A “demoracia judicial”: ‘pequeno’ Jornal GGN, de Nassif, não pode falar do grande BTG Pactual, por Fernando Brito

Reparem que não é deixar de fazer tal ou qual acusação específica ao banco, mas de tudo o que o banco considera ofensivo e capaz – parabéns, Nassif, por terem admitido isso – pudesse abalar a imagem do banco.

No Brasil, não basta ser Davi.

Enfrentar Golias, aqui, é ter de manejar a funda de mão atada e de boca fechada.

O juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, proibiu o Jornal GGN, de Luís Nassif, de publicar – ou manter “no ar” aquilo que já publicou – sobre o Banco BTG Pactual, fundado por Paulo Guedes e que tem em sua direção André Esteves, nome citado em vários escândalos da República.

Reparem que não é deixar de fazer tal ou qual acusação específica ao banco, mas de tudo o que o banco considera ofensivo e capaz – parabéns, Nassif, por terem admitido isso – pudesse abalar a imagem do banco.

A censura voltou com força no Brasil, em proveito dos grandes capitais.

Nassif, claro, vai reverter esta decisão absurda em segunda instância.

Mas é apavorante aquilo em que o Judiciário brasileiro está se tornando.

“Cala a boca” não morreu, e vive nos tribunais brasileiros.

Redação

13 Comentários

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  1. Nassif,
    Está difícil fazer um prognóstico quanto ao tamanho da destruição que será imposto por este “seleto” bando às instituições do país.
    Impera a técnica de punição do Judiciário de acordo com o CV do fulano, de um lado o grande ladrão JSerra e filha são aliviados, ao marginal de casaca DDallagnol foram concedidos inacreditáveis 42 adiamentos até prescrever o julgamento do Caso Powerpoint, e por aí vai a safadeza, enquanto do outro lado um desempregado esfomeado rouba um litro de leite pra dar para os filhos e é preso, crime inafiançável.
    Ou seja, esta censura vergonhosa e descarada apenas segue o ritmo alucinado das análises feitas por alguns juízes do Judiciário que só foram capazes de um ato decente ao longo da vida, estudar e para atingir o Olimpo, dali em diante guardam a C.F. de 1988 na gaveta e seja lá o que Deus quiser. Se esta decisão aloprada não for revertida, perigo à vista.
    Se alguém, mesmo tendo conhecimento dos mais de 3 trilhões dados de presente aos bancos para que os mesmos aliviassem as necessidades de empresas e comerciantes em geral, realmente uma ótima piada de péssimo gosto, ainda não conseguia enxergar um dos que, de fato, estão dando as cartas no país,me parece que agora não falta mais nada além da habitual hipocrisia.

  2. Acho que foi o cineasta Bertolucci que disse que o fascismo começou prendendo os tarados. Isso se aplica ao judiciário: o STF começou pegando os black blogs bolsonaristas, o pessoal progressista começou a soltar rojões sem ver que essa é a senha pra também irem em cima de quem ousa, como o blog do nassif, em mostrar quem é que apoia esse desgoverno que temos. Se esse caso chegar ao STF, vamos ver como vai se portar essa gente. Ter coragem de peitar figurar ridículas como Sarah Winter é fácil – agora quero ver peitar o rentismo (BTG) e a mídia (revista Veja, que pertence ao BTG – aliás, a capa da última edição de agosto é sobre as delícias de todo brasileiro ser um investidor de bolsa – papo pra pegar os futuros otários, até estourar a bolha e os de sempre ganharem).

  3. Futuros otários mesmo…
    gente que acredita que é normal uma bolsa de valores bombar em tempos de crises, de recursos internos escassos e com milhões de dólares deixando o país por completa falta de confiança no governo e nas reações do mercado…………………..
    sai o dinheiro bom, de médio e longo prazo, e fica o ruim, o podre, o que pode desaparecer ou diminuir significativamente de uma semana para outra, por ser super arriscado e direcionado estrategicamente entre os próprios grupos, do qual tiram proveito os jogadores de sempre

  4. Toda solidariedade ao Nassif. Decisão tecnicamente horrorosa. É o direito subjugado ao poder econômico, sem qualquer máscara ou fantasia.

    O fato de se tratar de uma empresa aberta não afasta o direito à crítica, no âmbito do exercício do direito à expressão/informação, isso é absolutamente irrelevante. Em verdade, pelo contrário, reforça-o, em nome da melhoria da governança. Ora, quem quer investir em uma empresa que se envolve seguidamente em negócios obscuros e sujeitos à impugnação judicial? O argumento é claramente contraditório e não protege o investidor, como imagina o Magistrado.

    O Judiciário continua a insana saga do lawfare.

  5. O verdadeiro crime do colarinho branco.
    Durante anos os jornais televisivos falaram dos crimes do colarinho branco principalmente de pessoas vinculadas ao sistema político. Não podemos dizer que uma parte significativa dos políticos brasileiros em maior ou menor quantidade em cada partido, sendo que aqueles que fazem campanhas insidiosas contra outros partidos do tipo, nós somos limpinhos e os outros são mais ou menos sujos podemos dizer que esses partidos ditos limpinhos tem nas suas entranhas já os vermes da corrupção.
    Porém esse não é o caso, pois o verdadeiro roubo da população brasileira são feitos por agentes privados e para não particularizar podemos dizer que a entidade que representa essa máfia chama-se Febraban, ou seja, não é que os diretores da Febraban sejam mafiosos do tipo Al Capone ou Capos das máfias sicilianas, fazem tudo dentro da lei que é por eles ditada, não é por acaso que a atual campanha dessa federação (totalmente dentro da lei) seja um grande convescote com o presidente da Câmara dos Deputados para discutir a chamada Reforma Tributária, em que na saída dessas palestras provavelmente o presidente da Câmara dos Deputados vai sair com uma listinha de reivindicações que, por exemplo, constará a não tributação dos lucros do sistema financeiro, ou impostos sobre grandes fortunas. Em resumo, mais uma vez a Febraban representando o que se denomina sistema bancário tentará (e certamente conseguirá) impor uma reforma que não satisfaz a vontade de 90% do povo brasileiro.
    Entretanto não falarei disso, falarei de algo mais terrível que tem servido durante anos a fio para que nem um batedor de carteiras vulgar tem transferido do bolso dos brasileiros para uma meia dúzia de parasitários rentistas através de uma manipulação demoníaca das chamadas taxas de juros cobradas nos cheques especiais, nos cartões de crédito, nos empréstimos às pessoas físicas e pequenos e médios comerciantes e fabricantes e mais algumas dezenas de imensas maracutaias perfeitamente legais que são as famigeradas taxas de juros cobradas de todos aqueles que trabalham nesse país.
    O que acontece no nosso país há décadas? Temos por conta de taxas de empréstimos ao tesouro nacional, que agora estão reduzidas a quase zero um sobrepreço cobrado sobre essa em nome da inadimplência e dos custos de manutenção do sistema financeiro. O custo de operação do sistema financeiro que outrora era grande, tem sido reduzido por conta da informatização que nos empurram através de sites na Internet em que o correntista faz tudo e não há geralmente um número de telefone para que possamos ao mínimo dizer alguns desaforos a quem é responsável por isso, o máximo que existe do outro lado de uma linha há um gerente de conta que sabe menos de economia e administração de grande parte daqueles que tentam falar com eles e se começamos a falar com os mesmos, a partir de uma pequena intimidade que é obtida ao longo de anos, veremos que eles são também reféns de algo superior e inatingível que são as pessoas que criam as tabelas e quadros que els devem respeitar religiosamente sem contestar sob a pena de perder o emprego.
    As desculpas que esse sistema financeiro emprega para justificar a ação que no passado seria chamada de agiotagem é uma imensa mentira, essa mentira é facilmente constatada num período em que as empresas de pequeno e médio porte estão fechando, o desemprego está aumentando e os lucros dos bancos continuam indecentemente astronômicos, 6,8 bilhões de reais é o lucro de um trimestre em que todos estão sofrendo de duas empresas do sistema financeiro, atenção são 6,8 bilhões numa e 6,8 bilhões noutra.
    Todas essas observações não são tiradas do nada, mas sim das declarações de um de seus diretores de um desses bancos milionários que disse com todas as letras, que os lucros advém de:
    “redução nominal de 3% nas despesas, o aumento de 9,2% na margem das operações de tesouraria e com clientes e o crescimento de 14,9% na carteira de crédito em relação ao primeiro semestre de 2019.”.
    Em resumo ele diz: 3% na diminuição dos custos com salários dos empregados ou diminuição dos mesmos, 14,9% dando mais créditos a valores exorbitantes aos pobres coitados dos seus clientes e tudo isso no meio da pandemia.
    É legal tudo isso?
    Claro que é!
    É moral?
    Estamos num sistema capitalista, bancos não são instituições de caridade, logo qualquer oportunidade de diminuir os custos com seus bancários e aumentar a quantidade de empréstimos aos enforcados clientes é utilizada. Porém que faz o Estado Brasileiro? Manda seu presidente da câmara para falar em reforma tributária que não atingirá certamente ao sistema financeiro e se tiver que criar algum imposto será para que quem trabalha que o pague.
    Talvez esse último parágrafo resuma tudo e para quem acredita no sistema capitalista que aguente a sua lógica, pois tirar dinheiro do povo e transferir para os capitalistas essa é a lógica.

  6. O tal juiz recebe os holofotes para emprestar seu nome em defesa de um banco marcado de denúncias, como se jornalista censurado tivesse inventado tudo o que o mundo todo sabe e que foi apenas reproduzido em seu blog. Viva o ex- Brasil.

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