Genocídio em Gaza provoca a renúncia do primeiro-ministro palestino

Saída pode ter sido influenciada pelos EUA, que querem o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, como chefe de um possível Estado palestino

Crédito: Dursun Aydemir/Anadolu Agency

A escalada da violência sen precedentes na Cisjordânia e em Jerusalém levou o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, a deixar o governo nesta segunda-feira (26). A decisão foi apresentada ao presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, e citou ainda o genocídio e a fome como razões para a saíde espontânea de Shtayyeh. 

“Vejo que a próxima fase da guerra e os seus desafios exigem novos acordos governamentais e políticos que tenham em conta a nova realidade em Gaza e a necessidade de um consenso palestino-palestino baseado na unidade palestina e na extensão da unidade de autoridade sobre a terra da Palestina,” justificou o ex-primeiro-ministro.

Abbas aceitou a renúncia, mas pediu que Shtayyeh continue na função até a nomeação de um substituto. 

Pós-guerra

Um dos fatores que podem ter levado a decisão de Mohammad Shtayyeh é a pressão exercida peslos Estados Unidos sobre Abbas, para que o presidente da AP seja o responsável por reorganizar a AP e trabalhe para estruturar politicamente um Estado palestino após o fim do conflito com Israel. 

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já se mostrou contrário em diversas ocasiões a um governo da AP em Gaza. O líder de extrema-direita também é contra a criação de um Estado palestino.

“O Knesset reuniu-se numa esmagadora maioria contra a tentativa de nos impor o estabelecimento de um Estado palestiniano, o que não só não conseguiria trazer a paz, mas colocaria em perigo o Estado de Israel”, disse Netanyahu.

Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestino reafirmou que “a plena adesão do Estado da Palestina às Nações Unidas e o seu reconhecimento por outras nações não requer permissão de Netanyahu”.

Fim?

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, a violência na Cisjordânia aumentou significativamente, de acordo com autoridades de saúde palestinas: pelo menos 401 pessoas foram mortas por fogo israelense na Cisjordânia ocupada desde o início do conflito.

Mesmo diante das mudanças na palestina e das pressões globais pelo cessar-fogo, o ministro da Economia e Indústria de Israel, Nir Barkat, afirmou nesta segunda-feira que a guerra em Gaza continua independentemente dos impactos econômicos, pois o Estado está “comprometido em vencer a guerra”. 

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