Jornal Nacional diz que Bolsonaro usou 7 de Setembro para “fazer propaganda eleitoral”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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7 de Setembro virou "instrumento para reeleição", "situação que o Brasil não tinha registrado desde que se tornou uma democracia", afirma JN

A apresentadora Renata Vasconcellos veste uma camisa amarela na noite de 7 de Setembro, dia do bicentenário da Independência do Brasil. Foto: Reprodução/Globo
A apresentadora Renata Vasconcellos veste uma camisa amarela na noite de 7 de Setembro, dia do bicentenário da Independência do Brasil. Foto: Reprodução/Globo

O Jornal Nacional afirmou na noite desta quarta-feira, 7 de Setembro, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “usou os atos comemorativos do bicentenário de independência do Brasil para fazer propaganda eleitoral”.

Os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos frisaram que os atos em Brasília e Rio de Janeiro viraram “instrumentos” para a tentativa de “reeleição” de Bolsonaro, uma “situação que o Brasil não tinha registrado desde que se tornou uma democracia”.

A edição do principal noticiário da Rede Globo expôs em rede nacional o discurso machista de Bolsonaro, que incitou uma competição entre sua esposa, Michelle Bolsonaro, e as companheiras dos demais candidatos. Bolsonaro também puxou o coro “imbrochável” para exaltar sua própria virilidade. Para jornalistas e outros formadores de opinião, a atitude foi uma demonstração vexatória de masculinidade frágil e desprezo pelas mulheres.

Leia também: Com coro de “imbrochável” em 7 de Setembro, Bolsonaro sujeita sua “virilidade frágil” às críticas

Ataques velados ao Poder Judiciário

O JN afirmou que Bolsonaro usou, desta vez, um tom diferente do que foi usado no 7 de Setembro do ano passado, quando fez ataques diretos aos ministros da Suprema Corte. Em 2022, segundo o JN, os “ataques foram velados” e manifestaram-se quando Bolsonaro afirmou que sua reeleição colocará os críticos de seu governo dentro das “quatro linhas da Constituição”.

A reação de Lula e a omissão das rachadinhas

O jornal ainda deu voz ao ex-presidente Lula (PL), que foi atacado por Bolsonaro no discurso no Rio de Janeiro. Chamado de quadrilheiro e corrupto, Lula gravou um vídeo lembrando que, enquanto presidente, jamais usou o Dia da Pátria para fins eleitorais.

Lula também afirmou que Bolsonaro, em vez de atacá-lo, deveria explicar como juntou mais de 26 milhões em dinheiro vivo para comprar 51 imóveis para sua família. A provocação de Lula esteve em destaque no portal G1 na noite de quarta, mas foi suprimida na edição do Jornal Nacional.

Manifestantes pedem golpe nas instituições

A matéria do JN exibiu imagens das multidões que participaram dos atos pelo País, sobretudo em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Houve destaque para manifestantes que carregaram faixas com pedidos de intervenção militar, “o que é inconstitucional”. As faixas atacavam também ao Supremo Tribunal Federal, Congresso e Tribunal Superior Eleitoral.

Além de frisar que o Ministério Público Federal instaurou inquérito para apurar a mistura dos atos de 7 de Setembro com a campanha de Bolsonaro, o Jornal Nacional também exibiu as imagens da campanha e as declarações de Ciro Gomes (PDT), que passou o 7 de Setembro em Minas Gerais, e de Simone Tebet (MDB), que passou o feriado no interior de São Paulo.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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