Engana-se quem pensa que as queimadas provocadas, em sua maioria criminalmente, afetam apenas a qualidade do ar e que, além da destruição dos biomas, os danos acabam com as chuvas.
Kyle Hilbirn, pesquisador especializado em Ciência Atmosférica na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, constatou que os incêndios florestais têm o potencial de criar o próprio clima, composto por relâmpagos secos e tempestades de fogo. E, mais do que preocupante, esta realidade está se tornando comum nos Estados Unidos.
O pesquisador explica que incêndios florestais fora do controle dos bombeiros fazem com que a queima da vegetação libere grandes quantidades de calor. O ar quente, mais leve em comparação ao frio, sobe e faz com que o ar frio se precipita para preencher o vazio deixado pelo ar quente. Este fenômeno resulta em padrões próprios de vento resultante das queimadas.
Dependendo da estabilidade e da umidade da atmosfera, o ar quente continuará subindo até que se forme uma nuvem conhecida como pyrocumulus ou flammagenitus. Esta nuvem é composta de partículas de água líquida e congelada, em que as partículas colidem e podem gerar descargas elétricas.
Como a área de devastação normalmente tem baixa umidade e as condições na baixa atmosfera estão secas, cria-se o relâmpago seco.
Tornados de fogo
Outro fenômeno climático produzido pelas queimadas é o tornado de fogo, que resulta do encontro do ar quente com ventos em diferentes direções na atmosfera.
Neste caso, os redemoinhos de fogo podem ter ventos fortes, que espalham o fogo e criam novas áreas de incêndio.
“Quando os incêndios criam seu próprio clima, seu comportamento pode se tornar mais imprevisível e errático, o que apenas amplia a ameaça às pessoas residentes na área e aos bombeiros que estão combatendo o incêndio. Antecipar as mudanças no comportamento do fogo é importante para a segurança de todos”, informou o pesquisador em artigo publucado no site The Conversation.
As mudanças climáticas, as ondas de calor e a interferência humana potencializam a frequência com que os incêndios florestais e suas consequências acontecem.
Hilbirn afirma que satélites já são capazes de detectar queimadas e avisar os bombeiros rapidamente. Porém, caberá também à comunidade se tornar mais segura e menos suscetível aos danos causados por incêndios, a partir de casas mais seguras e da construção de aceiros, que são faixas livres de vegetação para conter o fogo.
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Estamos vivendo a 2a. parte do filme “Não Olhe Para Cima” (Don’t Look Up). Agora é:
“Não Olhe Para As Florestas”…
A míRdia, como se fosse um incômodo de fim de semana, fala em tudo menos nas causas e ameaças destes incêndios eminentemente criminosos.
A cada vez mais breve falta de chuvas (água!) regulares (enchentes também são nocivas) não só para a própria agropecuária como para os rios e o abastecimento das cidades.
Temperaturas e ares poluídos beirando o insuportável para a VIDA. Afetarão cada vez mais milhões de pessoas que talvez nem tenham tempo de “se dar conta”
Se sempre houve alguns incendiários malucos, imagine-se agora quando milhares de incentivados idólatras fanáticos e negacionistas ou poderosos interessados agirem com um mero riscar de fósforo em mais de 8 milhões de km2 de outrora ricas florestas e amplas diversidades que podem se transformar em poucas décadas em áridos e semi-mortos “biomas”, digo, “necromas”.
Destruições trágicas de dias ou semanas e recuperações só possíveis em décadas! Algumas irreversíveis!
Tudo para atender a ganância, mesquinhez e ignorância de poucos, que prejudicarão até a si e seus próprios descendentes.
Um futuro mais sombrio do que as névoas que já cobrem campos e metrópoles.
Acabo de ver uma notícia que produtores afetados por incêndios vão receber apoio financeiro do governo. Isso é um incentivo aos incêndios criminosos pelos próprios proprietários, a fim de receberem apoio financeiro do governo