Pelo menos 41 pessoas morreram nesta quarta-feira (9), incluindo três menores, no naufrágio de um barco com migrantes perto da ilha de Lampedusa, em Itália, no mar Mediterrâneo, segundo os testemunhos dos quatro sobreviventes.
Somados aos 34 mortos contabilizados no final de semana, já são 75 em menos de uma semana.
Após cerca de seis horas de navegação, o navio virou devido a uma grande onda e os ocupantes caíram no mar. Eles partiram de Sfax, na Tunísia, a bordo de um precário barco de metal.
Os quatro sobreviventes, três homens e uma mulher da Costa do Marfim e Guiné Conacri, foram resgatados por um barco patrulha da Guarda Costeira.
O relato das testemunhas aos serviços sociais da Organização Internacional para as Migrações (OIM) refere que apenas 15 dos migrantes usavam coletes salva-vidas.
No mesmo dia do naufrágio, a Fundação Open Arms encontrou um barco precário em que 20 pessoas viajavam abarrotadas, na mesma área onde pela manhã a vida dos 41 foi cobrada pela travessia.
Mortes no final de semana
No último sábado, dois outros naufrágios ao largo de Lampedusa deixaram pelo menos 34 mortos. Deles, apenas três cadáveres puderam ser resgatados em meio a uma forte tempestade.
Por volta de 1.882 pessoas perderam a vida até agora, este ano, na viagem do norte da África para a Europa. No centro de acolhimento de Lampedusa, com capacidade para 300 pessoas, vivem mais de 1.500.
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Quase duas mil pessoas perderam a vida na travessia do Mar Mediterrâneo em oito meses, é um número assustador que, para a nossa grande mídia, parece ser um acontecimento normal. A maioria foi praticamente expulsa de seus lares, deixando pra trás suas histórias de vida em busca de melhores condições de vida, mas o que ocorre é a péssima acolhida na maioria dos países europeus, ou seja, saem de um tormento para caírem em outro. É muita crueldade, esta acompanhada por uma notável indiferença.
O pior é que mais fácil a Europa acolher que reverter as causas.