NYT: “Desonesto”, Netanyahu inflama confrontos no Oriente Médio

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Primeiro-ministro de Israel ignora EUA e aliados ao inflar extrema-direita e levar região a uma possível guerra regional

Foto: Kobi Gideon via fotospublicas.com

O governo de Israel parece ignorar os esforços dos Estados Unidos e aliados em torno de um cessar-fogo na região de Gaza e, ao que tudo indica, está levando a região para uma guerra de maior espectro.

Analistas ouvidos pelo jornal The New York Times destacam que os assassinatos de autoridades ligadas ao Hezbollah e ao Hamas aumentaram de forma drástica os riscos de uma guerra regional, enquanto Irã, Hamas e Hezbollah prepararam retaliação.

Na última semana, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursou em Washington e deu a entender que vai manter a guerra contra o Hamas nas regiões de Gaza e Cisjordânia mesmo sem ter ideia de seu objetivo final.

As mortes de Fuad Shukr, um comandante sênior do Hezbollah, e Ismail Haniyeh, o líder político do Hamas, não vão mudar o panorama da região – e é mais provável que o conflito se intensifique e dificulte o cessar-fogo em Gaza.

Os analistas também destacam o desdém de Netanyahu sobre a chance de um cessar-fogo e um acordo regional. Para ele, apenas a força vai levar o Hamas a retomar a dissuasão estratégica de Israel ante o Irã e seus aliados.

Empoderamento da extrema-direita

E a falta de um objetivo no confronto contra os palestinos começa a causar divisões em Israel, alimentando as suspeitas de que a guerra está sendo mantida apenas para que Netanyahu continue no poder.

Para isso, Netanyahu deu poder e cargos a políticos de extrema-direita pró-assentamentos e religiosos que são contra a formação da Palestina de qualquer maneira – dois deles são Bezalel Smotrich, ministro das Finanças, e Itamar Ben-Gvir, que possui grande influência na gestão da Cisjordânia e a quem o New York Times nomeia como “criminoso condenado”.

Os dois trabalham para não só enfraquecer a Autoridade Palestina como buscam aumentar a expansão de assentamentos, colocam aliados em posições-chaves no serviço público e se opõem a qualquer acordo com os palestinos.

“Assim como o ex-presidente Donald J. Trump, Netanyahu, apesar de seu longo período no poder, surfa nessa onda antielitista argumentando que ele é o único que pode enfrentar os Estados Unidos e as Nações Unidas e impedir uma Palestina soberana e dominada pelo Hamas”, diz a publicação, ressaltando que Ben-Gvir e Smotrich representam “uma revolta populista” contra as instituições democráticas israelenses.

Leia Também

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador