ONG de Damares é acusada por incitação ao ódio a indígenas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Folhapress

Jornal GGN – Damares Alves, ministra indicada para a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, esta na mira de indigenistas e do Ministério Público. Sua ONG Atini, é acusada de incitar ódio a indígenas e tirar criança de mãe. Segundo a matéria de Anna Virgínia Balloussier e Carolina Linhares, na Folha, a ONG é acusada de, sob um falso selo humanitário, explorar assunto de comoção pública – infanticídio de crianças indígenas – para legitimar sua agenda.

Em 2016, a Polícia Federal pediu informações à Funai sobre supostos ‘tráfico e exploração sexual de indígenas’. No despacho, a ONG Atina e mais duas são citadas. A advogada da entidade, Maíra de Paula Barreto Miranda, diz que o problema é real e não deve ser ‘justificado pelo relativismo cultural nem desmerecido por ativistas’.

Damares se afastou da ONG em 2015. Hoje é funcionária do gabinete do senador Magno Malta (PR-ES), prestando assessoria jurídica à bancada evangélica no Congresso. 

Atualmente, há três ações judiciais contra a Atini. Uma, que corre em segredo de Justiça, está em uma vara federal de Volta Redonda (RJ). A Folha teve acesso e constatou que o caso versa sobre uma indígena de 16 anos da etnia sateré-mawé que foi levada para uma chácara da Atini, em 2010, pelo tio materno e ali engravidou de um rapaz de outra tribo.

De acordo com os procuradores, o casal que depois adotaria seu bebê diz que a adolescente “portava transtornos mentais e possuía histórico de maus-tratos pelos pais, o que teria motivado a ONG a retirá-la do convívio com os índios”.  Ainda, como declaração, o fato de que a jovem teria atentado contra a vida da filha por duas vezes.

O Ministerio Público pede que a criança retorne para a mãe, que já voltou para sua tribo, no Amazonas. Hoje a criança está sob tutela provisória do irmão de uma das donas da Atini, Márcia Suzuki.

Os procuradores entendem que a história foi ‘torcida e distorcida’ até fazer parecer uma adoção comum de uma  criança vulnerável de mãe incapaz ‘por um casal de classe média de Volta Redonda’. Mas configura em mais um exemplo da atuação ‘sistemática desses grupos missionários contra os povos indígenas e seus modos de vida, com o fim de fazer valer unilateralmente a concepção daqueles sobre a destes’.

Adotar menores alegadamente em situação de risco é algo comum entre pessoas ligadas à Atini. Damares Alves é mãe de uma criança indígena, diz a reportagem.

Segundo a Folha, ‘a filha adotiva de Márcia Suzuki se chama Hakani, mesmo nome de um filme que enfureceu indigenistas e motivou outras duas ações do Ministério Público, em Brasília e Rondônia. É um docudrama (misto de ficção e documentário) sobre uma menina suruwahá que teria sido resgatada por missionários após ter sido enterrada viva pelo irmão mais velho, numa cova rasa’.

Uma liminar proibiu que o docudrama fosse veiculado. A produção é colocada como mais um elemento para difamar os índios brasileiros, ‘bem como uma justificativa para a atuação religiosa e missionária das organizações em aldeias’.

Em Rondônia, a ação se deu pelo uso de crianças do povo karitiana como atores em produção que versa sobre um hábito cultural que não pertence à aldeia, o infanticídio.

Em audiência pública de 2017, Damares chegou a estimar o número de crianças mortas como sendo de mil por ano, sem dar a fonte de informação. Em dois anos foram registradas 96 mortes de indígenas de até seis dias de idade em Roraima e Amazonas, em áreas onde as tribos mantém a prática, segundo divulgado pelo Mapa da Violência 2015.

Na audiência, a futura ministra disse que ‘quando falo que a mãe indígena ama o filho, não quer mais que o seu filho seja morto porque tem uma deficiência, acusam-me de incitar o ódio e o racismo, imaginem até onde isso vai’.

‘Vem daí o lobby da Atini pela Lei Muwaji, aprovada na Câmara em 2015 e que depende de aval do Senado. A proposta visa combater práticas tradicionais nocivas em comunidades indígenas, como infanticídio, estupro individual ou coletivo e escravidão’, apurou a Folha.

Indigenistas e procuradores concordam num ponto: a matança de crianças em aldeias é hoje raro. “Exagerar os relatos de práticas nocivas é uma técnica usada há muito tempo para minar os direitos dos povos indígenas e justificar o roubo de suas terras”, diz à Folha Fiona Watson, diretora da ONG Survival International.

Leia a matéria na íntegra aqui.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. A fábula da goiaba e o pé de damaris.

    Os tempos eram sombrios, a fé religiosa se confundia com a fé política, a goiaba vivia sérias crises existenciais, não sabia se deveria ou não levar bigatos em seu interior, se deveria ser consumida com ou sem casca, se doce de goiaba dá ou não dá diarreia etc. Muitas dúvidas pululavam aquele cérebro de goiaba.

    Certo dia a goiaba avistou um pé de damaris. Damaris é aquela frutinha azeda, conservadora, cheia de misticismos, superstições, dogmas e tradições injustificadas.

    A goiaba resolveu então subir no pé da estranha fruta. Ao chegar lá em cima avistou uma comitiva sagrada se aproximando, cercada de seguranças truculentos, todos preocupadíssimos com a segurança do deus Milítico. Milítico é a mistura abençoada de militar com político. Uma mistura ininteligível de armas com bíblias, discursos de intolerância com discursos de união da sociedade e incitação à violência com a pacificação das pessoas.

    O deus Milítico desceu de sua Pajero 2019, fez um gesto de arminha para saudar a todos e começou a subir no pé de damaris. A goiaba ficou preocupada com o deus Milítico e disse a ele: Cuidado deus Milítico, se a bolsa de colostomia estourar ninguém aqui vai aguentar a catinga de bosta.

    Ao que o onipotente deus Milítico respondeu: Em verdade vos digo; a bolsa aguenta quando eu quero e não aguenta quando eu não quero.

    Ao chegar na copa do pé de damaris o deus Milítico, em posição ereta, saudou a goiaba com uma continência.

    A goiaba perguntou:

    –— O que o sr. veio fazer aqui?

    O deus Milítico respondeu:

    —- Vim salvar todas as goiabas desta terra, e para isso eu plantei este pé de damaris.

    —- E o que devemos fazer para nos salvar, ó sábio deus?

    —- Devem primeiramente abandonar o viés ideológico.

    —- O que é isso?

    —- Viés ideológico é quando as goiabas acham que em comunidade, com debates e democracia pode-se viver em harmonia e felicidade, sem um líder religioso fundamentalista , capitalista ultraliberal, conservador e doutrinador as guiando.

    –– O que o sr. nos aconselha?

    –– Bem, se alguma goiabinha macho começar a desmunhecar, com algumas sessões de espancamento ela será curada em nome do deus Milítico. Se alguma goiaba não for bela o suficiente, não merecerá ser estuprada. Se algumas goiabas começarem com discursos comunistas, basta esmagar umas 30 mil e o problema estará resolvido e, se alguma goiaba não aceitar os meus ditames, a tortura física e psicológica dará jeito.

    A goiaba ficou pensando, pensando e perguntou: E se nada disso resolver os problemas, o que devemos fazer?

    O onisciente deus Milítico respondeu: Então deverão entregar essas terras de goiabas podres ao governo dos EUA, eles sim sabem doutrinar goiabas perfeitamente.

    De repente o pé de damaris se quebrou e os dois caíram, caíram, caíram e não paravam de cair, até que, a goiaba acordou desse terrível pesadelo.

     

     

  2. Damares é aliegína. Ou de

    Damares é aliegína. Ou de outro mundo.

       Do planeta Terra ela não é.

        E assim temos 5 ministros de outra órbitra.

            Mas nem Bolsonaro é terrrestre,

                  Isso vai durar pouco.—-que cada um volte pra seu planeta.

                     E Mourão assume de vez  essa espelunca.

                         E que seja  rápido.

                  Bolsonauro não tem condição sequer de administ rar uma pastelaria de feira.

                        A propósito ; Toda feira de  4 vendedores de pastel. Duas no início e duas no fim da feira.

                           A feira de hoje na rua Bom Jesus na água rasa, tem 7.

                                    EU ESCREVI 7 PASTELEIROS num RAIO DE 200 METROS QUE É MÁXIMO PERMITIDO PRA UMA FEIRA.

                              Então ficamos assim : Duas numa ponta, 3 na outra e mais duas no meio da feira.

                               Como escolher o pastel /? simples. Só de olho pequeno.Chinês ou japonês entendem mais do assunto.

  3. As insolúveis contradições da Damares
    Os relatos de abusos sexuais de que a Damares supostamente foi vítima na infância estão contaminados por contradições mortais.
    Segundo a Damares:
    “Um homem se hospedou na minha casa dizendor ser missionário. Ele enganou meus pais e me submeteu a várias sessõesvde estupro. Tirou minha inocência, achei que eu não iria mais para o céu. Mais tarde eu tentei me suicidar mas tive um encontro com Jesus e me livrei da morte. A partir dali, resolvi fazer daquela dor a minha bandeira”.
    A primeira insensatez é o agressor ser hóspede na casa dos pais da Damares durante dois anos. De acordo com o pai-dos-burros, hóspede é o indivíduo que se acomoda por tempo provisório em casa alheia, hotel, albergue, etc. A palavra correspondente a hóspede, em inglês, é guest, a person who spends some time at another person’s home in some social activity, as a visit, dinner or party. Portanto, quem passa dois anos em casa alheia não é hóspede, é morador. Foi esse o tempo que a Damares alega que seu tio, falso pastor, abusou sexualmente dela.
    Ela afirmou que foi abusada dos 6 aos 8 anos de idade, e decidiu se suicidar aos 10 anos, 2 anos, portanto, após o seu tio ter encerrado a violencia sexual contra ela. Ela decidiu se matar dois anos após o fim das agressões porque o suposto agressor a convenceu de que ela é que o tinha seduzido. Ela disse que achou que não ia mais para o céu e decidiu subir na goiabeira e se envenenar.
    Ela alega que sofreu os abusos calada porque o agressor ameaçava matar o pai dela, caso ela descobrisse:
    “A ameaça era, se você falar, o seu pai morre. Eu me submetia aos abusos para o meu pai não morrer”.
    Apesar de não falar, a fim de preservar a vida do seu pai, a Damares afirma:
    “Eu mandava todos os sinais que estava sendo agredida e ninguém lia meus sinais”.
    Ora, se seus pais lessem os sinais de agressão por ela emitidos, ela não tinha medo de seu pai ser assassinado pelo suposto pedófilo?
    Assevera ainda a Damares:
    “A minha família não viu, a igreja não viu. O meu ambientecde proteção era a igreja e a família. Os dois não viram. E eu mandava sinais. Quando eu chego à escola, que é meu terceiro ambiente de proteção, a escola já conhece uma menina triste. A escola não se importou, achava que aquele era meu jeito. Nao. Eu era uma nenina alegre aos 6 anos. Eu passei a ser uma menina triste. Mas a escola não leu meu sinal”.
    Se alguém lesse os sinais emitidos pela Damares seu pai morreria. Para preservar seu pai, ela sofria calada, mas emitia sinais que, se captados custaria a vida do seu pai.
    Mas a cereja do bolo é que, segundo a Damares:
    “Mas quando a minha família descobriu, quando eu era criança, que aquele homem tinha abusado de mim, a igreja disse para a minha mãe que era pecado ela falar disso comigo. Mãe não podia falar de sexo com criança na igreja quando tinha 6 anos, porque era pecado. Era tudo pecado e a Igreja mandou minha mãe orar”.
    Em resumo, os pais da Damares descobriram que ela foi abusada aos 6 anos de idade e, mesmo assim, ainda ‘hospedaram’ o agressor até quando a Damares completou 8 anos.
    Ela diz que quando contou o seu sofrimento, que só ela, o suposto agressor e Deus sabiam, ela se sentiu aliviada.
    Essas sessões de estupro, se de fato existiram, estão muito mal contadas. Parece picaretagem das grossas.

  4. A Esolha de Sofia da Damares
    Sofia era uma judia. Ela tinha 2 filhos. Um soldado nazista põe-lhe um dilema: oela escolhe um dos filhos para ser morto ou o soldado mata os dois filhos. Sofia escolhe o filho menos saudável para ser sacrificado no altar nazista.
    Índios não recebem dízimo nem são assessores de parlamentares. Eles vivem uma vida dificílima. Se numa aldeia indígena muito pobre nasce alguém aleijado não só a criança mas toda a família serão sacrificados.
    Se a Damares tivesse nascido numa aldeia pobre, com pouca terra e com o governo prometendo que não vai demarcar nem um palmo de terra para os índios, e se ela não recebesse nem dízimo nem fosse assessora parlamentar, ela sacrificaria toda a sua família ou sacrificaria o filho que nasceu aleijado?
    Se decidisse sacrificar o filho aleijado, ela o mataria ou o enterraria vivo?

  5. Falsidade ideológica

    Não  por acaso, o recurso usado pela Damares com relação aos indígenas e às  crianças é  de mesma natureza do recurso usado pelo Magno Malta para se promover como defensor moral contra a pedofilia. Ambos criminosos da pior espécie .

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