Bolsonaro: “Eu chegando lá, nós quebraríamos o sistema”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Na primeira entrevista a um meio de comunicação, no hospital, após o atentado em Minas Gerais, o candidato do PSL Jair Bolsonaro disse à reportagem da Jovem Pan que a Polícia Federal está tentando “abafar” a investigação contra o autor do esfaqueamento, Adélio Oliveira. E, segundo o presidenciável, uma parte da imprensa estaria ajudando a “acalmar” a história. “Porque o que está em jogo é o poder. Eu chegando lá, nós quebraríamos o sistema.”

Na visão do presidenciável, foi um “atentado político” e o responsável não agiu sozinho. Bolsonaro disse que leu depoimento prestado ao delegado da PF e soube que a Polícia Civil de Juiz de Fora está com o inquérito “avançado”, e deu a entender que haveria ligação entre Oliveira e um político.

“Foi um atentado político, sem a menor dúvida. Porque me tirando de combate, os outros três ou quatro (candidatos) estão parecidos (nas pesquisas)”, disse Bolsonaro.

“Eu ouvi dizer, não tenho certeza ainda, que a Polícia Civil de Juiz de Fora de Fora está bem mais avançada que a PF. O depoimento que eu vi do delegado da PF que está conduzindo o caso, realmente é um depoimento para abafar o caso. Eu lamento o que ouvi. Dá a entender que age, em parte, como defesa do criminoso. Isso não pode acontecer”, criticou. “Eu não quero que inventem um responsável. Que falem que é tal partido, tal não sei o que. Não, não. Dá para apurar o caso.”
 
Segundo Bolsonaro, há uma “passagem falsa” de Oliveira “pela Câmara [dos Deputados], no dia 6 de setembro”. O autor da facada teria entrado no espaço para conversar com um parlamentar, possivelmente sem se identificar na recepção. O presidenciável não deixou claro se falava da Assembleia de Minas.
 
CRESCIMENTO
 
Na entrevista, Bolsonaro indicou que estava “abusando” da sorte andando em meio a multidões. “Eu falava para os seguranças do meu lado que essa possibilidade [de sofrer um atentado] ia aumentar a partir do momento em que minha popularidade ia crescendo. Por que eu tô crescendo da onde? Qual 
o tamanho do meu partido? Qual o nosso fundo partidário?”, questionou, sinalizando surpresa com o próprio desempenho nas pesquisas.
 
Ele ainda disse que, se fosse presidente, um agressor como o seu não seria condenado por tentativa de homicídio, mas por “homicídio em si”, como se tivesse cumprido sua “missão”. 
 
“Vamos mudar isso no futuro e, mais ainda, acabar com progressão de pena. Não ficar dando ouvido a entidade de direitos humanos se o presidiário estiver em péssimas condições. Quem estaria em péssimas condições é minha família, se eu tivesse morrido.”
 
Para Bolsonaro, “o ser humano só respeita o que ele tema. Se cometer crime, a punição é quase inexistente, há um estímulo para você ser criminoso.”
 
“SE DERAM MAL”
 
O filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, deputado no Rio, também participou da entrevista com um relato emocionado do momento em que descobriu que o pai foi vítima de uma facada durante a campanha em Juiz de Fora, no dia 7 de setembro. Segundo Flávio, no momento em que ele encontrou o pai no hospital, a primeira coisa que ouviu foi ele dizer: “Se deram mal, estou vivo.”
 
“O cara num sofrimento desse não pensa na saúde dele, pensa no que ele representa”, disse o Bolsonaro filho.
 
RISCO À DEMOCRACIA  E ECONOMIA
 
Questionado sobre as críticas no sentido de que faria um governo tirano, contra princípios democráticos, Bolsonaro respondeu: “Esses caras que dizem que eu sou um risco à democracia, na verdade eu sou um risco ao esquema deles.”
 
Ele prometeu acabar com indicações políticas para cargos em estatais, privatizar “muitas” empresas públicas e lançar uma base econômica que permita à União “arrecadar menos”. A ideia é que o brasileiro que recebe até 5 salários mínimos seja isento de imposto, e acima disso, exista uma alíquota única. Além disso, Bolsonaro quer desonerar folhas de pagamento e deflagrar outras ações não especificadas para “aliviar” para os empresários poderem investir e gerar emprego. 
 
O candidato, alvo de uma campanha internacional contra sua vitória nas urnas (#EleNão e #NotHim) voltou a dizer que “da minha parte, nunca preguei o ódio. Eles dizem que eu prego o ódio. Bolsonaro agride gays, negros, mulheres. Me aponte um áudio, uma imagem onde eu faço isso.”
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. Ignorante e Mentiroso

    O Coiso foi bater continência pra bandeira Yankee lá nos EUA e vem com essa mentira de que vai “quebrar o sistema”.

    O cidadão precisa ser tão ignorante quanto ele pra aceitar essa mentira como real possibilidade.

     

    1.   Exato. Acontece que o

        Exato. Acontece que o sujeito chama de “sistema” uma inventada conspiração de gays, negros e outros “do mal” para destruir o Brasil.

        O elemento foi do PP por décadas, partido recheado de corruptos, e confraterniza com milicianos, mas briga com um falso kit gay. É dose.

  2. Acontecencias

    Nassif: sei que você não gosta, mas não tenho outra palavra pro lugar — Pôrra! O Candidato da Bala sabe muito bem que o cirquinho do atentado tá com os dias contados. Aliás, jogada de mestre. Dizem que a CIA e a Inteligência do Jaburu bolaram o a tramoia naquele dia em que ele foi internado lá em Cascavél (PR), com diverticulite (aquele que matou Tancredo). Os da toga e os da farda aplaudiram a iniciativa. Com 6 segundo de propaganda, mal dava pro nome. Agora ele dispõe de horas. Na manha, de leve. Gratissssss (como diria Muçum). Os sabujos do Príncipe de Paris só estão segurando as pontas prá dar tempo da cloaca Veja terminar o artigo. Aliás, a doença também foi confirmada pelo Hospital do Exercito, no RJ, em abril passado.

    Agora, babado mesmo é a notícia que os diplomatas da ONU, logo após pertar a mão do Mordomo de Filme de Terror, levam à mão ao bolso, pra sentir se ainda estão com a carteira…

  3. Alvo

    A tentativa de transformar a agressão em atentado político já era esperada, para aumentar-lhe a importância. O uso político, então, só teria valor se incriminasse alguém do alvo preferencial, o PT. Ou dentre os partidos a ele aliados. Como a direita nunca jogou limpo e a desse candidato é a extrema, tudo pode acontecer. O pessoal do lado democrático deve ficar muito atento. E preparado para reagir.

  4. Se nenhum áudio ou imagem de ódio é apontada

    Bolsonaro não prega o ódio, não discrimina negros, nem índios, nem mulheres, nem quilombolas, nem gays, nem pobres. Não há nenhum áudio ou imagem de qualquer ato de ódio ou de preconceito do Bolsonaro. Logo, ele não prega o ódio contra minorias nem as discrimina.

  5. Todos juntos contra a #necropolitica

    Sintomático: vejo no fundo da imagem o bidente do capeta…..qualé se a PF já constatou que o nóia agiu sozinho….desde quando uma figura obnubilada como Adelio precisa de ajuda para fazer o que fez: e o coiso se salvou porque não há a liberação de armas que o #elenão defende ….

  6. o Bostonaro chegou lá em 91 e desde então nunca saiu de lá

    Desde 1991 o Bolsonaro está mamando. Nunca saiu de lá e o sistema nunca quebrou. Porque agora, chegando lá, ele iria quebrar o sistema?

    1. Acho que foi antes de 1991.

      Acho que foi antes de 1991. Pois ele sempre viveu as custas do Estado. Antes de ser político era militar. E agora posa de “liberal”, “contra o Estado”. Vai entender? Sempre viveu do Estado, aliás, a família toda vive do Estado. E ele é contra o Estado, deve ser contra o Estado para os outros. Só vale se for a favor dele e sua família.

      Por outro lado, o “sistema” que existe no Brasil é o capitalista e o maior defensor dele são os militares. Ou não foi alegando defender o SISTEMA capitalista que os militares deram o golpe em 64?

      A não ser que ele acha que a globo, o mercado, o Temer e o Gen. Etchegoyen, que se aliaram para assumir o poder e comandar esse SISTEMA são comunistas.

  7. Acho que tem um erro na transcrição da entrevista

    “Me aponte um áudio, uma imagem onde eu faço isso [pregar o ódio].”

    O repórter deve ter esquecido de escrever um “não” entre o “eu” e o “faço”.

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