Delação de Cid pode ser comprometida, após ele dizer em áudios que foi pressionado pela PF  e que Moraes “é a lei”

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Ex-ajudante de ordens da Presidência deve ser ouvido por juiz ainda hoje, na tentativa de esclarecer acusações contra as instituições

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. | Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

O juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve ouvir nesta sexta-feira (22) o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, na busca de esclarecer áudios em que o militar critica a Polícia Federal (PF) e o relator dos casos contra ele na Suprema Corte.

No início da noite de ontem (21), a Revista Veja publicou áudios atribuídos a Cid, em que ele diz que a PF tem uma “narrativa pronta” sobre os inquéritos contra ele, principalmente, no que diz respeito à tentativa de golpe de Estado, orquestrada por Bolsonaro, assessores e aliados militares de alta patente.

Segundo o ex-subordinado de Bolsonaro, em uma conversa com um interlocutor, a PF não estaria interessada em saber a verdade. “Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, disse o militar, que afirmou que “o Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.” 

Outros casos contra Cid são referentes a venda de joias do acervo presidencial e falsificação de registros de vacina, no qual todos tem em comum o fato do ex-presidente também ser investigado, sendo que neste último a delação de Cid resultaram no indiciamento de Bolsonaro e mais dezesseis pessoas.

Delação em xeque

A partir da divulgação dos áudios, colunistas da grande mídia afirmaram que a PF pode reavaliar a delação premiada de Cid, homologada pelo STF em setembro de 2023. Desde então, o militar já foi ouvido seis vezes pelos investigadores.

Segundo a jornalista Andréia Sadi, no G1, fontes ligadas à investigação cogitaram em um primeiro momento chamar Cid para esclarecer os áudios, mas acharam melhor sugerir que o ex-ajudante de ordens seja ouvido pelo juiz instrutor, já que Cid os colocou sob suspeição.

Ainda, a avaliação dessas fontes é de que Cid só tem a perder, uma vez que a delação do ex-ajudante de ordens só corrobora com as demais provas já obtidas pela PF.

A própria reportagem da Veja aponta para a “postura esquizofrênica” do tenente-coronel, uma vez que os áudios dão a impressão “que há dois Cids diferentes na mesma pessoa“: o colaborador e o injustiçado.

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  1. 𝐃𝐞𝐢𝐱𝐚 𝐞𝐮 𝐯𝐞𝐫 𝐬𝐞 𝐞𝐧𝐭𝐞𝐧𝐝𝐢.
    𝐌𝐚𝐮𝐫𝐨 𝐂𝐢𝐝 𝐫𝐞𝐢𝐯𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚 𝐨 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐬𝐢𝐥𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐫 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐚𝐪𝐮𝐢𝐥𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐨𝐦𝐞𝐭𝐞 𝐚 𝐬𝐢 𝐨𝐮 𝐚 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐞 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨𝐬. 𝐌𝐚𝐮𝐫𝐨 𝐂𝐢𝐝 𝐫𝐞𝐢𝐯𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚 𝐨 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐚𝐜𝐨𝐬𝐬𝐚𝐝𝐨 𝐞𝐦 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝐨𝐠𝐚𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐨𝐬. 𝐌𝐚𝐮𝐫𝐨 𝐂𝐢𝐝 𝐫𝐞𝐢𝐯𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚 𝐨 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐥𝐞𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐫 𝐩𝐞𝐫𝐠𝐮𝐧𝐭𝐚𝐬 𝐞𝐦 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝐨𝐠𝐚𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐨𝐬. 𝐄𝐦 𝐬𝐮𝐦𝐚, 𝐌𝐚𝐮𝐫𝐨 𝐂𝐢𝐝 𝐫𝐞𝐢𝐯𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚 𝐨 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐫 𝐢𝐧𝐜𝐨𝐦𝐨𝐝𝐚𝐝𝐨 𝐞𝐦 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝐨𝐠𝐚𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐨𝐬. 𝐌𝐚𝐮𝐫𝐨 𝐂𝐢𝐝 𝐫𝐞𝐢𝐯𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚 𝐨 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐧𝐭𝐞𝐫 𝐝𝐢𝐚́𝐥𝐨𝐠𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝐨𝐠𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐜𝐥𝐢𝐦𝐚 𝐝𝐞 𝐛𝐚𝐭𝐞-𝐩𝐚𝐩𝐨 𝐚𝐦𝐞𝐧𝐨, 𝐜𝐨𝐫𝐝𝐢𝐚𝐥.
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