Para defesa de Lula, mais interessados em delação podem mentir sobre triplex

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Felipe Aaraujo/Fotos Públicas
 
 
Jornal GGN – A defesa do ex-presidente Lula emitiu nota à imprensa, na noite desta quinta (4), denotando preocupação com a possibilidade de mentiras serem aceitas no julgamento do caso triplex, em função da agenda oculta de interrogados que estão de olho em um acordo de delação premiada. No informe, Cristiano Zanin diz que há figuras que “agem na perspectiva de receber benefício no momento em que depõem como réus, sem o compromisso de dizer a verdade”. Foi o caso de Leo Pinheiro, apontou o defensor, e pode ser, em breve, o de Renato Duque.
 
 
Abaixo, a nota assinada por Zanin.
 
A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva registrou hoje (4/5), no início do depoimento de Agenor Medeiros ao Juízo da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, haver um movimento claro da Operação Lava Jato de apressar um calendário de delações às vésperas do depoimento do ex-Presidente, marcado para o dia 10. Tanto o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, quanto Medeiros, ex-diretor da área internacional da construtora, confirmaram as negociações em andamento, o que sugere que outros depoentes previstos – como é o caso de Renato Duque, que falará amanhã ao Juízo –  encontram-se na mesma situação: agem na perspectiva de receber benefício no momento em que depõem como réus, sem o compromisso de dizer a verdade. Foi nessa condição o depoimento hoje de Medeiros.

A defesa contestou mais um prejulgamento do Juízo da 13ª Vara na formulação de pergunta ao réu Roberto Moreira, ex-diretor da OAS Empreendimentos, partindo da falsa premissa de que teria havido “aquisição do triplex” do Guarujá pelo ex-Presidente. O executivo reconheceu que jamais houve a posse ou propriedade do imóvel 164A do Edifício Solaris por Lula ou seus familiares. Fez referência a uma reserva unilateral do imóvel da qual teria ouvido falar na OAS, o que jamais foi confirmado pelas 73 testemunhas ouvidas anteriormente, sob o compromisso de dizer a verdade. Dentre essas testemunhas, estavam funcionários da própria companhia.

Mesmo sob a pressão inegável das negociações para uma delação, Agenor Medeiros reconheceu jamais ter tido qualquer contato com Lula e se limitou a afirmar ter havido uma única conversa com Leo Pinheiro, sem testemunha – e, portanto, sem qualquer valor jurídico -, durante um voo internacional, em 2014, quando o ex-presidente da OAS teria feito referência ao apartamento do Guarujá.

Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, também foi ouvido hoje e desmentiu Leo Pinheiro ao narrar que jamais conversou com ele sobre o triplex ou reformas realizadas no imóvel. Disse ter conhecimento da cota adquirida por D. Marisa da Bancoop, desde 2006, porque fazia a declaração do imposto de renda dela e de Lula, e no documento constava referência a esse fato. Relatou que, em 2012, foi procurado por um funcionário da área comercial da OAS Empreendimentos que desejava saber se D. Marisa iria pedir o resgate dos valores que havia investido com base na cota ou se pretendia adquirir uma unidade da OAS usando esses valores como parte do pagamento. Como o ex-Presidente estava em tratamento de um câncer, ela optou por não decidir nada naquele momento. A unidade 141 foi então colocada à venda.

Quanto ao acervo do ex-Presidente, Okamoto reconheceu ter ficado sob sua responsabilidade resolver as questões referentes à armazenagem. Diante da falta de recursos próprios e de outras alternativas analisadas, Okamoto disse ter conversado com Léo Pinheiro e obtido dele um apoio cultural da OAS até que fosse possível uma destinação definitiva ao acervo. A intenção sempre foi ter um local para expor o acervo à população e continuou buscando fórmulas de viabilizar o projeto.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Será que no mundo existe

    Será que no mundo existe elite mais sovina e safada do que essa zelite zelote de Pindorama……..Obama mora numa mansão milionária….ganha 400 mil reais por paletra….os EUA usam as imagens de seus ex-presidentes para alavancar o pais….no Brasil, o unico simbolo positivo, que pode ajudar a alavancar este pais e trazer benefiicios para todos, inclusive para os endinheirados, é vitima dessa vilania. Parem com isso covardes, gente rude sem noção  e sem coração. Que horror, é mais do que sabido que Dona Marisa comprou quotas de um apto pelo qual não se interessou, desistiu do negócio, entrou na Justiça para receber de volta o que haviam pago pelo imovel. Esses crápulas conseguiram matar de desgosto Dona Marisa. Querem fazer o mesmo com Lula. O caso Escola Base foi fichinha diante desta violencia juridica da qual Lula é vitima. Chega!

  2. Em nome da ética e do combate

    Em nome da ética e do combate a corrupção estão armando o golpe final…

    É sombrio o futuro!

    Pobres morrerão aos milhares!

  3. O assunto JA FOI DESMORONADO

    O assunto JA FOI DESMORONADO pelo proprio Moro:

    Ele falou em “transferencia” (jogando palavras na boca de um reu) sem ter um puto documento de primeira instancia de merda como prova!

    O ASSUNTO ESTA ACABADO, GENTE.  E MORO O ACABOU.

    POR FALTA DE PROVA.

  4. Pau sem tréguas no maior pilar do golpe

    Que a coisa toda não se sustenta, despenca, desmorona.

    O grito que une o País.

    O mantra está nas ruas.

    EI, GLOBO, VÁ TOMAR NO CÚ !!!

     

  5. Delatores juram dizer a verdade, só a verdade

    Os Delatores juram dizer a verdade, apenas a verdade do que souberem e lhes for perguntado. Se mentirem não ganham a liberdade nem o produto dos seus crimes serão lavados pelo Judiciário. Portanto, eles falam a verdade, as suas verdades. As verdades que os Jateiros querem ouvir.

    Por sua vez, se Testemunhas mentirem, elas vão presas

    1. Delatores não têm nada a perder, eles têm a liberdade a ganhar

      Se mentirem, os delatores não tem nada a perder, se falarem a verdade, eles podem não ganhar a liberdade.

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