Manuel Domingos Neto
Manuel Domingos Neto nasceu em Fortaleza em 1949. Graduou-se em História pela Universidade de Paris VI, mestre pela Universidade de Paris III e Doutor em História pela mesma universidade, em 1979. Professor da Universidade Federal do Ceará e professor associado da Universidade Federal Fluminense
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Treze perguntas sobre a guerra na Ucrânia, por Manuel Domingos Neto

A mudança no exercício da hegemonia no mundo entrou em pauta e Washington quis eliminar o número dois em capacidade militar. Moscou age para não desaparecer.

Xinhua

Treze perguntas sobre a guerra na Ucrânia, por Manuel Domingos Neto

  1. O que está por trás da invasão da Ucrânia?

Há muitas motivações, mas em essência, trata-se de um lance-chave no processo de redefinição da ordem mundial. Está se decidindo quem vai mandar no mundo e como o mando será exercido.

Depois da queda do muro, Washington imaginou-se comandando tudo. A postura vassala da União Europeia ajudou-lhe a pensar que isso seria possível; a desorientação da maioria da esquerda, também, na medida em que, fazendo concessões ao neoliberalismo, contribuiu para a sensação fugaz de que o Estado e a política eram malditos.

A mudança no exercício da hegemonia no mundo entrou em pauta e Washington quis eliminar o número dois em capacidade militar. Moscou age para não desaparecer. A invasão da Ucrânia é um gesto vigoroso de autodefesa.

  1. A mudança poderia ser pacífica?

Ninguém cede poder por boa vontade. Olhando para a história, mudança na ordem mundial é um processo multifacetário, alongado, com lances imprevisíveis e necessariamente sangrento. A mudança não será pacífica. Hegemonia internacional rima com hecatombe. O sangue correrá em proporções inimagináveis.

Assim foi nas duas grandes guerras do século passado. A humanidade não perdeu sua essência: persiste praticando malvadeza e bondade; sonha com a paz enquanto prepara porretes.

  1. Quem desafia a ordem mundial?

A Rússia e a China são os desafiantes mais destacados. Mas a América Latina animou a contestação da ordem quando buscou a cooperação regional e as reformas sociais. Alimentou a audaciosa vontade de deixar de ser quintal do grande irmão do Norte.

As demandas de reforma na estrutura de decisão na ONU são desafios à ordem. Potências intermediárias, como a Índia, o Irã e o Paquistão, buscaram reduzir a dependência externa em defesa. Incomodaram as estruturas existentes.

A dramaticidade da violência na África e no Oriente Médio revelam que o mundo tem que mudar. O mundo cobra as ofensivas guerreiras de Washington e da Europa.

  1. A Rússia desrespeitou a lei internacional?

Desrespeitou. Foi forçada, agiu por instinto de sobrevivência. Conversou, conversou e foi ludibriada. Advertiu, advertiu e não foi ouvida. Viu-se cercada. Mísseis na fronteira próxima a Moscou pearia sua capacidade de reação. Sua potência militar, em termos práticos, seria desmontada.

Lei internacional é abstração: constrange os fracos e não alcança quem detém a força. Os crimes em Hiroshima e Nagasaki jamais foram punidos. Estados Unidos e Europa têm muitos crimes nas costas e nunca perderam a pose de civilizados, belos e justos.

A guerra é o direito da força; suspende veleidades morais que embasam a lei.

  1. Como explicar a divisão da esquerda diante do crise?

A guerra desperta paixões; desnorteia. Não há espetáculo mais macabro e atraente. Os seriados sobre os vikings, mongóis e romanos deslumbram pelo tanto de sangue exibido.

A esquerda, amarrada pelo jogo institucional, faz opções oportunistas. Muitos se dobram à guerra de narrativas vitoriosamente conduzida por Washington.

A fragilidade da esquerda se revela quando militantes dizem ser contra a guerra. Ora, só psicopatas diriam o contrário. Outros alegam preferir não tomar partido.

Essas são formas de não ver o processo histórico real. É um jeito de vestir a batina do abade Saint Pierre. Há militantes de esquerda que se reclamam humanitaristas, como se os que fazem a guerra também não reclamassem a mesma condição! Os que se enfrentam em campos de batalha são feras portando sentimentos sublimes, tanto que se acreditam abençoados por deuses.

  1. O Brasil deve se posicionar?

É cinismo ou parvoíce dizer que o Brasil não deve se posicionar por que não tem nada a ver com isso. Não há isenção possível quando humanos são destroçadas em qualquer ponto do planeta. No mais, dos efeitos do conflito, ninguém escapa.

Dizer que não se deve entrar no jogo de potências imperialistas é insustentável. Seguindo esse princípio, teríamos lavado as mãos na Segunda Guerra Mundial.

Dizer que não se pode tomar partido por ser a Rússia uma autocracia conservadora, é tergiversação enganadora cujo resultado seria endossar “democracias” que açambarcam a riqueza e o poder em detrimento da humanidade.

  1. O Exército russo está sendo bem sucedido?

Sim, revela preparo, eficiência, competência, disciplina e planejamento sofisticado em terra, mar e ar, além de eficácia no espaço cibernético. Oficiais de estado-maior de todos os países analisam embasbacados a fabulosa máquina de guerra, talvez a mais poderosa do mundo.

É orientado por objetivos políticos claros: não destruir o país invadido, mas garantir que não sirva de base de ataque.

Ao pedir ingresso numa aliança militar impiedosa; ao desejar a instalação de artefatos de destruição em massa em seu território, o comediante-presidente da Ucrânia agiu como marionete de Washington.

Chamar jovens para resistir com coquetel molotov e espingardas é manda-los à morte. É crueldade pura. Os russos querem preservar a Ucrânia. Não fazem como Washington e a Europa costumam fazer. Do contrário, Kiev estaria destroçada e o comediante, morto.

Os “ocidentais” que incentivam a resistência ucraniana ou agem com instinto assassino ou não entendem nada. A primeira opção é a correta.

  1. Como se explica a posição da Europa, diretamente afetada?

A Europa não é unida nem tem voz altiva. Obedece as ordens de Washington.

Além disso, não superou velhas rivalidades e preconceitos em relação aos russos. A Europa nunca admitiu a vizinhança com um país forte. A Rússia sempre humilhou o europeu que invadiu seu território. O ressentimento faz parte da cultura europeia e resume a barbárie moderna. Nada mais impiedoso do que o seu xenofobismo.

Não é à toa que a direita está em ascensão na Europa há pelo menos três décadas. O primeiro ministro do Reino Unido, o presidente da França e o chanceler da Alemanha retratam a degradação política e moral da Europa.

  1. As sanções surtirão efeito?

Surtirão, mas são imprevisíveis e podem gerar efeitos catastróficos para a Europa e os EUA. O mundo todo sofrerá porque está muito interligado. Alguns ficarão mais ricos, a maioria amargará penúria sem conta. Talvez haja mais sofrimento fora do que dentro do campo de batalha.

A Rússia se preparou. Sabe pensar estrategicamente, assim como a China. Washington arrota poder e mostra primitivismo. Como falar em diplomacia e dar as costas ao chanceler russo no plenário da ONU? Isso serviu para passar na Globo. Não revelou força, mas fraqueza e estupidez.

  1. A China estará firme no apoio à Russia?

Sim. Sem a Rússia, a China estaria militarmente enfraquecida e teria seus planos de expansão conturbados. Moscou sabe disso. Não agiria contrariando a China, que mostra ponderação e evita exibição gratuita da força de que dispõe. Aliás, as potências vivem exibindo e escondendo a força de que dispõem.

É bobagem dizer que a Rússia está isolada quando tem a China ao seu lado, assim como outras potências médias.

  1. Há chances reais de negociação?

Teoricamente, sim. Na prática, não.

Teoricamente, basta delimitar a área da Otan e parar de sacrificar a população ucraniana.
Na prática, isso seria capitulação. Implicaria em admitir a justeza da reivindicação russa e aceitar a multipolaridade, o que não está no escopo de Washington.

A capitulação seria imaginável com um incontível movimento popular mundial, com incidência particular nos Estados Unidos. De outra forma Washington seguirá acompanhando os ditames do capital especulativo que domina as grandes empresas, em particular o complexo industrial-militar, doido para vender armas.

  1. O que mudará nas relações internacionais?

Tudo. Algumas mudanças serão súbitas. Outras, podem se definirão em tempo indeterminado. O rol de traições será um capítulo especial. Amigos de infância se esfaquearão pelas costas.

A guerra tem o condão de alterar padrões de comportamento, valores, esteios morais e até predileções estéticas. Stravinski anunciou a hecatombe de 1914-1918 revelando estruturas sinfônicas inovadoras, usando timbres, dissonâncias e assimetrias nunca antes experimentadas.

A governança global mudará forçosamente. Imaginar o mundo quando está em curso o reordenamento da hegemonia é um exercício inglório, mas inevitável. Hoje, todos se perguntam: o que será, que será…

  1. Há risco de guerra nuclear?

Sim. A Rússia não pode perder. Tem bala pra resistir até o fim. Aceitar perder é aceitar a autodestruição. Isso é impensável.

A doutrina militar russa prevê o uso de armas atômicas táticas e estratégicas. É difícil predizer que o fogo se limitará às fronteiras da Rússia.

Moscou está advertindo, advertindo, advertindo… Não é razoável ignorar a voz de quem tem botões fatais ao seu alcance. Enfim, a Rússia não pode perder a guerra.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Manuel Domingos Neto

Manuel Domingos Neto nasceu em Fortaleza em 1949. Graduou-se em História pela Universidade de Paris VI, mestre pela Universidade de Paris III e Doutor em História pela mesma universidade, em 1979. Professor da Universidade Federal do Ceará e professor associado da Universidade Federal Fluminense

9 Comentários

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  1. A frase “Ser ou não ser, eis a questão” (em inglês: To be, or not to be, that is the question) vem da peça A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare. Encontra-se no Ato III, Cena I e é frequentemente usada como um fundo filosófico profundo. Sem dúvida alguma, é uma das mais famosas frases da literatura mundial. O verso, citado pelo personagem principal Hamlet, é o seguinte
    “Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
    Em nosso espírito sofrer pedras e flechas
    Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
    Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
    E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
    Dizer que rematamos com um sono a angústia
    E as mil pelejas naturais-herança do homem:
    Morrer para dormir… é uma consumação
    Que bem merece e desejamos com fervor.
    Dormir… Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
    Pois quando livres do tumulto da existência,
    No repouso da morte o sonho que tenhamos
    Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
    Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios.
    Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo,
    O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,
    Toda a lancinação do mal-prezado amor,
    A insolência oficial, as dilações da lei,
    Os doestos que dos nulos têm de suportar
    O mérito paciente, quem o sofreria,
    Quando alcançasse a mais perfeita quitação
    Com a ponta de um punhal? Quem levaria fardos,
    Gemendo e suando sob a vida fatigante,
    Se o receio de alguma coisa após a morte,
    –Essa região desconhecida cujas raias
    Jamais viajante algum atravessou de volta –
    Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos?
    O pensamento assim nos acovarda, e assim
    É que se cobre a tez normal da decisão”

  2. E pensar que no cerne de todo esse imbroglio está a OTAN, a máquina de matar mais sofisticada já inventada, criada para “abraçar e sequestrar” e aceita como boazinha pelo grande insider Gorbatchev, de silêncio para lá de obsequioso.
    Felizmente, a máquina de vender armas e sequestrar mentes e petróleo pode agir, mas sem a sutileza d´outrora. Seu véu se descortinou.

  3. A análise mais verdadeira que li até agora sobre a guerra. Tanto as perguntas como as respostas são inteligentes e equilibradas se atendo aos fatos verdadeiros que temos conhecimento. A projeção q faz das consequências, são absolutamente dentro do contexto. Obrigado!!

  4. As evidências relacionadas à tomar o poder ou manipular outros a favor de alguns, não é novidade na saga do Homo sapiens, e mesmo outros do gênero. A Russia é um território, entre outros, que sempre foi considerado como hostil para os europeus que tentaram diversas vezes tomar o poder nessas terras, mas falaram. Aliás, europeus são invasores vorazes e eficazes em tomar a força, escravizar, apagar culturas e permanecer como salvadores civilizatórios, são minimamente exclusivistas e centralizadores, mas disfarçam bem com o crachá de “democracia para todos”. Quando olhamos o que aconteceu nos últimos 600 anos pelo mundo, podemos entender melhor essa questão territorial. (sou biólogo e não historiador, então meu conhecimento pode ser questionado, mas esse depoimento é sobre fatos e evidências).

  5. 6. Tem uma contradição aí. O melhor jeito do Brasil entrar no jogo é ficando neutro mesmo. Ficar neutro já se opõe suficientemente à hegemonia estadunidense e se alinha ‘a China e na prática, favorece a Rússia. É a mesma posição da China, Índia e, se não me engano, Turquia. Até da Hungria cujo governo de extrema-direita no poder e participante da OTAN, declarou-se neutro.

    7. Complementando: tirando os neonazis e ultranacionalistas, a população ucraniana não queria a guerra. Acreditaram no pode de dissuação e proteção do Ocidente, que não existiu. Zelensky agiu e age como senhor da Guerra e agora chama a OTAN de covarde. Com o tempo não vão adorar os russos, nem Putin, mas vão odiar Zelensky e em parte o ocidente. A ultradireita e neonazis – alguns já eram contra tanto adesão ‘a Rússia como à UE – vão odiar o ocidente também, e estão em rede com outros neonazis europeus.

    8 e 9. Os governos europeus hoje são Chamberlain de ontem ‘as avessas (mal comparando). Poderiam ter evitado a escalada de guerra se tivessem negociado neutralidade da Ucrânia e veto dela na OTAN. Não negociaram. Agiram como senhores da guerra, e ainda deixam o outro senhor da guerra ucraniano os desmoralizarem chamando-os nas entrelinhas de covardes por não colocarem a OTAN na guerra (obviamente extender a guerra ao resto da Europa com uma potência nuclear é altamente impopular). Resultado: só perdem, sem ganhar nada. Sua população exposta ‘a maior risco de guerra inclusive com tensão nuclear. Aumento de gastos militares em detrimento de bem-estar. Euro e libra desvalorizam frente ao dólar e Yuan. Inflação, que já foi alta em 2021, dispara. Empresas europeias com negócios relacionados ‘a Rússia sofrem prejuízos. Exportações para a Rússia vão cair. Crise humanitária de mais refugiados, enchendo as urnas da extrema direita. Moral baixa por blefarem, perderem a aposta e serem covardes com a população da Ucrânia. Questão de tempo para perderem eleições.

    Se Rússia recompor uma espécie da Pacto de Varsóvia com seus aliados e principalmente com a China, antecipa o adeus ‘a nova ordem mundial estadunidense. Para tampar o caixão de governos europeus de hoje e desestabilizar Biden, basta abrir negociações neste sentido. Nem precisa consumar. O que a Rússia sofreu com as ameaças de expansão da OTAN, Europa e EUA sofrerão pesadelos de ver uma aliança militar China-Rússia, além de econômica.

    Os EUA ganham por enquanto. Dólar valoriza. Não tem grandes grandes negócios na Rússia. Enfraquece a economia russa. Mas reserva para a Ucrânia o papel da UNITA em Angola, dos Talibans no Afeganistão, do Isis na Síria. Na hora que a opinião pública européia perceber isso, e o próprio Zelensky está propagandeando, sem querer, querendo, ao fazer reiterados apelos para entrarem na guerra, o povo ucraniano ficará entre o ódio e desilusão com os EUA, e os Europeus com raiva e crescerá o voto nos políticos críticos da OTAN (extrema direita e extrema esquerda europeia).
    Com o tempo a vantagem que EUA conquistaram agora, decairá. A economia Russa se volta muito mais para a China. Substituição do swift, queda do dólar como moeda de lastro para o comércio mundial e quebra de confiança como moeda de reserva sempre sujeita a sanções e bloqueios. O Payunion chinês que já é o maior meio de pagamento do mundo dominará o mercado russo, sancionado pela Visa e Mastercard. Obviamente impulsionará o crescimento também em outros países.
    A indústria de aviação comercial Russa e Chinesa deve acelarar substituindo importações da Boeing e Airbus e até da Embraer.
    Importações russas da Europa de eletrônicos, aviônica, etc, de alto valor agregado serão substituídas pela China.

    Parte disso tudo pode ser mitigado com os líderes europeus já percebendo que se meteram numa crise para eles mesmos e que refletirá nas urnas. Vão querer negociar alguma saída honrosa com a Rússia, mas terão que reduzir sansões a níveis simbólicos para se recuperarem de perdas comerciais e capitularem diante das exigências de segurança da Rússia.

  6. Pela primeira vez leio um texto tão perfeito, analisando toda essa situação tenebrosa que estamos vivenciando, sem nunca saber ao certo o que está realmente acontecendo. Essa nossa mídia é muito perniciosa, e fica sempre inteiramente ao lado dos eeuu, eles só veem um lado da guerra. Incomoda muito ver os comentários insuportáveis dos jornalistas da globo, principalmente.
    Parabéns Nassif querido por nos trazer Manuel. Faltou colocar o curriculum dele. Quem é esse sábio?

  7. Ótimo texto esclarecer,para entendermos esta guerra entre Ucrânia e Rússia tendo o USA e União Europeia como incentivados deste conflito.

  8. Oi Nassif,
    perdoe-me, mas não concordo com você quando menciona que a humanidade é má, que é assim mesmo, que de um lado morde e de outro assopra. Que existe uma luta entre o bem e o mal e que temos que investir na educação dos nossos filhos para que sejam bons. Enfim, acho que devemos educá-los para viverem virtuosamente, mas não há uma maldade essencial entre os homens e mulheres, isso me parece parte do pensamento religioso. Essencialmente somos determinados pelas circunstâncias sociais e econômicas que cercam. Pensamos por conta daquilo que nos levam a pensar e você prova isso nos informando como a imprensa é determinante na formação das nossas consciências. Por essa razão discordo de você, pois penso que o mau é o capitalismo, o modo de produção capitalista e sua nefasta ideologia comercial, onde o mercado é o grande senhor. Essa circunstância é externa aos homens e mulheres. Não há uma essência humana e ela não é boa nem má. Somos levados pela vida como Zeca Pagodinho nos ensinou, pois é a vida que nos leva. Que vida é essa? É a Máquina do Mundo do Drummond de Andrade, a Roda Viva do Chico Buarque.
    Mais uma vez, perdoe-me por essa formulação, mas muita vez é preciso dizer algumas coisas. Grande abraço.

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