Lava Jato foi um perverso projeto de poder, diz Nabor Bulhões, advogado de Marcelo Odebrecht ao GGN

Camila Bezerra
Jornalista

Nabor Bulhões ressalta que Sergio Moro não poderia se atribuir competências nacionais e até internacionais para conduzir o caso

Crédito: Reprodução/ TVGGN

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou em 21 de maio todas as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht, sob a alegação de que houve um conluio entre magistrados e procuradores que integravam a ação. 

Para entender os impactos da decisão do ministro do STF, o programa TVGGN Justiça contou com a participação do advogado de defesa de Marcelo Odebrecht, Nabor Bulhões, um dos primeiros advogados a denunciar a existência de um “perverso projeto de poder” para instituir uma espécie de sistema paralelo de supressão de direitos e garantias constitucionais no Brasil. 

“Marcelo Odebrecht não tinha nenhuma ligação com os contratos da Petrobras, com as empresas que prestavam serviços para a Petrobras, com as empresas que foram contratadas em razão de procedimentos licitatórios. Ele era presidente da holding de investimentos da Odebrecht SSA”, lembra o convidado.

Bulhões lembra que a Lava Jato apresentava distorções profundas, como manipular as regras de competência e as garantias do devido processo legal com todas as projeções nucleares, como imparcialidade do juiz, fazendo com que o caso se assemelhe ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

“No caso Collor, ele não tinha sustentação política, tinha sido eleito por um partido nanico, não tinha sustentação parlamentar. No plano político, ele estava muito exposto. E justamente durante o processo contra ele instaurado, ele chegou a renunciar. Com a renúncia, deveria ter sido extinto o processo de impeachment porque não havia mais objeto. Mas as forças políticas queriam atingi-lo de qualquer forma e por qualquer via”, continua o advogado.

Conluio

Nabor Bulhões ressalta que todos os fatos relacionados à Lava Jato são obscuros e que tudo foi distorcido desde o início, tendo em vista que Sergio Moro chegou até a se atribuir funções que não deveria ter. 

“O juiz se atribuiu uma competência ou uma jurisdição nacional que não tinha e nem poderia ter. e até internacional. ele chegou com os delegados que conduziam a operação a colher diretamente provas do exterior, do canadá, sem a utilização de cartas rogatórias e sem autorização de acordo cooperação internacional”, aponta. 

Mais provas da irregularidade da operação são as mensagens captadas e que atualmente fazem parte da Operação Spoofing, que foram periciadas por determinação do STF. A Polícia Federal constatou que as mensagens eram verídicas, sem indícios de manipulação, e indicaram que os lava jatistas pretendiam captar recursos para uma fundação. 

Confira a entrevista na íntegra no Youtube ou no link abaixo:

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