“Estados Unidos manipulam, controlam e decidem tudo na Ucrânia”, diz Glenn Greenwald. Assista

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

"A propaganda que a mídia e o governo americanos estão fazendo sobre proteger a democracia e liberdade na Ucrânia é uma mentira", afirma Glenn Greenwald

A cobertura da mídia internacional sobre a guerra na Ucrânia tem sido a “pior” já vista até aqui pelo advogado constitucionalista e jornalista Glenn Greenwald. É pior do que na época em que a imprensa se alinhou ao governo dos Estados Unidos para justificar a invasão ao Iraque, disse Glenn em entrevista exclusiva à TV GGN [assista ao final].

“Por que os EUA têm tanto interesse na Ucrânia? Não tem petróleo lá, não há recursos que interessam. Eles querem dominar a Ucrânia porque é um importante País para enfraquecer a Rússia. Isso mostra que a propaganda que a mídia e o governo americanos estão fazendo sobre proteger a democracia e liberdade na Ucrânia é uma mentira. É uma democracia só no nome. A realidade é que os Estados Unidos estão manipulando, controlando e decidindo tudo na Ucrânia.”

Famoso pela série de reportagens do caso Snowden e também pela Vaza Jato, Glenn afirmou na conversa com o jornalista Luis Nassif que a democracia da Ucrânia é “manipulada” pelos Estados Unidos e que a imprensa tem “medo” de questionar as narrativas do governo norte-americano e da OTAN contrárias à Rússia.

“O incrível é que, durante 20 anos, foi completamente comum ouvir de gente do mainstream, alinhada ao governo dos Estados Unidos, que era muito perigoso crescer a OTAN até as fronteiras com a Rússia e deixar a Ucrânia entrar na OTAN. Isso iria gerar violência, sempre foi dito”, lembrou Glenn.

Agora, segundo ele, os jornalistas que tentam apresentar essa crítica ao Ocidente são uma minoria na grande mídia. Uma minoria que passou a ser vista como dissidente ou até mesmo “traidora da pátria” apenas por tentar buscar expor o lado da Rússia no conflito.

“Olhando para tudo que está acontecendo hoje na questão da guerra na Ucrânia, eu preciso dizer que [a cobertura da mídia] está muito pior, no sentido de impedir dissidências. Todo mundo tem medo de questionar a narrativa dos EUA e OTAN”, afirmou.

ESTADOS UNIDOS CONTROLAM A UCRÂNIA

Sempre prezando pela independência jornalística, Glenn deixou o The Intercept e rompeu com outros meios de comunicação após ter sido censurado por grupos que não quiseram melindrar o democrata Joe Biden em meio à disputa eleitoral para derrotar o republicado Donald Trump.

O artigo de Glenn que a imprensa dos Estados Unidos tentou abafar falava justamente sobre o potencial escândalo de corrupção envolvendo Hunter Biden, filho do hoje presidente americano, e seus negócios no ramo de energia da Ucrânia.

Glenn contou ao GGN que Hunter Biden recebia uma média de 50 mil dólares ao mês para trabalhar em uma área em que ele não tinha experiência nem formação à altura. Para o jornalista, os pagamentos se deram para que os empresários ucranianos tivessem acesso a Joe Biden. Isso indica, na visão de Glenn, que os Estados Unidos têm ascendência dentro do governo ucraniano há muito tempo.

(…) a questão mais interessante para mim é por que esse contrato foi feito, por que a empresa queria pagar o filho do Joe Biden? Isso mostrou que quem está governando a democracia na Ucrânia não é a Ucrânia, mas sim os Estados Unidos”, disparou Glenn.

Assista a entrevista completa:

Leia também:

1 – Xadrez do golpe que será dado nas eleições, por Luis Nassif

2 – Treze perguntas sobre a guerra na Ucrânia

3 – Xadrez da Rússia com fôlego e da marcha da insensatez em andamento, por Luis Nassif

4 – A economia russa e as sanções econômicas, por Luís Nassif

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador