Jornalistas passam a ser alvo de Israel em ataques no Líbano

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Morte de três jornalistas em ataque aéreo renovou críticas de que ação é premeditada e busca encobrir ação na Palestina e no Líbano

Foto: IRNA – via fotospublicas.com

A morte de três jornalistas em um ataque aéreo israelense na região sul do Líbano renovou os apelos para que a impunidade de Israel pelos abusos cometidos seja encerrada, e também as críticas à comunidade internacional, em especial aos Estados Unidos.

Como explica reportagem da Al Jazeera, o exército de Israel atacou um complexo onde estavam hospedados diversos jornalistas e profissionais da mídia, longe da área dos combates. Não houve aviso prévio sobre o ataque, que destruiu prédios e deixou carros cobertos de escombros.

Nas redes sociais, o Ministro da Informação do Líbano, Ziad Makary, afirmou que a ação israelense foi um “assassinato, após monitoramento e rastreamento, com premeditação e planejamento, pois havia 18 jornalistas presentes no local representando sete instituições de mídia”.

Pelo menos 128 jornalistas e profissionais da mídia estão entre as dezenas de milhares de mortos em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano apenas em 2023 – o momento mais mortal para os jornalistas desde que o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) começou a rastrear os assassinatos há mais de quatro décadas, mas tudo indica que o número pode ser ainda maior.

Enquanto isso, autoridades israelenses têm acusado os jornalistas mortos em Gaza de serem integrantes do Hamas e de outros grupos. O governo de Benjamin Netanyahu chegou a acusar seis jornalistas da Al Jazeera de serem “operativos” do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina – isso não só foi categoricamente rejeitado pela imprensa, como gerou o medo de que o governo esteja justificando os alvos.

Sob a lei internacional, as pessoas só podem ser considerados alvos legítimos em uma guerra caso sejam combatentes ou estejam envolvidos em lutas, e a acusação de uma pessoa de filiação a um grupo armado, seja ela verdadeira ou não, não os torna um alvo.

Para Raed Jarrar, diretor de advocacia do grupo de direitos humanos DAWN, sediado nos EUA, a campanha de Israel contra os jornalistas “apenas prova ainda mais o desespero de Israel para encobrir seus crimes de guerra e genocídio sistemático contra palestinos”.

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