A delação de Mauro Cid e o julgamento no STF, por Francisco C. Teixeira da Silva

Fica patente que a unidade entre militares críticos da Nova República - como o Gal Heleno - e o bolsonarismo se rompe em pleno tribunal

Reprodução internet

Um panorama do dia no STF

por Francisco Carlos Teixeira da Silva

O dia de hoje no STF deixa muito claro os seguintes pontos:

1- Os advogados dos acusados civis, políticos, vão tentar desacreditar a delação premiada do Ten-Cel Mauro Cid como estratégia de defesa;

2- Fica muito evidente, também, que o Ten-Cel Mauro Cid tentou sob orientação de seu pai, Gal Lorena Cid, instruído pelo Gal Walter Braga Netto, poupar a alta cúpula militar , passível de “degradação” caso haja condenação;

3- Existe, assim, um acordo entre a alta cúpula militar e o Ten.-Cel. Mauro Cid pelo qual um poupa os 4 estrelas e o outro lado, em troca, garante sua permanência na Força, mesmo indo para a Reserva (remunerada).

4- Fica patente, ainda, que a unidade entre militares que sempre foram críticos da Nova República – como o Gal Augusto Heleno – e o bolsonarismo se rompe em pleno tribunal;

5- A “lavajatização” do processo é superficial e inconsistente. Ao contrário do “Caso Lula” as acusações não se sustentam na delação. Esta abriu portas, e materialidade sólida, em tópicos altamente comprometedores, como a existência da(as) minuta(as)do golpe, as declarações públicas do próprio Bolsonaro ( e de sua família de não aceitar o resultado das eleições), o Plano Punhal Verde-Amarelo, as gravações e arquivos de telefones e de computadores de vários dos envolvidos, tanto militares quanto civis.

Francisco Carlos Teixeira da Silva UFRJ.

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