Para sindicato, PDV do governo federal está “fadado ao fracasso”

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Foto: Valter Campanato
 
Jornal GGN – Anunciado ontem (24) pelo Ministério do Planejamento, o programa de demissão voluntária (PDV) para servidores do Executivo federal está “fadado ao fracasso”, afirma a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
 
Válter Cézar Dias Figueiredo, diretor da Confederação, criticou o plano do governo Temer e afirmou que a Condsef orientará os servidores a não aderirem ao PDV. A entidade diz que há uma carência de funcionários públicos que está afetando a eficácia de políticas públicas, notadamente nas áreas da educação, saúde e segurança. 
 
Para Figueiredo, o governo se contradiz, já que afirma que está promovendo reformas para a geração de empregos e é o “primeiro a promover o desemprego”. O diretor sindical lembra que uma iniciativa semelhante foi adotada no governo de Fernando Henrique Cardoso e que a adesão foi baixa. 

 
O PDV para os funcionários públicos federais inclui, além dos desligamentos, a possibilidade de redução de jornada com remuneração proporcional. O objetivo é reduzir os gastos com a folha de pagamento, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, calcula que seriam economizados R$ 1 bilhão por ano. 
 
Henrique Meirelles, da Fazenda, espera que 5 mil servidores sejam demitidos com o programa. Para o diretor da Condsef, a maioria dos funcionários que poderiam ser contemplados estão mais interessados em se aposentar do que entrar em um PDV. 
 
“A população acima de 50 anos de trabalhadores do serviço público cresceu. Então, é claro, a pessoa que está nessa idade está querendo é se aposentar e não entrar em PDV. Para entrar em PDV teria que ser uma coisa muitíssimo vantajosa”, afirma.
 
Por meio de nota, o Planejamento detalhou alguns pontos da medida, afirmando que não poderir aderir ao programa os servidores em estágio probatório, aqueles que cumpram todos os requisitos para a aposentadoria ou quem se aposentou em função público e depois retornou em cargo público inacumulável. 
 
A proposta determina que os servidores que aderirem ao plano serão indenizados com o montante referente a 125% de sua remuneração, calculada entre a data da exoneração e multiplicada pelo número de anos de efetivo exercício no serviço. Os funcionários também poderão reduzir sua jornada de oito para quatro horas diárias. 
 
O PDV será enviado ao Congresso através de Medida Provisória. Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, defende a medida e diz que ela é necessária para compensar o fato de que a reforma da Previdência não foi aprovada e para conter o “peso da folha de pagamento”. 
 
“A reforma da Previdência está parada, então o governo não pode ficar parado”, afirmou o deputado. 
 
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Redação

4 Comentários

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  1. Comentário.

    Governo federal e o Congresso, depredando na cara dura.

    Já disse: vai faltar gasolina e poste neste país.

    Mas tá faltando o povo. Uma boa parte, mas tá.

  2. PDV econômico

    O objetivo, na verdade, não é a economia com a folha de pagamento,  é o desmonte da máquina pública. Com o já deficitário atendimento oferecido pelo serviços públicos, é importante que a população tenha  a impressão de que eles precisam ser privatizados.

    Se quisessem economizar, cortariam as mordomias e nivelariam os salários dos agentes públicos em todos os níveis(dos políticos, inclusive)  em proporção máxima de 1 a 10, por exemplo, e sem pinduricalhos.

  3. “PDV”: Factoide do Meirelles!

    Por que alguem que tem estabilidade e aposentadoria integral vai se demitir num contexto de alto desemprego e reforma da previdencia?? Isso é reflexo da sua fritura no governo. Mais uma baixa da investida – frustrada – da Globo contra Temer.

    Entenda:

    Bomba: com corda no pescoço, os Marinho sangram a Globo para partirem para outra!

    Por Romulus & “Dom Cesar”

    A análise financeira das empresas do Grupo Globo entre 2014 e 2016 é reveladora: nem os Marinho acreditam no futuro da Rede Globo!

    As fragilidades financeiras das empresas do Grupo, combinadas com saques bilionários!, na forma de pagamento de dividendos aos irmãos Marinho, indicam que os donos estão, discretamente, partindo para outra (!)

    (“outra” qual? Será no Brasil??)

    E, nessa travessia, só o BNDES – e a publicidade estatal – salvam: sem a receita oriunda do Estado entrando no fluxo de caixa e sem a rolagem da dívida junto ao BNDES – para a qual os Marinho não têm garantia! – a Globo já era.

    Por isso, com Temer enterrando a denúncia de Rodrigo Janot na Câmara em agosto, a Globo terá de dar a meia volta mais humilhante de sua história!

    Como todos sabemos, desde março passado a Globo foi para o tudo ou nada contra Temer e…

    (aparentemente…)

    – … PERDEU!

    Como a sua “sobrevivência” (temporária…) no curto e no médio prazo depende totalmente do governo, não restará opção à Globo a não ser voltar a ser “chapa branca”.

    Tão chapa branca como na alvorada do Golpe (!)

     

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  4. Só um governo formado por

    Só um governo formado por idiotas pode conceber um programa desse tipo com o país numa conjuntura tão instável. 

    Será que desprezam tanto assim o bom senso dos funcionários públicos? Quem trocaria um emprego estável que regra geral paga melhor que o mercado pela aventura de montar um negócio próprio, ademais com uma merreca de capital? U

    Mas a ideia de jerico não para por aí. A variante redução da carga horária de 8 para 4 horas diárias é vendida como a possibilidade do demitido……..arrumar outro trabalho/emprego. Isso com o país afundado não mais numa recessão, mas numa depressão, com 14 milhões de empregados. 

    Os que por ventura aceitarem esse presente de grego certamente carecem de visita a um psiquiatra. 

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