PF investiga Alexandre Ramagem por tentativa de golpe de Estado

Camila Bezerra
Jornalista

Além de documentos que orientavam Bolsonaro a questionar a confiança das urnas, PF encontrou mais elementos que configuram atentado à democracia

A Polícia Federal informou que o deputado federal e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), será investigado por tentativa de golpe de Estado. 

Em julho, foi revelado que o então chefe da Abin orientou o presidente Jair Bolsonaro (PL) a questionar a confiança das urnas. Porém, a PF encontrou mais elementos que demonstram que o deputado federal cometeu, naquela época, atitudes que remetem a um atentado à democracia. 

Na próxima terça-feira (5), Ramagem deve prestar um depoimento na sede da PF, em Brasília, a fim de esclarecer as suspeitas de participação na Abin paralela e em atos de golpe de Estado. 

O inquérito que investiga Bolsonaro, ex-ministros e militares do Exército por tentativa de atentado à democracia está em fase final. 

Procurado pela imprensa, o deputado não se posicionou sobre as acusações. 

Entenda o caso

Em julho foi revelado que o então chefe da Abin enviava textos de “possível interesse” do ex-presidente. Em um deles, chamado  “Presidente TSE informa.docx”, há uma orientação para traçar uma estratégia de reforçar politicamente a “vulnerabilidade” das urnas eletrônicas.

“Por tudo que tenho pesquisado, mantenho total certeza de que houve fraude nas eleições de 2018, com vitória do sr. (presidente Bolsonaro) no primeiro turno. Todavia, ocorrida na alteração de votos”, diz trecho do documento.

Ramagem ainda sugere que Bolsonaro mine a confiança das urnas eletrônicas com informações falsas. “(…) a urna já se encontra em total descrédito perante a população. Deve-se enaltecer essa questão já consolidada subjetivamente (…) A prova da vulnerabilidade já foi feita em 2018, antes das eleições. Resta somente trazê-la novamente e constantemente.”

No arquivo, também consta a descrição de como foi constituído grupo de confiança para “trabalho de aprofundamento da urna eletrônica”, que contaria com a ajuda do major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli.

Já em outro arquivo, registrado como “Presidente.docx“, Ramagem indica um suposto golpe no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro. “Há armadilhas sendo colocadas. O inquérito do Celso de Mello possui relação com o inquérito das fake News do Alexandre de Moraes com intuito de fundamentarem o golpe no TSE.”

Em julho, Ramagem foi questionado sobre os documentos, mas afirmou que não se lembrava de que tais mensagens foram passadas adiante.

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2 Comentários

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  1. Acertado,o governo não pode mais ficar na defensiva pois os sabujos dos interesses estrangeiros utilizam táticas militares de ofensiva para evitar serem encurralados!!!OBS.:Uma coisa é Lula cobrar sobre a guerra no início dela,outta coisa é insistir em querer pará la quando já está decidido q iria continuar,já disse aqui q o Brasil já tem problemas demais internos e q deixassem q os estrangeiros q se matassem,bom lembrar q Sadam Hussein se “achou “na ONU com discurso arrogante talvez propondo tb UMA OUSADIA,caiu rapidamente q nem uma mocinha PRIMEIRO arrumamos nossa casa,cuidamos da nossa vida e quem sabe depois ajudamos aos outros !!!

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