Cidade que se perdeu na inundação, Eldorado do Sul é evacuada

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Os moradores de Eldorado do Sul estão sendo resgatados por meio de helicópteros, ônibus e caminhões e levados a seis cidades

O município foi um dos mais afetados pelas enchentes na região – Foto: Divulgação

Completamente inundada, a cidade de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, precisou ser 100% evacuada. A retirada dos 40 mil habitantes está sendo feita nestes últimos dias e, até a manhã desta quinta-feira (09), 12 mil habitantes saíram do município.

Na terça-feira (07), o prefeito Ernani de Freitas (PDT) avisou a necessidade de evacuação total do município. Desde então, a Prefeitura começou a evacuação das pessoas para os municípios do litoral.

Além de alagada, a cidade ficou sem energia elétrica, água e houve aumento dos saques. Ainda que apresentando baixas no nível de inundação, a previsão é que a cidade fique alagada por, pelo menos, 10 dias. Autoridades de Eldorado do Sul ainda pedem suporte de aeronaves e embarcações para os resgates.

Em entrevista à rádio Guaíba, Freitas afirmou que acreditava que seria necessário pelo menos 1 ano para a recuperação da cidade que ficou submersa com as fortes chuvas que atingiram a região.

“Realmente, vou ter que evacuar toda a cidade, vou ter que tirar tudo. Só pode ficar aqui no nosso município quem terá condições de ficar trabalhando para fazer o rescaldo [de limpeza] da cidade. Porque a cidade está sem água, sem luz, e tomada pela água [das enchentes]. Então, se Deus quiser, apesar de todas essas dificuldades, nós vamos conseguir sair dessa e vamos recuperar a nossa cidade. Eu sei que será difícil. Vamos demorar pelo menos um ano para recuperá-la.”

Os moradores de Eldorado do Sul estão sendo resgatados por meio de helicópteros, ônibus e caminhões e levados a seis cidades: Guaíba, Mariana Pimentel, Sertão Santana, Barra do Ribeiro, Porto Alegre e Gravataí.

“Levamos todo mundo que conseguimos para cima da BR-290. Dali, começamos a distribuir todo mundo para cidades vizinhas, Gravataí, Porto Alegre e outras. A gente leva para lugar fixo, em abrigos das prefeituras, embarca e manda. O transporte é feito por helicóptero, por ônibus, por caminhão, do jeito que dá. O objetivo é levar todo mundo para onde tem segurança e sem largar ninguém”, narrou o prefeito.

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