Atividade humana reduz em 80% a diversidade da vegetação nativa, aponta pesquisa

Camila Bezerra
Jornalista

Resultado está relacionado à poluição, desmatamento, descarte de lixo, pisoteio e incêndios, que excluem as plantas do habitat natural

Brasília (13/06/2018) – O Ibama e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) de Mato Grosso, com apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer-MT) e da Força Nacional, iniciaram nesta terça-feira (12/06) operação conjunta para coibir o desmatamento ilegal da Amazônia. Na primeira ação, agentes ambientais flagraram o corte raso de 160 hectares em área de Reserva Legal em Tapurah (MT) por correntão, técnica que usa dois tratores e uma corrente com elos grossos para derrubar a vegetação nativa.Na base utilizada pelos infratores foram apreendidos um caminhão, uma pá carregadeira, uma moto, uma camionete, motosserras e documentos que evidenciam a saída da madeira, além de fichas de funcionários e comprovantes de transações bancárias. A Sema estima que a ação evitou o desmatamento de outros 800 hectares. Foto: Mayke Toscano/Gcom-MT

Uma pesquisa publicada na revista Nature comprovou o impacto das atividades humanas em 119 regiões ao redor do mundo e constatou que a presença humana influencia a perda de 80% da biodiversidade – o que especialistas chamam de dark diversity ou “diversidade faltante”.

Diversidade faltante é um conceito que identifica espécies nativas que poderiam viver em determinadas regiões, mas estavam ausentes. A partir desta definição, pesquisadores são capazes de entender o potencial da diversidade vegetal no local e também o impacto das atividades humanas sobre ela.

Em regiões com pouco impacto humano, os ecossistemas perdem dois terços das espécies potencialmente adequadas, por fatores naturais, a exemplo da dispersão limitada. 

No entanto, o levantamento iniciado em 2018 apontou que, em regiões com grande atividade humana, os ecossistemas apresentam apenas uma das cinco espécies adequadas à região. 

Classificado pelos pesquisadores como alarmante, o resultado está relacionado à poluição, desmatamento, descarte de lixo, pisoteio e incêndios, que excluem as plantas do habitat natural e dificultam o processo de recolonização. 

Outros fatores que contribuem para o empobrecimento da vegetação são a fragmentação; a perda de conectividade; a perda de espécies, em especial as que espalham sementes; extração de madeira; e eutrofização, processo em que há aumento de nutrientes em rios, lagos e estuários.  

“Também descobrimos que a influência negativa da atividade humana era menos pronunciada quando ao menos um terço da região ao redor permanecia intacta, o que reforça a meta global de proteger 30% do território terrestre até 2030”, defende Meelis Pärtel, professor do Instituto de Ecologia e Ciências da Terra da Universidade de Tartu, na Estônia. 

*Com informações da Agência Fapesp.

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