Genoino e Delúbio são condenados em desdobramento do mensalão

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Em desdobramento do mensalão, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região condenou o ex-deputado José Genoino (PT), o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério por falsidade ideológica e outras sete pessoas, acusadas de participar de fraudes em contratos do banco BMG para supostamente comprar votos de parlamentares.
 
O julgamento ocorreu nesta terça-feira (26), em Brasília. Em cerca de cinco horas, a decisão unânime da terceira turma do tribunal reduziu a pena imposta pela Justiça Federal de Minas para alguns dos acusados, mas manteve condenações de Genoino, Delúbio e Marcos Valério. 
 
Em 2012, o caso chegou à Justiça de primeira instância mineira e, como os processos do mensalão já se transformavam em denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF), tramitou como um desdobramento. Investigava-se a assinatura de contratos fictícios pelo BMG com o PT e empresas ligadas a Marcos Valério. 
 
De acordo com a sentença da juíza Camila Franco Velano, a tentativa de “camuflar” o repasse de dinheiro ficou clara com as sucessivas renovações dos contratos, ainda que sem pagamentos.
 
Segundo a juíza, o banco não seguiu as regras do Banco Central e só iniciou execuções judiciais para cobrar as dívidas depois que o caso do mensalão ficou conhecido. Os executivos do BMG, Ricardo Annes Guimarães, Flávio Pentagna Guimarães, João Batista de Abreu e Marcio Alaor de Araújo, foram condenados por gestão fraudulenta. 
 
De acordo com o Conjur, Genoino teve a pena reduzida de 2 anos e 10 meses de prisão para 2 anos e 2 meses. Para a juíza de primeira instância, as condenações não repetem o julgamento da Ação Penal 470.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

31 Comentários

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  1. Genoino e Delubio…

    Nada como um dia após o outro A verdade aparece.Ainda faltam os de bico grande. Bandidos que fizeram carreira politica acusando Paulo Maluf

    1. Falou pouco….

      …e falou besteiras, embora não tenha dito coisa nenhuma. Se disser, fique a vontade e apresente fatos. Teremos imenso prazer em contribuir com o seu entendimento sobre FACTOS.

    2. Um dia após o outro…

      …e uma noite, no meio, e um ZÉ para nos esclarecer sobre o que oculta-se na sua lacônica manifestação.

      Podemos supor que gente de poucas palavras possam ser iluminadas por grandes ideias. Então eu lhe pergunto. A corrupção, esse verbete desvalorizado e desmoralizado pelas bandas corruptas do judiciário brasileiro, é uma palavra que costumava exprimir e referir-se à ação de indivíduos ou grupos que levavam a desvios de função de agentes públicos para fins de obtenção de vantagens de diversas naturezas, principalmente pecuniárias. Os agentes delinquentes clássicos, autores de delitos classificados dentro desse espectro de atos outrora denominados de “…corrupção…” são, em geral, pessoas abastadas que aumenta ou acumulam bens e valores em espécie, ao longo da carreira criminosa.

      Pois bem. Na ânsia de atender às encomendas recebidas por sentenças condenatórias contra os inimigos políticos do Mercado o STF inovou e criou a figura do CORRUPTO POBRE.

      V. Sa. Sr. Zé, poderia nos brindar com esclarecimentos sobre esse inusitado fenômeno tecnico, juridico, social introduzido no Direito pelo nosso criativo, inútil e oneroso judiciário brasileiro? O CORRUPTO POBRE?

       

  2. MENSALÃO DO PSDB

    O pessoal do mensalão do PT não tem guarida.

    Cadê o julgamento dos envolvidos no mensalão do PSDB?

    Porque será que o mensalão do PSDB não “anda” na justiça?

  3. A sentença saiu errada.

    A sentença saiu errada. Tinham que mandar prender o Genoino junto com uma sentença adjunta de eterna impunidade para todos os outros políticos do Brasil e para os membros do Judiciário. Justiça fascista e macartista. Juizes canalhas e desrespeitadores da Constituição. São dignos do Eduardo Cunha, do Temer, do Alckmin, do Serra, do Aécio, do Sarney e todos os corruptos do Brasil. Os impunes Fernando Capez e Demóstenes Torres são os representantes políticos do Judiciário brasileiro.

  4. Todos são iguais, mas alguns, são mais iguais

    Ainda bem que o judiciário trata todos de forma igualitária e Azeredo, Aécio, Cunha, Cachoeira, entre muitos outros já há muito estão cumprindo pena.

  5. O problema desse tipo de

    O problema desse tipo de notícia é que me faz lembrar do Eduardo Azeredo, Cláudio Mourão, Clésio Andrade, Aécio Neves, Dimas Toledo …. PQP, o judiciário do Brasil é o mais fudido do mundo.

  6. Impressionante,

    Impressionante, inacreditável, fantástico, amazing, inesperado, surpreendente é verdadeiramente pensar que o PT será premiado com novas penas. E quando o tucano Eduardo Azeredo vai comparecer nesta lista? Claro, ao lado de tucanos como ele de grande plumagem.

  7. As ORCRIMs judiciárias pensam que somos idiotas

    Prezados,

     

    Não me canso de repetir que as instituições burocráticas do Estado (PF, MPs e Judiciários) estão eivadas de organizações criminosas. A primeira tentativa de golpe se deu justamente em 2005, com a farsa do chamado ‘mensalão do PT’; o mesmo esquema irregular de financiamento de partidos e candidatos já era usado pelo PSDB, como afirmou em vários depoimentos o publicitário Marcos Valério. Mas ao contrário do esquema que envolvia o PT, o ‘mensalão tucano’ foi desmembrado, os covardes que renunciaram ao mandato – como Edurado Azeredo – passaram ao foro da primeira instância, com grande possibilidade da maioria dos casos prescrever; Azeredo foi condenado em primeira instância a mais de 20 anos de prisão, mas não passou sequer um dia na cadeia; e provavelmente nem ele nem qualquer outro tucano graúdo seja encarcerado.

    A retomada do fuzilamento do PT, dos petistas ou de quem se coloca contra o golpe de Estado em curso não surpreende; já era esperada essa ofensiva; as quadrilhas institucionais se acham criativas, mas são bem previsíveis os seus movimentos. Eu tenho exposto nos comentários que nessas semanas que antecedem a farsa do golpeachment, as quadrilhas institucionais fechariam o cerco contra a Esquerda. Há menos de um mês a disparatada operação batizada de ‘Custo Brasil’ prendeu o ex- ministro Paulo Bernardo; um juiz federal de SP autorizou a PF a invadir a residência oficial da senadora Gleisi Hoffmann – não por acaso uma das mais combativas contra o golpe de Estado na casa parlamentar – numa ação flagrantemente inconstitucional, depois revogada pelo ministro Dias Toffoli, do STF. O constrangimento, a ameaça e tortura psicológica contra Gleisi, o PT e a presidenta Dilma Rousseff foram garantidos. Em abril, 28 dias antes de prolatar e publicar sentença de condenação, MAIS UMA VEZ SEM PROVAS, contra José Dirceu, o juiz sérgio moro enviou tal sentença para o jornal OESP, como notou e publicou o jornalista Marcelo Auler. Essa atitude de sérgio moro é crime previsto  em Lei; mas nada acontece a esse juiz tucano, golpista, preposto dos EUA e que defende os interesses econômicos e geopolíticos desse país, assim como da plutocracia oligárquica brasileira, com destaque para o PIG. Pouco tempo depois, o mesmo juiz aceitou duas outras denúncias – muito mal fundamentadas – contra o mesmo José Dirceu. Ontem ficamos sabendo que a PF pediu ao MPF o indiciamento de Paulo Bernardo. Hoje é publicada uma notícia com uma denúncia estapafúrdia contra o deputado Telmário Mota, do PDT, não por acaso um dos que votou contra o golpeachment. Agora é divulgada essa condenação de José Genoíno e Delúbio Soares. Para quem é politizado (não militante político deste ou daquele partido) e adepto das causas sociais defendidas pela Esquerda Política fica nítida a sistemática campanha das ORCRIMs institucionais (compostas em essência pela PF, pelo MP, pelo PJ e pelo PIG/PPV) para aniquilar essa Esquerda. Não me esqueço de pronunciamento do sub-procurador  da república Eugênio Aragão, denunciando exatamente a farsa do mensalão, provando cabalmente que José Genoíno não cometeu qualquer crime (nos bastidores o então PGR. Roberto Gurgel, admitiu que o nome Genoíno foi incluído apenas para completar um quarteto e assim caracterizar o crime ‘formação de quadrilha’, o que implicaria em regime fechado para os condenados); a fala de Eugênio Aragão é tão verdadeira que o ex-deputado teve a pena extinta depois.

    Não poderia, é claro, faltar a jóia da coroa. A ORCRIM da Farsa a Jato tem trabalhado (quiçá diuturnamente), para encontrar um crime que se possa atribuir a Lula e assim ensejar o encarceramento deste que foi o melhor presidente que o Brasil teve nos últimos 60 anos; o juiz – criminoso reiterado – sérgio moro está obcecado por prender Lula; esse parece o maior, senão o único ´projeto de vida’ desse juiz paranaense. Quem se recorda do escândalo do Banestado há de lembrar que NENHUM tucano graúdo ou empreiteiro (alguns são os mesmos agora acusados, processados e condenados pela Farsa  a Jato) foi condenado naquele escândalo que envolveu o desvio de mais U$132 bilhões ao exterior, de forma irregular, por meio das contas CC5, sem recolher impostos devidos; tais recursos eram oriundos de esquemas de corrupção. Mesmo que tais recursos não fossem de origem criminosa, apenas o fato de serem externados por meio das CC5, implica um prejuízo de U$33 bilhões (supondo uma alíquota de 25%), o que pelo câmbio atual está na faixa de R$120 bilhões; se forem acrescidos multa e juros, o montante fàcilmente supera R$200 bilhões. Sérgio moro trabalha até a noite, à procura de motivos para prender Lula, mas é incapaz de indicar aos oficiais de justiça os endereços, para entregar intimação a Cláudia Cruz e Daniele Cunha, esposa e filha do deputado Eduardo Cunha, réu em duas ações penasi no STF por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas; elas também são rés em ação penal que corre na 13ª VJF de Curitiba,  na qual trabalha o citado juiz.

    Essa turma das ORCRIMs institucionais pensa que somos idiotas e não percebemos as maquinações golpistas, de perseguição política à Esquerda e de repressão aos movimentos e manifestações sociais. Para o ministério da justiça, o traidor-golpista-usurpador-corrupto michel temer nomeou o nazifascista Alexandre de Moraes, este que implantou o terrorismo no Brasil, com essa midiática e desastrada operação “hashtag”, que expôs o Brasil e seu governo ilegítimo ao ridículo e ao escárnio internacional. De forma totamente ilegal, esse ‘ministro’ baixou portaria cerceando a defesa dos acusados, privando-os de contacto com advogados. Para quem tem acompanhado os abusos e ilegalidades criminosas da ORCRIM da Farsa a Jato não há surpresas. Para garantir o sistema repressivo e silenciar as vozes que se opõem ao golpe de Estado, o traidor-golpista-usurpador-corrupto michel temer nomeou o general sérgio etchegoyen para o recriado SNI (tucanamente rebatizado de GSI); esse general, cujo pai,  um tio e o avô são acusados de torturar presos políticos durante períodos de ditadura, foi o único a se opor à Comissão Nacional da Verdade, instalada ela presidenta Dilma Rousseff. Não por acaso , esse general tem retaliado Dilma; a primeira ação nesse sentido foi sitiar o Palácio da Alvorada, mantendo a presidenta (ilegalmente afastada do exercício presidencial) Dilma Rousseff, numa espécie de ‘prisão de luxo’, grampeada, arapongada e vigiada pelas tropas do SNI. Não satisfeito, esse general, eduardo cunha michel temer tramaram outra ilegalidade contra Dilma, impedindo que ela use avião da FAB em deslocamentos pelo País, denunciando o golpe de que é vítima. As ações de represão e morte a contra grupos indígenas, a repressão aos movimentos sociais reivindicatórios e àqueles que protestam contra o golpe (como se viu em SP, no ano passado, quando Nazimoraes era SSP), o desmonte e caça às bruxas na EBC e no Minc são demonstrações cabais de que a represssão ditatorial virá com força, caso o golpe midiático-policial-judicial-parlamentar (sempre insuflado pelo PIG/PPV e seguindo as diretrizes do alto comando internacional, que fica nos EUA) for consumadao no senado federal, em fins de agosto. 

    Um período de trevas se abaterá sobre o Brasil, caso o golpe venha a se consumar.

    1. João de Paiva

      Essas porqueiras, não pensam que somos idiotas, não. Não estão nem aí para o que possamos pensar.

      É a ditadura do Judiciário , apenas !

  8. Nunca

    Nunca irão prender gente do PSDB. Agora tb do PMDB e do PFL.

    Alguém pode pensar: Ah, também num é assim. Vc é muito radical…

    Continuo aceitando apostas. Tô dando o Eduardo de brinde.

    Não o Suplicy, claro, o Cunha. Olha a isca…

  9. palhaçada desses bandidos de toga

    acusadas de participar de fraudes em contratos do banco BMG para supostamente comprar votos de parlamentares.

    Supostamente,…não sabem…não tem certeza…claro que sabem que não houve mensalão, que não houve compra de parlamentares, …compra de parlamentares, se é crime para os bandidos de toja, que prendam todo o Congresso Nacional que vendeu seus votos para aprovar o golpe do impixam, o Romario acabou de receber o acerto

    nós o povo entregamos togas a este bandidos….que devolvam-nos

     

  10. Essa tal de Camila fez

    Essa tal de Camila fez dobradinha com o Barbosa na época do julgamento da AP 470 para aparecer nos holfotes da Globo, ela desengavetava casos que interessava a midia e despachava e comunicava ao Barbosa.

  11. Enquanto Jose Genoino não

    Enquanto Jose Genoino não pode sair de sua casa com medo de ser assassinado por algum coxinha, Eduardo Cunha viaja impunemente em aviões da FAB

  12. Judiciário partidarizado e marcatista

    Declaração da defesa de Genoino quando da sentença absurda dessa juiza de 1a. instancia:

    O advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, informou ao G1 nesta terça-feira (16) que irá recorrer da condenação do ex-presidente do PT no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1)

    “Há uma contradição do Ministério Público. Em relação aos empréstimos tomados junto ao Banco Rural [no processo do Supremo Tribunal Federal] não houve suspeita de que os contratos eram falsos. Já no caso do BMG, ele foi condenado exclusivamente por falsidade ideológica”, reclamou o defensor.

    G1

  13. Outro dia li qualquer coisa

    Outro dia li qualquer coisa sobre mais um indicamento de Dirceu. Depois a notícia sumiu. 

    Genoíno, se pensava que podia dormir sossegado, se enganou. Precisa tomar outros sustos, afinal Dirceu, ele e Delúbi, principalmente esses três são uma espécie de medalha para a oposição. 

    É uma sentença meio de faz de conta, só pra dizer ao povo que Genoino não é tão inocente.

    Quem sabe, a caça às bruxas de Temer não esteja no meio dessas denúncias, pois a ele interessa deveras que esteja em alta qualquer acusação contra petistas, corroborando o que ele vem fazendo na prática contra petistas.

    E Dilma que se cuide, porque não chegará o dia do SIM dos canalhas sem que Gilmar tenha feito uma manobra jurídica para indiciá-la em algum ilícito. Esse é seu propósito.

  14. daqui até o julgamento do

    daqui até o julgamento do golpe vão aparecer muitos factoides, serão desenterrados casos, farão de tudo pra não tirar o PT do pig. 

  15. Como é possível reunir….

    ao mesmo tempo, tanto escroque  ! Seja no parlamento (Senado e Câmara), judiciário, PF. Procuradoria, STF, Vice presidente, presidente da câmara ?

    Chegamos ao fundo do poço, não só na Economia, mas no mau caratismo das pessoas, ganância  etc. etc.

  16. O psdb é santo

    Disto tudo resta uma coisa boa. Políticos do psdb são santos. Vejam que as empreiteiras da corrupção “na petrobrás” fizeram milhares de obras, metrôs, rodoanel, etc,  para os governos do aécio e do alkimim e nunca pagaram um tostão de nada de propina. Zero!

    A justiça já provou que só o pt e afiliados, nem tanto, roubaram. E o psdb em tanta corrupção, nunca.

    A galeria de santos brasileiros vai crescer enormemente. Comemoremos.

  17. Se pensam que essa

    Se pensam que essa perseguição vai terminar, se concretizado o golpe, estão muito enganados.

    A ideia é extirpar, acabar com a raça do PT e da esquerda. 

    Vejam o que estão fazendo com a Cristina Kirchner na Argentina. 

    Agirão aqui da mesma forma.

    A ordem vem lá de cima.

  18. Nem se parece com a mesma juiza do “mensalão tucano”

    No mensalão tucano, ao contrário do caixa 2 do PT, houve desvio de recursos públicos, mas não vem ao caso né, aliás, vendo essa novela, nem se parece com a mesma juiza que julgando um e outro caso: pau que bate em Chico não bate em Franciso…

    Por Adir Tavares

    Juíza tenta apagar rastro do “Mensalão do PSDB” no Banco Rural

    Novojornal

    Juíza mineira que condenou o “Mensalão do PT”. “De Oficio” sem ouvir o Ministério Publico Federal extingue processo do “Mensalão do PSDB”

    O Ministério Público Federal (MPF) recorreu de sentença proferida pela Juíza da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte Camila Franco e Silva Velano na Ação Penal nº 2008.38.00.034953-0, em que diretores do Banco Rural foram acusados de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional praticados, em 1998, durante a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo ao governo do Estado de Minas Gerais, no conhecido “Mensalão do PSDB Mineiro”.

    A ação foi proposta com base em documentos encaminhados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Justiça Federal em Minas Gerais, os quais faziam parte do Inquérito nº 2280, instaurado em decorrência do desmembramento do Inquérito nº 2245, que deu origem à Ação Penal 470. Em 17 de novembro de 2008, o MPF/MG ofereceu denúncia contra 24 dirigentes e funcionários do Banco Rural.

    A denúncia foi recebida em 24/11/2008, mas, em razão do grande número de denunciados, o MPF/MG pediu o desmembramento do processo em seis grupos de acusados, o que foi acolhido pelo juízo da 4ª Vara Federal, com fundamento no artigo 80 do Código de Processo Penal. Entre os denunciados pelo crime de gestão fraudulenta (art. 4º, caput, da Lei 7.492/96), estavam Kátia Rabello, José Roberto Salgado, João Heraldo Lima, Luiz Francisco Cardoso Fernandes e Célia Bento Teixeira Maselli (Ação Penal 2008.38.00.034953-0).

    No dia 28 de setembro deste ano, a juíza da 4ª Vara proferiu sentença extinguindo a ação, “de ofício”, isto é, sem que houvesse pedido do MPF ou da defesa, com relação aos acusados Kátia Rabello e José Roberto Salgado, e absolvendo os demais acusados.
    Segundo a sentença, os fatos imputados a Kátia Rabello e José Roberto Salgado seriam os mesmos pelos quais eles já respondem na Ação Penal 470, em julgamento no STF, fenômeno que é conhecido por litispendência, ou seja, a existência de mais de uma ação cuidando dos mesmos fatos, proposta contra as mesmas pessoas.

    Para o MPF/MG, a sentença é equivocada, uma vez que os fatos apresentados na denúncia oferecida em Minas Gerais ocorreram anos antes daqueles de que trata a Ação Penal 470. São, portanto, “fatos diversos, que se desenvolveram em períodos diferentes, em contextos inteiramente apartados”, afirma o recurso. A apelação ainda sustenta que, “se o próprio Supremo Tribunal Federal determinou o desmembramento quanto aos fatos ocorridos anteriormente àqueles versados no inquérito nº 2245 (ora Ação Penal nº 470) – o que deu ensejo à instauração do Inquérito nº 2280 no STF – “é de clareza indubitável que a Suprema Corte reconheceu que o objeto do Inquérito nº 2280 (atual Ação Penal nº 536-STF) é distinto do versado na Ação Penal 470”.

    Ao decidir que há litispendência, a juíza federal entendeu que o crime de gestão fraudulenta é habitual, ou seja, que não pode se concretizar por um único ato isolado, de maneira que, sendo um crime que reclama habitualidade, os fatos praticados por Kátia Rabello e José Roberto Salgado os quais já foram denunciados na Ação Penal 470 – seriam os mesmos praticados em 1998. Segundo o MPF, se “fosse dessa maneira, bastaria que um gestor de instituição financeira respondesse a um único processo de gestão fraudulenta, em que período fosse, para ter carta branca e seguir cometendo outros atos fraudulentos de gestão em momentos posteriores” o que “implicaria eximir o dirigente de instituição financeira que já responda a algum processo pelo delito do art. 4º, caput, da Lei nº 7492/86 de responsabilização criminal” subsequente.

    A juíza ainda absolveu João Heraldo dos Santos Lima, Luiz Francisco Cardoso Fernandes e Célia Bento Teixeira Maselli, ao entendimento de que a participação deles no delito de gestão fraudulenta não teria sido comprovada. De acordo com o MPF, João Heraldo ex Secretario da Fazenda da Prefeitura de Belo Horizonte e do Governo do Estado de Minas Gerais na gestão de Eduardo Azeredo e Luiz Francisco integravam, juntamente com Kátia Rabelo e José Roberto Salgado, a Diretoria Executiva do Rural e Célia Maselli era a vice-presidente do Conselho de Administração.

    Tais cargos tinham a atribuição de tomar decisões a respeito da concessão de empréstimos pelo Banco Rural, não sendo “razoável admitir que o perdão da dívida relativa ao contrato de mútuo nº 06.002241-4 – perdão de quase R$ 12.000.000 (doze milhões de reais), não tenha passado pelo crivo dos gestores do Banco Rural”, que tinham “inequívoco domínio final sobre os fatos delituosos”.

    Contrariando a tese de litispendência adotada em relação às operações realizadas pelos integrantes do “Mensalão do PSDB” a juíza Camila Franco e Silva, titular da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte, há uma semana condenou os integrantes do “Mensalão do PT”, a quatro anos de prisão, sob a argumentação de que empréstimos no valor total de R$ 10 milhões feitos pelo PT e pelas empresas de publicidade foram fictícios. A decisão ainda não é definitiva, já que cabe recurso e os advogados dos réus avisaram que irão recorrer.

    O processo que tramitou na capital mineira desde 2006 também é um desdobramento da Ação Penal 470 Mensalão do PT que está sendo julgada pelo STF desde o início de agosto e que já está em sua fase final. Ele tem cerca de 8 mil páginas, divididas em 26 volumes e 13 apensos. Somente a sentença tem 129 páginas.

    Nela, a juíza afirma que Delúbio e Genoino, “em razão do cargo que ocupavam, tinham amplo conhecimento das circunstâncias em que os empréstimos foram autorizados, considerando os altos valores negociados, as diversas renovações e a manifesta atipicidade das operações” e que os réus “firmaram as operações à margem dos demais dirigentes”. Já Marcos Valério, condenado ao lado de outros três réus do núcleo publicitário, foi considerado o “verdadeiro líder das empresas tomadoras dos empréstimos, seja pelo cargo que nelas ocupava, seja pela influência que nelas exercia”. O crime de falsidade ideológica consiste em prestar declarações inverídicas em documentos públicos ou particulares.

    Feita pelo Ministério Público Federal (MPF), a denúncia, acatada pela Justiça mineira, afirma que a liberação de recursos para o PT e empresas ligadas a Marcos Valério pelo Banco BMG foi irregular, pois a situação econômico-financeira dos tomadores era incompatível com o valor emprestado e as garantias insuficientes. Além disso, o MPF destaca que não foram observadas nos contratos de financiamentos as normas impostas pelo Banco Central. Por isso, a juíza condenou ainda a diretoria da instituição financeira por gestão fraudulenta. Acusação semelhante foi analisada pelo STF na AP 470 e o entendimento foi o mesmo da Justiça Federal em Minas Gerais.

    Segundo a sentença, os contratos celebrados com o PT e empresas do grupo de Marcos Valério não tinham como objetivo ser realmente pagos, “constituindo-se como instrumentos formais fictícios, ideologicamente falsos, cuja real intenção era dissimular o repasse de recursos”. “As assinaturas neles constantes compuseram a encenação orquestrada pelos acusados para justificar o repasse de valores: os dirigentes autorizaram o crédito, sabendo que os empréstimos não seriam cobrados; os avalistas formalizaram a garantia, sabendo que não seriam por elas cobrados; os devedores solidários neles se comprometeram, sabendo que por eles não seriam cobrados”, diz um trecho da sentença. O processo correu em segredo de justiça durante os seis anos em que tramitou na primeira instância do Tribunal Regional Federal em Belo Horizonte.

    Dirigentes do BMG também foram condenados. Entre eles, Marcio Alaor e Flavio Pentagna, com pena de 5 anos e 6 meses de prisão. Ricardo Annes Guimarães, presidente do BMG, foi condenado a 7 anos de prisão. João Batista de Abreu a 6 anos e 3 meses. A decisão da juíza foi considerada por Genoino como política, pois fugindo da pratica processual a juíza Camila Franco e Silva Velano, pediu para que o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal do mensalão no STF, fosse comunicado da decisão, simultaneamente o colunista Lauro Jardim da Revista Veja publicou:

    “O fato de a juíza federal de Minas Gerais Camila Franco e Silva Velano ter enviado para Joaquim Barbosa a decisão que condenou José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, entre outros, nos empréstimos fraudulentos do BMG, vai pesar na hora da fixação da pena dos mensaleiros no julgamento do STF. Barbosa deverá usar a condenação para dizer que os mensaleiros não possuem bons antecedentes e não são mais réus primários. Sendo assim, a pena por corrupção deve ser aumentada. Os advogados prometem chiar. Enquanto houver a possibilidade de recurso, vão dizer que a condenação de Minas não pode ser usada como agravante no processo do mensalão”.

    O recurso será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/juiza-tenta-apagar-rastro-do-%E2%80%9Cmensalao-do-psdb%E2%80%9D

    1. Spin mostra mais um braço da ORCRIM judiciária

      Prezados,

       

      Se alguém de boa vontade e de boa índole ainda tinha dúvidas de que as instituições burocráticas do Estado Brasileiro (sobretudo a PF, o MP e o Judiciário) estão repletas de ORCRIMs, esta reportagem é mais uma prova cabal do que tenho afirmado em meus comentários. Nem a PF, nem o MP, nem o PJ têm o mínimo interesse em combater efetivamente a corrupção nos poderes públicos do Estado; o que essas instituições, repletas de organizações criminosas em seu interior, querem é aniquilar a Esquerda Política Brasileira, condenando e encarcerando os líderes desse espectro político. Polícia, ministério público e justiça caolhos só vêem a corrupção que possa envolver lideranças políticas da Esquerda. Mas quando a corrupção flagrante, com provas muito mais fartas e robustas, atinge figurões da direita e centro-direita políticas, sobretudo do PSDB, (Aécio Cunha, Eduardo Azeredo, Walfrido Mares Guia, Antônio Anastasia, José Serra, FHC, Geraldo Alckmin, Fernando Capez, dentre muitos outros), tanto a PF, o MP, como o PJ se mostram completamente cegos ou lenientes.

      A cooptação das intituições burocráticas do Estado Brasileiro pela plutocracia e cleptocracia, pelo que há de mais conservador, retrógrado, reacionário, entreguista e anti-nacional, pelo que de mais corrupto e corruptor existe na política brasileira desde que os europeus invadiram o continente está evidente, escancarada. Para mudar esse estado de coisas talvez seja necessário que ocorra no Brasil algo parecido com o que a História registra como acontecido na França, entre 1789 e 1800.

  19. Judiciário de República de Bananas é assim

    É como em filme mexicano: La Dictadura Perfecta

    Esses lazarentos do judiciário acham que estão fazendo o bem… ou não! São comprados? Não é possível só ter condenação assim pro PT, justamente o partido que tirou essa merda de país da miséria!!!! Sem defender o PT, mas é uma miséria intelectual achar que só tem ladrão no PT! 

    É uma farsa. Assistam o filme mexicano, é muito didático, La Dictadura Perfecta.

    Essa cambada do judiciário se regozija com seu aumento de salário enquanto a população toda tá se fodendo agora! Juiz ganhando salário de 80 mil e quer aumento? Sim! E conseguiram!!!

    Enquanto isso o Brasil marca pontos no cenário internacional ao desbaratar uma quadrilha do Estado Islâmico que ia explodir as Olimpíadas tupiniquins interinas…  É a coisa mais esdrúxula que já vi como notícia. Vejam o filme tirem suas próprias conclusões. 

    Ah, tem no NetFlix, acho que só lá, por isso dou a dica.

     

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