Delgatti precisa apresentar provas por delação premiada, diz jurista

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Caso não apresente material que comprove suas declarações, depoimento será apenas ponto de partida para investigação

O hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli. Foto: Reprodução/Twitter Carla Zambelli

A possibilidade de o hacker Walter Delgatti Neto fazer uma delação premiada após revelar o recebimento de dinheiro via PIX da deputada federal Carla Zambelli (PL) só vai se confirmar caso Delgatti apresente provas das informações prestadas à Polícia Federal.

“Para ser beneficiado com a redução de pena que a lei prevê na delação premiada, o investigado precisa apresentar provas válidas ou indicar aos investigadores o caminho para que eles cheguem a essas provas. A delação só pode ser homologada por um juiz com instrução de provas”, diz a jurista Jacqueline Valles.

Valles explica que, segundo o artigo 4º da Lei 12.850/13, o juiz pode reduzir a pena de prisão em até 2/3 ou substituí-la por uma pena restritiva de direitos daquele que tenha colaborado com a investigação.

Contudo, isso só será possível se a colaboração ajudar a identificar os demais coautores do crime ou revelar a estrutura de uma organização criminosa, por exemplo. “Ou seja, não basta falar qualquer coisa, é preciso ter provas para se atingir um resultado”, completa.

Caso as provas não sejam de fato apresentadas, a jurista diz que as informações apresentadas por Delgatti têm a força de um depoimento normal, e podem ser usadas como ponto de partida para as investigações.

Em seu depoimento, Delgatti afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria questionado se ele poderia invadir uma urna eletrônica, caso tivesse o código fonte em mãos. O questionamento teria sido feito em encontro no Palácio do Alvorada em 2022, intermediado por Carla Zambelli.

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