Quase 2 mil migrantes morreram ou desapareceram em 2023, diz ONU

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Desde 2014, 56.771 migrantes morreram no mundo tentando chegar ao seu destino, dos quais 27.565 nas rotas do Mediterrâneo

Imigrantes africanos abandonados no Mar Mediterrâneo com colete salva vidas.
Crédito: Creative Commons/ Chris McGrath/Getty Images)

A Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações (OIM) informou nesta sexta-feira (23) que pelo menos 1.807 migrantes morreram ou desapareceram nas rotas do Mediterrâneo este ano.

Segundo a organização internacional, 1.064 pessoas morreram na rota central, que vai do norte da África para a Itália ou Malta, e que continua sendo a rota migratória mais perigosa do mundo.

As mortes superam as registradas durante 2020 (1.449) e podem, segundo as previsões, superar as de 2021 (2.062) e 2022 (2.406). O relatório da OIM destaca que 74 das vítimas eram crianças apenas até junho deste ano.

Desde 2014, pelo menos 56.771 migrantes morreram no mundo tentando chegar ao seu destino, dos quais 27.565 nas rotas do Mediterrâneo.

Rota Oriental 

Na rota oriental, que tem como destino a Grécia e a Turquia, registaram-se 644 mortos, entre os quais se destacam os 596 mortos do naufrágio, na semana passada, ao largo da costa helénica. 

Da mesma forma, 99 pessoas morreram tentando chegar à Espanha. “O Mediterrâneo central tem sido uma rota crescente para a Europa, constantemente. Mesmo durante a pandemia, os números continuaram a subir”, disse o diretor-geral da OIM, António Vitorino.

Ajuda de países

Vitorino destacou a necessidade de uma iniciativa de busca e salvamento liderada pelos estados, não deixando a tarefa apenas nas mãos das ONGs. Na Itália, por exemplo, uma lei federal impede a ação das ONGs. Quem for pego resgatando migrantes refugiados pode ser acusado de tráfico de pessoas.  

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