A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou, nesta segunda-feira (29), a formalização do acordo para integrar a rede da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), que reúne os fabricantes de vacinas para o Sul Global, a fim de unir esforços para dar respostas mais rápidas a doenças infecciosas e ameaças epidêmicas e pandêmicas.
Desta forma, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) contará com o investimentos de aproximadamente R$ 92 milhões (US$ 17,9 milhões) para diversificar a capacidade de fabricação de vacinas da Bio-Manguinhos, a fim de expandir a plataforma de tecnologia para conter o mRNA e o vetor viral contra doenças infecciosas.
O montante vai financiar ainda a otimização dos processos de fabricação e capacidades tecnológicas para fortalecer o suprimento regional de vacinas, para reduzir o tempo de produção dos primeiros lotes de vacinas experimentais e, consequentemente, dar uma resposta a um surto em apenas 100 dias.
O CEO da Cepi, Richard Hatchett, afirma que “expandir a capacidade global de fabricação de vacinas é crucial para fortalecer nossas defesas coletivas contra surtos. A expertise renomada em fabricação de Bio-Manguinhos/Fiocruz e suas crescentes capacidades de resposta rápida estão posicionadas para desempenhar um papel vital na ampliação do acesso a vacinas na região e além. Esta crescente rede de fabricantes apoiada pela Cepi, dedicada ao acesso no Sul Global, está ajudando a equipar melhor o mundo para responder de forma mais rápida e equitativa às ameaças futuras de pandemia”.
Já Mario Moreira, presidente da Fiocruz, considerou a parceria muito promissora, além de ser um reconhecimento pelo papel estratégico na promoção da produção de vacinas na América Latina. “Nosso objetivo é ser agentes de transformação e facilitadores para expandir a capacidade de produção de vacinas nos países do Sul Global, especialmente em plataformas de mRNA e vetor viral, garantindo uma resposta mais ágil e eficaz a surtos emergentes e acesso mais equitativo às vacinas para nossas populações.”
Covid-19
A pandemia de Covid-19, que desde 2020 resultou em mais de 38 milhões de casos e 712 mil óbitos, evidenciou a necessidade de expansão do desenvolvimento de vacinas para a América Latina porque, embora a população represente apenas 8% da população mundial, a região registrou um de cada quatro mortes causadas pela doença.
De acordo com a Fiocruz, a América Latina e o Sul Global foram prejudicados porque houve concentração da fabricação de vacinas nos países de alta renda, o que dificultou o acesso de insumos e tecnologia necessários para a produção de imunizantes.
*Com informações da Fiocruz.
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