Publicada originalmente em 1/9/2020
Jornal GGN – O BTG Pactual foi o assunto mais comentado no Twitter na segunda (31), após uma decisão judicial ter proibido o GGN de divulgar reportagens sobre o banco fundado por Paulo Guedes.
Foram mais de 60 mil mensagens disparadas na rede social citando “BTG Pactual”. As tags “Nassif”, “3 bilhões”, “Banco do Brasil”, que tiveram na censura ao GGN a mesma origem, também estiveram entre os trending topics mobilizando dezenas de milhares de tweets.
A reação ocorreu depois que um juiz do Rio de Janeiro, sem analisar o mérito das matérias assinadas pelos jornalistas Luis Nassif e Patrícia Faermann, mandou remover do site 11 textos sobre o BTG, alegando que a imprensa deve ser livre, mas não para “causar danos à imagem de quem quer que seja”. A sentença ainda diz que a censura era necessária para minimizar os prejuízos financeiros dos acionistas do BTG.
As principais associações da classe jornalística (Abraji, Fenaj, ANJ, ABI, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo) repudiaram a censura judicial imposta ao GGN.
A presidência nacional da OAB, o Grupo Prerrogativas, o Instituto Vladimir Herzog, entre outras instituições, também manifestaram apoio. Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, políticos, juristas, artistas e acadêmicos renderam sua solidariedade a Nassif e à equipe do GGN.
Sites da imprensa alternativa – Brasil 247, Viomundo, Diário do Centro do Mundo, Jornalistas Livres, Revista Fórum, Blog do Marcelo Auler, entre outros – repercutiram a censura ao GGN. Jornalistas como Barbara Gancia, José Trajano, Sidney Rezende, Bob Fernandes e Marcelo Lins também se solidarizaram.
Mas à exceção do Congresso em Foco, associado ao UOL, os veículos da chamada grande mídia não publicaram uma linha sobre a decisão judicial classificada como “genérica” e “inconstitucional”, por afrontar o direito à informação, a liberdade de imprensa e de expressão.
Nas redes, jornalistas e internautas questionaram a indiferença dos grandes sites e jornais.
Folha, O Globo, UOL, CNN Brasil, Estadão, entre outras empresas de comunicação, incluindo o Intercept Brasil, foram “marcados” pelos navegantes, que cobravam uma posição.
Apenas o jornalista Ricardo Noblat retuitou uma mensagem da conta Jornalismo Wando (que tem uma coluna no Intercept) sobre o caso BTG. E Pedro Fernando Nery, colunista do Estadão, escreveu em seu perfil que a censura ao GGN era “lamentável”.
Na mesma noite em que o BTG virou um dos assuntos mais comentados na internet, a Rede Globo denunciou um esquema na gestão Crivella para “atacar jornalistas” e impedir reportagens negativas nos hospitais em tempos de Covid-19.
Somente este obstáculo à imprensa livre comoveu os jornalistas da grande mídia. Os mesmos que até agora permanecem em silêncio sobre a censura imposta ao GGN.
O que mais apavora na questão da censura contra o Nassif pelo BTG é o silêncio de colegas jornalistas e de veículos da mídia tradicional. É uma forma de dizer que pode censurar veículos que não são parte do clube deles.
— Renato Rovai (@renato_rovai) August 31, 2020
Acho hilário, pra ñ dizer trágico, q a rede globo noticie q lá na Venezuela o jornalismo é censurado, mas ñ dá sequer uma nota de rodapé sobre a censura e a perseguição q o jornal GGN e o jornalista Luís Nassif sofreram aqui mesmo, no Brasil.
Ditadura? Só se for no país alheio!
— ????? ???? ?????? 1️⃣3️⃣ ★ ?️? (@AkaFigliollo) September 1, 2020
Tentam calar a imprensa e O Globo não notícia o que fazem c/ o GGN. Alinhamento com Guedes é maior que a liberdade de expressão?
— Flávia ??❤️? (@Flavia_cx) September 1, 2020
BTG Pactual está está roubando o BB em escala bilionária e censurando um dos maiores jornalistas do país, que atinge a profissão? Tudo bem. Isso não é assunto para o “jornalismo profissional” e “isento” do JN, porta-voz do grande capital financeiro. Luís Nassif não existe. OK?
— Palmério Dória (@palmeriodoria) September 1, 2020
Triste é constatar q pouquíssimos jornalistas, principalmente da imprensa tradicional, tão denunciando a censura. Isso faz repensar sobre as denúncias feitas nos últimos meses, qndo o alvo era a revista Crusoé – por exemplo.É gritante a diferença. Eu não esperava menos de vc
— ^erïna^ (@missErinny) August 31, 2020
A censura a Nassif também expõe a indignação e a combatividade fajutas de influencers cuja aura de democratas ou progressistas tem sido forjada sobre a hecatombe do bolsonarismo. O silêncio desnuda o jogo de cena seletivo e oportunista de quem finge lutar contra o autoritarismo.
— Tiago Barbosa (@tiagobarbosa_) August 31, 2020
Tentam calar a imprensa e O Globo não notícia o que fazem c/ o GGN. Alinhamento com Guedes é maior que a liberdade de expressão?
— Flávia ??❤️? (@Flavia_cx) September 1, 2020
JORNALISMO PROFISSIONAL revelando como o $ público pode ser desvirtuado . Que reportagem ! https://t.co/B1f3FBnunK
— Camila Bomfim (@camilabomfim) September 1, 2020
O assunto mais importante do dia foi o juiz Leonardo Grandmasson proibir Nassif do GGN de falar que o banco BTG PACTUAL comprou uma carteira de crédito do BB que vale R$3 BI por R$ 371 milhões. Mas o #JN não deu um pio. É que o #JN não faz jornalismo, mas publicidade de banco.
— Anão do ombro do Bozo (@ptfreire) September 1, 2020
Aí moçada, tão sabendo da última da ditadura norte coreana? Então, o banco BTG comprou uma carteira de crédito do BB de 3 bilhões por 10% do preço, uma mídia local divulgou e foi censurada, todas as outras se calaram sobre o fato e sobre a censura. Avisem o @gugachacra ?
— Humberto Matos (@H1SaiaDaMatrix) August 31, 2020
Ninguém precisou proibir globo, folha, estadão, etc de noticiarem o escândalo do BTG.
A ditadura é também, e sobretudo, midiática.— Niemeyer Saldanha (@parox40) August 31, 2020
A compra da carteira de crédito do BB pelo BTG Pactual não é digna de um debate sério e adulto sobre esse tipo de transação, envolvendo um banco que tem a maior parte das ações em poder do governo, ou seja, do Estado, do país ? Me parece que sim. Isso é notícia ? Precisa ser. https://t.co/d2bVeAvrOl
— Marcelo Lins (@MarceloLins68) August 30, 2020
Total solidariedade ao Luís Nassif , vítima de censura de um juiz da 32a Vara Cível do RJ , por ter publicado matéria a sobre a compra pelo BGT Pactual de carteiras de crédito do Banco do Brasil, transação envolvendo quase 3 bilhões de reais, assunto ignorado pela grande mídia. pic.twitter.com/0ycqZdCSfn
— Ultrajano (@ultrajano) August 30, 2020
A grande mídia faria bem ao princípio da liberdade de imprensa se desse sequência às reportagens do jornalista @luisnassif sobre o BTG Pactual que foram censuradas, pelo menos até que a decisão judicial seja revista.
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) August 31, 2020
O GGN foi criado em 2013 pelo jornalista Luis Nassif – que tem mais de 50 anos de jornalismo, vencedor de prêmio Esso e outras nomeações, além de passagem por Veja, Folha, entre outros veículos. Toda a redação do site é profissionalizada.
Confira a decisão judicial em favor do BTG Pactual abaixo:
Juiz ordena que GGN tire do ar todas as matérias sobre o BTG
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Se bobear, a Folha, a Globo e o Estadão estão envolvidos em maracutaias com o BTG também. Vamos acordar, meu povo! Isso aqui é uma ditadura e estamos em pleno acirramento da luta de classes. Como diz a música do Gil, “o sonho acabou!”.
A única coisa estranha é pensar que estes grupos que fizeram e que fazem parte do golpe ditatorial no país iriam se pronunciar contra seus patrões.
Estranho,isso sim,ê a mídia alternativa não referir-se a esse povo como ditadores.
Corroborando sua observação sobre a ditadura que foi imposta ao país pelos golpistas de 2016:
https://youtu.be/8eWs7h0f4fY
Se precisar de uma vaquinha virtual para seu recurso judicial, estou dentro!
Estou nessa.
Minha total solidariedade ao GGN e ao jornalista Luis Nassif! Vivemos momentos sombrios de censura e barbarie. Triste.
O silêncio deve fazer parte de um pacote de propagandas já faturado…
vocês devem saber melhor do que eu que a força da mídia tradicional são duas:
ganha para construir realidades e ganha para oculta-las, no caso de alguma delas vir a ser desmascarada por outra mídia como tramoia do cliente
acompanhem as propagandas que devem seguir normalmente como se nada tivesse acontecido
Esperar o que de nossos oligarcas corruptos das comunicações?