Lava Jato quer provar que Dirceu instituiu corrupção na Petrobras

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Apesar das delações que apontam pagamento de propina na estatal desde o governo FHC, procurador da Lava Jato diz que Dirceu foi quem começou as indicações políticas que deram origem ao esquema

Jornal GGN – Preso preventivamente pela Polícia Federla nesta segunda-feira (3), o ex-ministro José Dirceu é apontado pelas autoridades da Operação Lava Jato como um dos principais mentores e beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Embora delações premiadas tenham apontado que a formação de cartel e pagamento de propina ocorram desde a década de 1990, durante o governo FHC, a força-tarefa da Lava Jato investiga casos de corrupção a partir de 2004, quando Lula chegou ao Planalto e petistas graúdos como Dirceu tiveram espaço para formar o primeiro escalão da Petrobras.

Segundo informações da Agência Brasil, os investigadores disseram nesta manhã que Dirceu, na chefia da Casa Civil, nomeou Renato Duque para Diretoria de Serviços da Petrobras, onde foi iniciado o esquema de superfaturamento de contratos. “Creio que chegamos a um dos líderes principais, que instituiu o esquema Petrobras e que, durante o período como ministro, aceitou que o esquema existisse e se beneficiou do esquema também”, disse o procurador federal Carlos Fernando Lima.

Para Lima, Dirceu, que foi condenado na Ação Penal 470 (Mensalão), “foi beneficiário” do esquema na Petrobras. “Queremos mostrar que ele e Fernando Moura [também preso] foram os agentes responsáveis pela instituição do esquema Petrobras desde o tempo do governo Lula. Desde aquela época [da Casa Civil], passando pelo mensalão, pela condenação [pelo Supremo Tribunal Federal], pelo período em que ele ficou na prisão. Sempre com pagamentos. Esses são os motivos com os quais estão baseadas a prisão”, explicou o procurador.

Na visão do Ministério Público Federal, Fernando Moura é um dos principais “líderes” da Lava Jato ao lado de Dirceu, por ter levado o nome de Renato Duque ao ex-ministro. Ambos foram presos sob a justificativa de que, apesar do mensalão, continuaram agindo na Petrobras e recebendo recursos. O irmão de Dirceu também detido nesta segunda por ter visitado empresas investigadas para supostamente fazer cobrança de pagamentos.

Prestação de serviços

De acordo com o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, a 17ª fase da Lava Jato tem como “essência” a corrupção. Ela abrange, além das empreiteiras já investigadas, empresas de prestação de serviços de limpeza e informática para a Petrobras. O delegado federal Marco Antonio Ancelmo acrescentou que em todo o período de investigação da Lava Jato, a empresa JD consultoria, de José Dirceu, não comprovou efetivamente a prestação de serviços.

Dirceu foi preso em Brasília, onde cumpriu regime domiciliar pelo mensalão, e levado para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. Ele aguarda liberação do STF para ser transferido para Curitiba, onde estão concentradas as ações da Lava Jato.

Lula

Perguntado se o ex-presidente Lula poderá vir a ser alvo das investigações, o procurador afirmou que nenhuma hipótese pode ser descartada. “Não se descarta nenhuma hipótese de investigação. Não vamos dizer que estamos investigando ninguém da gestão anterior, ninguém da atual gestão.”

Dilma

Segundo informações da Folha de S. Paulo, o governo Dilma Rousseff recebeu a prisão de Dirceu como um aviso de que é preciso, a partir de agora, fazer um esforço maior para blindar a presidente da repercussão negativa do caso. Para petistas, a prisão do ex-ministro divide opiniões: uns acham que é “mais do mesmo”. Outros, que funcionará como uma “pá de cal” sobre a já deteriorada imagem da agremiação.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

52 Comentários

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  1. Ainda não entenderam nada.
    A

    Ainda não entenderam nada.

    A Lava jato é o novo Estado, é ela quem decide o que é crime e o que não é.

     

    1. É inacreditável, e sinistro.

      É inacreditável, e sinistro. Impossível saber onde tudo isso vai parar, mas qualquer perspectiva é desoladora no que concerne ao futuro do país.

  2. Objetivo

    O objetivo deles é implicar Lula, seja de que jeito for.

    Corrupção em outros governos “não vem ao caso”.

     

    QUE MEDO ELES TEM DE 2018 !!!!!!!

     

    No site do PHA tem uma enquete: qual o próximo alvo do Moro,  Lula ou Dilma ?

    Adivinhem qual opção ganha disparado?

  3. Mais um pouco e a Lava Jato

    Mais um pouco e a Lava Jato vai chegar à conclusão que o Dirceu e o PT são culpados pelo Big Bang. O que a dutadura não conseguiu a democracia fez: prender o José Dirceu.

  4. É inacreditavel ….

    O delegado aecista  afirma que Dirceu é o chefe do esquema na Petrobrás?  É o criador do esquema? O homem disse isso? É esse o motivo da prisão ? A Noite de São Bartolomeu não tem fim. Já estão prendendo até os que já estão presos. 

  5. Requião

    “Prisão de José Dirceu é ilegal e absurda. É espetáculo para satisfazer a mídia”. Juntando o ministério TODINHO desse governo e acrecentando as bancadas do PT na Câmara e no Senado, o resultado não dá meio Requião.

  6. Recuso-me a crer que um homem

    Recuso-me a crer que um homem inteligente como José Dirceu, cumprindo pena domiciliar após anos ou década sofrendo toda espécie de perseguição da imprensa e do próprio judciário, visto que muitos juízes sentiram-se frustrados com aqueles embargos infrigentes, que o eximiram do crime de quadrilha, daí ter tido a pena reduzida, enfim, como entender que diante de circunstâncias tão nefastas e ameaçadoras, esse homem tenha usado sua empresa para persistir em crimes – se é que cometeu algum. 

    Mais provável é crer, sim, na possibilidade de estarem usando o ex-Ministro novamente com o fito de atingir Lula. Dessa assombração a gente pode até se livrar, vendo Lula também livre, mas ao que tudo indica, muita água podre vai passar por debaixo dessa ponte da Guantânamo de Sérgio Moro, porque a ele não importa mexer com políticos de outros partidos. É PRECISO DESTRUIR, DE VEZ, ESSE PT”, deve estar dizendo esse infeliz.

  7. Dirceu o pai da corrupção na Petrobras

    É verdade, Dirceu já aplicava golpes na Petrobras e 1996 e o Paulo Francis foi processado por FHC, porque divulgou isso……KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Só rindo mesmo ……

  8. Quebra do sigilo

    Dirceu ,Genoino e Gushiken tiveram suas contas devassadas pela quebra de sigilos, absolutamente nada foi encontrado que os apontassem como corruptos ,na ocasiao foram acusados de utilizarem a corrupçao para manter um esquema de poder e agora a acusaçao de chefiar acorrupçao nao pelo dinheiro e sim pela corrupçao como o fim. Porque aceitamos argumentos tao rasos, aonde esta o estado de direito ?

  9. Não vou acrescentar e nem retocar nada…
    Muito bom seu comentário, Kennedy Alencar: “É um retrato da chegada do partido (PT) ao Palácio do Planalto, aplicando políticas públicas que mudaram o país, à uma provável saída do poder em 2018 de forma melancólica, por ter se confundido com a corrupção e ser responsável por um governo que levou o país a uma crise política e econômica por arrogância e incompetência.”http://www.blogdokennedy.com.br/prisao-de-dirceu-mostra-que-pt-errou-ao-minimizar-mensalao/Não vou nem retocar em nada.

  10. Quer dizer que os dirigentes

    Quer dizer que os dirigentes da Petrobrás – Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusko admitiram terem recebido quase R$ 400 milhões de reais e José Dirceu, o grande chefão, o mentor, o articulador, recebeu a merreca de R$ 4 milhões?

    Me engana que gosto.

    1. Tem razão: chefão do crime

      Tem razão: chefão do crime bonzinho este Zé Dirceu, que fica com a menor parte das propinas e ainda tem a desfaçatez de lançar a sua parte em contabilidade oficial, com pagamento de impostos e tudo mais.

  11. PT, caminhando para a clandestinidade.

    A prisão de Dirceu é parte do enredo que foi acertado entre Moro,  a máfia tucana (do PSDB e do judiciário) e a mídia, com destaque especial para a Globo:

    – Serve novamente para sedimentar no imaginário da população (ou pelo menos da maioria dela, como desejam) a idéia de que o PT é coisa mais nefasta e criminosa que já surgiu no Brasil; na Alemanha pré nazista foi assim, antes de colocarem na clandestinidade os comunistas, foi feita uma campanha midiática massiva criminalizando o Partido Comunista e seus principais membros, a perseguição sanguinária (assassinatos) se deu na sequência quando o nazismo triunfou;

    – Oxigenar a infantaria fascista (não chamo mais de proto-fascista após a bomba no Instituto Lula) que está salivando pra ir pras ruas no dia 16/05/20015; é como se Moro estivesse dando os “revoltados” todas as dicas de como escrever os cartazes e faixas que eles levarão… talvez uma delas seja, essa imagino escrita pelo próprio juiz, “Lula, você é o próximo”;

    Serve também para que eles digam a todos: “Somos nós que mandamos e ponto final”.

  12. ” Para Lima, Dirceu, que foi

    ” Para Lima, Dirceu, que foi condenado na Ação Penal 470 (Mensalão), “foi beneficiário” do esquema na Petrobras. “Queremos mostrar que ele e Fernando Moura [também preso] foram os agentes responsáveis pela instituição do esquema Petrobras desde o tempo do governo Lula. Desde aquela época [da Casa Civil], passando pelo mensalão, pela condenação [pelo Supremo Tribunal Federal], pelo período em que ele ficou na prisão. Sempre com pagamentos. Esses são os motivos com os quais estão baseadas a prisão”, explicou o procurador.

    … E, com base nesse NADA todo que está aí, mais um cidadão brasileiro é preso.  Parece prova de resistência pra ver até onde a gente aguenta antes de partir para a ignorância. 

      1. A gente tem que fazer alguma

        A gente tem que fazer alguma coisa. Deixar JD  a  mercê dessa bandidgem é que não vai rolar.

        Tem que apertar a Corregedora  Nancy Andrighi que tá com a Representação contra o Moro ( CNJ ). Se a gente deixar esse vagabundo solto, vai prender todo mundo.

        Tem um pessoal já em vigília ao lado do STF.

    1. Situação difícil,

      Situação difícil, Cristiana… o que mais favoreceria os golpistas seria partirmos para a ignorância. O que menos os favorece é mantermos a serenidade, firmes e intrangigentes na confiança nas instituições. Golpe é isso, ué… tentativa de derrubar as instituições.

      1. Vc t á certo.. É que, as

        Vc t á certo.. É que, as vezes, fica brabo. Hoje é daqueles dias em que a razão não tá conseguindo cumprir a função. 

        O que eu quero mesmo é que o JD assuma o comando ds resistência. Essa é a praia dele.

      2. Renato por favor, que intituição podemos confiar?

         Da justiça o que menos espero é justiça, é gritante o envolvimento do jusdiciário com os tucanos e a Globo.

        E as notícias plantadas pra enfraquecer mais o governos da Dilma, como o PMDB na casa cívil?

  13. Prender quem já está preso,

    Prender quem já está preso, só para dar a midia o espetacula que ela tanto gosta, alias com Dirdeu será a segunda vez, é bizarro, ou será que querem ele naquelas celas em que as paredes , o boi, as torneiras tem ouvidos?

  14. O DNA desta estórinha contada

    O DNA desta estórinha contada pelo procurador, pelas declarações que estão como tendo sido feitas pelo MPascowich voce encontra em “matéria” da Veja em junho de 2005, trecho:

    O EMPRESÁRIO MOURA: ele ajudou a escolher diretores de estatais e usou o nome do então ministro Dirceu para fazer negócios
    Até a semana passada, o melhor cartão de visita que se podia ter em Brasília era o de amigo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Ser próximo do “homem” abria as portas de gente poderosa, como bem sabe o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, especialista em “embargos auriculares”, entre outras modalidades que não constam dos manuais jurídicos mais ortodoxos. Um dos que falavam em nome de Dirceu era o empresário paulista Fernando Antônio Hourneaux de Moura. Segundo relatos de três pessoas ouvidas por VEJA, Moura algumas vezes colocava seus interlocutores para falar com o ex-ministro no celular, ou os deixava ouvir as mensagens gravadas por Dirceu. O empresário passou despercebido no meio político de Brasília – o que não o impediu de fazer negócios fora dele. Muitos negócios.
    Moura, reconheça-se, é um exemplo de empresário que conseguiu dar a volta por cima. No fim dos anos 90, ele quebrou. Parou de pagar até o condomínio de seu apartamento. Acabou condenado a dois anos e quatro meses de reclusão por não pagar impostos. Graças à sua amizade propalada com Dirceu, saiu do buraco. Afinal de contas, amigo é para essas coisas. Em 2002, Moura ajudou Dirceu a arrecadar dinheiro para sua campanha a deputado. Cabia à equipe do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, recolher para José Dirceu o dinheiro obtido com a venda dos bônus eleitorais. Moura entrava em cena na fase seguinte, coletando em sigilo as doações feitas diretamente ao candidato. Ficou amigo também de Luis Favre, hoje marido da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy. Festejou a posse de Lula num jantar com Dirceu e a mulher do ex-ministro.
    Na transição e nos primeiros meses do governo, Moura ajudou Silvio Pereira a entrevistar candidatos para a diretoria de estatais, como a Petrobras, e a nomear gente para postos importantes do governo. Pediu a ajuda do ministro para emplacar um de seus irmãos na área de compras do Ministério da Saúde. Não conseguiu. Pouco depois, passou a informar Dirceu a respeito das negociações da GTech, multinacional americana da área de loterias, com a Caixa Econômica Federal, em torno de um contrato no valor de 600 milhões de reais. Quando estourou o escândalo envolvendo Waldomiro Diniz, assessor e amigo de Dirceu, em fevereiro de 2004, Moura foi orientado a sumir de Brasília. Mudou seus negócios para o Rio de Janeiro. Desde então, tenta sobreviver como fornecedor da Petrobras. Não vai mal. Já conseguiu um contrato para vender dutos e outro de afretamento de navios. A Petrobras afirma, contudo, que Moura não consta de sua lista de fornecedores.

  15. Íntegra:
    POLÍTICA – O pagador

    Íntegra:

    POLÍTICA – O pagador do mensalão

    Quem é e como atua o lobista mineiro Marcos Valério, amigo do tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Revelado por Roberto Jefferson, ele promete contra-atacar

    José Edward e Felipe Patury

    O presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson, trouxe à luz na semana passada o nome de quem seria o pagador do mensalão para os partidos da base aliada do governo: o empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Jefferson disse que Marcos Valério era o operador do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, desde o início do governo. Ele distribuiria o mensalão com a ajuda do líder do PP, deputado José Janene. Em depoimento na Câmara, Jefferson deu mais detalhes. Contou que fechou um acordo pelo qual o PT daria ao PTB dinheiro para financiar sua última campanha municipal, como VEJA havia revelado em reportagem publicada em setembro do ano passado. Valério, “um carequinha falante”, segundo Jefferson, teria levado malas recheadas com notas de 50 e 100 reais etiquetadas pelo Banco do Brasil e pelo Banco Rural. Em duas viagens, ele teria dado 4 milhões de reais ao presidente do PTB e prometido fazer mais quatro entregas iguais. Depois, teria acertado com o presidente do PT, José Genoino, uma forma de legalizar o dinheiro, o que nunca aconteceu.
    Na última semana, Valério refugiou-se em sua casa em Belo Horizonte. Orientado por seus advogados, evitou a imprensa. Procurado por VEJA, declarou, por intermédio de um assessor, que Jefferson mentiu o tempo todo em seu depoimento: “Todas as acusações que o deputado me imputou são mentirosas. Vou desmascarar uma por uma no Congresso ou nos tribunais, que são os foros adequados”. Valério antecipou a amigos parte de sua linha de defesa. Garante que estava nos Estados Unidos no período em que, segundo Jefferson, teria entregue 4 milhões de reais ao PTB. Para provar sua versão, ele dispõe de cópia das passagens aéreas e do voucher do hotel Hilton Times Square, em Nova York, onde teria se hospedado entre 9 e 17 de julho de 2004.
    Até o depoimento de Jefferson, Valério era um personagem conhecido apenas nas sombras dos ministérios. Apresentava-se e era apresentado como publicitário. Uma pesquisa mais aprofundada sobre sua vida, contudo, mostra que ele comprou participações em agências publicitárias sem nunca ter sido publicitário, e sim lobista do sistema financeiro. Valério compensava sua falta de experiência no ramo com a aptidão para a criação e o atendimento. Criação de negócios e atendimento a poderosos, bem entendido – nada a ver com aquelas duas áreas estratégicas da propaganda propriamente dita. Aos 48 anos, casado, pai de dois filhos, ele começou a vida como balconista de farmácia. Deu-se melhor no Bemge, o antigo banco oficial de Minas Gerais. Entrou na instituição como contínuo, chegou a gerente e a conselheiro da distribuidora de valores do mesmo banco. No fim dos anos 80, desembarcou em Brasília para trabalhar como “assessor informal” do então presidente do Banco Central, Elmo Camões. No organograma do BC, nunca existiu esse cargo. E Camões acabou perdendo o seu depois que se descobriu que seu filho estava envolvido em falcatruas do mercado financeiro. Após a experiência com Camões – por mares nunca dantes navegados, dizem alguns -, Valério passou a se apresentar como consultor do mercado financeiro. Sua tarefa era representar os bancos, principalmente os de Minas, nas suas negociações com o Banco Central. Foi só há nove anos que Valério entrou no mundo da publicidade. Ele descobriu que a SMP&B, uma agência de Belo Horizonte, atravessava dificuldades financeiras. Montou um plano para tirá-la do atoleiro e chamou o atual vice-governador de Minas, Clésio Andrade, do PL, para financiar a empreitada. Em 1997, Valério convenceu Andrade a comprar uma participação em outra agência mineira, a DNA, de propriedade de Daniel Freitas, sobrinho do vice-presidente José Alencar. Nos dois casos, Andrade adquiriu 50% do capital da agência e transferiu 10% para Valério como pagamento pelo seu trabalho. No ano seguinte, Valério comprou as duas participações de Andrade, que temia que as agências lhe trouxessem complicações na sua campanha para vice-governador. Hoje, Andrade se arrepende de sua sociedade com Valério. “Ele é um homem truculento que faz tudo para ganhar dinheiro”, diz.
    O vice-governador de Minas é um dos poucos que se queixam de Marcos Valério, que tem amigos espalhados por todos os cantos – um de seus principais talentos é sua habilidade de pular de galho em galho sem cair. Desde a época em que Sarney era presidente, tem se dado bem com qualquer governo. Na gestão de Fernando Henrique Cardoso, construiu uma sólida ponte com o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga. Com ele, a agência SMP&B passou a atender aos Correios. Valério permaneceu ligado aos tucanos até o início de 2002, quando o apoio de Pimenta à campanha de José Serra a presidente da República começou a esmorecer. Valério, então, se aproximou de Ciro Gomes, então candidato pelo PPS e hoje ministro da Integração Nacional. Desembarcou da campanha de Serra, mas não abandonou o amigo Pimenta da Veiga. A agenda de sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio, à qual VEJA teve acesso, mostra que o ex-ministro recebeu 50.000 reais do lobista em 2003 (veja reportagem).
    Como Ciro não decolou, Valério procurou uma brecha para chegar ao PT no segundo turno da eleição presidencial. O caminho para a cúpula petista foi pavimentado pela sua sociedade com o sobrinho do vice-presidente José Alencar e por Virgílio Guimarães, para quem fazia de graça a campanha para deputado pelo PT. A campanha de Lula precisava saldar dívidas do primeiro turno. Valério aproveitou a oportunidade e firmou uma intensa amizade com o tesoureiro Delúbio Soares e o secretário-geral do PT, Silvio Pereira. Depois da vitória de Lula, Valério usou a agência DNA para fazer a campanha do petista João Paulo Cunha a presidente da Câmara dos Deputados. Ganhou a eleição e a conta de 9,8 milhões de reais da casa para sua outra agência, a SMP&B.
    Na sucessão de João Paulo, fez oficialmente a campanha de outro petista, Luiz Eduardo Greenhalgh. Valério conquistou amigos graúdos no governo, mas continuava a recorrer ao amigo Virgílio Guimarães. “Ele é muito insinuante, tem uma maneira própria de nos envolver”, diz o deputado. Com a ajuda de Guimarães, levou José Augusto Dumont, do Banco Rural, para uma reunião no Banco Central. Dumont era um porta-voz dos ex-banqueiros Armando Monteiro Filho, do Mercantil de Pernambuco, e Ângelo Calmon de Sá, do Econômico. A massa falida dessas instituições detém títulos públicos que interessam ao Banco Rural. Há cinco anos, eles pedem sem sucesso que o Banco Central autorize a venda desses papéis, um negócio de 5,5 bilhões de reais. O Banco Central não topou.
    Em outra operação financeira, Valério e Dumont se uniram ao tesoureiro petista Delúbio Soares. O trio pretendia criar o Banco do Trabalhador, uma instituição que centralizaria a movimentação bancária de todos os sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores. Um trabalho de primeira, como se vê. Já tinham até elaborado um projeto que deveria ser encampado por parlamentares petistas, como João Paulo Cunha e o líder do governo na Câmara, Professor Luizinho. A idéia foi abandonada em abril do ano passado, quando Dumont morreu num acidente de automóvel. Delúbio compareceu ao enterro com um séquito de sindicalistas. Entre o fim de 2003 e o início de 2004, Valério e Delúbio tentaram colocar em prática outro plano ousado. Valério pretendia tocar um plano de campanha para as prefeituras pequenas e médias às quais o PT estivesse concorrendo. Elas teriam caixa único e uma estratégia comum. O plano chegou a ser implementado em algumas cidades do interior de São Paulo. O governo Lula foi generoso com as agências de Valério. Os gastos do Banco do Brasil com publicidade saltaram de 153 milhões para 238 milhões de reais entre 2003 e 2004, um aumento de 55%, bem acima do registrado nos anos anteriores. Cerca de 30% desse valor, 71,4 milhões de reais, foi parar nas mãos da DNA. O Banco Popular do Brasil, subsidiária do Banco do Brasil cujo objetivo é emprestar dinheiro à população de baixa renda, também contratou a agência de Valério e gastou 24 milhões de reais com propaganda.
    Apesar de tantas atividades, Valério encontrou tempo para se meter na maior briga corporativa da última década – e hoje credita a isso uma parte dos ataques que tem recebido. Em 2004, a pedido do banqueiro Daniel Dantas, ofereceu-se para azeitar as relações do banco Opportunity com o PT. Dantas, dono do Opportunity, tornara-se inimigo figadal de boa parte do partido em 1998, quando comprou a Brasil Telecom com o dinheiro dos fundos de pensão estatais. Com a vitória de Lula, não queria cair em desgraça e pediu a Valério que o apresentasse a Delúbio. Em troca, a DNA de Valério conquistou as contas da Telemig Celular e da Amazônia Celular, ambas de Dantas. Delúbio encampou as teses de Dantas e passou a bombardear seus opositores no governo. Valério e Delúbio contaram com apoios de peso: do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, amigo do peito do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e do secretário petista Silvio Pereira. No fim do ano passado, o quarteto quase conseguiu demitir o presidente da Previ, Sérgio Rosa, que comandava a guerra contra Dantas dentro do governo. Eles só não foram bem-sucedidos porque Luiz Gushiken, ministro da Comunicação do governo, impediu. Hoje, Kakay atua como um dos advogados de Dantas.
    No ano passado, Valério rompeu com o Opportunity em circunstâncias ainda obscuras. As relações amistosas deram lugar a ameaças. A seus assessores, Valério atribui ao Opportunity as gestões para que sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio o denunciasse publicamente. Na semana passada, a revista IstoÉ Dinheiro publicou uma entrevista em que Karina revela a ligação de Valério com o governo e confirma as denúncias do deputado Roberto Jefferson sobre as malas de dinheiro do mensalão. “Já vi o boy sair com o motorista para tirar 1 milhão de reais do Banco Rural. Para dividir dinheiro, entendeu?”, diz ela. A revista diz ter feito a entrevista em dois momentos. No primeiro, em 2 de setembro de 2004, decidiu guardar a fita e “continuar avançando nas investigações”. Depois que Jefferson fez as denúncias, voltou a procurar a secretária para uma nova entrevista. Dessa vez, resolveu publicá-la. Na quarta-feira passada, Fernanda Karina depôs na Polícia Federal. Entregou sua agenda e negou que tivesse visto malas de dinheiro na sede da empresa.
    Valério conta a amigos uma história diferente – e cabeluda – sobre o episódio. Garante ter provas de que a agência de investigações Kroll ofereceu dinheiro para que a secretária falasse no ano passado. A Kroll, para quem não se lembra, é aquela agência de investigações flagrada em 2004 corrompendo funcionários públicos, bisbilhotando autoridades e pagando empregados de empresas privadas para que revelassem intimidades de seus patrões. Tudo a pedido de Dantas, em sua briga (hoje já encerrada) com a Telecom Italia pelo controle da Brasil Telecom. À Justiça, na qual é processada por Valério por extorsão, Karina admite ter recebido – e rejeitado – uma oferta de dinheiro em junho do ano passado por meio de um e-mail assinado por “AnaM e equipe”. Nele, recebe a seguinte proposta: “Estamos dispostos a ajudá-la financeiramente para que você apenas responda a nossas perguntas sobre as coisas de seu ex-chefe. Pense que vai ser bom para nossa investigação e também bom para você, afinal você continua sem emprego”. Valério diz a amigos ter certeza de que “AnaM e equipe” é um nome fantasia usado pelos investigadores da Kroll. Segundo a versão de Valério, o depoimento de Fernanda Karina não veio a público no ano passado porque ele conseguiu convencer a revista IstoÉ Dinheiro, pessoalmente, de que os relatos de Karina não tinham consistência. Valério mostrou a amigos o que seria uma cópia da matéria que sairia publicada em setembro. O documento, conforme seu relato, lhe teria sido entregue pelos dirigentes da editora responsável pela revista. Os editores de IstoÉ Dinheiro explicaram que deixaram de publicar a reportagem em setembro porque não viram nela relevância jornalística. Só teriam dado importância à entrevista da secretária quando Jefferson revelou a atuação de Marcos Valério no governo petista.
    Apesar disso, o empresário, ainda de acordo com relato de amigos, está convicto de que a entrada de um novo personagem, e não uma reavaliação editorial, fez a história de sua ex-secretária renascer. O personagem seria, na hipótese levantada pela defesa de Valério, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, candidato declarado à sucessão de Lula. Segundo a versão da defesa de Valério, Garotinho descobriu a existência do depoimento da secretária e fez de tudo para que a história viesse a público – em conluio com Roberto Jefferson. Os dois teriam objetivos próprios, mas uma estratégia comum: desgastar Lula. Jefferson ataca o governo para tentar salvar seu mandato. Garotinho quer que o PT chegue esfarrapado às eleições do ano que vem. Hoje secretário de Governo do Rio, Garotinho nega a teoria de Valério. “Eu só soube da entrevista dessa secretária pela TV durante o depoimento do Roberto Jefferson. Não a conheço e não falo com Roberto Jefferson há mais de um ano. Esse Marcos Valério está delirando.” Pode ser ou não um delírio, mas sem dúvida todos esses escândalos são um pesadelo.
    O amigo oculto
    O EMPRESÁRIO MOURA: ele ajudou a escolher diretores de estatais e usou o nome do então ministro Dirceu para fazer negócios
    Até a semana passada, o melhor cartão de visita que se podia ter em Brasília era o de amigo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Ser próximo do “homem” abria as portas de gente poderosa, como bem sabe o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, especialista em “embargos auriculares”, entre outras modalidades que não constam dos manuais jurídicos mais ortodoxos. Um dos que falavam em nome de Dirceu era o empresário paulista Fernando Antônio Hourneaux de Moura. Segundo relatos de três pessoas ouvidas por VEJA, Moura algumas vezes colocava seus interlocutores para falar com o ex-ministro no celular, ou os deixava ouvir as mensagens gravadas por Dirceu. O empresário passou despercebido no meio político de Brasília – o que não o impediu de fazer negócios fora dele. Muitos negócios.
    Moura, reconheça-se, é um exemplo de empresário que conseguiu dar a volta por cima. No fim dos anos 90, ele quebrou. Parou de pagar até o condomínio de seu apartamento. Acabou condenado a dois anos e quatro meses de reclusão por não pagar impostos. Graças à sua amizade propalada com Dirceu, saiu do buraco. Afinal de contas, amigo é para essas coisas. Em 2002, Moura ajudou Dirceu a arrecadar dinheiro para sua campanha a deputado. Cabia à equipe do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, recolher para José Dirceu o dinheiro obtido com a venda dos bônus eleitorais. Moura entrava em cena na fase seguinte, coletando em sigilo as doações feitas diretamente ao candidato. Ficou amigo também de Luis Favre, hoje marido da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy. Festejou a posse de Lula num jantar com Dirceu e a mulher do ex-ministro.
    Na transição e nos primeiros meses do governo, Moura ajudou Silvio Pereira a entrevistar candidatos para a diretoria de estatais, como a Petrobras, e a nomear gente para postos importantes do governo. Pediu a ajuda do ministro para emplacar um de seus irmãos na área de compras do Ministério da Saúde. Não conseguiu. Pouco depois, passou a informar Dirceu a respeito das negociações da GTech, multinacional americana da área de loterias, com a Caixa Econômica Federal, em torno de um contrato no valor de 600 milhões de reais. Quando estourou o escândalo envolvendo Waldomiro Diniz, assessor e amigo de Dirceu, em fevereiro de 2004, Moura foi orientado a sumir de Brasília. Mudou seus negócios para o Rio de Janeiro. Desde então, tenta sobreviver como fornecedor da Petrobras. Não vai mal. Já conseguiu um contrato para vender dutos e outro de afretamento de navios. A Petrobras afirma, contudo, que Moura não consta de sua lista de fornecedores.
    Mensalão 2 (o de São Paulo)
    VEJA já havia tornado públicas, cerca de um mês atrás, as suspeitas da existência de um mensalão na cidade de São Paulo, que, à semelhança daquele que estaria em vigor na Câmara Federal em Brasília, destinava até 120 000 reais aos vereadores em troca de votos favoráveis à gestão petista. Na sexta-feira passada, o jornal O Estado de S.Paulo trouxe novos elementos para o caso. Segundo a reportagem, no primeiro semestre do ano passado, dois petistas de alto coturno – o secretário-geral, Silvio Pereira, e o então secretário municipal de Comunicação, Valdemir Garreta – teriam oferecido 4 milhões de reais a dois dirigentes do PPS para que orientassem a bancada do partido a votar de acordo com os interesses da prefeita Marta Suplicy. A proposta, segundo a denúncia, teria ocorrido em duas oportunidades e contaria com a aprovação do tesoureiro do PT, Delúbio Soares. O presidente municipal do PPS, Carlos Fernandes, e o tesoureiro do partido, Rui Vicentini, teriam recusado o suborno.
    Na ocasião, o PPS tinha dois parlamentares na Câmara: Edivaldo Estima e Myryam Athie. Um levantamento feito por VEJA, a partir de quatro votações consideradas polêmicas – as taxas de lixo e iluminação, o aumento do IPTU e a Lei Orgânica do Município, que reduziu as verbas para a área de educação -, mostra que, na maior parte delas, ambos deram votos favoráveis aos interesses da prefeita Marta. Essas votações ocorreram antes da suposta proposta feita pelos petistas aos líderes do PPS. O que chama atenção, porém, é a imensa maioria que a prefeita obteve em todas essas disputas. Em média, o governo obtinha, num universo de 44 vereadores – a Câmara tem 55, mas nem todos compareciam às votações -, 34 votos favoráveis e apenas 10 contra. “Essa margem tão elástica de apoio a um governo do PT, ainda mais em votações de pouco apelo popular, como o aumento de taxas, sempre me surpreendeu”, diz o ex-vereador Claudio Fonseca, que pertenceu à bancada do PCdoB na Câmara nos quatro anos do governo Marta. A ex-prefeita, por sua vez, voltou a negar as acusações de pagamento e chamou de “tentativa de linchamento do PT” as denúncias publicadas na imprensa. Silvio Pereira e Valdemir Garreta fizeram coro a ela. “Eu nunca sequer apertei a mão desses senhores. Não me reuni com eles nem negociei nada”, disse Garreta. Pereira se propôs a submeter-se a uma acareação com Fernandes e Vicentini. As suspeitas da existência de um mensalão na administração de Marta Suplicy haviam suscitado, na semana passada, o pedido de instauração de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo. Dias depois, o prefeito tucano José Serra orientou sua bancada a enterrar a iniciativa. Estranho.

    Marcelo Carneiro
    Com reportagem de Marcelo Carneiro,
    Ronaldo França, Carina Nucci e Francisco Mendes

    1. Marcos Valério não é aquele

      Marcos Valério não é aquele carequinha operador do mensalão tucano?

      Falando nisso, vai prescrever em breve o mensalão tucano ( o pai de todos os mensalões ) e ninguém preso.

  16. Já já eles irão bater pernas

    Já já eles irão bater pernas nos EUA de novo pedindo para a CIA investigar o envolvimento de Dirceu no ataque a Pearl Harbour.

  17. Pergunta!…

    Não me consta que os contratos da Petrobras eram superfaturados. Onde está provado isso?….A Petrobras já admitiu essa situação?…

    1. Sim, a Petrobras admitiu os contratos superfaturados.

      Caro Sérgio Rodrigues, no balanço publicado em Abril de 2015, a Petrobras reconheceu uma perda de R$ 6,2 bilhões devido a corrupção.

  18. “Não vamos dizer que estamos

    “Não vamos dizer que estamos investigando ninguém da gestão anterior, ninguém da atual gestão.”, disse o pastel do Paraná.  Ora, se Dirceu foi a razão para não fatiarem o mensallão/Mentirão, se ele era ministro do governo Lula e por isso foi premiado com a maior perseguição política a um cidadão nesse país, então vão dizer o quê?  Então não diga nada, não prenda ninguém, não zomba da gente, pixuleco moroniano.

  19. Sérgio Moro apressou a prisão
    Sérgio Moro apressou a prisão de Zé Dirceu porque teme ficar com a boca cheia de caranguejos em razão de ter tentado violar os segredos da Marinha?

  20. É impossível que o destemido

    É impossível que o destemido Moro venha a provar isso. A podridão que se instalava na Petrobras foi denunciada na hora certa pelo jornalista Paulo Francis, em Nova Iorque, e por causa dessa denúncia ele foi perseguido e morreu. Corriam os tempos do tucano FHC na Presidência da República. O Brasil não é um país tão pequeno assim onde se possa ignorar este fato, que já faz parte dos livros de História. Mesmo com a insidiosa campanha da direita contra os professores de História do país, patrocinada descaradamente por aqueles que querem escrever uma outra história conveniente a seus interesses mesquinhos, tal coisa é e será impossível.  

  21. A delação premiada de José Dirceu…

    … se ganhou a fama –  indiferente ao mérito moral, real ou fictício da narrativa – e não havendo condição a curto prazo, mesmo que Jesus desça num disco voador, de expor contraditórios. O que resta se não se locupletar com tamanho poder organizacional. Afinal, se a especialidade do crime era o controle furtivo – até com jurisprudência raiz – como não ter legitimidade? E salvaguarda, a verdadeira inversão do show midiático.

  22. Ex-gerente da Petrobras afirma receber propina desde 1997

    Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 21 de novembro de 2014, o ex-gerente-executivo de Serviços da Petrobras Pedro Barusco diz ter recebido propinas em troca da aprovação de contratos desde 1997 ou 1998. Ou seja, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O depoimento prestado sob o acordo de delação premiada tornou-se público nesta quinta-feira 5. O primeiro pagamento de propina que Barusco afirma ter participado diz respeito a dois contratos firmados com a empresa holandesa SBM, em 1997 ou 1998

    http://www.cartacapital.com.br/politica/ex-gerente-da-petrobras-afirma-receber-propina-desde-1997-7713.html

  23. Alguém sabe se e verdade que

    Alguém sabe se e verdade que o Barroso decidiu pela transferência do JD para Guantánamo Caipira?

      Qual a fundamentação?

    1. A fundamentação mais lógica é

      A fundamentação mais lógica é que, além de indícios de corrupção na Lava-Jato, houve desvio de dinheiro mesmo para pagar as continhas do Sr. Dirceu e família.

  24. A Globo já está

    A Globo já está providenciando alterações no caderno de questões de história do telecurso. Além de saber responder quem descobriu o Brasil, o aluno saberá responder quem implantou a corrupção no Brasil.

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