Banco Mundial sinaliza período de aperto para economias emergentes

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As economias emergentes devem enfrentar um 2015 marcado por desafios, muito por conta da queda dos preços das commodities, e terão de “apertar os cintos”, segundo sinalizações divulgadas pelo Banco Mundial em seu último relatório. A revisão de dados se deve tanto à contração econômica dos Estados Unidos no primeiro trimestre quanto à desaceleração na China, um cenário que afeta diretamente os chamados países emergentes e em desenvolvimento devido à redução dos preços internacionais das matérias-primas e nos fluxos de capitais.

Para este ano, o Banco reduziu a previsão de crescimento dos Estados Unidos para 2%, enquanto elevou sua expectativa para a zona do euro (1,5%) e manteve a da China (7,1%).

Quanto aos emergentes, a previsão caiu para 4,4% – porém, no caso da América Latina, o Banco Mundial prevê um retrocesso de 0,4% para este ano, com a possibilidade de recuperação de até 2% em 2016, e um avanço de 2,8% apenas em 2017.

Por outro lado, a recuperação nos países com rendimento mais elevado começa a mostrar sinais de dinamismo, uma vez que o crescimento na zona do euro e no Japão ganha força e nos Estados Unidos continua a se expandir, mesmo com do fraco início do ano. Os países de rendimento elevado estão a caminho de crescerem 2% em 2015, 2,4% em 2016 e 2,2% em 2017. A economia global pode expandir-se em 2,8% no presente ano, 3,3% em 2016 e 3,2% em 2017.

“Os baixos preços de petróleo e de outros produtos de base estratégicos intensificaram o abrandamento nos países em desenvolvimento, a maioria dos quais depende significativamente das exportações de produtos de base”, diz o Banco Mundial. “Embora os importadores de produtos de base beneficiem-se de inflação mais baixa, as pressões sobre a despesa orçamental, custos de importação e baixos preços de petróleo têm até aqui sido baixas para estimular mais atividade econômica, dado que muitos países enfrentam escassez de eletricidade, transporte, irrigação e outros serviços fundamentais de infraestrutura: incerteza política; e inundações e secas severas causadas por fatores climáticos adversos”.

De acordo com o Banco Mundial, os riscos em relação à perspectiva das economias emergentes e em desenvolvimento continuam a ter o seu peso sobre o crescimento. “Se por um lado alguns riscos, tais como a possibilidade de uma estagnação persistente na Zona Euro e no Japão, recuaram, novos riscos surgiram, por outro lado. Coincidindo com a subida prevista nas taxas de juros dos Estados Unidos, as classificações positivas de crédito nos mercados emergentes estão a desaparecer, em particular nos países exportadores de petróleo; os riscos relativos à volatilidade do mercado financeiro estão a aumentar, e os fluxos de capitais estão em queda”, pontua a instituição. “Uma apreciação excessiva do dólar norte americano pode contrariar a recuperação da maior economia mundial, com efeitos colaterais adversos para os parceiros comerciais dos Estados Unidos em todo o mundo”.

No caso específico do Brasil, o país foi o que teve o maior corte de projeções entre as principais economias mundiais: além do corte de 1,3% em 2015, a projeção para o ano que vem foi reduzida de crescimento de 2,5% previsto em janeiro para 1,1%. Para 2017, a nova estimava é de expansão de 2% no Produto Interno Bruto (PIB), ante 2,7% do documento anterior. “O Brasil, com o seu escândalo de corrupção no topo das atenções, tem tido pouca sorte, afundando no crescimento negativo”, afirma a instituição.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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