Governo Bolsonaro acaba com combate ao desmatamento ilegal

Corte de orçamento leva Ministério do Meio Ambiente a encerrar operações na Amazônia Legal, além de acabar com combate às queimadas no Pantanal

Foto: Reprodução

Jornal GGN – Os conflitos dentro do governo Jair Bolsonaro ganharam mais um capítulo: o fim do combate ao desmatamento ilegal, o que tem prejudicado a imagem do país principalmente no setor do agronegócio, segmento que teve grande influência na eleição presidencial.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (28/08), o Ministério do Meio Ambiente anunciou a interrupção de todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia Legal, bem como todas as operações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do País. A medida entra em vigor a partir da zero hora da próxima segunda-feira (31/08).

A medida não só compromete o meio ambiente brasileiro, que agora se encontra ameaçado por garimpeiros, madeireiros, grileiros e outros que atuam de forma ilegal nas florestas. O próprio agronegócio é ameaçado, uma vez que o setor vem sendo pressionado pelos investidores internacionais e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (uma das cotadas para compor a chapa de Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais), pela adoção de medidas mais rigorosas para proteção do meio ambiente – o que vem ocorrendo desde o ano passado.

Segundo a pasta comandada por Ricardo Salles, a paralisação se deve ao bloqueio financeiro efetivado pela Secretaria de Orçamento Federal, do Ministério da Economia. Ao todo, foram bloqueados R$ 20,972 milhões em verbas do IBAMA e R$ 39,797 milhões em verbas do ICMBio.

“Segundo informado ao MMA pelo Secretário Esteves Colnago do Ministério da Economia, o bloqueio atual de cerca de R$ 60 milhões de reais para IBAMA e ICMBIO foi decidido pela Secretaria de Governo/SEGOV e pela Casa Civil da Presidência da República e vem a se somar à redução de outros R$ 120 milhões já previstos como corte do orçamento na área de meio ambiente para o exercício de 2021”, diz o comunicado.

As operações que serão afetadas a partir de segunda-feira compreendem, no âmbito do combate às queimadas no IBAMA, a desmobilização de 1.346 brigadistas, 86 caminhonetes, 10 caminhões e 4 helicópteros.

Nas atividades do IBAMA relativas ao combate ao desmatamento ilegal serão desmobilizados 77 fiscais, 48 viaturas e 2 helicópteros. No âmbito do ICMBIO, nas operações de combate ao desmatamento ilegal serão desmobilizados 324 fiscais, além de 459 brigadistas e 10 aeronaves Air Tractor que atuam no combate às queimadas.

 

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Redação

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