As crenças enganosas nas saídas institucionais, por Arkx

Com o Brasil em avançado estado de desintegração, ainda mais periférico, ainda mais subordinado, ainda mais dependente, o general vice Mourão dá a medida do pensamento militar brasileiro

Por Arkx

Comentário referente ao post “Xadrez da escolha de Sofia: impeachment ou não impeachment“.

-> Não se pense em velhos matadores aposentados. O grupo continua em plena atividade. Eram militares de baixa patente que foram convocados pelo Alto Comando do regime militar para compor forças de extermínio.

Qual o segredo oculto na Casa da Morte? Os porões da Ditadura jamais poderiam operar sem bater continência aos Generais Ditadores, e muito menos sem o patrocínio dos grandes empresários.

Tanto a própria Ditadura, quanto seus Porões, foram um empreendimento civil-militar: financiados pelos grande empresários de São Paulo Ltda., comandados pelos Generais, sob gestão local dos Coronéis e execução operacional a cargo dos Delegados.

Algo mudou? Olhem quem financia, comanda e se encarrega da gestão local e execução operacional do governo BolsoNazi… aliás, desde a campanha…

Com o Brasil em avançado estado de desintegração, ainda mais periférico, ainda mais subordinado, ainda mais dependente, o general vice Mourão dá a medida do pensamento militar brasileiro, e qual é o projeto de país dos generais:

“Nós temos uma guerra híbrida em vigor no mundo, que parte de um dos membros do BRICS. Então, isso já suscita uma série de problemas.”

Não há qualquer esperança para o Brasil dentro do quadro da atual falência institucional. E nisto os Bolsominions têm enorme dose de razão.

Ainda assim, Lula, este fake salvador de uma pátria que já não existe, proclama peremptório: “Não é o momento da palavra de ordem ‘Fora Bolsonaro!’.”

Como antes também não era o momento do “Fora Temer”! Das “Diretas Já!”, do “Não Vai Ter Golpe!”, afinal, Junho de 2013 foi tão somente uma orquestração para expulsar o PT do paraíso.

O Lulismo e a ex-querda são os únicos que ainda acreditam numa saída institucional para o Brasil.

E quanto mais se fiam e se agarram no terço e rosário de sua fé tola, ingênua e mal-intencionada, mais e mais nos afundamos no caos de um abismo sem fim.

“Beco sem Saída”.

Luis Nassif

15 Comentários

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  1. Pelo menos por enquanto nada à vista, senão um horizonte nublado. Se há apenas esperanças é nela que devemos nos agarrar. Do contrário, faremos o que está embutido nos atos desse governo: nos mataremos; nos deixamos morrer, ou nos matar.
    Tudo começou com um malandro carioca, da qualidade de Bolsonaro, metido a esperto, ao desencadear o processo do Mensalão. Esse episódio triste da nossa história, recheado de mentiras jurídicas, de enrolação, com aquele jumento preguiçoso, se fingindo de doente no STF, sem coordenação linguista, e muita patada de jumento, que hoje, aposentado precocemente, está hígido, se movimentando com leveza nas altas rodas do Brasil e do mundo, tido por muitos como o salvador da pátria, quem teve a coragem de desmantelar o PT de Genuíno – por míseros 50.000 -, ou de Guchinken, ora indiciado, ora livre, mas não sem antes desmoralizá-lo e fazê-lo sofre até à morte prematura.
    Foi uma mentira muito bem engendrada, que, na pior das hipóteses, foi contada em cima de um crime que o juiz Moro considerou, em relação a Onix nada demais, se o careca com cara de Mussolini pediu perdão.
    O militarismo voltou de com força. Ninguém pode se enganar com a clareza dos fatos, se não é cego nem doido varrido.
    Por ora, o que nos sobrou foi analisar tudo e pensar no que será do futuro do nosso país, das novas gerações, …

  2. Tudo que o boçalnaro quer neste momento é o PT, PT, PT e a esquerda em geral botando o bloco na rua pedindo “fora Bolsonaro”.

    Essa obsessão da esquerda sem voto por criticar Lula e PT, PT, PT até quando o assunto é feijão, arroz, café é impressionante. Enfrentar a direita são outros quinhentos.

  3. Também acho que não há saídas institucionais, mesmo pq as instituições estão nas mãos do PIB e dos generais.

    E a população, acertadamente, não acredita mais nas instituições democráticas: congresso, STF, MPF, universidades e até na ação policial dentro das leis. Afinal de contas, em toda a nova repúblia os governos que permaneceram dentro do jogo institucional conseguiu apenas melhorias pontuais e não permanentes para a vida das pessoas. Quem melhorou mais a vida do povo foi o PT, mas não foi estrutural: bastou a crise e o governo Temer e tudo desmoronou: voltamos à estaca zero da era FHC.

    O fascismo bolsonarista capturou esta insatisfação com as instituições e o jogo democrático. Que, aliás, já vinha de muito tempo: quem nunca ouviu falar que todo político é corrupto? Eu ouço desde a década de 70. As pessoas estão fartas do jogo democrático que nao leva a nada, mas também do politicamente correto e dos direitos humanos que, para o povão e as classes médias, só protege bandido.

    Ninguém foi enganado por Bolsonaro. As pessoas queriam mesmo um justiceiro fora da lei. Desconfio até que sua ligação com as milícias talvez não faça tanta diferença para seus eleitores. Milícias lembram os esquadrões da morte de outrora e o povo gostava deles pois “davam um limpa” na bandidagem.

    O fascismo bolsonariano capitalizou esta insatisfação popular e seu desejo por sangue, por quebrar tudo, fora do arcabouço institucional. A esquerda continua pregando o jogo democrático porque ela não sabe jogar de outra forma: o PT e as demais forças da esquerda nasceram democráticos e pacifistas, contra a opção da luta armada.

    Por isso, se o Bolsonaro cai, creio que o Mourão assume com muito apoio popular. Por ser mais orgânico com as forcças armadas, ele vai fazer um jogo mais institucional de aparência, mas ainda vai jogar duro na repressão policial (o que significa mais negros pobres nas cadeias) e na construção de um estado policial contra qualquer tipo de ativismo.

    Não vejo possibilidade, agora, da esquerda virar o jogo, derrubando Bolsonaro e Mourão, além de ganhar uma eleição livre. Acho mesmo que a maioria do povo nem quer isso, senão pediria Lula livre em massa. Infelizmente o Brasil fascistou.

  4. Concordo com o arkx, a inocência ou o desejo de continuar sócio minoritário do sistema não permitem qualquer saída.Não existe mais uma constituição federal, substituída por uma única “lei”, a do mais forte. Será que existem mesmo forças progressistas ? Será que desejam de fato o bem-estar da maioria ? Será que estão dispostas a abrir mão do que ainda resta de “conforto” dentro das instituições?

  5. Sinceramente, não tenho mais esperança nessa esquerda pequeno-burguesa que não tem uma estratégia. É um pessoal que critica o comportamento “biruta de aeroporto” mas provou-se pródigo na prática. Se propõem a observar o país ser demolido, a serem meros espectadores da barbárie. E dizem: “estamos atônitos, não sabemos o que fazer”!

    Ora, poderiam olhar para a História. Como se combatem regimes tiranos e totalitários? No caso brasileiro, como a ditadura foi derrotada? Se refletissem um pouco, veriam que existe, sim, uma saída, mas que ela não está em uma urna ou no parlamento.

    A política tem que ser baseada numa estratégia. Eis a grande fraqueza da esquerda brasileira, PT incluso. Uma estratégia é um norte a seguir, um fim a atingir, e à medida que as condições políticas e sociais mudam, mudam as táticas que conduzem ao objetivo estratégico. A estratégia também pode mudar, a depender da mudança de modelo proposto. Quando a estratégia da esquerda era o socialismo, a esquerda venceu a ditadura. Quando a estratégia da esquerda era administrar o capitalismo brasileiro, a esquerda venceu as eleições.

    O problema é que numa sociedade capitalista, isto é, uma sociedade caracterizada por conflitos interclassistas, a classe social dominante tem não só uma estratégia, como também o controle do regime político, dos meios econômicos, dos meios de comunicação. Isto é, quando o PT foi eleito, isso era uma mudança tática, mas não estratégica, da burguesia. Porque o PT não perseguia o socialismo, mas a administração do capitalismo brasileiro, suprimindo o ímpeto da classe trabalhadora que vinha das décadas de 1980 e 1990.

    O que acontece a partir de 2014, e isso é central, essencial, fundamental, é que A BURGUESIA BRASILEIRA MUDOU DE ESTRATÉGIA. Portanto, comportar-se como se estivéssemos no período 2003-2014 não terá nenhum resultado, porque o jogo mudou. A burguesia não aceita mais governos de esquerda no governo federal e nem a rede de proteção social do estado (previdência social, educação pública, saúde pública, leis trabalhistas). Ou seja, a luta se acirrou e não é mais possível nenhuma conciliação, não porque nós não queiramos, mas porque nossos adversários não querem. A burguesia, que tem a faca e o queijo na mão, partiu para a guerra de extermínio.

    Agora, o que resta à esquerda é mudar de estratégia e lançar mão da única arma de que dispõe: a mobilização popular. A esquerda não controla a economia, não controla o regime político e nem a mídia. A única coisa que a esquerda controla são suas próprias organizações, que neste momento têm que realizar o debate estratégico, porque daqui pra frente estamos jogando outro jogo, mudamos de fase na política, e quando mais cedo a ficha cair, melhor para nós.

    A burguesia não aceita mais o PT como gestor do capitalismo brasileiro. Portanto, temos que mudar os termos de entendimento de como nos relacionar com a burguesia e de onde queremos chegar. A esquerda precisa de um novo projeto de poder, um novo projeto de sociedade e isso exigirá uma profunda mudança intelectual e comportamental.

  6. SOLICITO AOS PATRÕES DO ARKX Q DOBREM OS SEUS HONORÁRIOS POIS ELE FAZ MUITO BEM CRÍTICAS AOS LULISMO E ESQUECE TEMERISMO/BOLSONARISMO/AECISMO/FHCISMO!!!

  7. O fato de não haver uma saída institucional não nos obriga a pensar que possa haver uma saída não-institucional para os problemas brasileiros.
    Na minha opinião, não há saída alguma, por enquanto. Não é só descrença e desesperança. O que me faz pensar assim é o diálogo com a verdade. Uma verdade cotidiana que insiste em ser diferente das narrativas condoreiras de quem analisa a sociedade a partir dos cumes da política, pretensamente incluídos no jogo mas, como bem avalia o comentarista Arkx, iludidos pela crença numa política ainda regida pelo jogo institucional.
    Ele está certíssimo. Embora, seja necessário apresentar os fatos perceptíveis a olho nu que corroborem seu ponto de vista. Digo a olho nu, porque são estes fatos que são ignorados solenemente pelos que olham pelo filtro do jogo institucional ou ideológico.
    Não entendi a afirmação irônica de que a procrastinação em relação aos movimentos contra os ataques a democracia se devesse ao centralismo ilusório do PT na luta política contra o pensamento neo-liberal. Refiro-me a parágrafo que menciona o “Fora Temer”, “Diretas Já” e “Não vai ter Golpe!” Houve participação do PT nestas manifestações, embora a participação da militância não tivesse alcançado seu potencial máximo. De fato a centralidade autoproclamada do PT mostrou todo seu potencial nas manifestações por Lula Livre.
    Levando-se em conta este relativo engajamento nas ações contra a implementação do Golpe, podemos concluir que o poder de fogo do PT atualmente se concentra nas pautas ditadas pelo discurso de retomada do poder institucional e resgate das instituições. A pergunta que devemos fazer por isto é porque a grande massa, apesar de tão prejudicada, não aderiu às lutas nem à agenda de luta proposta pelo PT? Eis aí a questão que justificaria a inércia das forças políticas, tanto a favor quanto contrárias ao retrocesso, bem como a desarticulação das organizações sociais na luta em defesa de direitos.
    A sugestão seria aceitar neste momento a eficácia do conjunto de forças – repressivas e manipulatórias – que impedem o engajamento do cidadão contra o ataque de sua própria sobrevivência. Se a esquerda não faz isto é porque sabe, ou intui, sobre seu grau de responsabilidade na criação desta conjuntura terrível que só beneficia aos que atacam o país. Enumerar o que observamos nas ruas seria estender ainda mais um simples comentário, além de chover no molhado e falar para quem não deseja ouvir.
    Mas, fica um singelo exemplo de como a cegueira da pseudo-esquerda contribui para esta realidade. Em meio ao assalto ao país implementado por um mero chefe de milícia eleito para presidente com as bênçãos do capital estrangeiro e do empresariado paulista, ainda temos que ouvir de um presidente rendido e vitimado por estes mesmos agentes o discurso de que “crime organizado se resolve gerando emprego e investindo em educação”. Lamentavelmente, não podemos dizer que sua alienação da realidade se dê pela reclusão a que é submetido. Grave é ter a certeza que tal raciocínio lhe serviu de desculpa para não agir durante o período em que esteve na Presidência.

  8. sobre o atual “Beco sem Saída” institucional:

    1. há um completa ruptura entre poderes constituídos e o Poder Instituinte: a Soberania Popular anterior ao Poder Constituinte, da qual este emana;

    2. Executivo, Legislativo, Judiciário e MP estão despidos de qualquer poder emanado do povo, e se alinham a serviço de um único poder: o econômico;

    3. com os poderes constituídos em farrapos, nada mais oculta sua origem sórdida: um duplo golpe imposto pela força e sem qualquer legitimidade.

    4. primeiro o Golpeachment, cassando as Eleições de 2014. em seguida, a fraude das Eleições de 2018: tanto pelo impedimento da candidatura Lula, quanto por uma campanha manipulada por fake-news e financiamento ilegal;

    5. uma institucionalidade em decomposição não pode ser regenerada senão pelo próprio Poder Instituinte. ou seja: o Poder Popular. e Poder Popular não é criado pelo voto, somente pela luta;

    6. não haverá nenhum retorno automático a uma limitada Democracia Representativa e ao finado Estado Democrático de Direito. já não há saídas fora do Poder Popular;

    7. temos diante de nós dois portais: ou entramos num regime abertamente autoritário, com um Estado de exceção materializando alguma forma de neo fascismo. ou radicalizamos o compromisso com a Democracia, refundando uma República autenticamente baseada na participação popular;

    8. a construção de um portal de entrada para um novo ciclo emancipador só se concretiza por meio da luta: localizada mas integrada num amplo movimento de massas em âmbito nacional;

    9. é no processo de suas lutas concretas por pautas concretas que pessoas concretas experimentam o Poder da Comunidade. chegando então a compreender como o local e o global são apenas duas perspectivas de uma mesma luta: viver uma vida que valha a pena ser vivida;

    10. uma Democracia sólida, com instituições fortes e permanentes, decorre da permanente atuação do Poder Popular. inclusive em seu aspecto destituinte. é ao se auto-organizar que a sociedade muda a si própria, através de uma Práxis Instituinte.
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