China defende direito palestino de usar defesa armada contra Israel

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Resistencia à opressão sofrida por Israel é “bem fundamentada” no direito internacional, diz representante chinês em Haia

Foto: Divulgação – International Court of Justice

A China defendeu o uso de poder armado pelo povo da Palestina durante audiência realizada no Tribunal Internacional de Justiça (ICJ, na sigla em inglês) em Haia, na Holanda, destacando que sua defesa está “bem fundamentada” no direito internacional.

“Na busca do direito à autodeterminação, o uso da força pelo povo palestino para resistir à opressão estrangeira e completar o estabelecimento de um Estado independente é (um) direito inalienável e bem fundamentado no direito internacional”, disse Ma Xinmin, conselheiro jurídico do Ministério das Relações Exteriores da China e representante do país no ICJ.

O enviado chinês afirma que as políticas de Israel “minaram e impediram gravemente o exercício e a plena realização do direito do povo palestino à autodeterminação”.

Segundo Ma Xinmin, o confronto entre israelenses e palestinos se deve à “ocupação prolongada do território palestino e à opressão de longa data do povo palestino por Israel”, e que Israel é uma nação estrangeira que ocupa a Palestina, e que o direito à autodefesa “cabe mais aos palestinos do que aos israelenses”.

“A luta do povo palestino contra a opressão israelense e sua luta para completar o estabelecimento de um estado independente sob o território ocupado são essencialmente apenas ações”, acrescentou Ma, segundo a agência turca Anadolu Agency.

Mais pronunciamentos

Além do representante chinês, o Tribunal Internacional de Justiça também ouviu representantes da República da Irlanda, do Japão e da Jordânia.

O representante irlandês afirmou que “Israel cometeu graves violações de uma série de normas imperativas do direito internacional”, enquanto o representante japonês deixou claro que o país “acredita em uma solução de dois Estados”.

Já a Jordânia deixou claro que “a única forma de exercer o direito (palestino) à autodeterminação é acabar com a ocupação (israelense)”.

De acordo com a Al Jazeera, a Jordânia tem uma “posição chave” dentro do processo, seja por ser um dos países mais críticos à ocupação israelense na Palestina como também por ser o guardião da Mesquita Al-Aqsa, localizada em Jerusalém.

Pela primeira vez desde 1948, Israel está sob julgamento pelo Tribunal Internacional de Justiça, acusado de cometer o crime de “genocídio” contra os palestinos na região de Gaza.

Atualmente, a Corte está ouvindo declarações orais de estados a respeito do processo movido pela África do Sul contra Israel por conta do confronto na Palestina, onde mais de 30 mil pessoas morreram desde o início dos ataques em 07 de outubro, além da ilegalidade da ocupação israelense de territórios palestinos desde 1967.

A participação brasileira foi registrada nesta terça-feira, dia 20 de fevereiro. Representado pela diplomata Maria Clara Paula de Tusco, o país afirmou no julgamento que a ocupação israelense no território palestino “é inaceitável e ilegal”.

Reproduzindo o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou no final de semana, a diplomata falou na tribuna que as violações de direitos humanos atualmente empregadas por Israel “não podem ser aceitas ou normalizadas pela comunidade internacional”.

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