Dono da UTC afirma que Lula não teve participação em propina na Petrobras

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados

Jornal GGN – Ao juiz Sergio Moro, o empresário Ricardo Pessoa, delator da UTC na Lava Jato, isentou o ex-presidente Lula de participação no esquema de corrupção na Petrobras que ajudava a abastecer o caixa do PT. Segundo Pessoa, Lula nunca tratou de propina por obras da estatal, nem o ex-ministro Antonio Palocci. Quem cuidava da arrecadação junto ao empresário era o ex-tesoureiro João Vaccari Neto.

A declaração foi feita no processo em que Lula é acusado de receber propina da Odebrecht por comandar o esquema de corrupção na Petrobras. O ex-presidente teria sido beneficiado com a compra de um terreno para o Instituto Lula – que nunca foi utilizado para tal finalidade – e a locação de um apartamento vizinho ao seu, em São Bernardo do Campo (SP).

Para “fragilizar a defesa”, diz nota à imprensa assinada por Cristiano Zanin, um advogado de Lula que cuidou do contrato de locação entrou no rol de acusados.

Na nota, a defesa de Lula ainda destacou que, mais uma vez, o juiz Sergio Moro fez as vezes de procurador e foi o responsável por indagar Pessoa sobre a participação do ex-presidente em suposto esquema na Petrobras, pois o Ministério Público Federal, autor da acusação, não o fez.

A partir dos 23 minutos do vídeo abaixo.

Sergio Moro: Essas contribuições políticas que o senhor mencionou eram repasses de valores aos partidos políticos que apoiavam os diretores?

Ricardo Pessoa: Exatamente, Excelência.

Moro: E o senhor mencionou que suas tratativas se davam com João Vaccari?

Pessoa: Sempre.

Moro: E o senhor chegou a tratar desses assuntos com Palocci?

Pessoa: Nunca.

Moro: O senhor chegou a tratar desses assuntos com o ex-presidente Luis Inácio?

Pessoa: Não, senhor.

Moro: Esses valores que foram repassados à parte política através de Vaccari, o senhor mencionou que iriam para a direção nacional do partido.

Pessoa: Para o diretório nacional, com sede em SP.

Moro: E o senhor sabe qual a destinação?

Pessoa: Me diziam que era para reforçar o caixa do partido e para a campanha, mas a maior parte das contribuições que era feita foi fora do período de campanha.

Abaixo, a nota completa da defesa de Lula.

O Ministério Público Federal sequer indagou o ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa, sobre suposta participação de Lula no que a denúncia qualificou como empreitada criminosa que forjava as licitações da Petrobras por meio de pagamentos de propinas dirigidos a agentes políticos e seus respectivos partidos (Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000). Coube ao Juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba introduzir o nome de Lula no questionamento que fez hoje
(8/5) à testemunha. Pessoa afastou qualquer envolvimento do ex-Presidente, dizendo que jamais teve contato com ele em relação aos atos discutidos no processo.

Essa ação tem por base dois imóveis – o da Rua Haberbeck Brandão, nº178 (SP) e o da Av. Francisco Prestes Maia, nº 1501 (SBC). Na denúncia, as imputações são vagas e genéricas e a acusação a Lula francamente especulativa, seguindo o mesmo padrão observado em outros casos.

A defesa obteve hoje, em audiência, o compromisso do MPF – registrado em ata – de informar previamente qualquer negociação ou celebração de acordo de delação premiada. O pedido foi feito em virtude das últimas audiências no caso do chamado triplex, no qual, depois de 73 testemunhas não confirmarem a acusação, o  MP passou a intensificar negociações para a delação de réus, aparentemente com o compromisso da inclusão do nome de Lula em seus depoimentos.   A defesa precisa ser informada se o depoente obteve ou não benefícios ou promessa de benefícios por meio de delação antes de se apresentar em Juízo.

Essa ânsia desmesurada e crescente de prover acusações é tática comprovada de lawfare, o condenável expediente autoritário consubstanciado no uso do Direito e dos procedimentos jurídicos como meio de atingir resultados políticos. É inegável que parte dos agentes públicos envolvidos na Lava-Jato abriu uma verdadeira — e notória — guerra contra Lula e o projeto político que representa, utilizando-se da persecução penal extra judicium e, agora, do procedimento penal in judicium, para combatê-lo.

Não houve qualquer investigação isenta, mas uma sequência de fatos produzidos para sustentar a abertura de inúmeros procedimentos frívolos e sem materialidade contra Lula, com o único intuito de impedir o livre exercício de suas atividades políticas. A retaliação e a vingança também orientaram essa nova ação. Para fragilizar a defesa, inseriram também um de seus advogados.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Com pulgas atrás das orelhas ….

    Há uma evidente implosão desmoralizadora do tripé que sustenta este sub-governo fantoche .

    a) Utilização de delatores criminosos como balas de prata para atingir o Lula não vingam (traques de chumbo)

    b) Conflito inconciliável entre pgr e supreminho

    c) Desgaste completo da máfia midiática ( não consegue converter mais ninguém) 

    d) Aumento do apoio popular ao Lula e desmoralização crescente das ações do juizeco .

     

    Quais ações o U.S.Department Of State/CIA farão para reforçar o apoio aos golpistas ?

    a) Forjarão um atentado a autoridades da Farsa a Jato envolvendo algum simpatizante de Lula e ao mesmo tempo substituir alguma autoridade da Farsa a Jato midiaticamente desgastada ?

    b) Criarão algum conflito político-militar na fronteira Brasil X Venezuela ?

  2. Quando Moro e Globo vão acabar com essa palhaçada

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=obdSTjZphT0%5D

    Quando Moro e Globo vão acabar com essa palhaçada,  respeitem o ex-presidente Lula, por favor.

    Não se pode fazer o que vcs estão fazendo, usando um cidadão nesse teatro/filme do absurdo para o qual deram inclusive um nome A Lei é Para Todos (Menos para Tucanos), não se pode usar Instituições para vendetas, seja ela politica ou pessoal ou de qualquer outra natureza. Justiça boa é justiça justa, o que não é caso desse processo espúrio, e não estariamos aqui a protestar, fosse um processo correto e com respeito à Lei e ao estado democrático do direito.

    Chega! Uma Comissão da Verdade precisa ser instalada para trazer à tona os interesses e tramoias que rondam a Lava Jato, senão agora, uma vez que estamos sob regime de exceção levado a cabo pela República de Curitiba – ah, o brasileiro tem que tirar passaporte se quiser ir à capital paranaense ou então pagar de 50 a 100 de pedágio, sentenciou a juiza anti-Lula – que esta comissão seja instalada tão logo volte a democracia, com a responsabilização dos lesa-pátria que destruiram nosso pais.

    Sem essa de perseguir Lula, de retirar dele sua condição de cidadão para, coisificado, ser alvo de todo tipo de sandice.

    Já sabemos dos próximos passos dessa corja: concluir o plano de perseguição contra Lula para, em seguida, virem com o bla blá blá de que precisamos virar a página, pois fiquem tranquilo que isso não vai acontecer: não se vira página de injustiça.

    Para submeter o Brasil aos seus interesses, EUA tem interesse em destruir Lula a qualquer custo

    https://josecarloslima.blogspot.com.br/2017/05/em-2008-os-eua-ja-estavam-de-olho-na.html

    Veja o quanto fajutas são as acusações contra Lula

    https://josecarloslima.blogspot.com.br/2017/05/entenda-o-quanto-sao-fracas-as.html

     

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