Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro confirmou neste domingo (31) a abertura de um escritório comercial do governo brasileiro em Jerusalém. O anúncio foi realizado no primeiro dia de visita oficial a Israel, onde ficará até a próxima quarta-feira (3).
A decisão pelo escritório acontece logo após Bolsonaro cogitar a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Jerusalém é considerada por Israel como sua “capital eterna e indivisível”. Mas não recebe reconhecimento internacional, apenas de alguns países, como os Estados Unidos.
Isso acontece porque a cidade é considerada também sagrada por cristãos e muçulmanos e hoje, por um acordo internacional apoiado na Organização das Nações Unidas (ONU), é compartilhada entre judeus e árabes.
A transferência da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém seria uma forma de reconhecimento por parte do governo brasileiro de que a cidade é capital dos judeus, o que poderia suscitar retaliações comerciais dos países árabes que formam o bloco que é o quarto maior parceiro comercial do Brasil, segundo informações da Câmara de Comércio Árabe-Brasil, e respondeu por 10% do superávit comercial brasileiro em 2017.
O Itamaraty afirma que o escritório em Jerusalém será subordinado à embaixada do Brasil em Tel Aviv e ficará encarregado da promoção de comércio, investimentos, tecnologia e inovação entre os dois países.
Segundo informações do G1, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu agradeceu a decisão de Bolsonaro sobre o escritório a pontuou a iniciativa como o que poderia ser um primeiro passo para o Brasil transferir a embaixada no futuro.
“”E vou contar um segredo a vocês: é o primeiro passo para quem sabe um dia chegar à transferência da embaixada do Brasil para Jerusalém. Sejam bem-vindos a Jerusalém, capital do Estado de Israel”, disse o premiê.
Durante um discurso, Bolsonaro chamou Netanyahu, de “irmão” e “amigo” e, ainda, que a aproximação entre Brasil e Israel faz parte de um novo momento do Brasil em que o país “deu uma guinada” e “a questão ideológica deixou de existir”.
“Meu prezado irmão, amigo, capitão e paraquedista. Obviamente o que é mais importante, as tradições, a participação do Brasil no crescimento do estado de Israel, bem como a nossa cultura judaico-cristã. O Brasil deu uma guinada, a questão ideológica deixou de existir em nosso governo, buscamos ampliar nossos negócios no mundo todo. Queremos fazer com que o Brasil se aproxime cada vez mais com o que há de melhor no mundo”, disse Bolsonaro.
A visita do presidente brasileiro ao premiê israelense pode ajudá-lo às vésperas de eleições que vão acontecer dia 9 de abril.
Netanyahu é acusado de corrupção e uso indevido de sua influência junto aos meios de comunicação e usa a aproximação com o Brasil como um feito de articulação do seu governo. Isso porque, jornais locais sempre apresentaram o Brasil como um país pró-Palestina e até pró-irã.
Além do escritório de negócios, o governo do Brasil fechou com Israel cinco acordos e um memorando de entendimento.
Os acordos foram assinados nas áreas de defesa, serviços aéreos, prevenção e combate ao crime organizado, ciência e tecnologia, e o memorando na área de segurança cibernética.
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