Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
[email protected]

Covardia do STF ou golpe do Senado?, por Aldo Fornazieri

Covardia do STF ou golpe do Senado?

por Aldo Fornazieri

Nos próximos dias a política brasileira se moverá em torno da seguinte disjuntiva: covardia do STF ou golpe do Senado. O pano de fundo será o destino do mandado de Aécio Neves. Não que o STF já não tenha dado sinais de covardia ao permitir violações da Constituição, particularmente no caso do impeachment ilegal, sem crime de responsabilidade, contra Dilma Rousseff. O Senado também já se mostrou golpista, ao sacramentar o mesmo impeachment ilegal. Na hipótese de o STF mostrar alguma dignidade e manter Aécio afastado de seu mandato, se o Senado vier a sustar tal decisão, estaria perpetrando um segundo golpe, mergulhando as instituições numa crise sem precedentes, abrindo mais uma porta para os reclamos de uma intervenção militar.

A suspensão do mandato de Aécio Neves vem suscitando enorme polêmica, inclusive no âmbito dos setores democráticos e progressistas, como foi o caso da desastrada nota da direção do PT, que criticou a decisão do STF de afastá-lo do mandato. Tudo isto mostra o grau de confusão mental, política, moral e teórica que vários políticos, jornalistas, analistas e juristas brasileiros estão metidos – uns por oportunismo e interesses, outros por incompreensão da natureza dos impasses e da crise.

A primeira confusão está na própria Constituição, no artigo 2º, que define que os poderes da União – Legislativo, Executivo e Judiciário – são independentes e harmônicos entre si. Não há como entender os fundamentos de uma constituição de um país democrático republicano presidencialista sem entender os princípios que deram origem à Constituição norte-americana, que é a matriz dessa tipologia de constituições. Quem estudou os Federalistas sabe que a relação entre os poderes não é harmônica, mas conflitiva, baseada numa relação de equilíbrios, pesos e contra-pesos, na qual, cada um dos poderes, tem meios de ataque e de defesa em relação aos outros. A ideia da harmonia é uma ideia bastarda, tipicamente brasileira, herdeira da ideologia da conciliação, que é uma ideologia da dominação das elites.

Em segundo lugar, a relação entre os poderes não é de independência absoluta, tendo cada um, um âmbito de ingerência parcial nos outros, exercendo de forma moderada e marginal, funções dos outros, sem descaracterizar a natureza específica das funções de cada um. Assim, é perfeitamente legítimo que as Supremas Cortes, no caso o STF, exerçam algum âmbito de função legislativa. Em terceiro lugar, não há nenhuma dúvida de que em matéria constitucional, as Supremas Cortes têm a última palavra, não cabendo nem ao Executivo e nem ao Legislativo avocar para si qualquer função revisora de uma decisão de uma Corte Constitucional. Além de decidir sobre conflitos constitucionais em última instância, uma Corte Constitucional pode preencher lacunas constitucionais. Foi isso que a Suprema Corte dos EUA fez no caso do aborto e que o STF fez no caso do casamento homoafetivo, dentre vários ouros casos.

A constitucionalidade da suspensão do mandato de Aécio Neves

Se há alguém que violou a Constituição, no caso do mandato de Aécio Neves, é o próprio Senado. Antes de tudo, é preciso observar que a imunidade parlamentar se refere apenas a opiniões, palavras e votos, conforme define o artigo 53 da Constituição. Na medida em que Aécio cometeu crimes comuns e feriu o decoro parlamentar, deveria perder o mandato por uma decisão do Senado. Quando sequer o Senado abre um procedimento na Comissão de Ética em face de atos  tão graves cometidos pelo senador, há uma evidente violação da Constituição por parte desta Casa. Neste caso, é preciso que o Supremo exerça o controle constitucional. Se a Constituição veda a perda do mandato por uma decisão do STF, ela não proíbe a suspensão do mandato para salvaguardar a moralidade pública e o espírito e a letra da Constituição em face de grave omissão do Senado.

Ademais, o artigo 102 da Constituição, alínea b, afirma que compete ao STF processar e julgar, originalmente “nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República”. Então, acabou. A Constituição está acima do Senado e do próprio Supremo. E ela diz que cabe ao Supremo a própria guarda da Constituição.

Em matéria penal, não cabe ao Senado interferir,  pois isto viola a Constituição. Nenhum político e nem mesmo um ministro do Supremo pode estar isento de punição. Isto significa que nenhum senador, nenhum deputado e nem mesmo o presidente da República, nos casos de crimes comuns, podem ser protegidos pelo Senado, pela Câmara dos Deputados ou pela Presidência da República para isentar-se de responder juridicamente pelos seus crimes.

O golpe do Senado

Se o STF tiver coragem e dignidade, manterá a suspensão do mandato de Aécio Neves. Caso contrário, será coberto de opróbrio, de ignomínia e de vergonha eterna pela sua covardia e pela sua capitulação aos interesses corruptos do Senado. Manter a suspensão do mandato de Aécio, além de ser constitucional, significa enfrentar os marajás da corrupção incrustados no Senado. Significa confrontar os patriarcas do atraso, os supressores de direitos sociais, os denegadores da democracia, os sacramentadores do golpe.

Admitindo a hipótese de que resta um lampejo de coragem e de virtude ao STF, mantendo a suspensão do mandato de Aécio, se o Senado revisar esta decisão, será um golpe brutal no sentido e no conceito de República e na Constituição. Significa que o Senado se transformará em Supremo Senado da Federal, um poder usurpador e com uma soberania equivalente à dos monarcas absolutos que não eram passíveis de responder criminalmente e que, pela sua suposta descendência divina, eram irresponsáveis, penal e politicamente. Se o Senado fosse um poder politicamente soberano, com prerrogativa de revisão constitucional e decisão política em última instância, então, o impeachment de Dilma não teria sido golpe.

Na República Democrática não existem poderes soberanos e ilimitados. A soberania, pertencente ao povo, se expressa na Constituição. A própria Constituição é limitada e ela não pode ser modificada por nenhum poder constituinte de forma absoluta, pois ela precisa expressar um Estado de Direito. Este Estado significa que o poder deve ser limitado pelos direitos dos cidadãos e que estes não podem ser passíveis de supressão. Se o Senado confrontar o STF significa que ele se auto-instituirá como um poder político supremo e soberano. Este tipo de poder tem nome: é uma ditadura, seja ela conduzida por um general, por um ditador, por um corpo colegiado ou mesmo por um Senado.

O que se espera dos partidos progressistas (PT, PSol, PC do B, Rede, PDT, PSB etc.) é que não dêem um passo em falso se esta questão do mandato de Aécio vier a ser decidida no Senado. É preciso manter uma coerência democrática, republicana e anti-golpista. Manter Aécio Neves no Senado é uma indignidade, uma violação da Constituição, assim como é manter Temer na presidência da República. Nenhum cálculo político e eleitoral pode justificar qualquer condescendência com esses dois políticos abjetos. O aventureirismo político de Aécio foi a origem da desorganização da democracia e do próprio golpe.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

 
Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

23 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Declaração um tanto irresponsável

    Aldo Fornazieri bota lenha na fogueira e mostra-se um incendiário político.

    Fornazieri não poupa ninguém, nem sequer a nota do PT que – em minha visão – foi absolutamente ponderada, correta e coerente. Aliás, o PT e os partidos progressistas fizeram o certo e tentaram abrir processo contra Aécio no Conselho de Ética do Senado, que seria o único caminho correto neste assunto, mas os senadores golpistas não aceitaram.

    Em modo similar, o Ministro Marco Aurélio tentou, sem sucesso, que fosse levado adiante o processo de impeachment na câmara dos Deputados contra Temer, um bom tempo atrás, antes do Joesley. Hoje existe também a tentativa do PT e aliados para autorizar este novo impeachment, mas será barrado pelo centrão. O Supremo teria então que abrir processo contra Temer a revelia da câmara?

    Hoje vivemos uma série crise de representação onde o povo, enganado pelo poder econômico, votou e colocou no congresso uma maioria golpista e corrupta, que ocupa e domina ambas as casas legislativas e hoje também a Presidência da República, por meio de um golpe. Somente o povo poderia virar esse jogo, mas, a mídia golpista (ao comando do poder econômico) não permite, ao optar em favor de político corrupto desde que com isso possa derrubar o PT e aprofundar nas políticas neoliberais.

    O STF ficou no meio dessa luta entre o poder econômico e o anseio da população. Se atacar o congresso verá que este é defendido pelo poder econômico, em nome das tais reformas. Se ficar omisso, passa este recibo para a sociedade, enquanto outra parte do judiciário, em Curitiba, cumpre rigorosamente a mando do poder econômico o papel de deixar Lula fora da disputa.

    A situação atual gera uma mistura entre o bom senso e a abdicação de responsabilidade. O Senado adiou decisão de confronto aguardando atitude de bom senso do STF no próximo dia 11 de outubro. O Senado ameaça reverter, se o STF condenar Aécio. Neste clima, o texto do Fornazieri bota lenha e chama para o confronto.

    Cabe aqui a cada poder concertar os seus próprios erros e informar corretamente à população, permeando as barreiras de defesa do PIG que atuam em favor dos golpistas. Cabe ao STF cumprir a constituição e, internamente, exigir isso à lava-jato, freando esta tentativa criminosa de criminalizar Lula. Ainda, cabe ao STF permitir limpas eleições para 2018, com Lula na disputa, ajudando a evitar que aconteça esta crise de representatividade entre o povo e as “bancadas” eleitas pelo poder econômico. Cabe ao STF parar de proteger os tucanos e esconder os seus malfeitos, pois deu nisso que aí está. Passaram tanto a mão na cabeça do Aécio que agora ficaram numa sinuca.

    Cabe ao Senado combater os seus equívocos, abrindo processo no Conselho de Ética contra Aécio Neves e dar plena divulgação a este processo, mesmo sem sucesso.

    Cabe ao povo aprender a votar, pois, lamentavelmente, o povo foi manipulado e tem exatamente o governo e o legislativo que merece.

    1. Que os partidos progressistas

      Que os partidos progressistas continuem nessa linha, Só não vale no final de 2018 ficar quase chorando, a la Cagão Viana, quero dizer, Jorge Vianna,  que Aécio, marco zero dessa desgraça que o país está quando não reconheceu o resultado das urnas, for eleito dep federal em minas e assim manter-se longe da cadeia, fazendo o roteiro de Maluf em SP, e o Lula, não podendo se candidatar a síndico do prédio dele, tendo a angústia de cada dia ter o risco de parar na cadeia. 

      O PT foi republicano na hora do impeachment e o impeachment veio. Lula está sendo republicano contra Moro e tenho certeza de que ele não irá poder concorrer em 18. Não sei não mas algo me diz que esta tática não está dando certo rs 

       

       

      1. Obrigação

        Joel,

        O PT é obrigado a não errar.

        Deve apresentar até recibo de aluguel …….ou provar que não é dono de um AP.

        Diferentemente de outros partidos, o PT deve ser cuidadoso em todos os aspectos e colocar paletó e gravata antes de escrever qualquer mensagem ou declaração, pois será cobrado pela justiça elitista milenios depois.

  2. Os dois

    Esta claro que o Senado deveria ter afastado Aécio Neves, mas não fez e não parece disposto a fazê-lo. Outro dia ainda, estava la Aécio, com cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança, no plenario do senado se dizendo inocente. Inocente para senadores que sabem ha décadas das canalhices do mineiro, que jogou na lama o nome do avô. 

    Se o Senado não age como deveria, cabe, então, ao STF fazê-lo. E era assim que o STF deveria ter agido no processo de impeachment golpista e irresponsavel.

  3. Essas análises da

    Essas análises da Constituição à lá botequins são de f…, não sei se devemos rir ou chorar viu! 

    Se aprendeu rápido o uso de uma pseudo hermenêutica jurídica, não para uma análise das leis, mas sim pra justificar qualquer besteira que se queira afirmar ou justificar uma decisão completamente contrária ao motivo original da norma.

    Agora, ainda se defende que o STF além de julgar, legisle e tenha também o Poder Moderador em mãos, coisa que na verdade já vem tendo!

    Que pelo menos nos deixem escolher por votos nossos 11 monarcas, não!

    E novamente se usa uma desculpa moralista como justificativa.

    Jura que depois de tudo que está acontecendo a lição não foi ainda apreendida, que estamos nessa enrrascada em nome desse moralismo difuso e pelo desrespeito a Constituição, ou se preferirem pela livre, arbitrária e interpretação de ocasião da CF, a depender do cliente a ser beneficiado, ou não. 

    Não entendo mais o porque se tem o nome de Ciências Jurídicas, as universidades deveriam mudar o nome para Esoterismo Jurídico, Aleatórismo Jurídico, Obscurantismo Jurídico, Convenientismo Jurídico.

     

     

     

    1. essas….

      Marcus VP, o problema é lembrar de cumprir à risca à Constiuição só quando nos convém ou quando afronta alguém do nosso interesse. 90 dos presos brasileiros estão encarcerados sem um único julgamento. Em Masmorras Medievais, segundo nosso Ministro da Justiça. Lembrar da Constituição agora? É surreal este Brasil e seus brasileiros. 

  4. Fora Temer, Fora Aécio

           Se fosse um cidadão digno, Aécio Neves deveria renunciar ao mandato a ele emprestado pelo voto soberano. Se o Senado da República for formado por maioria de senadores dignos, diante da indignidade de Aécio Neves terá que se abrir o processo no Conselho de Ética para ser cassado. Nosso problema é que a soberania popular tornou-se irrelevante, é desconsiderada e vilipendiada por políticos indignos e corruptos, como é o caso do Neves e do Temer e da maioria da Câmara dos Deputados. O povo não elege político para praticar crimes. Esse tipo de político afronta a soberania do voto popular.

           Colhido na prática do crime, a obrigação moral e política de Aécio é renunciar.  Desviar-se da renuncia é abusar do mandato popular, da soberania popular. É crime de lesa pátria utilizar dos poderes da República para delinquir impunemente, sistematicamente, dilapidando o erário público e as riquezas da nação em proveito próprio e de organizações criminosas. Temer e Aécio são mais dois expoentes que usurparam a soberania popular para cometer crimes.

           No dia que a noção de soberania popular estiver assentada nas bases da nação deixaremos de tolerar que políticos salafrários – com apoio de juízes que estão acima da Justiça – vendam as riquezas brasileiras na bacia das almas. Políticos que devem ser punidos, inclusive, por  crime de lesa pátria. A renuncia de Aécio é o mínimo que se deve cobrar de um senador da República sobre quem cai a gravidade de denúncias, indícios e provas indesculpáveis.

           A soberania popular deve estar no centro da cena para fazer avançar a luta pela igualdade e liberdade no Brasil.  Lembro-me que na campanha de governador de 2006, a filósofa Marilena Chauí esteve aqui na Bahia e fez uma conferência na Faculdade Cairu, lotada, quando falou exatamente disto,  do hábito de políticos eleitos, de governantes usurparem a soberania do voto como se isto fosse “natural”. O politico eleito se sente dono do voto, ela dizia, dono da soberania do povo, tendo recebido mandato popular se vê e age como imperador, como o dono da soberania do voto, desrespeitando a soberania popular.

    Nos faz imensa falta uma rede nacional de comunicação popular qualificada (TV, rádios, jornais, sites, etc), bem posicionada, bem informada, diária, articulada, que compreenda a centralidade de se fazer ouvir a voz do povo em narrativas de combate aos privilégios e às mistificações, combate à desinformação, pautando as experiências de transformação que milhares de grupos desenvolvem em todo o país. Precisamos da comunicação que ajude a desmascarar a hipocrisia das elites e enfrente as questões cruciais que vivemos atualmente na sociedade.

    Chegamos num ponto da crise cuja única saída é radicalizar em favor da soberania popular e da soberania nacional. Fortalecer os meios adequados para a defesa das riquezas da nação espoliada, fraturada, roubada. Somos um povo generoso e explorado, mas precisamos nos rebelar em favor das garantias para a justa distribuição das riquezas naturais, culturais, simbólicas, econômicas do país. Seis bilionários do Brasil ganham mais do que 100 milhões de brasileiros. Como podemos aceitar esta indignidade?

          Toda a esquerda brasileira foi golpeada e está sem capacidade de reação. O social-liberalismo petista, porém, deixou-nos o legado da política de incluir os pobres no orçamento. Ainda que de modo limitado, houve avanços. O grande erro petista foi se lambuzar no modelo político dos bandidos e trazer (ou manter) esses bandidos, como o Temer e sua quadrilha, para o Palácio do Planalto. Diante da crise de acumulação capitalista, a reação neo-liberal, com apoio de muitos políticos bandidos, tem sido avassaladora. Porém, a  ilegitimidade do capitalismo neo-liberal deve ser denunciada. Bandidos na política e entreguistas do país precisam ser derrotados, precisamos interromper o crescimento do ovo da serpente fascista, precisamos manter e aprofundar a luta pela igualdade, luta que precisa continuar e se fortalecer. 

  5. O PT, que emudeceu diante da
    O PT, que emudeceu diante da prisão de Delcídio, que se calou diante do afastamento de Cunha, agora resolve praticar republicanismo ingênuo e emite nota para criticar o afastamento de Aécio.
    A mesma Suprema Corte que prendeu o Delcídio e afastou Eduardo Cunha do mandato, teve entendimento diferente em relação a Renan Calheiros. Sucumbiu. Botou o rabo entre as pernas.
    Agora, resolveu afastar Aécio e, ao que tudo indica, vai sucumbir de novo, submetendo-se ao noticiário e à provável reação do Senado.
    O STF atua como biruta, mudando de entendimento ao sabor dos ventos.
    Sem dúvida, a pior composição da Suprema Corte de todos os tempos.

  6. caso Aécio,Senado e supremo.

    Tudo acordado, para daqui a pouco cair no esquecimento: Vê se nós vamos punir o nosso líder da bandidagem… imaginem… depois que o dono da friboi, que não é Lulinha, disse que o supremo será dissolvido, e deixou implicito que era por corrupção, voce vai esperar o quê dessa gente da toga?

  7. A questão é INSTITUCIONAL e

    A questão é INSTITUCIONAL e não moral, ética ou criminal. Trata-se de demarcação de poderes e disso se trata.

    Pela Constituição cabe ao Senado a ultima palavra e não ao Supremo, é clarissimo.

    Não existe na Constituição ou na lei ordinaria a figura de “afastamento do mandato”. Existe o exercicio ou a cassação.

    O julgamento de Aecio se existir se dará pelo Senado exclusivamente.

    Infelizmente o artigo mistura conceitos e não fica claro qual é a tese.

    1. Concordo

      Entendo que ao STF cabe julgar parlamentares e o presidente, SOB AUTORIZAÇÃO DO PRÓPRIO PARLAMENTO, que é o detentor da vontade popular a partir do voto.

      Se não é assim, porque o STF ainda não julgou ou afastou Temer? Não o fez exatamente porque precisa de autorização do poder que emana do voto: o parlamento.

      Então, para o STF poder julgar aécio POR CRIME COMUM, precisa de autorização da casa legislativa.

      Crimes políticos, ou os de decoro, são de competéncia de julgamento do proprio parlamento.

    2. a questão….

      Resultado da Constituição Farsante Cidadã. Escapismos para não prender um BANDIDO flagrantemente revelado. 40 anos de Cleptocracia só poderiam resultar nesta aberração. E tem gente, que movida por seu Fanatismo Ideológico, ainda procura por desculpas. As desculpas são estas: na continuidade desta latrina Biometria Obrigatória a 180 milhões de reais. Eleições em Urnas Eletrônicas Obrigatórias a 500 milhões de reais. E TRE’s e TSE’s, comodos na Casa Grande, parte nobre da Capitania Hereditária. Logo acima da Senzala. por 30 bilhões anuais (R$ 30.000.000.000,00). A explicação é muito simples. (P.S. Enquanto isto em Janaúba/MG, numa creche sem extintores de incêndio, nem sistema e anti-incêndio e de evacuação, o Brasil vai se perpetuando. A tal Constituição Diarréia Cidadã. Será coincidência ser a terra de Aécio?) 

    3. mmmm

      Não há, infelizmente necessidade de se gastar fosfato, nem vislumbre de proveito com

      elocubrações acerca da estonteante capacidade do1°golpista aecim em se safar,aonde

      quer que cheguem todos os santos dias denúncias e provas de sua múltiplas falcatruas.

    4. mmmm

      Não há, infelizmente necessidade de se gastar fosfato, nem vislumbre de proveito com

      elocubrações acerca da estonteante capacidade do1°golpista aecim em se safar,aonde

      quer que cheguem todos os santos dias denúncias e provas de sua múltiplas falcatruas.

  8. O Supremo deixou

    O Supremo deixou um impeachment sem crime de responsabilidade e abriu precedentes e agora tem que comer na mão dos senadores corruptos, já que eles podem também julgar os ministros do STF

  9. Questao Senado X STF X AECIO

    É impressionante como esse playboy carcomido do Aécio consegue  tantos seguidores, adeptos e defensores e consegue mobilizar tanta gente para ajudá-lo, por capricho e vaidade, a destruir um país de mais de 200 milhoes de habitantes…! e mais, consegue criar uma crise institucional envolvendo os maiores poderes da Republica. Nem Hitler  pôde tanto ! O Aldo Fornazieri está certíssimo. A Lei nao é feita para todos ? Por que a Lei no. 12403/20011  feita, votada e aprovada pelo Congresso nao se aplica ao Aécio ? Por que o Aécio está acima da Lei, por ser Senador ? Por que o Senado está acima da Lei ?   A  Turma do STF que aplicou medidas cautelares contra Aécio, previstas nos incisos V e VI do Artigo 319 do Código de Processo Penal,  está CERTÍSSIMA. Afinal Aécio está sendo processado no STF por crime comum (corrupcao e formacao de quadrilha) e nao por crime político. A lei penal deve ser aplicada ou o STF vai se desmoralizar se voltar atrás. Os senadores honestos nao podem entrar nesse jogo sujo de desafiar o STF para proteger bandido. O STF  nao pode ceder à pressao do Senado. Se isto acontecer, podemos desistir de ser um Pais sério e confiável !

  10. Aécio é criminoso comprovado

    Toda essa polêmica é uma grande farsa.

    Aécio cometeu crimes: todos nós vimos a gravação, o transporte das malas entupidas de dinheiro, etc.

    Basta a PGR formalizar a denúncia e o Supremo julgar: cassação do mandato, de acordo com a Constituição.

    Mas como se trata de um representante da plutocracia, nada acontecerá com o criminoso Aécio.

  11. Engano

    O autor se engana ao cogitar que o STF possa demonstrar coragem e dignidade. Já cansou de demonstrar que não tem ou, no máximo, recorre a elas quando os patrões correm perigo.

    Se os poderes podem se exceder um pouco, como argumentado em favor do STF, então o Senado poderia se exceder mais, pois foi eleito pelo povo, do qual emana todo o poder e nada é mais sagrado na Constituição do que este artigo primordial.

    De que adiantará o povo eleger seus representantes se um supremo de frangotes morais puder impedir o exercício de suas funções, apenas lançando pegadinhas descaradas? Afinal, o que foi o impedimento calhorda de Lula ser ministro de Dilma? E ainda a correção de rumo na decisão para o angorá, na mesma questão?

    Não tenho nenhuma simpatia por Aécio e acho mesmo que ele cometeu todos os crimes de que é acusado. Acho ainda que o crime mais grave que ele cometeu foi o de conspiração, mas nos acomodamos em não organizar uma denúncia nestes termos. Mas quem disse que a corrupção é este crime tão hediondo assim? As cifras fabulosas denunciadas em malas e moquifos são ninharias perto dos lucros extorsivos que as leis daquele mesmo Senado impõem contra o povo, favorecendo empresas e famílias ricas e ignorando a representação que devem à maioria pobre. Se isto não é caso para intervenção constitucional, o que seria?

    Usar a acusação moralista de corrupção contra Aécio é a mesma cara de pau que a direita usa contra o PT. É pegadinha que não se admite em gente séria.

  12. O PT agiu corretamente e com
    O PT agiu corretamente e com coerência.
    Não se deve admitir esse voluntarismo subjetivista do Judiciário.
    Hoje afastam Aécio, amanhã afastam quem quiserem.
    Se o STF quer ser um tribunal penal de Aécio, que o faça dentro das regras, julgue-o e condene-o. Transitado em julgado, mande prendê-lo. Exerça sua competência puni-lo, mas nada de pretende exercer uma competência que não tem. Mandato é do eleitor. O eleitor concedeu, o eleitor toma.

  13. Esse camarada ouviu o galo

    Esse camarada ouviu o galo cantar e não sabe aonde foi.

    Análise totalmente furada.

    O PIOR problema do País hoje não é Aécio, que aliás, é carta fora do baralho faz tempo, mas sim a hipertrofia do judiciário, mp e pf, frente aos outros poderes.

    É DISSO QUE SE TRATA.

    PRECISA DESENHAR PARA VOCE ALDO ???

  14. O congresso

    não é um guarda-chuva que abriga corruptos e criminosos dos respingos da vontade de ver justiça.

    O congresso é um bunker.

    É a casa que faz as leis e que portanto, se acredita acima delas.

    Em as descumprindo, basta modificá-las. Tem poder pra isso.

    O judiciário que se limite a dizer o direito a quem tenha obrigações e não aos congressistas,

    que  só  têm direitos.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador