Os detalhes da operação contra o esquema de desvio bilionário de recursos públicos no Dnocs da Bahia

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
[email protected]

Agentes da PF cumprem 17 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás

Polícia Federal – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (10), uma força-tarefa contra um grupo suspeito de fraudar contratos públicos e desviar R$ 1,4 bilhão, no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), parte da Coordenadoria Estadual da Bahia (CESTBA).

Intitulada de “Operação Overclean”, a força-tarefa é uma ação conjunta da PF com o Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU), além de contar com o apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).

Ao todo são cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens estimados em R$ 162,3 milhões. Os alvos estão localizados nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Segundo as investigações, a organização criminosa teria “direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais”.

Durante o período investigado, a organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024”, informou a corporação. 

Já a CGU explicou que a “atuação do grupo era estruturada em operadores centrais e regionais que cooptavam servidores públicos para obter vantagens ilícitas, tanto no direcionamento quanto na execução de contratos”, pontou. “Após a celebração dos contratos fraudulentos, as empresas envolvidas superfaturavam valores e aplicavam sobrepreços, repassando propinas por meio de empresas de fachada ou métodos que ocultavam a origem dos recursos”, acrescentou. 

De acordo com o órgão, a lavagem de dinheiro era realizada de forma sofisticada, incluindo o uso de “empresas de fachada controladas por “laranjas”, utilizadas para movimentar os valores ilícitos”, além de “empresas com grande fluxo de dinheiro em espécie, que mascaravam a origem dos recursos desviados”. 

Segundo a PF, se condenados, os acusados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro, entre outros.

Leia também:

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador