A medida provisória que dispensa a cobrança de taxas para o despacho de bagagens é um pretexto para que outras medidas menos republicanas sejam liberadas.
O texto que vai para sanção do presidente Jair Bolsonaro dá a cada passageiro o direito de despachar uma mala de 23 quilos em viagens nacionais e de 30 quilos para voos internacionais.
Porém, a jornalista Miriam Leitão aponta alguns pontos que não foram abordados com a mesma atenção, como a dispensa da autorização da ANAC para que novos aeródromos e novas pistas de pouso sejam construídos.
O texto que vai para sanção presidencial também dispensa a liberação da autarquia para a formação de novos pilotos.
Com isso, Bolsonaro está a um passo de facilitar a liberação das pistas de voo clandestinas, que são um vetor de crimes em regiões como a Amazônia dentro do esquema internacional de tráfico de drogas e de armas.
“E sabe qual pode ser o fim da história? O presidente pode vetar a parte da bagagem e o resto permanece. Isto é pior do que colocar jabuti nos projetos: é uma balinha para enganar o consumidor”, alerta a articulista do jornal O Globo, ressaltando que a questão das bagagens é apenas uma “cortina de fumaça” presidencial.
Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente
Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn
Leia Também
Bolsonaro elogia policiais que mataram 25 na Vila Cruzeiro: “guerreiros”
PGR pede para Suprema Corte arquivar pedidos de investigação contra Bolsonaro por racismo
Musk, Bolsonaro e a privatização, por Paulo Kliass
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.