradualmente em ascendência interminável de tal maneira que as tropas do governo não possam deixar a área urbana para perseguir o guerrilheiro sem arriscar abandonar a cidade, e permitir que aumente a rebelião na costa como também no interior do pais;

    f. para obrigar o exército e a policia, com os comandantes e seus assistentes, a mudar a acomodação e tranqüilidade relativa das barracas e seu relativo descanso, por um estado de alarme e tensão em aumento da expectativa de ataque ou a busca de pistas que se desvanecem sem deixar traço algum;

    g. para evitar batalhas abertas e combate decisivo com as forças do governo, limitando a luta a ataques rápidos e breves com resultados relâmpagos;

    h. para assegurar aos guerrilheiros urbanos um máximo de liberdade de ação e movimento sem ter que evitar o uso de violência armada, permanecendo firmemente orientado até o começo da guerra de guerrilha rural e apoiando a construção de um exército revolucionário para a libertação nacional.

     9.3 Sobre os Tipos e Natureza de Modelos de Ação para os Guerrilheiros Urbanos 

    Para poder alcançar os objetivos previamente enumerados, o guerrilheiro urbano está obrigado, em sua técnica, a seguir uma ação cuja natureza seja tão diferente e diversificada como seja possível. O guerrilheiro urbano não escolhe arbitrariamente este ou aquele modelo de ação.

    Algumas ações são simples, outras são complicados. O guerrilheiro urbano sem experiência tem que ser incorporado gradualmente em ações ou operações que correm desde as mais simples até as mais complicadas. Começa com missões e trabalhos pequenos até que se converta completamente em um guerrilheiro urbano com experiência.

    Antes de qualquer ação, o guerrilheiro urbano tem que pensar nos métodos e no pessoal disponível para realizar a ação. As operações e ações que demanda a preparação técnica do guerrilheiro urbano não podem ser executadas por alguém que carece de destrezas técnicas. Com estas precauções, os modelos de ação que o guerrilheiro urbano pode realizar são os seguintes:

    a. assaltos

    b. invasões

    c. ocupações

    d. emboscadas

    e. táticas de rua

    f. greves e interrupções de trabalho

    g. deserções, desvios, tomas, expropriações de armas, munições e explosivos

    h. libertação de prisioneiros

    i. execuções

    j. seqüestros

    l. sabotagem

    m. terrorismo

    n. propaganda armada

    o. guerra de nervos

    Assaltos

    O assalto é o ataque armado com o qual fazemos expropriações, libertamos prisioneiros, capturamos explosivos, metralhadoras, e outras armas típicas e munições.

    Os assaltos podem ser realizados de noite ou de dia. O assalto de noite é usualmente o mais vantajoso às guerrilhas urbanas. A idéia é que o assalto seja executado de noite quando as condições para um ataque de surpresa são mais favoráveis e a obscuridade facilita a fuga e esconde a identidade dos participantes. O guerrilheiro urbano tem que preparar-se, no entanto, para atuar baixo qualquer condição, de noite ou de dia.

    Os alvos mais vulneráveis para o assalto são os seguintes:

    a. bancos e estabelecimentos de crédito

    b. negócios comerciais ou industriais, incluindo a produção de armas e explosivos

    c. estabelecimentos militares

    d. delegacias e estações de policia

    e. presídios

    f. propriedade do governo

    g. meios de comunicação de massa

    h. escritórios e propriedades norte-americanas

    i. veículos do governo, incluindo veículos militares e da polícia, caminhões, veículos armados, carregadores de dinheiro, trens, barcos, e aviões.

    O assalto em estabelecimentos são da mesma natureza porque em cada caso a propriedade e os edifícios representam um alvo fixo.

    Os assaltos aos edifícios concebidos como operações de guerrilha, variam de acordo a se são bancos, negócios comerciais, industrias, acampamentos militares, delegacias, presídios, estações de rádio, armazéns de empresas imperialistas, etc.

    Os assaltos em veículos – carros blindados, trens, barcos, aviões – são de outra natureza já que envolvem um alvo em movimento. A natureza da operação varia de acordo à situação e a possibilidade – isto é, se o alvo é estacionário ou móvel.

    Os carros blindados, incluindo veículos militares, não são imunes às minas. Estradas obstruídas, armadilhas, enganos, intercepção de outros veículos, bombas Molotov, atirar com armamento pesado, são métodos eficientes de assaltar veículos.

    Os veículos pesados, aviões em terra, barcos ancorados, podem ser tomados e as tripulações capturadas. Os aviões em vôo podem ser desviados de seu curso pela ação guerrilheira ou por uma pessoa.

    Os barcos e trens em movimento podem ser assaltados ou tomados por operações de guerrilha para poder capturar as armas e munições ou para evitar o deslocamento de tropas.

    O Assalto a Banco como Modelo Popular

    O modelo de assalto mais popular é o assalto à banco. No Brasil, a guerrilha urbana começou um tipo de assalto organizado em bancos como uma operação guerrilheira. Hoje este tipo de assalto é utilizado comumente e tem servido como um tipo de exame preliminar para o guerrilheiro urbano em seu processo de aprendizagem da guerra revolucionária.

    Tem se desenvolvido inovações importantes na técnica de assalto à bancos, o qual assegura a fuga, a retirada de dinheiro, e o anonimato das pessoas envolvidas. Entre estas inovações temos atirar nos pneus dos carros para evitar que sejamos perseguidos, trancar as pessoas nos banheiros dos bancos, obrigá-los a que se sentem no chão do banheiro; imobilizar os guardas do banco e tomar seu armamento, obrigar a alguém a abrir a caixa forte; e a utilização de disfarces.

    Tentativas para instalar alarmes de bancos, ou para utilizar guardas ou aparelhos de detecção eletrônicos de origem norte-americana, são de pouca utilidade quando o assalto é de tipo político e executado de acordo com as técnicas de guerrilha urbana. 

    Esta técnica trata de utilizar novos recursos para alcançar as mudanças táticas do inimigo, tem acesso a poder de fogo que esta em crescimento todos os dias, se faz mais astuta e audaz, e utiliza um grande número de revolucionários todas as vezes, todas para garantir o êxito das operações planejadas até o ultimo detalhe.

    O assalto à banco é a expropriação típica. Mas, como é certo para qualquer tipo de expropriação armada, o revolucionário esta em desvantagem por dois competidores:

    a. competição por delinqüentes;

    b. competição por contra-revolucionários de direita;

    Esta competição produz confusão, o qual é refletido em incerteza da população. Depende do guerrilheiro urbano prevenir que isto aconteça, e para conseguir isto utiliza dois métodos;

    a. tem que evitar a técnica de bandidos, o qual é o uso de violência desnecessária e da expropriação de mercadorias e posses da população;

    b. tem que usar o assalto para propósitos de propaganda, no mesmo momento em que esta acontecendo, e depois distribuir material, papéis, e todo meio possível de explicar os objetivos e os princípios do guerrilheiro urbano como expropriador do governo, das classes governantes, e do imperialismo.

    Batidas

    As batidas são ataques rápidos em estabelecimentos localizados na vizinhança ou até no centro da cidade, tal como unidades militares pequenas, delegacias, hospitais, para causar problemas, tomar armas, castigar e aterrorizar o inimigo, tomar represálias, ou resgatar prisioneiros feridos, ou aqueles hospitalizados baixo vigilância da policia.

    As batidas também são lançadas em garagens e estacionamentos para destruir veículos e danificar instalações, especialmente se são empresas e propriedades norte-americanas.

    Quando tomam lugar em certas extensões de estrada ou em certas vizinhanças distantes, os ataques podem servir para obrigar o inimigo a mover grandes números de tropas, um esforço totalmente inútil já que não encontraram ninguém com quem lutar.

    Quando são realizadas em certas casas, escritórios, arquivos, ou escritórios públicos, seu propósito é de capturar ou buscar papéis secretos e documentos com os quais denunciar o envolvimento, os compromissos, e a corrupção dos homens no governo, seus negócios sujos e as transações criminosas com os norte-americanos. As batidas são mais efetivas se são realizadas de noite.

    Ocupações

    As ocupações são um tipo de ataque realizado quando um guerrilheiro urbano se estaciona em estabelecimentos e localizações específicas, para uma resistência temporal contra o inimigo ou para algum propósito de propaganda.

    A ocupação de fábricas e escolas durante greves ou em outros momentos é um método de protesto ou de distrair a atenção do inimigo.

    A ocupação das estações de rádio é para propósitos de propaganda.

    A ocupação é um método muito efetivo para a ação mas, para prevenir perdas e danos materiais a nossas forças, é sempre uma boa idéia o contar com a possibilidade de retirada. Sempre tem que ser meticulosamente planejada e executada no momento oportuno. A ocupação sempre tem um limite de tempo e enquanto mais rápido se realize, melhor. 

    Emboscada

    As emboscadas são ataques tipificados por surpresa quando o inimigo é apanhado em uma estrada ou quando faz que uma rede de policiais rodeie uma casa ou propriedade. Uma mensagem falsa pode trazer o inimigo a um lugar onde caia em uma armadilha.

    O objeto principal da tática de emboscada é de capturar as armas e castigá-los com a morte.

    As emboscadas para deter trens de passageiros são para propósitos de propaganda, e quando são trens de tropas, o objetivo é de eliminar o inimigo e tomar suas armas.

    O franco-atirador guerrilheiro é o tipo de lutador ideal especialmente para as emboscada porque pode se esconder facilmente nas irregularidade do terreno, nos trechos dos edifícios e dos apartamentos sob construção. Desde janelas e lugares escuros pode mirar cuidadosamente a seu alvo escolhido.

    As emboscadas tem efeitos devastadores no inimigo, deixando o nervoso, inseguro e cheio de temor.

    Táticas de Rua

    As táticas de rua são usadas para lutar com o inimigo nas ruas, utilizando a participação das massas contra ele.

    Em 1968, os estudantes Brasileiros utilizaram táticas de rua excelentes contra as tropas da polícia, tais como marchar pelas ruas contra o trânsito, e utilizar estilingues e bolas de gude contra a polícia montada.

    Outras táticas de rua consistem na construção de barricadas, atirando garrafas, tijolos, e outros projéteis desde o telhado de apartamentos e edifícios de negócios contra a polícia; utilizando edifícios sob construção para sua fuga, para esconder-se, e para apoiar os ataques surpresa.

    É igualmente necessário saber como responder às táticas do inimigo. Quando as tropas de policiais vêm protegidas com capacetes para defender-se de objetos lançados, nos dividimos em duas equipes; uma para atacar o inimigo de frente, ou outra para atacá-lo desde a retaguarda, retirando um à medida que o outro avança para prevenir que o primeiro se converta em um alvo dos projéteis atirados pelo segundo.

    De igual forma é importante saber como responder a uma rede de polícias. Quando a policia designa uma certa área para que seus homens entrem em massa para prender a um manifestante, um grupo maior de guerrilheiros urbanos tem que rodear o grupo da polícia, desarmá-los, surrando-os e na mesma hora permitir que o prisioneiro fuja. Esta operação de guerrilha urbana se chama a rede dentro de uma rede.

    Quando a rede policial se forma em um edifício de escola, uma fábrica, um lugar onde as massas se congregam, ou algum outro ponto, o guerrilheiro urbano não deve render-se ou que o tomem por surpresa. Para assegurar que sua rede funcione o inimigo se vera na obrigação de transportar a polícia em veículos e carros especiais para ocupar pontos estratégicos nas ruas para invadir edifícios ou locais selecionados. 

    O guerrilheiro urbano, por sua parte, nunca deve de sair de um edifício ou uma área ou entrar nela sem primeiro conhecer todas as saídas, a forma de romper o círculo, os pontos estratégicos que a policia poderia ocupar, e as estradas que inevitavelmente conduzem até a rede, e deve apoderar-se de outros pontos estratégicos desde os quais possa golpear o inimigo.

    As estradas seguidas pelos veículos da polícia tem que serem minadas em pontos chaves e a pontos forçados de parada. Quando as minas explodem, os veículos voaram pelos ares. Os policiais cairão na armadilha e sofreram perdas ou serão vítimas de uma emboscada. A rede tem que ser quebrada por rotas de fuga desconhecidas para a polícia. O rigoroso plano de retirada é a melhor maneira de frustrar qualquer esforço de acercamento por parte do inimigo.

    Quando não há a possibilidade do plano de fuga, a guerrilha urbana não deve esperar reunir-se, agrupar-se, ou fazer qualquer outra coisa, já que fazê-lo evitará sua possibilidade de romper a rede do inimigo, que seguramente tentará atirar a redor dele.

    As táticas de rua têm revelado um novo tipo de guerrilheiro urbano, o guerrilheiro urbano que participa dos protestos em massa. Este é o tipo que designaremos como o guerrilheiro urbano manifestante, que se une à multidão e participa das marchas populares com fins específicos e definitivos.

    Estes fins consistem em atirar pedras e projéteis de todo tipo, utilizando gasolina para começar incêndios, utilizando a polícia como alvo para suas armas de fogo, capturando as armas dos policiais, seqüestrando agentes do inimigo e provocadores, disparar cuidadosamente aos chefes de polícia que vem em carros especiais com placas falsas para não atrair a atenção.

    O guerrilheiro urbano manifestante ensina aos grupos nas manifestações as rotas de fuga se é necessário. Coloca minas, atira bombas Molotov, prepara emboscadas e explosões.

    O guerrilheiro urbano manifestante também tem que iniciar a rede dentro da rede, revistando os veículos do governo, os carros oficiais, e os veículos da polícia para ver se tem dinheiro ou armas antes de virá-los e colocá-los fogo.

    Os franco-atiradores são muito bons para as manifestações em massa e, juntos com os guerrilheiros urbanos manifestantes, podem exercer um papel chave. Escondidos em pontos estratégicos, os franco-atiradores tem completo êxito, utilizando escopetas, metralhadoras, etc., cujo fogo e rebote causam perdas entre os inimigos. 

    Greves e Interrupções de Trabalho

    A greve é o modelo de ação empregado pelo guerrilheiro urbano em centros de trabalho e escolas para prejudicar o inimigo por meio da detenção do trabalho e das atividades de estudo. Já que é uma das armas mas temidas pelos exploradores e opressores, o inimigo utiliza um tremendo poder ofensivo e incrível violência contra. Os grevistas são levados à prisão, sofrem golpes, e muitos terminam assassinados.

    O guerrilheiro urbano tem que preparar a greve de tal forma como para não deixar indícios ou pistas que possam identificar os líderes da ação. Uma greve é bem sucedida quando é organizada por meio da ação de um grupo pequeno, se é preparado cuidadosamente em segredo e pelos métodos mais clandestinos.

    As armas, munições, Molotovs, armas caseiras de destruição e ataque, tudo isto tem que ser suprido previamente para antecipar o inimigo. Para que possa causar a maior quantidade de dano possível, é uma boa idéia estudar e por em prática um plano de sabotagem.

    As interrupções de trabalho e estudo, apesar de serem de breve duração, causam dano severo ao inimigo. É suficiente para eles surgir em pontos diferentes e em diferentes setores nas mesmas áreas, interrompendo a vida diária, ocorrendo, sem fim, um dia depois do outro, de forma autenticamente guerrilheira.

    Em greves ou simples interrupções de trabalho, o guerrilheiro urbano tem o recurso de ocupar ou penetrar no local ou simplesmente fazer um ataque. Nesse caso, seu objetivo é o de tomar reféns, capturar prisioneiros ou capturar agentes inimigos e propor um intercâmbio de prisioneiros (para liberar os grevistas).

    Em certos casos, as greves e as breves interrupções de trânsito podem oferecer uma excelente oportunidade para a preparação de emboscadas ou armadilhas cujo fim é o de destruição física da cruel e sanguinária polícia.

    O fato básico é que o inimigo sofre perdas em pessoal e material e danos morais, e é debilitado pela ação.

    Deserções, Desvios, Confiscos, Expropriações de Armas, Munições e Explosivos

    Deserções e desvios de armas são ações efetuadas em campos militares, hospitais militares, etc. O soldado da guerrilha urbana, o chefe, sargento, suboficial, e o oficial devem desertar no momento mais oportuno com armas modernas e munições, para entregá-las à guerrilha.

    Um dos momentos mais oportunos é quando a guerrilha urbana militar é chamada para perseguir e lutar contra seus camaradas guerrilheiros fora dos quartéis militares. Em vez de seguir as ordens dos oficiais, a guerrilha urbana militar deve juntar-se aos revolucionários dando-os as armas e munições que carregam, ou o veículo militar que ele opera.

    A vantagem deste método é que os revolucionários recebem as armas e munições do exército, marinha, força área, polícia, guarda civil, ou dos bombeiros sem nenhum trabalho, porque lhes chega em mãos por meio de transporte do governo.

    Outras oportunidades podem ocorrer nas barracas, e a guerrilha urbana militar deve estar alerta a isso. Em caso de descuido de parte dos comandantes ou em outras condições favoráveis, assim como as atividades burocratas ou o relaxamento de disciplina por parte dos suboficiais ou outro pessoal interno, a guerrilha urbana militar não pode esperar, mas tem que tratar de avisar os guerrilheiros e desertar sós ou acompanhados, mas com uma quantidade de armas tão grande como seja possível.

    Com a informação e a participação da guerrilha urbana militar, ataques em barracas e outros estabelecimentos militares com o propósito de capturar armas, podem ser organizados.

    Quando não há a possibilidade de desertar com as armas e munições, a guerrilha urbana deve se engajar na sabotagem, começando com explosões e incêndios em depósitos de munições e pólvora.

    Esta técnica de desertar com armas e munições, atacando e sabotando os centros militares, é a melhor maneira de cansar e de desmoralizar aos soldados, deixando-os confusos.

    O propósito da guerrilha urbana em desarmar um inimigo individual é o de capturar suas armas. Estas armas estão usualmente nas mãos dos sentinelas e outros que estão executando a guarda ou repressão.

    A captura das armas podem ser completadas por meios violentos ou pela astúcia ou armadilhas. Quando o inimigo esta desarmado, ele deve ser revistado em busca de outras armas que não sejam as que já foram retiradas. Se nos descuidamos, ele pode usar essas armas para disparar nos guerrilheiros urbanos.

    O confisco de armas é um método eficaz para adquirir metralhadoras, a arma mais importante da guerrilha.

    Quando executamos pequenas operações ou ações para confiscar armamentos e munições, o material capturado pode ser para uso pessoal ou armamento e abastecimento dos grupos de tiro. 

    A necessidade de prover um poder disparador para a guerrilha urbana é tão grande que, em ordem para começar do ponto zero as vezes temos que comprar uma arma, desviar, ou capturar uma só arma. O ponto básico é começar, e começar com um espírito de determinação e coragem. A posse de uma simples metralhadora multiplica nossas forças.

    Em um assalto a banco, devemos ser cuidadosos de confiscar as armas dos guardas. O resto das armas as encontraremos com o tesoureiro, o caixa, ou o administrador, e também devem ser confiscadas.

    O outro método que podemos utilizar é a preparação de emboscadas contra a polícia e os automóveis que usam para locomover-se.

    Realmente muitas vezes, nós tivemos êxito capturando armas em estações policiais, como um resultado de ataques repentinos.

    As vezes triunfamos em capturar armas em delegacias de polícia, como resultado de ataques repentinos.

    A expropriação de armas, munições e explosivos é a meta da guerrilha urbana em assaltar locais comerciais, industrias e quartéis. 

    Libertação de Prisioneiros

    A libertação de prisioneiros é uma operação armada designada para libertar guerrilheiros urbanos presos. Na luta diária contra o inimigo, a guerrilha urbana esta sujeita a prisões e podem ser sentenciados a ilimitados anos na cadeia. Isto não quer dizer que a batalha revolucionária acabe aqui. Para o guerrilheiro, sua experiência é aprofundada pela prisão e a luta continua igualmente até nos calabouços onde se encontram prisioneiros.

    O guerrilheiro urbano encarcerado vê a prisão como um terreno que deve dominar e entender para libertar-se por meio de uma operação da guerrilha. Não há prisão, nem uma ilha, ou uma penitenciária da cidade, ou uma fazenda, que seja inpregnável pela astúcia, perseverança e pelo potencial de fogo dos revolucionários.

    O guerrilheiro urbano que é livre vê os estabelecimentos penais do inimigo como um lugar inevitável da ação guerrilheira designada a libertar seus irmãos ideológicos que estão aprisionados.

    É a combinação do guerrilheiro urbano livre e o guerrilheiro urbano aprisionado que resulta nas operações armadas a que nos referimos como a libertação de prisioneiros.

    As operações de guerrilha que se podem usar para libertar os prisioneiros são as seguintes:

    a. ataques a estabelecimentos penais, em colônias de correção ou ilhas, ou transportes ou barcos de prisioneiros;

    b. assaltos a penitenciárias rurais ou urbanas, casas de detenção, delegacias, depósitos de prisioneiros, ou outros lugares permanentes, ocasionais ou temporários, onde se encontram os prisioneiros.

    c. assaltos a transportes de prisioneiros, trens e automóveis;

    d. ataques e batidas em prisões;

    e. emboscadas a guardas que estão movendo prisioneiros.

    Execuções

    Execução é matar um espião norte-americano, um agente da ditadura, um torturador da policia, ou uma personalidade fascista no governo que está envolvido em crimes e perseguições contra os patriotas, ou de um “dedo duro”, informante, agente policial, um provocador da policia.

    Aqueles que vão à polícia por sua própria vontade fazer denúncias e acusações, aqueles que suprem a polícia com pistas e informações e apontam a gente, também devem ser executados quando são pegos pela guerrilha.

    A execução é uma ação secreta na qual um número pequeno de pessoas da guerrilha se encontram envolvidos. Em muitos casos, a execução pode ser realizada por um franco-atirador, paciente, sozinho e desconhecido, e operando absolutamente secreto e a sangue-frio.

    Seqüestros

    Seqüestrar é capturar e assegurar em um lugar secreto um agente policial, um espião norte-americano, uma personalidade política ou um notório e perigoso inimigo do movimento revolucionário.

    O seqüestro é usado para trocar ou libertar camaradas revolucionários aprisionados, ou para forçar a suspensão da tortura nas cadeias de uma ditadura militar.

    O seqüestro de personalidades que são artistas conhecidos, figuras do esporte ou que são grandiosos em algum campo, mas que não tem evidência de um interesse político, podem ser uma forma de propaganda para os princípios patrióticos e revolucionários da guerrilha urbana sendo que ocorra baixo circunstâncias especiais, e o seqüestro seja manipulado de uma maneira que o público simpatize com ele e o aceite.

    O seqüestro de residentes norte-americanos ou visitantes no Brasil constituem uma forma de protesto contra a penetração e a dominação do imperialismo dos Estados Unidos em nosso país.

    Sabotagem

    O sabotagem é um tipo de ataque altamente destrutivo usando somente várias pessoas e as vezes requerendo somente uma para terminar o resultado desejado. Quando a guerrilha urbana usa a sabotagem, a primeira fase é a sabotagem isolada. Então vem a fase de sabotagem dispersada ou generalizada, levando a população.

    Um plano de sabotagem bem executado demanda estudo, planejamento e cuidadosa execução. Uma forma característica da sabotagem é a explosão usando dinamite, incêndio e a implantação de minas.

    Um pouco de areia, uma gota de qualquer tipo de combustível, ou pouca lubrificação, um parafuso removido, um curto-circuito, peças de madeira ou ferro, podem causar danos irreparáveis.

    O objetivo da sabotagem é para doer, danificar, deixar sem uso e para destruir pontos vitais do inimigo assim como os seguintes:

    a. a economia de um país;

    b. a produção agrícola e industrial;

    c. sistemas de comunicação e transporte;

    d. sistemas policiais e militares e seus estabelecimentos e depósitos;

    e. o sistema repressor do sistema militar-policial;

    f. empresas e propriedades norte-americanas no país.

    A guerrilha urbana deve pôr em perigo a economia do país, particularmente seus aspectos financeiros e econômicos, assim como as redes comerciais domésticas e estrangeiras, suas mudanças nos sistemas bancários, seu sistema de coleta de impostos, e outros.

    Escritórios públicos, centros de serviços do governo, armazéns do governo, são alvos fáceis para sabotagem. Não vai ser fácil prevenir a sabotagem da produção agrícola e industrial pela guerrilha urbana, com sua sabedoria completa da situação.

    Trabalhadores industriais atuando como guerrilheiros urbanos são excelentes para a sabotagem industrial já que sabem, melhor que ninguém, entendem a indústria, a fábrica, a maquinária, e talvez possam destruir toda a operação, fazendo mais dano que uma pessoa mal informada.

    A respeito dos sistemas de comunicações e de transportes do inimigo, começando com o tráfego ferroviário, é necessário atacá-lo sistematicamente com as armas de sabotagem.

    A única precaução é a de não causar a morte ou ferimento fatal aos passageiros, especialmente aos que viajam com regularidade nestes trens suburbanos ou de longa distância.

    Ataques a trens de carga, em movimento ou estacionados, parar os sistemas de comunicação e de transporte militar, são os maiores objetivo da sabotagem nesta área.

    Vagões podem ser danificados e retirados, assim como os trilhos. Um túnel bloqueado depois de uma explosão, uma obstrução de um vagão descarrilado, causam tremendo dano.

    O descarrilamento de um trem de carga contendo combustível é um dos maiores danos que se podem fazer ao inimigo. Assim como dinamitar pontes de vias. Num sistema onde o peso e o tamanho do equipamento rodante é enorme, leva-se meses para reparar ou reconstruir a destruição ou o dano.

    As rodovias, podem ser obstruídas por árvores, veículos estacionados, valas, deslocação de barreiras por dinamite e pontes destruídas por explosões.

    Os barcos podem ser danificados enquanto ancorados em portos marítimos, ou de rios, ou em estaleiros. Os aviões podem ser destruídos ou sabotados na pista.

    As linhas telefônicas e telegráficas podem ser sistematicamente danificadas, suas torres serem destruídas, e suas linhas ficarem sem uso algum.

    As comunicações e o transporte devem ser sabotados imediatamente, porque a guerra revolucionária já começou no Brasil e é essencial impedir o movimento de tropas e munições do inimigo.

    Oleodutos, instalações de combustível, depósitos de bombas e munições, armazéns de pólvora e arsenais, campos militares e bases, devem tornar-se alvos de operações de sabotagem por excelência, enquanto que os veículos, caminhões do exército, e outros automóveis militares e policiais podem ser destruídos ao encontrá-los.

    Os centros de repressão militares e policiais e seus específicos e especializados órgãos, devem também chamar a atenção do sabotador da guerrilha urbana.

    As empresas e propriedades norte-americanas no país, por sua parte, devem ser alvos tão freqüentes de sabotagem que o volume das ações dirigidas sobrepasse o total de todas outras ações contra os pontos vitais do inimigo.

    Terrorismo

    O terrorismo é uma ação, usualmente envolvendo a colocação de uma bomba ou uma bomba de fogo de grande poder destrutivo, o qual é capaz de influir perdas irreparáveis ao inimigo.

    O terrorismo requer que a guerrilha urbana tenha um conhecimento teórico e prático de como fazer explosivos.

    O ato do terrorismo, fora a facilidade aparente na qual se pode realizar, não é diferente dos outros atos da guerrilha urbana e ações na qual o triunfo depende do plano e da determinação da organização revolucionária. É uma ação que a guerrilha urbana deve executar com muita calma, decisão e sangue frio.

    Ainda que o terrorismo geralmente envolva uma explosão, há casos no qual pode ser realizado execução ou incêndio sistemático de instalações, propriedades e depósitos norte-americanos, fazendas, etc. 

    É essencial assinalar a importância dos incêndios e da construção de bombas incendiárias como bombas de gasolina na técnica de terrorismo revolucionário. Outra coisa importante é o material que a guerrilha urbana pode persuadir o povo a expropriar em momentos de fome e escassez, resultados dos grandes interesses comerciais.

    O terrorismo é uma arma que o revolucionário não pode abandonar.

    Propaganda Armada

    A coordenação das ações da guerrilha urbana, incluindo cada ação armada, é a principal forma de fazer propaganda armada.

    Estas ações, feitas com determinados e específicos objetivos, inevitavelmente se fazem material de propaganda para o sistema de comunicação das massas.

    Assaltos a bancos, emboscadas, deserções, resgate de prisioneiros, execuções, seqüestros, sabotagem, terrorismo e a guerra de nervos são todos casos em ponto.

    Aviões com rotas de vôo trocados pela ação revolucionária, barcos e trens em movimento assaltados e capturados por guerrilheiros, podem ser usados somente para efeitos de propaganda.

    Mas a guerrilha urbana nunca deve fracassar em instalar uma imprensa clandestina e deve poder fazer cópias mimeografadas usando álcool ou pranchas elétricas ou outros aparelhos duplicadores, expropriando o que não pode comprar em ordem de produzir um jornal pequeno, panfletos, volantes e estampas para a propaganda e agitação contra a ditadura.

    A guerrilha urbana comprometida com a imprensa clandestinas facilita enormemente a incorporação de um grande número de gente na batalha revolucionária, abrindo um trabalho permanente para aqueles que desejam trabalhar com a propaganda revolucionária, mesmo que quando fazê-lo signifique trabalhar sozinho e arriscar sua vida como revolucionário.

    Com a existência de propaganda clandestina e material agitador, o espírito inventor da guerrilha urbana expande e cria catapultas, artefatos, morteiros e outros instrumentos com os quais distribuir os panfletos anti-governo a distância.

    Gravações em fita, a ocupação de estações de rádio, o uso de alto falantes, desenhos em paredes e em outros lugares inacessíveis são outras formas de propaganda. Em usá-las, a guerrilha urbana deve dar-lhes um caráter de operações armadas.

    Uma propaganda consistente de cartas enviadas a endereços específicos, explicando o significado das ações armadas da guerrilha urbana, isto produz consideráveis resultados e é um método de influenciar certos segmentos da população.

    Se esta influência é exercitada no coração das pessoas por todo possível mecanismo de propaganda girando em torno da atividade da guerrilha urbana, isto não indica que nossas forças tem o suporte de todos.

    É suficiente ganhar o suporte de parte da população e isto pode ser feito popularizando uma frase: “Deixe que aquele que não quer fazer nada pelos revolucionários, faça nada contra.”

    Guerra de Nervos

    A guerra de nervos ou guerra psicológica é uma técnica agressiva, baseada no direto ou indireto uso dos meios de comunicação de massas e notícias transmitidas oralmente com o propósito de desmoralizar o governo.

    Na guerra psicológica, o governo esta sempre em desvantagem, porque impõe censura nas massas e termina numa posição defensiva por não deixar nada contrário infiltrar-se.

    Neste ponto desespera-se, envolve-se em grandes contradições e perda de prestígio, perde tempo e energias num cansado esforço ao controle, qual é sujeito a romper-se em qualquer momento.

    O objeto da guerra de nervos é para enganar, propagar mentiras entre as autoridades na qual todos podem participar, assim criando um ar de nervosismo, descrédito, insegurança e preocupação por parte do governo.

    Os melhores métodos usados pela guerrilha urbana na guerra de nervos são os seguintes:

    a. usando o telefone e o correio para anunciar falsas pistas à polícia e ao governo, incluindo informação de bombas e qualquer outro ato de terrorismo em escritórios públicos e outros lugares, planos de seqüestro e assassinato, etc, para obrigar as autoridades a cansar-se, dando seguimento à falsa informação que foi alimentada;

    b. permitindo que planos falsos caiam nas mãos da polícia para desviar sua atenção;

    c. plantar rumores para deixar o governo nervoso;

    d. explorando cada meio possível de corrupção, de erros e de falhas do governo e seus representantes, forçando-os a explicações desmoralizantes e justificações nos meios de comunicação de massas que mantém baixo censura;

    e. apresentando denúncias a embaixadas estrangeiras, às Nações Unidas, a nunciatura do papa, e as comissões internacionais judiciais defensoras dos direitos humanos ou da liberdade de imprensa, expondo cada violação concreta e o uso de violência pela ditadura militar e fazendo conhecer que a guerra revolucionária irá continuar seu curso com perigos sérios para os inimigos da população.

    9.4 Como Executar a Ação 

    A guerrilha urbana que corretamente passa através de seu aprendizado e seu treinamento deve dar grande importância a sua tática de executar sua ação, por isso não se deve cometer o mais pequeno erro.

    Qualquer descuido na assimilação do método e seu uso, convida certo desastre, assim como a experiência nos ensina cada dia.

    Os bandidos cometem erros freqüentemente por seus métodos, e esta é uma das razões pela qual a guerrilha urbana deve estar tão intensamente preocupada por seguir a técnica revolucionária e não a técnica dos bandidos.

    Não há guerrilha urbana merecedora do nome que ignore a tática revolucionária de ação e fracasse em praticar rigorosamente o planejamento e a execução de suas atividades.

    O gigante é conhecido por seus dedos. O mesmo pode ser dito da guerrilha urbana que é conhecida tão longe como seus métodos corretos e sua fidelidade absoluta aos princípios.

    O método revolucionário de execução de uma ação é fortemente baseado no conhecimento e no uso dos seguintes elementos: 

    a. investigação de informação;

    b. observação e vigilância;

    c. reconhecimento ou exploração do terreno;

    d. estudo e tempo das rotas;

    e. mapas;

    f. mecanização;

    g. cuidadosa seleção de pessoal;

    h. seleção do poder de fogo;

    i. estudo e prática em êxito;

    j. êxito;

    l. disfarce;

    m. retirada;

    n. dispersão;

    o. libertação e troca de prisioneiros;

    p. eliminação de pistas;

    q. resgate de feridos.

    Algumas Observações nas Táticas

    Quando não há informação, o ponto de saída do plano de ação deve ser investigação, observação e vigilância. Este método também da bons resultados.

    Em qualquer evento, incluindo quando há informação, é essencial fazer observações para ver se a informação esta a par com a observação ou vice-versa.

    Reconhecimento ou exploração do terreno, estudo e o tempo das rotas, são tão importantes que quando omitidos seria como tentar apunhalar no escuro.

    Mecanização, em geral, é um fator subestimado no método de conduzir uma ação. Freqüentemente a mecanização é deixada para o fim, antes de que se faça algo sobre isso.

    Isto é um erro. A mecanização deve de ser considerada seriamente, deve ser colhida com ampla vista e de acordo com um plano cuidadoso, também baseado na informação e observação, e deve ser executado com cuidado rigoroso e precisão. O cuidado, conservação, manutenção e camuflagem dos veículos expropriados são detalhes bem importantes da mecanização. 

    Quando o transporte falha, a ação principal falha com sérias conseqüências morais e materiais para a atividade da guerrilha urbana.

    A seleção de pessoal requer grande cuidado para evitar a inclusão de pessoas indecisas e vacilantes que presentes com perigo possam contaminar os outros participantes, uma dificuldade que deve ser evitada. 

    A retirada é igual ou mais importante que a operação em si, ao ponto de ter que ser planejada rigorosamente, incluindo a possibilidade de falha.

    Deve-se evitar o resgate ou a transferência de prisioneiros com crianças presentes, ou qualquer coisa que atraia a atenção das pessoas em trânsito casual na área. O melhor é fazer o resgate tão natural quanto seja possível, sempre passando ao redor, ou usando estradas diferentes ou ruas estreitas que quase não permitam a passagem a pé, para evitar o encontro dos carros. 

    A eliminação das pistas é obrigatório e demanda grande precaução ao esconder as impressões digitais e outras classes de indícios que informem o inimigo. A falta de cuidado na eliminação dos vestígios e das pistas é um fator que aumenta o nervosismo em nossas patentes que o inimigo as vezes explora.

    Resgate de Feridos

    O problema com os feridos na guerrilha urbana merece atenção especial. Durante operações da guerrilha na zona urbana pode ocorrer que algum camarada seja ferido acidentalmente ou atingido pela policia. Quando um da guerrilha esta num grupo de atiradores tem o conhecimento de primeiros socorros e pode fazer algo pelo camarada ferido. Em nenhuma circunstância pode ser abandonado o guerrilheiro e ser deixado em mãos do inimigo.

    Uma das precauções que devemos tomar é de treinar a homens e mulheres em cursos de enfermaria, nos quais guerrilheiros podem matricular-se e aprender técnicas de primeiros-socorros. O doutor da guerrilha urbana, estudante de medicina, enfermeiro, farmacêutico ou simplesmente uma pessoa treinada em primeiros-socorros, é de necessidade numa batalha revolucionária moderna.

    Um pequeno manual de primeiros-socorros para a guerrilha urbana, impresso ou em mimeógrafo, pode ser compreendido por uma pessoa que tenha suficiente conhecimento.

    No planejamento ou execução de uma ação armada, a guerrilha urbana não pode esquecer a organização logística médica. Isto pode ser completado por meio de uma clínica móvel ou motorizada. Você também pode estabelecer uma estação de primeiros-socorros e utilizar os conhecimentos de um camarada da guerrilha que esperará com equipamentos num lugar designado onde os feridos são trazidos. 

    O ideal seria ter uma clínica bem equipada, mas é bem custoso a menos que usemos materiais expropriados. 

    Quando tudo falha, as vezes é necessário recorrer a clínicas legais, usando a força se necessário para que os doutores atendam aos nossos feridos.

    Na eventualidade que recorrermos a bancos de sangre para comprar sangue ou plasma completo, não deveremos usar endereços legais e certamente endereços onde feridos poderiam ser encontrados, porque eles estão baixo nossa proteção e cuidado.

    Nem deveríamos dar endereços destes que estão envolvidos no trabalho clandestino da organização que trabalham nos hospitais e nas clínicas de onde os colhemos. Essas preocupações são indispensáveis para cobrir qualquer pista.

    As casa onde os feridos ficam não pode ser conhecida por ninguém com exclusiva exceção de um pequeno grupo de camaradas que estão responsáveis pelo tratamento e transporte.

    Cobertores, roupa ensangüentada, medicamentos e outros tipos de indícios de tratamento de um camarada ferido em combate com a polícia, deve ser completamente eliminado dos lugares que eles visitam para receber tratamento.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  19. JUSTIÇA BRASILEIRA” PROCLAMA A DESOBIDIÊNCIA CIVIL Está .n

     

     

     

     

    JUSTIÇA BRASILEIRA” PROCLAMA A DESOBIDIÊNCIA CIVIL

    Está .na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que apresenta o seguinte texto no seu Art. 2º: “A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão”. A declaração vem ratificar os pensamentos de John Locke, o empirista no direito natural e resistência.É claro que a luta pelas vias legais ainda disponíveis no ambiente onde o golpe comandado pelo Judiciário (a condenação do Lula acaba com todas as dúvidas a esse respeito) deve continuar. Agora essa condenação de Lula e a continuação da impunidade de muitos golpistas, especialmente os ligados ao PSDB (os principais, já fartamente acusados de desvios, Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alkmin e também Ricardo Azeredo,) mostra que pelas vias legais restantes, e através tão somente de eleições possam os golpistas serem enfrentados, batidos, como poderia ocorrer num ambiente democrático. O Judiciário, que encabeça o golpe, controla as eleições, já que comanda a Justiça Eleitoral, através do quê, sem manipular resultados ou mexer nas urnas, pode impedir candidaturas, afastar candidatos que considerem indesejáveis. É preciso que todos se apercebam que não vale tão somente a Lei, o que está expresso nos diplomas legais, mas a interpretação destorcida dos golpistas do Judiciário. Com o discurso que os golpistas mostram na mídia, desejam que se acredite nesse meio democrático de luta pelo poder, o voto. Mas, na realidade, estão fechados os caminhos da luta política por esse meio, já que também o Parlamento é sócio meeiro do golpe, que ajudou a ser deflagrado, com seus quadros mais corruptos. O caminho está mostrado, é longo e espinhoso, requer coragem e ousadia para ser trilhado. Não está à vista nada que possa suavizar. O golpe ainda não conquistou o povo, que as pesquisas (muitas, precisam que se acredite no caminho do voto, até que consolidem o nome de um outro títere que possa dar continuidade ao governo do traidor, Michel Temer, que posteriormente será descartado) mostram que o povo está tendente a votar na oposição (está, mas pode perfeitamente ser revertido).  Essa possível porta de enfrentamento disponível para as oposições conta com o porteiro golpista, o Judiciário. Só eleições não basta. O poder do golpe nem de longe está ameaçado, estão ganhando só no gogó, prendendo e escrachando adversários (Lula encaminhado coercitivamente para depor, Garotinho preso e agredido na cela onde as câmeras foram desligadas e Sérgio Cabral, este mostrado acorrentado procedimento que não deve ser adotado em pessoas,  no dizer cínico da Polícia Federal, também parte importante do golpe, para defende-lo, de quê, não esclarece) inviabilizando candidatos de oposição, através de interpretações das leis existentes, continuando os golpistas impunes e enriquecendo com empobrecimento do Brasil e seu povo, com o discurso da moralidade e do afastamento dos corruptos. Não dá para acreditar nos golpistas, que até impedem a luta democrática pelo voto, com a caixa de ressonância da mídia a todo vapor, querem afastar a oposição e convencer a população do acerto do combate à corrupção que fingem empreender, desempregando, reduzindo salários e entregando a eles mesmos e seus sócios no golpe de estado o patrimônio público. É urgentemente preciso que o povo e as oposições iniciem procedimentos para mostrar que, inexistindo caminhos lícitos para a luta política e não havendo saída democrática, para que fique para todos claro que o caminho a seguir será lutar pelos direitos de nosso povo, como está dito na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. O sinal já está mais do que amarelo, tende ao vermelho. Os militares sabem muito bem: quando não há porta de saída, se está encurralado, não há  como não lutar com o meio possível. É bom todos fazerem as contas para ver o caminho a tomar.

  20. JUSTIÇA BRASILEIRA” PROCLAMA A DESOBIDIÊNCIA CIVIL Está .n

     

     

     

     

    JUSTIÇA BRASILEIRA” PROCLAMA A DESOBIDIÊNCIA CIVIL

    Está .na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que apresenta o seguinte texto no seu Art. 2º: “A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão”. A declaração vem ratificar os pensamentos de John Locke, o empirista no direito natural e resistência.É claro que a luta pelas vias legais ainda disponíveis no ambiente onde o golpe comandado pelo Judiciário (a condenação do Lula acaba com todas as dúvidas a esse respeito) deve continuar. Agora essa condenação de Lula e a continuação da impunidade de muitos golpistas, especialmente os ligados ao PSDB (os principais, já fartamente acusados de desvios, Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alkmin e também Ricardo Azeredo,) mostra que pelas vias legais restantes, e através tão somente de eleições possam os golpistas serem enfrentados, batidos, como poderia ocorrer num ambiente democrático. O Judiciário, que encabeça o golpe, controla as eleições, já que comanda a Justiça Eleitoral, através do quê, sem manipular resultados ou mexer nas urnas, pode impedir candidaturas, afastar candidatos que considerem indesejáveis. É preciso que todos se apercebam que não vale tão somente a Lei, o que está expresso nos diplomas legais, mas a interpretação destorcida dos golpistas do Judiciário. Com o discurso que os golpistas mostram na mídia, desejam que se acredite nesse meio democrático de luta pelo poder, o voto. Mas, na realidade, estão fechados os caminhos da luta política por esse meio, já que também o Parlamento é sócio meeiro do golpe, que ajudou a ser deflagrado, com seus quadros mais corruptos. O caminho está mostrado, é longo e espinhoso, requer coragem e ousadia para ser trilhado. Não está à vista nada que possa suavizar. O golpe ainda não conquistou o povo, que as pesquisas (muitas, precisam que se acredite no caminho do voto, até que consolidem o nome de um outro títere que possa dar continuidade ao governo do traidor, Michel Temer, que posteriormente será descartado) mostram que o povo está tendente a votar na oposição (está, mas pode perfeitamente ser revertido).  Essa possível porta de enfrentamento disponível para as oposições conta com o porteiro golpista, o Judiciário. Só eleições não basta. O poder do golpe nem de longe está ameaçado, estão ganhando só no gogó, prendendo e escrachando adversários (Lula encaminhado coercitivamente para depor, Garotinho preso e agredido na cela onde as câmeras foram desligadas e Sérgio Cabral, este mostrado acorrentado procedimento que não deve ser adotado em pessoas,  no dizer cínico da Polícia Federal, também parte importante do golpe, para defende-lo, de quê, não esclarece) inviabilizando candidatos de oposição, através de interpretações das leis existentes, continuando os golpistas impunes e enriquecendo com empobrecimento do Brasil e seu povo, com o discurso da moralidade e do afastamento dos corruptos. Não dá para acreditar nos golpistas, que até impedem a luta democrática pelo voto, com a caixa de ressonância da mídia a todo vapor, querem afastar a oposição e convencer a população do acerto do combate à corrupção que fingem empreender, desempregando, reduzindo salários e entregando a eles mesmos e seus sócios no golpe de estado o patrimônio público. É urgentemente preciso que o povo e as oposições iniciem procedimentos para mostrar que, inexistindo caminhos lícitos para a luta política e não havendo saída democrática, para que fique para todos claro que o caminho a seguir será lutar pelos direitos de nosso povo, como está dito na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. O sinal já está mais do que amarelo, tende ao vermelho. Os militares sabem muito bem: quando não há porta de saída, se está encurralado, não há  como não lutar com o meio possível. É bom todos fazerem as contas para ver o caminho a tomar.

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