Brasil é referência em agricultura familiar, diz ONU

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Cláudio José

da Agência Brasil

Oficial da ONU diz que Brasil é referência latina em agricultura familiar

Mariana Tokarnia – Enviada da Agência Brasil/EBC* 

O Brasil é referêcia na América Latina no apoio à agricultura familiar, mas ainda tem muito que aprender na relação entre Estado e entes privados, como o  agronegócio. A avaliação é de Mônica Rodrigues, oficial de Assuntos Econômicos da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Um dos produtos que o Brasil exporta é a imagem de  governo que apoia a agricultura familiar. É muito interessante ver isso quando estamos em outros países. É o único país da América Latina que tem um ministério de desenvolvimento agropecuário focado nos pequenos produtores”, disse Mônica durante o 2º Fórum de Agricultura da América do Sul, em Foz do Iguaçu, no Paraná. “É um avanço, e o Brasil é referência”.

Segundo Mônica Rodrigues, a América Latina tem experiências de alianças público-privadas que podem servir de exemplo para o Brasil. “Os recursos são limitados, e o governo tem de eleger áreas para apoiar. Por isso, acho importante o tema da participação privada. Talvez essa seja uma das áreas em que o Brasil tem a aprender com países latinos. Por ser um país com muitos recursos, possivelmente há dependência de políticas públicas centralizadas pelo Estado”, alertou.

A representante da Cepap acrescentou que, como o país vive uma democracia, há espaço para o diálogo, na medida em que o governo escuta os entes privados, abre espaços para participação; “Também temos de ver como os agentes privados ocupam, ou não, o espaço de participação. Não basta  essa possibilidade. Necessitamos de uma iniciativa privada para que as experiências se desenvolvam.”

 

Como exemplo, Mônica usa encontros, na Costa Rica, no Chile e Equador, entre profissionais de tecnologias da informação e do setor agrícola. O governo proporciona o encontro e, a partir daí, trocam-se experiências e implementam-se iniciativas transversais. Segundo ela, são produzidas tecnologias específicas para o agronegócio, baseadas nas condições e necessidades locais. “São temas importantes para todas as cadeias produtivas, que necessitam articulação entre temas em que [as pessoas]  só precisavam sentar e conversar.”

Ela explicou que, no Brasil, há o desenvolvimento de tecnologias, liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Ainda há muita participação do Estado”. Atualmente, pelo menos 5 milhões de famílias vivem da agricultura familiar e produzem a maioria dos alimentos consumidos no Brasil. O modelo de produção está em 84% dos estabelecimentos agropecuários e responde por aproximadamente 33% do valor total da produção do meio rural, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário indicam que a agricultura familiar representa aproximadamente 25% da área de propriedades agropecuárias no Brasil. Na outra ponta, está o agronegócio, que, em 2013, representou 41% do total exportado pelo país.

Para o professor Antônio Marcio Buainain, do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), com relação ao mercado internacional, o desenvolvimento do agronegócio depende da atuação direta do governo. “Não funciona se não tivermos infraestrutura adequada e uma política macroeconômica favorável. O Estado precisa atuar nofront internacional, abrindo mercados e aplicando as regulamentações adequadas”.

O 2º Fórum de Agricultura da América do Sul começou ontem (27) e será encerrado hoje em Foz do Iguaçu. Com o tema Inovação e Sustentabilidade no Campo, o evento discute o agronegócio mundial a partir da realidade sul-americana.

*A repórter viajou a convite da organização do evento

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. PROJETO: SEMENTES DO AMANHÃ
     Rio de Janeiro, 7 de novembros de 2014 ONU: DireçãoPROJETO: SEMENTES DO AMANHàCaros amigos (as) a fome é um triste problema mundial e só com a união de todos é que poderemos amenizar esse problema. O Brasil é conhecido como o celeiro do mundo, por isso gostaria de sugerir um projeto (ideia) SEMENTES DO AMANHàonde a ONU juntamente com o apoio da Embrapa trabalhariam juntas para criar uma fábrica de sementes, para ajudar algumas organizações, que lutam pelo fim da fome no mundo, doando sementes. A ONU poderia também criar um prêmio para os jovens cientistas, que trabalham nessa área, pois isso é muito importante, pois infelizmente ainda temos muita gente, que morre de fome, nesse mundo tão desigual.

     

    1. Motta sai do aquário

      Ceasa não é o mercado do País e muito menos o japa é o povo brasileiro..Agricultura Familiar está espalhada por essa Brasil a fora, do RGS ao Acre..cada dia mais forte e é responsável por produzir 70% da comida que vai na nossa mesa..A Reforma Agrária se feita com decência ampliaria em muito a produção da AF..não se preocupe, sei que falar em reforma Agrária lhe dá calafrios, se em 12 anos de Governos o PT desconsiderou essa histórica bandeira não vai ser agora com Levy e cia que ela se desfraudará..tenha noites tranquilas..

      “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”  Marx??? nada, é o Papa Francisco líder religioso doss cristãos..

       

       

      1. “”Nenhuma familia sem casa,

        “”Nenhuma familia sem casa, nenhum camponês sem terra”” e quem é que paga a conta? Casa e terra são BENS economicos, tem valor e custo, até o Vaticano precisa de dinheiro, nada é de graça, nem a religião.

        Quem supre 70% da comida é a agricultura familiar de terra comprada por agricultores nos cinturões verdes das grandes cidades, os japoneses são brasileiros de terceira e quarta geração, mas tem a cultura do trabalho e da eficiencia, não de receber cesta básica , se fizeram exclusivamente com trabalho, sem apoio de “movimentos sociais”.

        Reforma agraria é uma bandeira ideologica, não tem nada a ver com economia de mercado.

        1. “Reforma agraria é uma bandeira ideologica, não tem nada a ver “

          como não? vc se esquece de como foram contruídos os grandes latifúndios desse País? sejam eles produtivos ou não..doações pelo Império, com invasão de terras indígenas, expropriação de pequenos e médios agricultores , doações de Governos Militares de milhões de hectares à grandes grupos econômicos e famílias, principalmente na Amazônia, agora mesmo o Sul da Bahia é uma região conflagrada por conflitos de terras com a decisão de STF de que os índios são os verdadeiros donos das terras de mais de 400 propriedades inclusive onde já tem cidades construídas e de grandes fazendas de cacau..sem terra não há produção de alimentos essa é uma verdade absoluta e inexorável..Reofrma Agrária em um sistema capitalista é sim um instrumento de economia de mercado, ela gera renda, consumo, incentiva forças produtivas e alimenta a moenda do grande mercado..pelo jeito vc é daqueles que acredita na falácia de que o brasileiro é vagabundo, preguiçoso e que vive de esmolas..de Macunaíma não temos quase nada a não ser a irreverência, o bom humor e a criativdade..sugiro que saia um pouco da “metrópole’ e conheça seu País, talvez com a mente aberta para coisas novas reformule seu pensamento..fui à sampa semana passada e fiquei impressionado como a tal da “mudernidade” de lá se deteriorou, serviços públicos de péssima qualidade, restaurante sem água nos sanitários, um simples atestado de óbito leva 15 dias para ser entregue, etc etc..

          dispa-se do preconceito em relação á tudo que não é “paulista”, business, aristocrático,way of life, laissez-faire,branco de olho azul, etc etc., e venha conhecer esse País rico, multiétnico, multicultural,multirreligoso eo que é melhor de tudo: novo e por se fazeer..

          Bom fim de semana

          Abraços

  2. MILHARES DE MICROPROPRIEDADES RURAIS EM VOLTA DAS CIDADES!

    É POSSÍVEL SIM!

    E SEM CONFLITOS

    A especulação imobiliária é uma das mais antigas práticas de parasitismo econômico, com raízes no início da civilização; mas que se fortificaram na idade média, no sistema feudalista; onde quem tinha terras, escravizava o povo, pelo fato de não haver a alternativa de novas áreas para serem exploradas. Os EUA ultrapassaram economicamente a Europa em pouco tempo após sua independência, porque deram prioridade à indústria e ao sistema de ensino; mas, principalmente, porque havia terras novas para se explorar. Ou seja, quem quisesse construir uma casa para sua família, bastava ir mais para o oeste, que as terras não tinham dono! Economizando na compra do terreno, sobrava dinheiro no bolso do trabalhador, que podia consumir muito acima dos padrões europeus, transformando sua indústria e comércio numa verdadeira locomotiva. Quem tem alguma dúvida, leia o livro

    “A HISTÓRIA DA ECONOMIA AMERICANA”

    Editora Record

    É incontestável, são os americanos falando deles mesmos, e dos motivos de seu sucesso! Seguir os passos dos americanos e europeus, significa fazer o que eles fizeram no passado, não o que fazem agora, como pregam os entreguistas. Países europeus, como a Alemanha de hoje, chegam a garantir por lei o direito de moradia a seus habitantes, que quando não conseguem pagar o aluguel, recebem ajuda do governo. E cada centavo que o governo dá de auxílio ao povo, retorna para sua indústria e comércio. Aliás, a elite político-econômica americana foi das primeiras a perceber, que produzir (INDÚSTRIA, MERCADO SAUDÁVEL DE AÇÕES) dá muito mais dinheiro, que especular e explorar a miséria dos outros…

    A especulação imobiliária age territorialmente, como um vírus invadindo um organismo. Eles têm dinheiro sobrando, são pessoas ricas e influentes, com raízes em nossa “elite agrária colonial”. Compram terras ao lado da área urbana das cidades, onde ainda não tem iluminação, água e esgoto públicos. Essas áreas são compradas por um preço baixíssimo, muitas vezes por apenas alguns milésimos do valor de um terreno na zona urbana. O problema é que essas terras não são compradas para a agricultura, mas sim para a especulação. E só são vendidas, quando não tem mais terrenos à venda na parte urbana, elevando centenas de vezes o preço do imóvel rural, que compensará agora ser transformado em urbano.

    E, adivinhe!

    AS ÁREAS RURAIS PARA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA NÃO PAGAM IMPOSTO ALGUM!

    É isso mesmo! Veja o link abaixo e comprove:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9393.htm#anexo

    Não é falha na visão! Propriedades rurais abaixo de 50 hectares (ha) são isentas de imposto. Ora, mas 50 ha são meio milhão de metros quadrados. Dá pra fazer meia dúzia de bairros inteiros de loteamentos! Ou seja, se o sujeito tem uma grana razoável sobrando, a lei permite que ele compre terras em volta das cidades, grudadas aos locais urbanizados, numa área superior a um bairro inteiro; e deixe a área criando mato, até que não tenha mais terrenos urbanos pra se vender; tudo isso SEM PAGAR IMPOSTOS!

    Ora, mas que espécie de país é esse, que permite e estimula um verdadeiro CRIME CONTRA A ECONOMIA POPULAR? Que espécie de empresários temos, que pagam a campanha política de ladrões, para manter esse trambique, que acaba com seu próprio mercado consumidor?

    O QUE PODE SER FEITO?

    Podemos e devemos reservar as áreas próximas da cidade para agricultura destinada ao município. Essas áreas não precisam ser muito grandes, basta reservar para isso uma distância de 1.000 metros a partir da área urbana. Dentro dessa faixa , o que pertencer à prefeitura, deverá ser entregue em comodato, para todos que queiram, poder plantar lavouras como feijão, batata, hortaliças, etc. O que pertencer a particulares, independente do tamanho, deverá ter o imóvel avaliado pelo preço do metro quadrado dos terrenos urbanos mais próximos, e recolhido a título de ITR um valor equivalente a 10% do IPTU do município. Imóveis rurais que estiverem entre dois bairros, devem pagar ITR equivalente a 20% do IPTU municipal.

    Por que países, como o Japão, têm milhares de pequenas propriedades rurais, produzindo para o consumo local, em volta de suas cidades? A segurança alimentar é indispensável para a saúde de nossas empresas. Porque se o trabalhador gastar mais com alimentos, a indústria e o comércio serão prejudicados.

    Com uma única canetada dessas, conseguiríamos:

    1) Que o preço dos terrenos despencassem. Porque os especuladores começariam a vender suas propriedades, para não ter que pagar o imposto.

    2) Criar milhares de pequenos proprietários, que explorariam a área de alguma forma, e não se incomodariam em pagar esse imposto, que ainda é extremamente baixo, elevando nossa arrecadação.

    3) Que várias áreas de terra fossem devolvidas às prefeituras, por não haver interesse dos proprietários em mantê-las, pagando impostos.

    4) Economizar recursos formidáveis para as prefeituras, que com o comodato poderiam receber o pagamento em alimentos e utilizá-los na merenda escolar.

    5) Dinamizar assustadoramente o mercado interno, fortalecendo nossas empresas. Na medida em que sobraria mais dinheiro no bolso do trabalhador, para consumir.

    6) Acabar com os conflitos sociais no campo e nas cidades, reduzindo drasticamente a criminalidade. Na medida em que todos conseguiriam comprar um pedaço pequeno de área rural por cerca de 5 mil reais ou até menos, pra fazer sua moradia e manter sua subsistência.

    Veja também o que deve ser feito contra

    A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA E A COLONIZAÇÃO DO BRASIL:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/543830732419260/?type=3&theater

     

  3. Fora de Pauta

     tenho tido dificuldade de acessar o Fora de Pauta do blog e como o asunto é pertinente ao poste vai aqui mesmo..

    a rainha do motoserra ainda bem não entrou e já anda metendo so pés pelas mãos,,

    Do Blog O Tijolaço

     

    Kátia Abreu quer um ministério ou uma crise?

    29 de novembro de 2014 | 13:07 Autor: Fernando Brito

    katia

    Não  tenho idade para ser um “força cega” e já vivi governos demais para não  saber que se tem de formá-los com concessões políticas, mas também que não pode dar certo aquilo que contesta a autoridade legítima do governante eleito e agride frontalmente o partido pelo qual se elegeu.

    Por isso, não considero, do ponto de vista da política agrária, um retrocesso a indicação de Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura, até porque é evidente que ela tem condições de trazer o agronegócio – que ninguém quer atirar ao mar – para próximo ao Governo e garantir-lhe as condições de produzir com respeito ao meio-ambiente e aos assalariados e pequenos produtores rurais, especialmente o de corte familiar.

    Não é boa a política que ignora setores produtivos e não lhes oferece a oportunidade de participar do crescimento do país, sem que firam, ou firam menos, num ambiente de diálogo.

    Mas diálogo pressupõe boa-vontade, jamais arrogância ou provocação.

    Exatamente o que faz hoje, sem nenhum pudor, a senadora Kátia Abreu em seu artigo na Folha.

    Não apenas erra, ao dizer que terra indígena é apenas aquela que, no momento da promulgação de 1988 estava ocupada por indígenas – que poderiam, por suposição, terem sido expulsos na véspera, com os métodos mais violentos –  embora não passe pela cabeça de ninguém devolver os terrenos do centro do Rio e de São Paulo à Confederação dos Tamoios, como ela sugere se pretenda.

    Errar é humano, diz o bordão, e mesmo que se  considere possível e necessário dialogar sobre o conceito de terras indígenas, não se pode dialogar com provocação.

    Porque  não merece outro nome senão o de provocação, ao escrever que é preciso “enfatizar que o ministro Gilmar Mendes é um dos mais sérios juristas deste país, cuja obra ultrapassa nossas fronteiras. No Tribunal, sempre pautou sua posição pela estrita aplicação da lei, não sucumbido a pressões como essas que hoje o acometem. Os que contra ele vociferam são os que não possuem o mínimo respeito pelo Estado Democrático de Direito”.

    Quem está na iminência de ser indicada ministra de um governo sistemática e doentiamente combatido por Gilmar Mendes, com ações jurídicas e outras nem tanto,  só pode fazer isso se não tem ideia de quem governa e de quem elegeu este governo.

    Do qual ela pretende fazer parte, mas certamente sabendo que não será, nele, a dona, nem a capataz.

    Para participar dele, como se disse uma vez do próprio Ministro Gilmar Mendes, precisa antes saber que não está falando com seus capangas lá – no caso dela – do Tocantins.

    E aprender a ter modos.

    Ninguém lhe pediu que esbofetasse o mais figadal inimigo do governo no Judiciário, Gilmar Mendes.

    Seria desnecessário pedir-lhe que não esbofeteasse o Governo com escancarados elogios a ele.

    A menos que haja algo que não se sabe e possa explicar a manifestação  brutal e grosseira.

    Ou alguém que lhe explique o velho ditado gaúcho de que a luta não quita a fidalguia.

    E que é gado e não criador de gado quem dá coices sem razão.

     

  4. a agricultura familiar foi

    a agricultura familiar foi certamene um progamas mais bem

    sucedidos nestes últimos doze anos deste gorverno progressista.

    bolsa-família, elevação do salário mínimo, inclusão social, agricultura familiar.

    os produtos são consumidos em escolas etc e tal.

    garante o preço e o rescimento do pequeno produtor.

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