Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Meiga Flor

Seleção de Luciano Hortencio

Francisco Alves – MEIGA FLOR – samba-canção de Henrique Vogeler e Freire Jr.

Disco  Parlophon 12.909-A – matriz 2215.

Janeiro de 1929.

Disco constante do Arquivo Nirez.

Coisas que o tempo levou.

Essa composição de Henrique Vogeler, além da belíssima melodia, possui três letras diferentes: a primeira, de Freire Júnior, versão aqui interpretada por Francisco Alves. A segunda, de Cândido Costa, com a denominação de LINDA FLOR, gravada por Vicente Celestino e  ainda a letra com versão que ficou consagrada através da interpretação de Aracy Cortes, denominada IAIÁ e conhecida como AI IOIÔ, da lavra de Luís Peixoto  que, segundo consta, foi escrita de improviso no palco do Teatro Recreio.

A fim de que sejam comparadas e cada um escolha a sua preferida, posto aqui as três letras da composição musical de Henrique Vogeler.

Meiga flor,

Não te lembras, talvez,

Das promessas de amor,

Que te fiz,

Já não crês…

Se

Queres me abandonar

Procurando negar

Que juraste a mim também

Minha ser, meu bem…

Meu amor

Por que negas, ó flor,

Sempre fui tão sincero,

Eu te quis, eu te quero…

Sei que sem ti morrerei.

És o meu ideal

Minha vida, afinal.

Se amas alguém, meiga flor,

Demais te convém outro amor

Eu quero partir para não mais te ver

Eu quero fugir e bem longe morrer. (bis)

 

LINDA FLOR – interpretada por Vicente Celestino:

Linda flor,

Tu não sabes, talvez,

Quanto é puro o amor,

Que me inspira; não crês…

Nem

Sobre mim teu olhar

Veio um dia pousar!…

E ainda aumenta a minha dor

Com cruel desdém!

Teu amor

Tu por fim me darás,

E o grande fervor

Com que te amo verás…

Sim

Teu escravo serei,

E a teus pés cairei

Ao te ver, minha enfim.

Felizes então, minha flor

Veras a extensão deste amor

Ditosos os dois, e unidos enfim

Teremos depois só venturas sem fim!

 

IAIÁ (Ai Ioiô) – interpretada por Aracy Côrtes

Ai, Ioiô!

Eu nasci pra sofrê

Fui oiá pra você,

Meus oinho fechou!

E quando os óio eu abri,

Quis gritá, quis fugi,

Mas você,

Eu não sei por quê,

Você me chamô!

Ai, Ioiô,

Tenha pena de mim

Meu Sinhô do Bonfim

Pode inté se zangá

Se ele um dia soubé

Que você é que é,

O Ioiô de Iaiá!

Chorei toda noite

E pensei

Nos beijos de amô

Que te dei,

Ioiô, meu benzinho,

Do meu coração

Me leva pra casa

Me deixa mais não.

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

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